Ibovespa cai 2,21% com incertezas nos mercados interno e externo

Ibovespa cai 2,21% com incertezas nos mercados interno e externo

MERCADO


Bolsa

O Ibovespa encerrou o dia com queda de 2,21% aos 113.580 pontos, com giro financeiro de R$ 48,3 bilhões (R$ 38,0 bilhões à vista), bem acima da média de pregões anteriores.  Na semana, a queda da bolsa chegou a 3,87% e no ano o ganho recuou para 8,35%. Os investidores seguem avaliando os primeiros movimentos do próximo governo, que tem pela frente, no curtíssimo prazo, questões fundamentais para serem resolvidas no campo fiscal e na economia, faltando praticamente 30 dias úteis para o recesso dos parlamentares. Se as contas de 2023 já estavam comprometidas, agora o desafio é ainda maior. Ontem, as bolsas de Nova York fecharam em baixa (Dow Jones: -1,95%, S&P500: – 2,08% e o Nasdaq = – 2,48%. O dia começa, novamente com as bolsas da Europa pesadas, operando em queda e no fechamento da Ásia o movimento foi também de baixa, com a política de combate à covid-19 na China ainda gerando desconforto na economia do país.  Somado a isso, os indicadores econômicos globais não indicam alteração no cenário no curto prazo e investidores aguardam sinalização do que pode vir em 2023, lembrando que as economias não pioraram da noite para o dia e a recuperação também não vai ser imediata. O petróleo encerrou ontem com o WTI (Nymex) cotado a US$ 85,53, queda de 3,80% no contrato para dez/22 e o Brent a US$ 92,24 (-3,17% na ICE) para jan/23. Hoje as cotações seguem perto da estabilidade, nas primeiras horas do dia.

Câmbio

O dólar teve dia de alta (+0,94%) fechando em R$ 5,1967 com valorização de 2,69% na semana. A moeda americana vem oscilando em faixa estreita, sem surpresas.

Juros

Após duas sessões em alta, os juros futuros encerraram a quarta-feira perto da estabilidade com a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/24 em 13,05% de 13,05% no ajuste anterior e para jan/27 a taxa foi de 11,85% para 11,90%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Banco do Brasil (BBAS3)

Lucro líquido ajustado de R$ 8,4 bilhões no 3T22

O BB registrou no 3T22 um lucro líquido ajustado de R$ 8,4 bilhões (62,7% s/ 3T21) explicado pelo crescimento da margem financeira bruta (+25%); o aumento contido do custo de crédito (+15,1%); o bom crescimento das receitas de serviços (+14,6%) e despesas administrativas abaixo da inflação (+6,2%).

A estratégia do banco permanece centrada no cliente, nos negócios com sinergia, no controle das despesas, na busca por maior eficiência e lucratividade. O ROAE elevou-se de 20,6% no 2T22 para 21,8% no 3T22 e segue com tendência de alta, aproximando e até passando os seus pares diretos.

Reiteramos que o BB é o banco mais descontado em relação aos seus principais concorrentes diretos, sendo negociado a 0,7x o seu valor patrimonial (versus média de 1,2x dos pares) e P/L de 3,8x para 2022 (versus média de 6,8x dos principais concorrentes diretos).

O índice de inadimplência INAD+90 mostrou crescimento de 2,00 em jun/22 atingindo 2,34 em setembro/22.

O BB revisou guidance de lucro líquido ajustado em 2022 da faixa de R$ 27 bilhões a R$ 30 bilhões para faixa de R$ 30,5 bi bilhões a R$ 32,5 bilhões. Revisou para cima o crescimento da carteira de crédito para 15,0 a 17,0; da Margem Financeira Bruta de19,5 a 21,5, das Receitas de Serviços de 9,0 a 11,0. Demais linhas foram mantidas,

O banco aprovou dividendo de R$ 0,17/ação e JCP de R$ 0,634/ação. O pagamento será dia 30/11 sendo as ações consideradas ex no dia 22/11. O retorno líquido estimado é de 1,9%;


Porto Seguro (PSSA3)

Lucro líquido de R$ 273 milhões no 3T22 (+354% s/ 3T21)

A Porto registrou no 3T22 um lucro líquido de R$ 272,7 milhões (ROAE ajustado de 12,7%), com expressiva alta 353,7% em relação a igual trimestre do ano anterior (R$ 60,1 milhões e ROAE ajustado de 2,9%), explicado pela redução de 17,7% do resultado operacional e potencializado pelo resultado financeiro, que saiu de despesa financeira de R$ 37,1 milhões no 3T21 para receita financeira de R$ 159,8 milhões. O índice de sinistralidade e o índice combinado cresceram, assim como as despesas com inadimplência. principalmente pela elevação no preço dos carros, com impacto sobre a sinistralidade do Auto.

