Insegurança de investidores derruba bolsa (-3,35%) com volume financeiro elevado

Insegurança de investidores derruba bolsa (-3,35%) com volume financeiro elevado

MERCADO


Bolsa

O Ibovespa passou por uma forte pressão de vendas ontem com o volume financeiro chegando a R$ 55,4 bilhões (R$ 47,0 bilhões à vista). No fechamento, o Ibovespa marcou baixa de 3,35% aos 109.775 pontos. O momento político atual tirou a tranquilidade de investidores que optam por cautela neste momento. A caminhada curta até o final do ano e um cenário de muitas incertezas para 2023, já antecipa movimentos de defesa de investidores. Por outro lado, as bolsas de Nova York tiveram um dia extraordinário, com alta de 3,70% no Dow Jones +5,54% no S&P500 e +7,35% no Nasdaq, com melhora do humor em relação ao futuro dos juros. Na Europa, as bolsas começam o dia em alta firme e na Ásia o fechamento foi também positivo. Alta também nos preços do petróleo nesta manhã, com o WTI (Nymex) cotado a US$ 90,00 o barril (+2,93%) para dez/22 e o Brent (ICE) a US$ 96,25 (+2,75%). A agenda de hoje traz o dado do IBGE de setembro (volume de serviços) e a CNI com índice de confiança do empresário industrial. No exterior, atenção apenas para as expectativas inflacionárias nos EUA para 1 e 5 anos.

Câmbio

O nervosismo levou a uma corrida para o dólar que encerrou o dia com ganho de 3,54% a R$ 5,3807 acumulando variação positiva de 6,32% na semana. Este comportamento da moeda americana não era visto há algum tempo.

Juros

O dia foi de pressão na bolsa, oscilação no dólar e nos juros, com a piora do cenário fiscal e insegurança de investidores no curto prazo. Com isso, a taxa do contrato e Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/24 saltou de 13,04% para 13,63% e para jan/27 foi de 12.90% para 2,98%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Itaú Unibanco (ITUB4)

Resultado no 3T22 em linha com o esperado

O Itaú Unibanco registrou no 3T22 um lucro líquido recorrente de R$ 8,1 bilhões (ROAE de 21,0%) com alta de 5,2% em relação ao lucro recorrente de R$ 7,7 bilhões do 2T22 (ROAE de 20,4%), acumulando no 1S22 um lucro líquido recorrente de R$ 15,0 bilhões (ROAE de 20,8%), e 19,2% acima de igual trimestre do ano anterior (R$ 6,8 bilhões e ROAE de 19,7%).

Um bom resultado trimestral, em linha com o esperado, principalmente explicado pelo crescimento de 5,6% da margem financeira, em base trimestral, com +6,4% da margem financeira com clientes e que compensou a queda de 20,6% da margem financeira com o mercado – em função dos menores ganhos na tesouraria da América Latina.

O incremento da margem financeira espelhou o crescimento da carteira de crédito, melhor mix parcialmente compensado por menores spreads.

As receitas de serviços caíram 0,8% no trimestre para R$ 10,4 bilhões e as receitas de Seguros cresceram 6,8% nesta mesma base de comparação somando R$ 2,3 bilhões. Já as despesas não decorrentes de juros registraram alta de 4,7% no trimestre (para R$ 13,9 bilhões) e 5,9% no acumulado de 9M22 (para R$ 40,0 bilhões), em percentual abaixo da inflação de 7,2% no período.

O custo do crédito subiu 6,1% no trimestre alcançando R$ 8,0 bilhões, por conta de maiores despesas nos negócios de varejo no Brasil, relacionado com o crescimento da originação de créditos não garantidos e aumento de descontos concedidos.

O guidance para 2022 foi mantido e sinaliza um ROAE acima de 20% para os próximos exercícios. Temos recomendação de COMPRA para ITUB4 e Preço Justo de R$ 32,00/ação aponta para um potencial de 15,9%.


