Ibovespa sobe 1,17% na sexta-feira, mas ainda predomina a cautela dos investidores em relação ao cenário global

Ibovespa sobe 1,17% na sexta-feira, mas ainda predomina a cautela dos investidores em relação ao cenário global

MERCADO


Bolsa

O Ibovespa acompanhou a melhora do humor nas de Nova York com as bolsas fechando em alta firme, com discursos de representantes do Federal Reserve indicando que o empenho deverá se concentrar no combate à inflação no país, com atenção ao impacto dos juros e ao comportamento do consumo nos próximos meses. A nossa bolsa fechou com ganho de 1,17% aos 106.924 pontos, com giro financeiro de R$ 31,9 bilhões (R$ 23,5 bilhões à vista). A bolsa continua registrando a saída de capital estrangeiro, acumula saldo negativo de R$ 11,6 bilhões até o dia 13/05. A semana inicia com as bolsas da Europa sem rumo definido, (movimento misto) o mesmo observado no fechamento das bolsas asiáticas.  A agenda internacional tem como destaque discursos de representantes regionais do Federal Reserve. Nenhum dado econômico relevante para hoje no exterior. Dados divulgados na China, mostram queda nas vendas do varejo no mês de abril (-11,1% na comparação anual), mais que o dobro do recuo esperado de 5,4%. A produção industrial também recuou em abril (-2,9%) e o desemprego subiu para 6,1%. Dados ruins na China aumentam as preocupações no resto do mundo. Este desempenho reflete o período de lockdown no país por conta dos casos de covid-19. Do lado doméstico, temos o IPC-S (2ª quadrissemana de maio) e a balança comercial semanal. Alguns indicadores importantes serão divulgados durante a semana, mas a agenda segue mostrando muitos eventos para debates econômicos nos EUA e na Europa.  O petróleo também mostra queda nas cotações neste começo de semana, com o WTI (Nymex) cotado a US$ 110,34 (-0,14%) e o Brent (ICE) a US$ 111,16 (-0,35%). O minério de ferro está cotado a US$ 132,33 a tonelada, estável.

Câmbio

O dólar fechou a sexta-feira com queda de 1,45% cotado a R$ 5,0604 ainda acumulando alta de 1,78% no mês e baixa de 9,17% no ano.

Juros

O dia foi mais calmo no mercado de juros no fechamento da semana, em dia poucos dados e aguardando os indicadores desta semana. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/23 encerrou a sexta-feira em 13,44%, de 13,405% na quinta-feira e o para jan/27 a taxa passou de 12,36% para 12,33%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Cemig (CMIG4)

Lucro do 1T22 cresce 245% pata R$ 1,5 bilhão

A Cemig reportou um lucro líquido de R$ 1,5 bilhão no 1T22, um resultado que representou forte crescimento de 245% em relação ao lucro de R$ 422 milhões do 1T21. Dentre os destaques positivos o crescimento de 10% da receita líquida entre os trimestres para R$ 7,9 bilhões, sensibilizado pelo fornecimento de energia elétrica (+20%), pelas receitas de transmissão, de distribuição e fornecimento de gás.

Os custos e despesas cresceram 12% em percentual acima da receita fazendo com que o resultado operacional permanecesse praticamente estável, com um leve crescimento de 1% alcançando R$ 1,6 bilhão.

Dentre os itens de maior incremento: serviços de terceiros (+11%), os encargos da rede básica de transmissão (+41%0 e o gás comprado para revenda (+46%).

O resultado financeiro registrou forte melhora passando de despesa financeira líquida de R$ 1,3 bilhão para receita financeira líquida de R$ 315 milhões, explicado pelo efeito do câmbio no endividamento da companhia.

O EBITDA (IFRS) cresceu 4% totalizando R$ 1,9 bilhão com destaque para os segmentos: Cemig GT (+27%) e Gasmig (+11%) que compensaram a queda no segmento de distribuição através da Cemig D (-12%). Em base ajustada o EBITDA cresceu 15%.

De acordo com a companhia o crescimento do EBITDA da Cemig GT refletiu a adequada estratégia de comercialização e o aumento de margem mesmo com transferência de parte da comercialização para a Cemig Holding.

Foi importante também a manutenção do OPEX e EBITDA da Cemig D que apresentaram desempenho melhor que parâmetros regulatórios no 1T22, resultado alcançado mesmo com a redução de 3,4% na energia distribuída.

Ao final do trimestre a dívida líquida da companhia era de R$ 7,3 bilhões com queda de 14% frente dez/21. Destaque para a manutenção da alavancagem próxima a 1 vez, refletindo boas práticas de gestão financeira, operacional e de passivos e que conduziram a mais uma elevação do rating da Companhia, para AA pela Moody’s.


