Tudo o que você precisa saber sobre Tesouro Direto
Pontos-chave:
- O tesouro direto é um título de dívida soberana, considerado o investimento mais seguro do país.
- Ao aplicar no Tesouro Direto, o investidor está emprestando seu dinheiro ao governo em troca de juros.
- Os títulos do tesouro são classificados com base no tipo de remuneração como prefixados e pós-fixados.
- Os títulos públicos seguem a tabela regressiva do imposto de renda e eles são livres de come-cotas, o que acaba sendo uma vantagem aos investidores.
O Tesouro Direto é uma modalidade de investimento da renda fixa acessível, segura e flexível, capaz de atender a todos os tipos e perfis de investidores, sejam eles conservadores ou mais arrojados.
Assim como outras modalidades de investimentos, as oscilações da Selic influenciam o comportamento dos títulos públicos, o que pode intensificar ou reduzir a busca por esses ativos.
Continue a leitura deste guia financeiro e entenda como o Tesouro Direto pode contribuir com a rentabilidade de sua carteira de investimentos. Boa leitura!
Confira o que veremos neste material:
O que é tesouro direto e como ele funciona?
Quais são os tipos de tesouro direto?
O que você precisa saber antes de começar a investir no tesouro direto?
Passo a passo para investir no tesouro direto
Quais são os principais riscos na hora de investir no tesouro direto?
Dicas para perfis conservadores na hora de investir o dinheiro
O que é Tesouro Direto e como ele funciona?
Os títulos públicos são notas emitidas pelo Tesouro Nacional com a finalidade de captar recursos para o governo federal. Sendo assim, ao aplicar nesses ativos, o investidor empresta o seu dinheiro ao governo em troca de juros.
Em 2002, a Secretaria do Tesouro Nacional em parceria com a bolsa de valores, a B3, lançou o programa Tesouro Direto, com o objetivo de fomentar a educação financeira no Brasil e incentivar a população a ingressar no mundo dos investimentos.
O tesouro direto facilitou e ampliou o acesso aos títulos públicos federais, em especial aos investidores pessoa física, que só podiam adquiri-los por meio dos fundos de investimento.
Esses títulos possuem diferentes indexadores, como IPCA e Selic, que por sua vez definem sua rentabilidade e nomenclatura.
Antes, eles eram uma “sopa de letrinhas” (LTN, LFT, NTN-B, NTN-F). Com a mudança, os títulos ganharam nomes mais simples e convidativos, facilitando a compreensão e o processo de escolha na hora de investir.
Quais são os tipos de Tesouro Direto?
Os títulos do tesouro são classificados com base no tipo de remuneração como prefixados, em que a taxa de rentabilidade é definida no momento da aplicação; e pós-fixados, cujo rendimento será atrelado a um índice de referência.
Confira a seguir os tipos de títulos disponíveis para aplicação:
Tesouro Prefixado
O Tesouro Prefixado, antes chamado de LTN (Letra do Tesouro Nacional), é aquele em que a rentabilidade é estabelecida no momento da aquisição do título.
Em cenários de juros baixos, eles costumam apresentar uma rentabilidade mais atrativa. Contudo, como sua taxa de retorno é preestabelecida, a proteção contra a inflação no longo prazo não é garantida.
Os investidores que optam por esse tipo de rentabilidade também podem receber amortizações a cada seis meses, desde que adquiram o Tesouro Prefixado com pagamento de Juros Semestrais, mais conhecido como NTN-F (Nota do Tesouro Nacional – Série F).
Tesouro Selic
O Tesouro Selic, como o nome diz, é um título cujo rendimento é atrelado à taxa básica de juros do país definida pelo Banco Central, a Selic. Antes ele era chamado de LFT (Letra Financeira do Tesouro).
Sua rentabilidade é pós-fixada, o que significa que ele é capaz de acompanhar os movimentos da taxa de juros, seja de alta ou de baixa.
Trata-se de uma alternativa para investimentos de curto prazo como as reservas de emergência.
