Ibovespa engata mais uma alta e fecha acima de 108 mil pontos. Hoje as bolsas mostram ânimo no exterior

Ibovespa engata mais uma alta e fecha acima de 108 mil pontos. Hoje as bolsas mostram ânimo no exterior

MERCADO


Bolsa

O Ibovespa teve mais um dia de alta firme de 1,22% as 108.233 pontos, com giro financeiro de R$ 29,5 bilhões (R$ 20,9 bilhões à vista), ajudado pelo desempenho de Vale, Petrobras e bancos. Enquanto isso, as bolsas de Nova York seguem patinando e escorregando. Ontem o Dow Jones subiu 0,08% o S&P 500 caiu 0,39% e o Nasdaq caiu 1,20%. Esta terça-feira começou com as bolsas europeias mostrando alta generalizada e fechamento positivo nos mercados asiáticos e alta também nos futuros americanos.  Apesar do momento de pressão inflacionária e preocupações com o crescimento global, começa a ganhar peso a percepção que a inflação pode ter atingido seu pico nas grandes economias, o que motivou a volta do apetite ao risco. Nas commodities, as cotações também mostram alta com o WTI (Nymex) cotado a US$ 114,66 o barril (+0,40%) e o Brent (ICE) a US$ 114,80 (+0,48%) sobre o dia anterior. A agenda de hoje traz o IPC-Fipe de maio (2ª quadrissemana), o IGP-10 da FGV e o IPC-S nas capitais (2ª quadrissemana) e também o monitor de PIB divulgado pela FGV. No exterior, o destaque fica para eventos com os presidentes do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), Jerome Powell, e do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde.

Câmbio

O dólar encerrou ontem cotado a R$ 5,0613 ligeiramente acima dos R$ 5.0604 da sexta-feira.

Juros

A semana abriu com os juros futuros em queda, influenciados pela fala do diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, com declarações que indicam tendências para os juros futuros. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/23 caiu de 13,445% para 13,39%, e a do DI para jan/27 passou de 12,33% para 12,195%. Nos EUA, no final da tarde, o juro da T-note de 2 anos subia a 2,590%, o da de 10 anos recuava a 2,887% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 3,102%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Itaúsa (ITSA4)

Lucro Líquido recorrente de R$ 3,8 bilhões no 1T22

A Itaúsa registrou no 1T22 um lucro líquido recorrente de R$ 3,8 bilhões com crescimento de 59% quando comparado com o lucro líquido recorrente de R$ 2,4 bilhões do 1T21, um resultado consistente explicado pelo desempenho em todos os negócios do portfólio de investimentos da companhia. O ROAE recorrente elevou-se de 16,6% no 1T21 para 23,3% no 1T22.

Tomando por base o resultado das empresas investidas destaque (i) para o desempenho no setor financeiro com o Itaú Unibanco – cujo lucro foi impulsionado pelo crescimento da carteira de crédito, a melhor margem financeira parcialmente compensado por maior custo do crédito; e (ii) o ganho com a alienação de ações da XP. Demais empresas não financeiras apresentaram resultados mistos, mas vem apresentando desempenho em linha com seus mercados de atuação.

Ao preço de R$ 9,24/ação (equivalente a um valor de mercado de R$ 81,6 bilhões) a ação ITSA4 registra alta de 6,0% este ano. Temos recomendação de COMPRA e Preço Justo de R$ 14,30/ação, equivalente a um potencial de alta de 54,8%.

Destaques

Com base no resultado a companhia distribuirá antecipadamente R$ 1,0 bilhão na forma de JCP líquidos, equivalentes a R$ 0,15472/ação, com pagamento até 20.12.2023. O retorno líquido estimado é de 1,7%.


Eletrobras (ELET3)

Lucro Líquido de R$ 2,7 bilhões no 1T22

A companhia reportou um lucro líquido de R$ 2,7 bilhões no 1T22 o que representou um crescimento de 69% em relação ao lucro de primeiro trimestre de 2021 (R$ 1,6 bilhão).