A receita total somou R$ 7,55 bilhões no 3T22 (+35,2% versus o 3T21) com destaque para o crescimento na linha de seguros, negócios financeiros, saúde e serviços e a expansão na base de clientes.

O índice combinado ampliado atingiu 97,6% no 3T22 (-0.2pp), reflexo principalmente pelo incremento de sinistralidade no segmento Auto.


Moura Dubeux (MDNE3)

Lucro líquido de R$ 40,7 milhões (+53,2% s/ o 3T21)

A companhia registrou números bastante positivos no 3T22 e no acumulado do ano.

Destaques do 3T22/3T21:

No 3T22 os lançamentos somaram R$ 390,3 milhões (parte da MD) aumento de 16,1% sobre o 3T21 e as vendas contratadas cresceram 7,6% totalizando R$ 397,6 milhões.

Do lado negativo, o aumento de 39,8% nos distratos de R$ 26,6 milhões para R$ 39,1 milhões.

A receita líquida cresceu de R$ 160,3 milhões para R$ 210,7 milhões (+31,4%) e a margem bruta recuou de 38,2% para 31,9%.

O EBITDA cresceu 17,1% de R$ 24,2 milhões para R$ 28,3 milhões e o lucro líquido foi de R$ 26.5 milhões para R$ 40,7 milhões (+53,2%).

A Moura Dubeux encerrou o 3T22 com a maior posição de caixa da sua história e registrou caixa líquido de R$ 121,2 milhões. No 3T22, a geração de caixa foi de R$ 16,4 milhões e no acumulado dos últimos doze meses, R$ 68,5 milhões.

Ontem a ação MDNE3 encerrou cotada a R$ 7,54 com alta de 29,1% no ano. A ação faz parte de uma de nossas carteiras e opera com múltiplos descontados neste momento.


Taesa (TAEE11)

Lucro líquido IFRS de R$ 303 milhões no 3T22 e de R$ 1,4 bilhão no 9M22

A Taesa registrou um lucro líquido IFRS de R$ 303 milhões no 3T22 com queda de 43,7% ante o mesmo período no ano anterior, reflexo dos menores investimentos nos empreendimentos em construção com impacto negativo na margem de implementação de infraestrutura e por menor IGP-M entre os trimestres.

Destaque também para a redução das despesas financeiras líquidas, resultado da deflação do IPCA, parcialmente compensado pelo aumento do CDI e do maior volume de dívida líquida entre os períodos comparáveis; e do aumento de 35,4% na receita de remuneração do ativo contratual como resultado principalmente da entrada em operação de Janaúba e parcial de Sant’Ana, além do impacto da correção monetária no saldo do ativo contratual nos últimos doze meses; aumento de 13,0% na receita de Operação e Manutenção explicado pelo reajuste inflacionário do ciclo da RAP (2022-2023) e pela entrada em operação de Janaúba.

Com base nas demonstrações financeiras intermediárias de 30 de setembro de 2022, o Conselho de Administração aprovou a distribuição de (i) R$ 45,2 MM (R$ 0,13 / Unit) a título de dividendos intercalares, (ii) R$ 113,4 MM (R$ 0,33 / Unit) a título de dividendos intermediários referente a Reserva Especial de dividendos não distribuídos, e (iii) R$ 206,8 MM (R$ 0,60 / Unit) a título de juros sobre capital próprio (JCP), totalizando R$ 365,4 MM (R$ 1,06 / Unit). O pagamento ocorrerá no dia 5 de dezembro de 2022, a partir da data base de 14 de novembro de 2022. O retorno líquido estimado é de 2,5%.

Ao final de setembro de 2022 a dívida líquida da companhia era de R$ 6,9 bilhões, com crescimento de 4% frente o 2T22. A alavancagem apresentou redução por maior crescimento da geração operacional de caixa, passando de 3,8x o EBITDA no 2T22 para 3,7x no 3T22.

Em linha com o seu planejamento estratégico de longo prazo a Taesa já apresenta melhorias na área de segurança e no desempenho operacional, otimizando custos e aumentando a eficiência. Sua agenda de sustentabilidade permitiu um melhor posicionamento da companhia no setor de transmissão.