Tesouro Direto IPCA
O Tesouro IPCA+ nada mais é que a famosa NTN-B (Nota do Tesouro Nacional – Série B). Trata-se de um título cujo desempenho é atrelado ao IPCA e por isso considerado um instrumento de proteção direta contra a inflação.
Nesse tipo de título, a rentabilidade e os juros definidos na aquisição do papel podem acontecer no vencimento (NTN-B Principal) ou por meio de pagamento dos juros semestrais.
Atenção! Além dos tipos de títulos apresentados até aqui, existe também a NTN-C (Nota do Tesouro Nacional – Série C) ou Tesouro IGPM+, com e sem juros semestrais.
Trata-se de um título público pós-fixado, cujo desempenho é indexado à inflação medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado), que desde 2007 não é emitido pelo governo e tem vencimento marcado para 2031.
O que você precisa saber antes de começar a investir no Tesouro Direto?
Assim como outras modalidades de investimentos, o tesouro direto possui algumas particularidades que precisam ser consideradas e analisadas antes de começar a investir nesse mercado. São elas:
Taxas e custos
Nas negociações do Tesouro Direto, o investidor está sujeito a cobrança de duas taxas:
- Taxa de custódia, realizada pela B3 de 0,25% ao ano sobre o total investido, pela guarda dos papéis.
- Taxa de custódia, cobrada pela instituição financeira e por isso pode variar. Na Planner Investimentos, ela é de 0,20% ao ano sobre o valor da operação.
Desde agosto de 2020, o Tesouro e a B3 decidiram isentar a taxa de custódia dos investidores do Tesouro Selic até o estoque de R$10.000,00 por CPF. Essa decisão teve como objetivo melhorar o desempenho do título, que ficou comprometido com os juros baixos.
Aqueles que ultrapassarem esse valor, a cobrança da taxa é proporcional. Por exemplo, se você tem R$15 mil no Tesouro Selic, a taxa incidirá apenas sobre os R$5 mil excedentes. Lembrando que a isenção da taxa de custódia não se aplica aos demais títulos.
Liquidez
Os títulos públicos são ativos com alta liquidez, uma vez que o Tesouro Nacional assegura a sua recompra. Sendo assim, o investidor tem a opção de resgatar antes do vencimento. Neste caso, o papel será vendido a preço de mercado. Logo, influenciado pela oferta e demanda pelo ativo.
Em setembro de 2021, o Tesouro Direto anunciou que os títulos passaram a ter liquidez diária. Na prática, se a venda dos títulos acontecer até às 13 horas, o valor será creditado no mesmo dia. Após esse horário, o valor será creditado no próximo dia útil, ou seja, em D+1.
Todas as movimentações são realizadas nos dias úteis e em horário comercial. As ordens de compra ou venda realizada aos finais de semana só serão processadas no próximo dia útil.
Rentabilidade
Conforme mencionado acima, o tesouro direto pode ser dividido em dois grupos no que se refere ao retorno: os prefixados e os pós-fixados. Sendo assim, o investidor tem a opção de escolher se quer definir sua taxa de rentabilidade no momento da aplicação ou não.
De qualquer forma, é importante compreender que a regra de rentabilidade é fixa, mas o preço dos ativos não.
Quando negociados antes do vencimento, esses títulos estão sujeitos a variações de preços influenciados pela oferta e demanda no momento, ou seja, a famosa marcação a mercado.
Tributação
O tesouro direto segue a tabela regressiva do imposto de renda, conforme abaixo:
Prazo de investimento | Alíquota |
Aplicações com até 180 dias | 22,5% |
De 181 dias até 360 dias | 20% |
de 361 dias até 720 dias | 17,5% |
Acima de 721 dias | 15% |
Observe que a maior tributação é de 22,5% e incide sobre o lucro nos primeiros 180 dias. A menor alíquota é a de 15%, após 2 anos.
O recolhimento do IR é feito direto na fonte no vencimento do título ou no recebimento das amortizações semestrais. No caso de resgates antecipados, também há cobrança de IR e IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) nos primeiros 30 dias de aplicação.