Cosan S.A. (CSAN3)

Queda de 38% no lucro líquido do 1T22 para R$ 510 milhões

A Cosan registrou no 1T22 um lucro líquido de R$ 510 milhões com redução de 38% em relação a igual trimestre do ano anterior, explicado pelo aumento das despesas financeiras em todos os negócios da companhia em função do incremento das taxas de juros. Em base ajustada o lucro líquido caiu 69% para R$ 236 milhões.

A receita líquida cresceu 54% para R$ 34,7 bilhões e o EBITDA ajustado registrou alta de 5% totalizando R$ 2,7 bilhões (com destaque para o resultado da Compass impulsionado pelo desempenho da Comgás e o início da consolidação da Sulgás; e da Rumo dado a expansão dos volumes transportados; no conjunto, compensaram parcialmente a redução do resultado operacional na Moove e na Raízen pela menor concentração de vendas de Renováveis e Açúcar no trimestre que encerra a safra 2021/22.

A empresa destaca que “a execução consistente frente aos desafios enfrentados levou a Raízen a alcançar EBITDA ajustado recorde de R$ 10,7 bilhões no ano-safra (+20% em base proforma)”.

O consumo de caixa para os acionistas (FCFE) foi de R$ 1,9 bilhão no 1T22 explicado, principalmente, pelas captações de recursos na Compass e a maior geração de caixa operacional da Raízen, apesar dos desembolsos pela aquisição da Sulgás pela Compass e do pagamento da segunda parcela para compra do Porto São Luís pela Cosan Investimentos.

Destaque para a redução da alavancagem, de 2,1x no 4T21 para 2,0x no 1T22, reflexo do aumento o EBITDA dos últimos 12 meses, alavancado, principalmente, pelo melhor desempenho de Raízen e Compass, com destaque “para os efeitos do IPO da Raízen, incorporação da Biosev e ganho por compra vantajosa da Radar”.


M Dias Branco (MDIA3)

Lucro Líquido de R$ 38 milhões no 1T22

A companhia registrou no 1T22 um lucro líquido de R$ 38 milhões, refletindo a recomposição dos preços e melhora dos volumes vendidos, quando comparamos com igual trimestre do ano anterior.

Em relação ao 4T21 a empresa apresentou queda de receita (por redução de volumes vendidos, aumento dos custos com pressão sobre as margens e queda do lucro.

Os custos se mantêm pressionados, notadamente os referentes à matéria prima (trigo, óleo e açúcar), os gastos com embalagens e os gastos gerais de fabricação. A empresa tem implantado um programa de reprecificação dos produtos buscando um incremento de margem, mas com algum reflexo na redução dos volumes.

Em base de 12 meses destaque para a evolução do EBITDA (+88%) e consequente melhora de margem, de 3,2% no 1T21 para 4,7% no 1T22. Lembrando que o primeiro trimestre do ano passado foi o pior período de resultados para a companhia, ou seja, uma base de comparação “fraca”.

A empresa manteve a liderança em biscoitos (33,5% de Market share) e em massas (30,7% de participação de mercado), seus dois principais produtos.

Os investimentos somaram R$ 50,2 milhões no 1T22 (+23% em 12 meses), com destaque para os investimentos em sistemas; em equipamentos para unidade moageira de Bento Gonçalves; e redução de gramatura.

A alavancagem embora tenha subido, permanece em patamar adequado (1,4x o EBITDA) reflexo da distribuição de JCP extraordinários de R$ 588 milhões pagos em 18.02.2022.

A Companhia segue com a classificação AAA e perspectiva estável pela Fitch Ratings.


Localiza (RENT3)

Aprovação da 20ª emissão de debêntures (R$ 300 milhões)

O Conselho de Administração da Localiza Fleet aprovou ontem a 20ª emissão de debêntures da empresa. São R$ 300 milhões em debêntures simples, não conversíveis em ações.

  • Prazo: 5 anos
  • Data da emissão:  A ser definida
  • Quantidade: 300 mil debêntures
  • Valor Unitário: R$ 1 mil em série única
  • Destinação dos recursos: Os recursos obtidos serão utilizados para o reembolso de gastos, custos e despesas imobiliárias ocorridos nos 24 meses anteriores à data de encerramento da oferta e diretamente relacionados à construção ou reforma de unidades de negócios localizados nos imóveis.
  • Em 31/03/2022, a dívida líquida somava R$ 8,07 bilhões, apresentando aumento de 14,8%, ou R$ 1,04 bilhão em relação a 31/12/2021, explicada principalmente pela renovação e crescimento da frota e redução de R$ 617,8 milhões no contas a pagar para montadoras.