BRF (BRFS3)

Prejuízo Líquido de R$ 137 milhões no 3T22 por aumento dos custos e contabilização de derivativos

A BRF registrou no3T22 prejuízo líquido de R$ 137 milhões, com base no critério das operações continuadas, refletindo principalmente o crescimento de 13,4% da receita líquida (+1,9% em volume e +11,3% em preço médio), e a evolução dos custos (+15,7%), resultando na leve alta de 4,4% do lucro bruto para R$ 2,6 bilhões.

Os resultados do 3T22 foram impactados pela correção monetária das informações financeiras de sua subsidiária na Turquia, cuja economia passou a ser considerada hiperinflacionária. Desta forma, todos os ativos e passivos não-monetários, assim como rubricas da demonstração do resultado, são corrigidos pela inflação com contrapartida no Resultado Financeiro.

Ao preço de R$ 11,98 (valor de mercado de R$ 13,0 bilhões) a ação BRFS3 registra queda de 46,8% este ano.

Destaques

No 3T22 no Brasil, a companhia registrou crescimento de 15,0% em base trimestral do EBITDA Ajustado e estabilidade das margens em relação ao trimestre anterior. Destaque para o aumento da receita em 4,3% base trimestral, principalmente pelo crescimento de 3,8% do volume de processados, enquanto o preço cresce 1 p.p. nesta mesma base de comparação.

O ambiente de consumo no mercado interno é desafiador, a renda média real da população segue em patamares mínimos históricos e a inflação de alimentos acumulada atingiu 11,71% em setembro. Mesmo com a intensificação de ações governamentais de auxílio à população, há indicações que os recursos disponibilizados têm sido direcionados para a amortização de dívidas.

No segmento internacional, os mercados asiáticos apresentaram expansão de 7,4% da receita líquida na comparação anual, principalmente pela melhora dos preços em dólares da carne de frango para China (+37,0%), Japão (+24,2%) e Coreia do Sul (+22,4%), que compensaram menores volumes de carne suína e de frango.


MRV (MRVE3)

Queda forte nos resultados do 3T22 e no acumulado de 9 meses

A companhia veio com resultados muito ruins nos dois períodos.

Destaques do 3T22/3T21:

A receita líquida consolidada reduziu 5,8% de R$ 1,80 bilhão no 3T21 para R$ 1,70 bilhão no 3T22 e o lucro bruto reduziu 32,9% com a margem bruta recuando de 27,1% para 19,3%.

O EBIT passou de um saldo positivo de R$ 318 milhões no 3T21 para uma perda de R$ 85 milhões no último trimestre.  Mesmo assim, a empresa conseguiu reduzir o custo financeiro, contribuindo para um resultado líquido de R$ 7 milhões, vindo de um lucro líquido de R$ 165 milhões no 3T21 (-96,2%).

O EBITDA caiu de R$ 386 milhões para apenas R$ 36 milhões (-0,6%).

Nos dados operacionais, a empresa mostrou queda nos lançamentos e nas vendas realizadas, comparativas aos dois períodos anteriores.

No 3T22 a queda nos lançamentos foi de 13,6% e no ano menos 8,6%.

As vendas contratadas caíram 27,3% em VGV no 3T22 e tiveram pequena alta de 2,1% no comparativo de 9 meses, somando R$ 5,82 bilhões.

Ontem a ação MRVE3 encerrou cotada a R$ 8,45 com queda de 18,0% no ano.


Oi (OIBR3 e OIBR4)

Prejuízo líquido de R$ 3,1 bilhões no 3T22 e de R$ 1,60 bilhão nos 9 meses

Os números da Oi mantêm investidores em alerta geral.

No 3T22, a receita líquida consolidada totalizou R$ 2,77 bilhões, em linha com o 2T22 e apresentando redução de 38,7% em relação ao 3T21 (R$ 4,52 bilhões), devido a evolução das operações descontinuadas.

Os custos e despesas operacionais somara R$ 2,66 bilhões no 3T22 contra R$ 3,12 bilhões no 3T21. O EBITDA do 3T22 ficou em R$ 100 milhões ante R$ 1,40 bilhão no mesmo período do ano anterior, mas a estrutura das operações não permite comparação direta entre os números.

O resultado líquido do 3T22 foi um prejuízo de R$ 3,06 bilhões comparado a uma perda de R$ 4,42 bilhões no 3T21 e de R$ 221 milhões no 2T22.

A ação OIBR3 está cotada a R$ 0,23 com queda de 69,7% no ano e a OIBR4 a R$ 0,57 com baixa de 55,5% no ano.


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