O que é aluguel de ações?

Você sabia que é possível aproveitar algumas oportunidades disponíveis na bolsa de valores sem necessariamente ser o dono das ações?

Pode parecer estranho, mas é isso mesmo! Assim como os imóveis, as ações podem ser alugadas.

O aluguel de ações é uma estratégia que muitos investidores, com perfil mais arrojado, utilizam para surfar os movimentos de alta volatilidade do mercado e tentar lucrar no curto prazo.

Na prática, um investidor empresta suas ações a outros investidores por um determinado período e recebe uma taxa prefixada como remuneração, ou seja, o aluguel desses papéis. 

Quer saber mais? Continue conosco e saiba como a sua carteira de ações pode gerar uma renda extra através do aluguel desses ativos. Boa leitura!

 

O que veremos neste material:

Como funciona o aluguel de uma ação?

O que mais você precisa saber sobre o aluguel de ações?

Qual é o risco de alugar ações?

Quando vale a pena alugar ações?

Considerações

 

Como funciona o aluguel de uma ação?

As operações de aluguel de ações surgiram em 1996 e ocorrem basicamente entre o doador e o tomador dos papéis.

Em outras palavras, imagine que você comprou um imóvel como um investimento a longo prazo. Como no momento você não tem a pretensão de utilizá-lo, optou por alugar e ter uma fonte de renda extra. 

Para auxiliá-lo, você contrata uma imobiliária ou uma corretora de imóveis, que ficará responsável por toda a intermediação com os possíveis locatários.

Antes de fechar a transação, o contrato de aluguel, com definição do preço e prazo, a ser cobrado pelo imóvel é elaborado. 

Por fim, o interessado em alugar deve apresentar um fiador como uma forma de garantir que o dono do imóvel não sairá no prejuízo, caso algo dê errado.

No mercado financeiro a dinâmica é a mesma. O investidor aluga suas ações por uma taxa de remuneração fixa e prazo definido em contrato. 

Essa negociação é intermediada por instituições financeiras, seja um banco ou corretora de valores, responsáveis por registrar as operações na bolsa de valores brasileira.

Para facilitar, confira as principais características do investidor doador e tomador:

Investidor DoadorInvestidor Tomador
Dono das ações.Interessado em alugar as ações.
Em geral, é um investidor com foco no longo prazo, que alugará suas ações a um preço fixo, garantindo assim uma renda extra e possibilitando que outras pessoas também aproveitem o mercado de ações.Normalmente, é um investidor com perfil arrojado, adepto a operações como o day trade, em busca de um ganho de capital no curtíssimo prazo.
Precisa informar à instituição financeira o interesse em alugar as suas ações.Precisa depositar garantia sempre que fizer o aluguel de ações.
Está menos exposto ao risco.Está mais exposto ao risco.

 

O que mais você precisa saber sobre o aluguel de ações?

Segundo a B3, os ativos que estão disponíveis no mercado de ações para esse tipo de estratégia são:

  • Ações de companhias abertas;
  • Units;
  • BDRs Patrocinados; 
  • BDRs Não Patrocinados Nível I;
  • Cotas de Fundos de Índices (ETFs), de Fundos de Investimentos Imobiliários e de Fundos de Investimentos em Participações.

Além disso, existem outros pontos que devem ser considerados na hora da locação dos ativos. São eles:

 

  • Tipos de Contratos

Os contratos de aluguel diferenciam-se de acordo com as condições firmadas entre o investidor doador e o tomador de ações. Eles dividem-se em:

  • Contrato reversível ao doador: o doador tem a opção de finalizar o contrato antes do prazo e o tomador paga apenas o aluguel proporcional ao período utilizado.
  • Contrato reversível ao tomador: o tomador pode encerrar o contrato antes de seu prazo de vencimento e fazer a devolução dos ativos em até 4 dias.
  • Contrato reversível ao tomador e doador: contrato de locação mais flexível, no qual doador e tomador podem encerrá-lo antes do prazo.
  • Vencimento fixo: modelo que exige que o vencimento definido no contrato original seja respeitado.