B3 S.A. (B3SA3)

Lucro Líquido recorrente de R$ 1,1 bilhão no 3T22

A B3 registrou no 3T22 um lucro líquido recorrente de R$ 1,15 bilhão, com leve redução de 11% em relação a R$ 1,29 bilhão reportado no 3T21, explicado pela estabilidade da receita total e principalmente pelo incremento de 37% na linha de despesas ajustadas, notadamente às atreladas ao faturamento, processamento de dados e de pessoal.

O desempenho da receita total é explicado, principalmente, pela queda na receita dos segmentos Listado e Infraestrutura para financiamento, compensado, em grande parte, pelo crescimento nos demais segmentos.

O EBITDA recorrente do 3T22 alcançou R$ 1,7 bilhão, com queda de 8% em base de 12 meses. Já a margem EBITDA recorrente foi de 74,0%, com queda de 4,2pp em relação a 80,7% no 3T21.

O resultado financeiro piorou, passando de receita financeira líquida de R$ 20 milhões no 3T21 para despesa financeira líquida de R$ 50 milhões no 3T22, impactado pelo aumento os juros e pelo saldo de aplicações financeiras, contribuindo para a redução do lucro líquido.


Sabesp (SBSP3)

Lucro Líquido de R$ 1,1 bilhão no 3T22

A Sabesp registrou no 3T22 um lucro líquido de R$ 1,1 bilhão com alta de 130% frente o 3T21 (R$ 469 milhões), refletindo o crescimento da receita operacional e a melhora do resultado operacional.

A Receita Líquida cresceu 16% para R$ 6,0 bilhões explicado por reajuste tarifário (+12,8% em média) e o aumento da tarifa média pelo incremento no volume faturado das categorias comercial e pública.

Os custos e despesas, que consideram os custos de construção, somaram R$ 4,5 bilhões no 3T22, um acréscimo de 14% quando comparados ao 3T21, com destaque para a linha de PDD, despesas com serviços, pessoal, e materiais de tratamento.

O EBITDA ajustado cresceu 19% em 12 meses para R$ 2,1 bilhões, com incremento na margem EBITDA ajustada de 34,7% no 3T21 para 35,7% no 3T22.

O resultado financeiro líquido passou de despesa de R$ 521 milhões no 3T21 para receita financeira líquida de R$ 118 milhões, impactada positivamente por variações monetárias e cambiais, o que explica em parte o crescimento do lucro líquido.


Cyrela Realty (CYRE3)

Lucro líquido do 3T22 cresce 21,5% somando R$ 289 milhões

A Cyrela registrou bom desempenho operacional e financeiro nos dois períodos comparativos, mesmo com o mercado ainda mostrando dificuldades para as empresas.

A receita líquida aumentou de R$ 1,29 bilhão para R$ 1,56 bilhão (+21,1%) e a margem bruta caiu de 34,7% para 33,9%, uma redução pequena quando comparado à concorrência.

O lucro líquido cresceu de R$ 238 milhões no 3T21 para R$ 289 milhões no 3T22 (+21,5%).

Nos 9 meses, o resultado líquido reduziu de R$ 697 milhões para R$ 601 milhões (-13,7%).

No 3T22, a Companhia apresentou geração de caixa de R$ 188 milhões, comparável a geração de caixa de R$ 177 milhões no 3T21 e consumo de caixa de R$ 48 milhões no 2T22. Ontem a ação CYRE3 encerrou cotada a R$ 15,20 com alta de 0,1% no ano. A ação está cotada a 90% de seu VPA.


Aliansce Sonae (ALSO3)

Crescimento de 54,1% no lucro líquido do 3T22, somando R$ 93,4 milhões

A companhia registrou bom resultado no 3T22 e no acumulado de 9 meses e teve com destaque alienação de ativos no último trimestre.