Um bom resultado explicado pelo incremento de 12% da receita bruta (efeito preço compensando a redução de volumes) e principalmente pelo desempenho financeiro da companhia, com destaque para o efeito positivo da variação cambial aliado à redução de 3% do custo de PMSO.

Do lado negativo, o registro de R$ 1,2 bilhão em Provisões para Crédito de Liquidação Duvidosa, decorrente da “inadimplência da Amazonas Energia D, sendo R$ 867 milhões referentes à compra de energia elétrica provenientes dos produtores independentes de energia (PIE) localizados no Amazonas e R$ 359 milhões referente a contratos de empréstimo devidos pela referida distribuidora”.

Nesse contexto o EBITDA (IFRS) registrou queda de 3% passando de R$ 3,9 bilhões no 1T21 para R$ 3,8 bilhões no 1T22. Já o EBITDA recorrente apresentou aumento de 10% entre os trimestres comparáveis, elevando-se de R$ 4,95 bilhões no 1T21 para R$ 5,43 bilhões no 1T22.

A Receita Operacional Líquida cresceu de R$ 8,2 bilhões no 1T21 para R$ 9,2 bilhões no 1T22 (+12%) influenciada pelo melhor desempenho nos contratos bilaterais e pelo reajuste das receitas de transmissão. Em base recorrente a Receita Líquida cresceu 11% para R$ 9,1 bilhões no 1T22.

Ao final de março de 2022 os recursos em caixa somavam R$ 15,5 bilhões para uma Dívida Líquida de R$ 20,6 bilhões, equivalente a 1,0x o EBITDA recorrente dos últimos 12 meses (R$ 21,4 bilhões). Lembrando que a alavancagem no 1T21 era de 1,9x o EBITDA.

O governo trabalha para que a privatização da Eletrobras ocorra neste ano, através da capitalização, um passo importante para a segurança energética, viabilizando novos investimentos, estimados em R$ 15 bilhões por ano.

Temos recomendação de COMPRA para ELET3 com Preço Justo de R$ 45,00/ação aponta para um potencial de alta de 7,3% ante a cotação de R$ 41,92 (0,9x o valor patrimonial). Destacamos que esse preço não contempla o cenário de privatização.


Equatorial Energia (EQTL3)

Lucro líquido ajustado de R$ 505 milhões no 1T22 impactado positivamente por melhor resultado operacional

A companhia registrou no 1T22 um lucro líquido ajustado de R$ 505 milhões, com alta de 26% em relação ao lucro de R$ 401 milhões do 1T21, explicado principalmente pelo melhor resultado operacional com incremento de margem, parcialmente compensado por aumento de encargos de dívida em função do aumento do endividamento, dos juros básicos e da inflação. O resultado financeiro piorou entre os trimestres sendo impactado negativamente por despesas financeiras não recorrentes de R$ 134 milhões com a entrada em operação de todas as SPEs e o efetivo reconhecimento de despesas.

A receita líquida somou R$ 5,8 bilhões no 1T22 (+41%) a partir da consolidação da CEEE-D (no 3T21), da CEA no 4T21 e da Echoenergia no 1T22. Nesse contexto a receita no segmento de distribuição cresceu 56% e no segmento de transmissão resultou no incremento de 43% entre os trimestres. Desconsiderando a receita de construção a receita líquida cresceu 49% para R$ 5,0 bilhões.

Os custos e despesas totais somaram R$ 4,4 bilhões no 1T22 (+33% s/1T21), principalmente pela consolidação dos novos ativos de distribuição CEEE-D e CEA, que juntos totalizaram R$ 1,1 bilhão e pela consolidação da Echoenergia que adicionou R$ 50,1 milhões.

O EBITDA alcançou R$ 1,6 bilhão no 1T22 (+58% vs o 1T21), explicado principalmente pelo efeito positivo da consolidação dos novos ativos, pelo crescimento dos ativos de distribuição existentes, beneficiados pela maior tarifa fio-b, crescimento de mercado e redução de perdas; aliado à variação positiva do EBITDA no segmento de Transmissão. Desconsiderados os efeitos não-recorrentes o EBITDA ajustado registrou aumento de 56% para R$ 1,7 bilhão.