Vale destacar que nessa modalidade de investimento não há come-cotas, o que acaba sendo uma vantagem aos investidores.
Passo a passo para investir no tesouro direto
O primeiro passo para investir no tesouro direto é ter uma conta de investimento em uma instituição financeira habilitada para esse tipo de negociação.
Na Planner Investimentos, o investidor, com seus dados pessoais, consegue abrir uma conta gratuita, de forma rápida e segura.
Feito isso, é necessário escolher qual o melhor título alinhado aos seus objetivos financeiros, horizonte de investimento e perfil de risco. Para auxiliar nesse processo, o investidor pode utilizar o simulador disponibilizado pelo Tesouro Direto.
Quais são os principais riscos na hora de investir no tesouro direto?
O tesouro direto é um título de dívida soberana e isso faz com que ele seja considerado o investimento mais seguro do país.
Como são títulos emitidos pelo governo, seu risco de crédito é zero, uma vez que as chances de “calote” do emissor são praticamente nulas. Contudo, isso não significa que eles estejam imunes a outros tipos de riscos.
Os preços dos títulos públicos, assim como outros ativos, estão sujeitos às variações. Portanto, esse é provavelmente o maior risco daqueles que o negociam antes do prazo de vencimento.
Um bom exemplo são os títulos do Tesouro Prefixado. Quando a taxa de juros estava em queda, eles se beneficiaram. Por outro lado, com a alta da Selic o efeito é contrário e os papéis podem inclusive apresentar uma rentabilidade negativa.
Isso mostra que os títulos públicos, mesmo sendo um investimento em renda fixa, também são sensíveis às oscilações do mercado. Alguns mais, outros menos, como é o caso do Tesouro Selic.
Por isso, antes de fazer qualquer movimentação, é fundamental analisar se as condições de mercado estão favoráveis ou não, evitando assim perdas financeiras desnecessárias.
Dicas para perfis conservadores na hora de investir o dinheiro
Por ser considerado uma aplicação segura e com chances de perdas menores, o Tesouro Direto é uma modalidade muito procurada por aqueles com perfis mais conservadores.
Em geral, essa categoria de investidor opta pelos títulos com baixa volatilidade, como o Tesouro Selic. De todo modo, é válido lembrar que no mercado financeiro existem outros produtos de renda fixa que também podem ser utilizados nos portfólios.
Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs), as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e Imobiliários (LCIs) são bons exemplos de aplicações de renda fixa que podem ser utilizadas para diversificação e que contam com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Considerações
O tesouro direto é uma ótima opção tanto para quem está iniciando quanto para quem já investe no mercado financeiro.
Os investimentos em títulos públicos contribuem para que as carteiras dos investidores estejam posicionadas estrategicamente no mercado e se beneficiem com as oscilações da taxa de juros e ainda protejam o patrimônio contra a inflação.
Para isso, é necessário que o investidor defina os seus objetivos, período de aplicação e perfil de risco. Dessa forma ele conseguirá escolher entre as opções de títulos qual será o melhor investimento.
Quer começar a investir no tesouro direto e em outros ativos do mercado financeiro? Então revise seu perfil de investidor e conheça mais opções de investimentos.
Com a Planner, você tem acesso a uma corretora completa, com ampla oferta de produtos e serviços de investimento.
As informações aqui disponibilizadas possuem caráter genérico e não constituem aconselhamento ou recomendação de investimentos, solicitação de compra ou venda de valores mobiliários, produtos ou quaisquer ativos financeiros. As Informações não se destinam e não foram objeto de avaliação sobre sua adequação ao perfil de investidores individuais ou grupo de investidores específicos. A incorporação das Informações a eventual decisão de investimento deverá ser efetuada após a análise independente pelo investidor, com base em todas as informações relevantes publicamente disponíveis. As Informações foram obtidas de fontes publicamente disponíveis e não foram objeto de investigação, pela Planner, sobre sua veracidade, consistência, completude, suficiência ou atualidade. A Planner não poderá ser responsabilizada por quaisquer perdas e danos ou lucros cessantes porventura resultantes de sua utilização.