As vendas totais da Aliansce Sonae aceleraram, atingindo total de R$ 2,8 bilhões, um crescimento de 17% em relação ao 3T19.O NOI da Companhia atingiu R$ 238 milhões no 3T22, uma expansão de 23% versus o 3T19.

No 3T22 a receita líquida somou R$ 254,4 milhões (+10,4% sobre o 3T21) e o /EBITDA aumento u 14,5% de R$ 162,1 milhões para R$ 185,5 milhões.

O resultado líquido atingiu R$ 93,54 milhões (+54,1% sobre o 3T21).

No acumulado de 9 meses o lucro líquido foi de R$ 215,5 milhões contra R$ 166,1 milhões no mesmo período de 2021.

Ontem a ação ALSO3 encerrou cotada a R$ 19,14 com queda de 9,9% no ano. Esta queda concentra na última semana, com a bolsa devolvendo ganhos após a eleição presidencial. Isto se aplica a um grande número de empresas.


Copel (CPLE6)

Lucro líquido de R$ 378 milhões no 3T22

A Copel registrou no 3T22 um lucro líquido de R$ 378 milhões e se compara ao lucro recorrente de R$ 759 milhões em igual trimestre do ano anterior.

O EBITDA ajustado, excluídos os itens não recorrentes somou R$ 1,1 bilhão no 3T22, com queda de 11,8% frente o 3T21 (R$ 1,3 bilhão) explicado pela redução da receita de suprimento de energia elétrica, uma vez que a UTE Araucária não realizou despacho no período e pelo efeito negativo do IPCA sobre os ativos de transmissão.

Do lado positivo, o melhor resultado da Copel Distribuição, a melhora do cenário hidrológico nos ativos de geração e a redução de 6,3% (em termos reais) dos custos gerenciáveis – ex provisões e reversões. Os custos e despesas operacionais foram de R$ 4,7 bilhões no 3T22 com crescimento 1,6% frente o 3T21.

A receita operacional líquida alcançou R$ 5,5 bilhões no 3T22, com queda de 21,8% em relação aos R$ 7,0 bilhões no 3T21.

O mercado fio da Copel Distribuição cresceu 2,5% no 3T22 para 7.924 GWh e 3,4% no acumulado do ano (24.524 GWh). O número de consumidores cresceu 1,8% em 12 meses, totalizando 4,996 milhões ao final de set/22. Destaque para o crescimento de 3,0% no segmento industrial e de 8,4% no comercial. No segmento residencial o incremento foi de 0,4%.

Ao final de setembro de 2022 a dívida total consolidada da Copel somava R$ 13,3 bilhões (+12,8% s/dez/21). A dívida líquida ajustada era de R$ 8,7 bilhões (1,9x o EBITDA), com um caixa de R$ 4,6 bilhões.


JBS S.A. (JBSS3)

Lucro líquido de R$ 4,0 bilhões no 3T22, queda de 47% na comparação anual

A JBS registrou no 3T22 um lucro líquido de R$ 4,0 bilhões, com queda de 47% em relação ao lucro de R$ 7,6 bilhões de igual trimestre do ano anterior. Um resultado sensibilizado pelo crescimento de 7% da receita, queda de 31% do EBITDA ajustado e piora do resultado financeiro.

Com base nos resultados a JBS aprovou a distribuição de dividendos intercalares no valor de R$ 2,2 bilhões, equivalentes a R$ 1,00 por ação. O pagamento ocorrerá em 24 de novembro, com base na posição acionária do dia 16/11. A partir do dia 17/11 as ações serão negociadas ex dividendos. O retorno estimado é de 4,0%.

No 3T22 a JBS registrou uma receita líquida consolidada de R$ 98,9 bilhões (+7% em 12 meses), com destaque para as unidades: PPC (+17%), JBS Australia (+20%) e Seara (+22%). No período, cerca de 72% das vendas globais da JBS foram realizadas nos mercados domésticos em que a companhia atua e 28% por meio de exportações.

