Ibovespa descola das bolsas de Nova York e sobe 1,24% indo a 105,7 mil pontos

Ibovespa descola das bolsas de Nova York e sobe 1,24% indo a 105,7 mil pontos

MERCADO


Bolsa

O Ibovespa teve um dia positivo fechando com alta de 1,24% aos 105.688 pontos, com giro financeiro de R$ 29,6 bilhões (R$ 25,5 bilhões à vista). Os resultados corporativos do 1T22 e o cenário econômico têm ditado o rumo das ações, com destaque para saída de capital estrangeiro da bolsa, acumulando um saldo negativo de R$ 10,2 bilhões líquidos, até o dia 10. As incertezas pelo panorama econômico seguiram pesando sobre as bolsas de Nova York com o Dow Jones caindo 0,33%, o S&P 500 recuando 0,13% e somente o Nasdaq marcando pequena teve alta de 0,06%. Os indicadores de inflação mostram que a pressão de preços continua, sustentando a expectativa de mais aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed). Hoje as bolsas da Europa operam em alta e na Ásia o fechamento foi também positivo. A agenda econômica desta sexta-feira vem vazia do lado doméstico e no exterior. Destaque apenas para eventos nos EUA com a participação de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) e do Banco Central Europeu (BCE). O dia é de alta também para as commodities com o petróleo do tipo WTI (Nymex) cotado a US$ 107,05 (+0,87%) e o Brent (ICE) a US$ 108,50 (+0,98%). O minério de ferro fechou em US4 134,26 com alta de 1,79%.

Câmbio

O dólar encerrou o dia cotado a R$ 5,1348 com ligeira queda de 0,07%, mantendo alta de 3,27% no mês. No ano a queda é de 7,84%.

Juros

O mercado de juros futuros teve dia de alta com a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/23, em 13,40%, de 13,334% no dia anterior, e para jan/27 o DI tinha taxa de 12,36%, de 12,305%. Os dados de inflação têm ditado o rumo das taxas, com alguns dados oscilando fora das expectativas do mercado. Já os rendimentos dos Treasuries recuaram. O juro da T-note de 2 anos estava em 2,557%, o da T-note de 10 anos em 2,862% e o do T-bond de 30 anos caiu para 3,034%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

CPFL Energia (CPFE3)

Lucro Líquido de R$ 1,2 bilhão no 1T22 (+21% em 12 meses)

A companhia reportou um lucro líquido de R$ 1,2 bilhão no 1T22 com crescimento de 21% em relação ao lucro do 1T21 reflexo da melhora do resultado operacional, beneficiado pela redução do custo com energia elétrica, o que ampliou em 33% a margem de contribuição. Destaque do lucro para o desempenho do segmento de distribuição parcialmente compensado por maior despesa financeira líquida.

As vendas em sua área de concessão caíram 1,1% no trimestre frente igual período do ano anterior. A queda de 5,3% no mercado cativo foi parcialmente compensada pelo crescimento de 6,4% nas vendas para o mercado livre. A inadimplência piorou, passando de 0,78% no 4T21 para 0,94% no 1T22 equivalente a R$ 90 milhões.

A Receita Líquida cresceu 12% para R$ 9,3 bilhões. Já a receita líquida (ex receitas de construção) somaram R$ 8,2 bilhões (+8%).

O EBITDA somou R$ 2,6 bilhões (+34%) sensibilizado principalmente pelo desempenho no segmento de distribuição, acompanhado também em Geração/Transmissão, ainda que em menor intensidade.

Ao final do 1T22 a dívida líquida proforma da companhia somava R$ 21,2 bilhões (+40% em 12 meses), equivalente a uma alavancagem de 2,0x o EBITDA proforma, em linha com igual trimestre do ano anterior.


Eztec (EZTC3)

Lucro líquido de R$ 104,6 milhões, crescimento de 43,5% ante o 1T21

Apesar da cautela em relação ao setor imobiliário com o aumento de custos de matérias primas e insumos preocupando as empresas, além do cenário macroeconômico bastante desafiador com juros e inflação em alta, a Eztec veio com um bom resultado trimestral. O lucro líquido do 1T22 atingiu R$ 104,649 milhões (+43,5% em relação ao 1T21), um período mais fraco para a empresa.

A receita líquida atingiu R$ 287,1 milhões (+47,3%), mas a margem bruta caiu de 42,5% para 39,3%. O crescimento da receita foi atribuído à evolução das vendas e das obras. A equivalência patrimonial foi positiva em R$ 20,9 milhões, equivalente a uma expansão de 265,8% resultado de projetos tocados pela Eztec com parceiros. A Eztec encerrou o primeiro trimestre com caixa líquido de R$ 792,8 milhões, queda de 25,2% em um ano..  O EBITDA somou R$ 80,0 milhões, alta de 105,4% sobre o 1T21.

Os lançamentos atingiram R$ 489,4 milhões no 1T22 contra R$ 28,1 milhões no 1T21, quando a empresa permaneceu em compasso de espera em relação ao mercado, com a pandemia trazendo mais preocupações naquele momento.   Destaque negativo para o aumento dos distratos que no 1T22 somaram R$ 47,9 milhões (+39% sobre a média dos 3 trimestres anteriores).

Ontem a ação EZTC3 encerrou cotada a R$ 16,41 com queda da 17,7% (Cot/VPA: 0,83x).