 

  • Margem de Garantia

A B3 atua como contraparte nas operações de empréstimo de ativos e exige o depósito de garantias financeiras para assegurar que os compromissos firmados entre as partes sejam honrados. 

Para simplificar, a garantia assemelha-se ao fiador no aluguel de imóveis e serve para evitar problemas com inadimplência. 

A B3 exige o depósito de 100% do valor dos ativos negociados acrescido de uma “gordurinha”, que representa as possíveis variações de preços que esses ativos podem sofrer em dois dias úteis.

Títulos de renda fixa com alta liquidez como o Tesouro Direto, CDBs, fundos DI, entre outros ativos são aceitos como margem de garantia para operações de empréstimo de ações.

 

  • Custos operacionais 

Assim como em outras estratégias, o empréstimo de ativos também envolve alguns custos, a começar pela taxa de aluguel. Ela é definida pelo próprio detentor dos ativos e o percentual cobrado é proporcional ao período em que o ativo ficou alugado.

Além das despesas tradicionais das operações em renda variável, como a taxa de corretagem, a B3 também cobra do investidor tomador dos papéis uma taxa de registro de 0,25% ou de, no mínimo, R$10,00.

 

  • Imposto de Renda

O investidor que aluga suas ações é tributado direto na fonte, como um investimento em renda fixa, seguindo a tabela regressiva do imposto de renda, conforme abaixo:

Período de aplicaçãoAlíquota de Imposto de Renda
Até 180 dias22,5%
De 181 à 360 dias20%
De 361 à 720 dias17,5%
Acima de 720 dias15%

quem fez empréstimos de ativos, deve recolher 20% de IR no caso de day trade e 15% nos demais tipos de operações. Neste caso, o recolhimento é feito via emissão de DARF (Documento de Arrecadação de Receitas Federais).

 

Qual é o risco de alugar ações?

O maior risco neste tipo de operação é do tomador do empréstimo, uma vez que o doador está resguardado pela bolsa de valores, que pode executar as garantias disponibilizadas. 

O investidor que, por algum motivo, não conseguir recomprar as ações vendidas dentro do prazo de devolvê-las, corre risco de liquidação financeira para depositar a quantia referente aos seus ativos ao doador.

Além disso, quando o mercado não se comporta conforme o esperado, os investidores podem ser prejudicados e, em algumas situações, resultar em prejuízos.

 

Quando vale a pena alugar ações?

Se você possui uma carteira de ações destinada ao longo prazo, alugar esses papéis pode ser uma forma de conquistar uma rentabilidade extra e ainda continuar recebendo os proventos pagos pelas empresas, como dividendos ou juros sobre capital próprio.

Agora, se você é do tipo que gosta de operações mais ousadas, que podem gerar bons lucros no curto prazo, tomar emprestado algumas ações é uma estratégia que tanto pode ser utilizada para proteger suas posições em derivativos quanto para aproveitar os movimentos de queda do mercado, através da famosa venda a descoberto.

Mas lembre-se: este tipo de operação exige o aluguel de ações. Do contrário, o investidor está sujeito ao pagamento de multa cobrada pela B3 de 0,20% ao dia sobre o valor investido.

O que é aluguel de ações?

 

Considerações

O aluguel de ações trata-se de uma operação segura que conta com a bolsa de valores como contraparte. Ainda assim, ele é mais recomendado aos investidores experientes, com maior apetite ao risco e que buscam gerar retornos no curto prazo.

E você, se identifica? Revise o seu perfil de investidor e através do aluguel de ativos aproveite as ações de terceiros como se fossem suas.

Com planejamento, o aluguel de ações pode ser uma oportunidade de investimento na renda variável, que atende a diferentes tipos de investidores.

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Com a Planner você não fica sozinho no mercado em suas aplicações financeiras. 

 

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