O EBITDA ajustado no 3T22 somou R$ 9,5 bilhões, com queda de 31% em 12 meses, explicado pela normalização dos resultados da JBS Beef North America. A margem EBITDA ajustada foi de 9,6% no trimestre abaixo de 11,4% no acumulado de 9M22.

Ao final de setembro de 2022 a dívida líquida da companhia era de R$ 78,3 bilhões, em linha com o trimestre anterior. A alavancagem elevou-se de 1,6x no 2T22 para 1,8x no 3T22. Ao final do trimestre a companhia contava com uma disponibilidade total de R$ 34,0 bilhões.


Eztec (EZTC3)

Lucro líquido do 3T22 fica em R$ 105,4 milhões, queda de 27,4% em relação ao 3T21

A companhia divulgou seus resultados para o 3T22 com redução na receita, queda na margem bruta e no lucro líquido do período.

A receita líquida caiu de R$ 297,8 milhões para R$ 280,6 milhões (-5,75%) e a margem bruta recuou de 50,5% para 39,3%, um aumento expressivo nos custos. O lucro líquido caiu de R$ 145,2 milhões para R$ 105,4 milhões (-27,4%), com a margem líquida reduzindo de 48,8% para 37,6%.

A posição de caixa líquido caiu de R$ 1,01 bilhão em set/21 para R$   412,0 milhões em setembro deste ano. No 3T22 houve queima de caixa no montante de R$ 197,0 milhões.

O lucro líquido de 9 meses caiu 18,0%, fechando em R$ 293,2 milhões de R$ 357,6 milhões nos 9M21 e a margem liquida caiu de 45,6% para 38,2%.

Ontem a ação EZTC3 encerrou cotada a R$ 17,32 com queda de 12,2% no ano. A ação está cotada a 85% de seu valor patrimonial.


Marfrig (MRFG3)

Lucro líquido de R$ 431 milhões no 3T22

A Marfrig registrou no 3T22 um lucro líquido consolidado de R$ 431 milhões, com redução de 74% em 12 meses, sensibilizado pela queda de 20% do EBITDA notadamente nas operações na América do Norte

A receita líquida consolidada cresceu 54% para R$ 36,4 bilhões potencializada pela consolidação da BRF desde o trimestre anterior. O EBITDA consolidado somou R$ 3,8 bilhões (-20%%) com margem de 10,4% abaixo de 11,5% do 2T22 e de 20% no 3T21.

Ao final de setembro de 2022 a dívida líquida da companhia era de R$ 30,3 bilhões (2,4x o EBITDA) acima dos R$ 37,7 bilhões no 2T22 (2,0x o EBITDA).


Yduqs (YDUQ3)

Queda de 77,8% no lucro líquido do 3T22 somando R$ 16,1 milhões

A receita líquida da companhia aumentou 1,4% no comparativo de 3 meses de R$ 1,10 bilhão para R$ 1,14 bilhão. No acumulado de 9 meses, a receita cresceu 3,7% de R$ 3,34 bilhões para R$ 3,46 bilhões.  O EBITDA cresceu apenas 1,9% de R$ 361,3 milhões para r$ 368,2 milhões. Em 9 meses, o EBITDA subiu de R$ 1,02 bilhão para R$ 1,7 bilhão (+4,5%). No 3T22 o lucro líquido somou R$ 16,1 milhões, queda de 77,8% em relação do 3T21 (R$ 72,8 milhões). Pesou sobre o resultado final o aumento de 88,0% na despesa financeira líquida que passou de R$ 103.1 milhões no 3T21 para R$ 193,8 milhões no último trimestre.

No ano, o lucro líquido caiu 87,6% de R$ 232,5 milhões para R$ 28,8 milhões, também influenciado diretamente pelo resultado financeiro que saltou de R$ 285,8 milhões de despesa para R$ 527,1 milhões (+84,4%).

A ação YDUQ3 encerrou ontem cotada a R$ 11,81 com queda de 42,1% no ano.


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