Ao final de março de 2022 a dívida líquida consolidada da companhia era de R$ 23 bilhões, com uma alavancagem de 3,7x acima de 2,5x em dez/21, com disponibilidades de R$ 8,9 bilhões. Os investimentos consolidados no 1T22 somaram R$ 701 milhões, com crescimento de 11% em 12 meses, reflexo do maior volume de investimentos nas distribuidoras.


Vibra Energia (VBBR3)

Lucro líquido de R$ 325 milhões no 1T22

A Vibra Energia registrou um lucro líquido de R$ 325 milhões no 1T22 com queda de 34% na comparação com o mesmo período de 2021 (R$ 492 milhões), um resultado explicado por maior lucro bruto no período, queda nos volumes vendidos e redução das margens de comercialização.

O volume de vendas no 1T22 frente o 1T21 registrou queda de 3,7% para 8.988 mil m³, explicado por redução de 72,2% nas vendas de coque e de óleo combustível (-39,1%), parcialmente compensado pelas maiores vendas de combustível de aviação de +33,7%.

Tomando por base o lucro bruto, na mesma base de comparação, destaque para o aumento de 18,2%, em função de maiores ganhos com inventários e maiores margens média de comercialização.

As despesas operacionais ajustadas foram de R$ 1,23 bilhão no 1T22 (R$ 60/m³ sem o efeito do hedge de commodities e CBIOs) em função “dos menores efeitos de PCEs compensados parcialmente por menores recuperações tributárias e maiores gastos com marketing e incentivos de curto prazo a empregados”.

A companhia reportou um EBITDA ajustado de R$ 1,1 bilhão equivalente a R$ 123/m³, sendo de R$ 125/m³ o resultado normalizado pelo efeito estoque (+R$ 52/m³) e hedge de commodities (-R$ 54/m³), entre outros efeitos.

A dívida líquida elevou-se de R$ 10,1 bilhões em dez/21 para R$ 10,2 bilhões em mar/22, por conta das captações realizadas no trimestre. Nesse contexto a alavancagem permaneceu estável em 2,1x sendo de 1,2x ao final do 1T21. O caixa ao final de março de 2022 era de R$ 4,3 bilhões.


Magazine Luiza (MGLU3)

Prejuízo líquido ajustado de R$ 98,8 milhões no 1T22

Sem o ajuste de resultado não recorrente, o prejuízo líquido foi de R$ 161,3 milhões ante um lucro de R$ 258,6 milhões no 1T21. No 1T22, o resultado líquido ajustado foi negativo em R$ 98,8 milhões, influenciado principalmente pelo aumento das despesas financeiras no período. Grandes empresas de varejo mostraram crescimento de vendas nos principais canais de negócios, mas os resultados na última linha não têm sido satisfatórios.

No 1T22, a receita bruta total cresceu 4,5% e atingiu R$ 10,6 bilhões. A empresa ganhou marketshare, teve um ganho de margem bruta de 2,7 p.p para 27,8% e o EBITDA ajustado atingiu R$ 434,2 milhões no 1T22, com margem EBITDA ajustada de 5,0% no 1T22, praticamente estável comparada ao 1T21.

No final do 1T22, a posição de caixa líquido ajustado era de R$1,6 bilhões e uma posição de caixa total no valor de R$ 8,5 bilhões, considerando caixa e aplicações financeiras de R$ 2,0 bilhões e recebíveis de cartão de crédito disponíveis de R$ 6,5 bilhões. A despesa financeira líquida saltou de 170,3 milhões no 1T21 para R$ 422,1 milhões no 1T22.

O Magalu encerrou o 1T22 com 1.477 lojas, sendo 1.047 convencionais, 236 virtuais e 194 quiosques (parceria com as Lojas Marisa e com a rede de supermercados Semar).

Ontem a ação MGLU3 encerrou cotada a R$ 4,45 com queda de 38,4% neste ano. Em 2021 a ação caiu 71,0% após 3 anos de grande sucesso na bolsa.


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