Ânima (ANIM3)

Lucro líquido do 1T22 fica em R$ 51 milhões (-16,4% em relação ao 1T21)

Principais destaques do 1T22/1T21:

A Receita Líquida consolidada atingiu R$ 902,4 milhões no 1T22, (+ 120,8% em relação ao 1T21), impulsionada pelo aumento da base de alunos devido às aquisições, apesar de uma redução do ticket líquido consolidado causado pelo efeito mix do crescimento de participação do EAD na receita líquida total.  O Resultado Operacional do 1T22 atingiu R$ 440,9 milhões (+138,3% vs. 1T21), com uma margem de 48,9% (+3,6pp vs. 1T21). O EBITDA Ajustado somou R$ 339,1 milhões no 1T22, (+ 143,6% em relação a 2021) e avanço de 3,5pp na margem, para 37,6%.

No final do 1T22 o resultado financeiro foi uma despesa liquida de R$ 275,0 milhões comparado a aos -R$ 33,7 milhões no 1T21. Esta piora está ligada à captação de dívida para fomentar seu crescimento e aumento da taxa Selic. No final de março a dívida líquida era de R$ 2,49 bilhões, representando um Endividamento Líquido/EBITDA Ajustado proforma equivalente a 3,4x, considerando últimos 12 meses.

Na sexta-feira a ação ANIM3 fechou cotada a R$ 5,38 com queda de 36,0% no ano. Cot/VPA: 0,72x.


Cyrela (CYRE3)

Lucro líquido de R$ 161,7 milhões no 1T22, tem queda de 15,9% sobre o 1T21

No 1T22, os lançamentos (parte Cyrela) somaram R$ 887 milhões (+132,7% sobre os R$ 381 milhões do 1T21) e as vendas totais contratadas atingiram R$ 1,19 bilhão (+31.3%).  A Cyrela não divulga os distratos. O VGV entregue somou R$ 779 milhões (+94,8% sobre o 1T21). Lembrando que o 1T21 foi um período mais fraco. Se comparado ao 4T21, houve queda no VGV lançado, nas vendas e nas entregas. Da mesma forma, na comparação do 1T22 com o 1T21, houve crescimento na receita líquida (+22.7%) passando de R$ 1,00 bilhão para R$ 1,23 bilhão e queda de 6,5% comparado ao 4T21.

No 1T22, a Companhia apresentou consumo de caixa de R$ 53 milhões, comparável a geração de caixa de R$ 100 milhões no 4T21 e de R$ 70 milhões no 1T21.

A ação CYRE3 encerrou a sexta-feira (13) cotada a R$ 14,42 com queda de 5,0% no ano. Em 2021, a ação desvalorizou 44,1%. Atualmente a ação está cotada a 89% do seu valor patrimonial.


Se preferir, baixe em PDF:

Ibovespa sobe 1,17% na sexta-feira, mas ainda predomina a cautela dos investidores em relação ao cenário global

 

 

Análises Gráficas >>>


DISCLAIMER
Este relatório foi preparado pela Planner Corretora e está sendo fornecido exclusivamente com o objetivo de informar. As informações, opiniões, estimativas e projeções referem-se à data presente e estão sujeitas à mudanças como resultado de alterações nas condições de mercado, sem aviso prévio. As informações utilizadas neste relatório foram obtidas das companhias analisadas e de fontes públicas, que acreditamos confiáveis e de boa fé. Contudo, não foram independentemente conferidas e nenhuma garantia, expressa ou implícita, é dada sobre sua exatidão. Nenhuma parte deste relatório pode ser copiada ou redistribuída sem prévio consentimento da Planner Corretora de Valores. O presente relatório se destina ao uso exclusivo do destinatário, não podendo ser, no todo ou em parte, copiado, reproduzido ou distribuído a qualquer pessoa sem a expressa autorização da Planner Corretora. As opiniões, estimativas, projeções e premissas relevantes contidas neste relatório são baseadas em julgamento do(s) analista(s) de investimento envolvido(s) na sua elaboração (“analistas de investimento”) e são, portanto, sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado. Declarações dos analistas de investimento envolvidos na elaboração deste relatório nos termos do art. 21 da Instrução CVM 598/18: O(s) analista(s) de investimento declara(m) que as opiniões contidas neste relatório refletem exclusivamente suas opiniões pessoais sobre a companhia e seus valores mobiliários e foram elaboradas de forma independente e autônoma, inclusive em relação à Planner Corretora e demais empresas do Grupo.

Open chat