B3 S.A. (B3SA3)

Lucro Líquido recorrente de R$ 1,2 bilhão no 1T22

A B3 registrou no 1T22 um lucro líquido recorrente de R$ 1,24 bilhão, com queda de 7% em relação a R$ 1,34 bilhão reportado no 1T21, explicado pela redução de 5% da receita total e principalmente pelo incremento de 48% na linha de despesas ajustadas, notadamente às atreladas ao faturamento, processamento de dados e de pessoal. O resultado financeiro melhorou amenizando parcialmente a queda do lucro líquido.

Guidance 2022. A B3 informou que Despesas e Capex passaram do intervalo entre R$ 380 milhões a R$ 440 milhões para R$ 585 milhões a R$ 665 milhões. Já as projeções para Depreciação e Amortização foram elevadas de R$ 990 milhões a R$ 1,045 bilhão para o intervalo entre R$ 1,050 bilhão e R$ 1,130 bilhão. Para as despesas atreladas ao faturamento, o intervalo foi revisto para cima, passando de R$ 255 milhões a R$ 305 milhões para de R$ 265 milhões a R$ 325 bilhões.

Cotada a R$ 11,90/ação, correspondente a um valor de mercado de R$ 72,6 bilhões, a ação B3SA3 registra alta de 8,6% este ano. O Preço Justo de R$ 17,00/ação, aponta para um potencial de alta de 42,9%.


Eneva (ENEV3)

Lucro líquido de R$ 185 milhões no 1T22

A companhia registrou no 1T22 um lucro líquido de R$ 185 milhões no 1T22, com queda de 9% na comparação anual. Nesta base de comparação a Receita Líquida registrou queda de 20% para R$ 759 milhões.

O EBITDA ajustado somou R$ 491 milhões (margem de 64,7%), alta de 10% em relação ao mesmo período de 2021 (R$ EBITDA de 446 milhões e margem de 46,9%), em função, principalmente, da ampliação das margens fixas das usinas, aliado à contabilização de R$ 122 milhões na Holding pela compra da Focus Energia e de R$ 21 milhões na Comercializadora decorrente da posição marcada a mercado (MtM) dos contratos futuros de energia.

Ao final de março de 2022 a dívida líquida somava R$ 8,6 bilhões (+62% em 12 meses) com uma posição de caixa de R$ 1,1 bilhão no final do trimestre. A alavancagem elevou-se de 3,3x em mar/21 para 3,8x o EBITDA em mar/22. Os investimentos foram de R$ 1,7 bilhão no 1T22 e se comparam a R$ 407 milhões no 1T21.

Destaque para a entrada em operação comercial das duas turbinas a gás da UTE Jaguatirica II, totalizando 97,3 MW dos 141 MW totais, com impacto no EBITDA do 1T22 de R$ 18,2 milhões.

Em 11 de março de 2022 foi concluído o processo de incorporação da Focus Energia, marcando a entrada da companhia no mercado de renováveis e reforçando a atividade de comercialização de energia.


Banrisul (BRSR6)

Lucro líquido de R$ 164 milhões no 1T22 impactado pelo maior custo do crédito

O Banrisul registrou um lucro líquido de R$ 164 milhões no 1T22, com queda de 41% em relação ao lucro de R$ 279 milhões do 1T21. O ROAE registrou queda de 13,2% no 1T21 para 7,3% no 1T22.

Um resultado trimestral abaixo do esperado, sensibilizado pela queda de 7% da Margem Financeira reflexo do maior custo do crédito (+90%) aliado à alta de 4% das despesas administrativas (ainda que abaixo da inflação), parcialmente compensado pelo incremento de 3% das receitas de serviços. Outras despesas operacionais cresceram 9% principalmente pelo aumento com provisões trabalhistas.

A carteira de crédito total alcançou R$ 42,4 bilhões em março de 2022, com alta de 15% em doze meses. A inadimplência acima de 90 dias terminou o 1T22 em 2,0% levemente abaixo de 2,1% no 4T21. O índice de cobertura aumentou de 310% no trimestre anterior para 315% refletindo a redução do saldo de operações de crédito em atraso e permanece em nível adequado.

O guidance para 2022 foi mantido com destaque para o crescimento da carteira de crédito total no intervalo entre 24% e 29% acima da alta de 15% no 1T22, liderado o pelo segmento de PJ e o Rural. O ROAE é esperado no intervalo entre 9% e 13% mesmo após 7,3% no 1T22.


MRV&Co (MRVE3)

Lucro líquido do 1T22 fica em R$ 78 milhões (-46,6% ante o 1T21)

A companhia registrou queda de 46,6% no lucro líquido do 1T22 passando de R$ 147 milhões no 1T21 para R$ 78 milhões no 1T22. No 4T21, o resultado foi de R$ 336 milhões. A receita líquida somou R$ 1,68 bilhão no 1T22 (+4,8% sobre o 1T21), mas os custos dos imóveis vendidos e de serviços aumentaram 16,8% na comparação do 1T22/1T21, derrubando a margem bruta de 27,8% para 19,8%. Alta forte também nas despesas operacionais e nas despesas financeiras. O EBITDA ficou em R$ 199 milhões queda de 5,8% em relação ao 1T21.

A dívida líquida consolidada subiu 30,7% em um ano, fechando em R$ 3,24 bilhões em março/22. Em dezembro o valor era de R$ 2.67 bilhões.  (Dívida liquida = 2,30x o EBITDA 12 meses). A geração de caixa consolidada foi negativa em R$ 817,1 milhões.

A ação MRVE3 encerrou ontem cotada a R$ 9,71 com queda de 19,1% no ano.


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