Ibovespa recua 0,81% em dia de liquidez reduzida pelo feriado em Nova York

Ibovespa tem dia de recuperação, mas os mercados seguem pressionados

MERCADO


Bolsa

O Ibovespa teve um dia de forte recuperação, em dia de alta nos preços das commodities, (petróleo e minério de ferro) e alívio em relação à covid-19 na China. Na prática nada muda no curtíssimo prazo, mas abriu oportunidade para uma puxada nos papéis das empresas de petróleo (destaque para Petrobras) e de mineradoras e siderúrgicas que vinham amassadas nos últimos dias. O Ibovespa terminou o dia com ganho de 1,25%, aos 104.397 pontos, reduzindo a baixa do mês para 3,23% e menos 0,41% no ano. O giro financeiro foi de R$ 33,5 bilhões (R$ 25,8 bilhões à vista). Ontem a bolsas de Nova York fecharam em baixa, (Dow Jones: – 1,02%, S&P 500: – 1.65% e o Nadad: – 3,18%). Os três índices acumulam perdas significativas neste mês de maio, ( -6,97%, – 10,51% e 15,01%) respectivamente, um movimento a muito tempo não visto. Hoje, as bolsas da Europa também operam do lado negativo com os principais mercados com perdas elevadas. No mercado de commodities a volatilidade também está presente. Hoje as cotações mostram queda no WTI (1.69%) a US$ 103,92 o barril e o Brent está cotado a US$ 105,93 (-1,47%). O minério de ferro encerrou o dia cotado a US$ 134,26 (+1,79%) ainda abaixo das cotações de semanas atrás. A agenda internacional desta quinta-feira traz, nos EUA, o índice de preços ao produtor (PPI, na em abril e a primeira leitura do PIB do Reino Unido no 1T22 e também a produção industrial de março. No Brasil, agenda fraca, apenas com a divulgação do volume de serviços do mês de março.

Câmbio

O dólar fechou perto da estabilidade com alta de 0,09% cotado a R$ 5,1384 e segue com valorização de 3,34% em maio. No momento o grau de incertezas na economia global tende a sustentar o dólar longe da faixa inferior a R$ 5,0 vista pela última vez o começo deste mês (04/05).

Juros

Dados de inflação acima do esperado, mexem mais uma vez com o mercado de juros. A redução esperada para abril no IPCA não aconteceu. O índice veio com variação de 1,06%, pico para o mês desde 1996 (1,26%), acumulando alta de 12,13% em 12 meses. Com isso, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/23 fechou em 13,33%, de 13,274% na terça-feira e para jan/27 a taxa passou de 12,185% para 12,305%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Banco do Brasil (BBAS3)

Lucro líquido ajustado de R$ 6,6 bilhões no 1T22

O Banco do Brasil registrou no 1T22 um lucro líquido ajustado de R$ 6,6 bilhões, com crescimento de 35% frente o 1T21, mais um forte resultado trimestral explicado pelo crescimento da margem financeira, aumento do custo de crédito parcialmente compensado por maior recuperação dos créditos vencidos, o bom crescimento das receitas de serviços e despesas administrativas abaixo da inflação.

A estratégia do banco permanece centrada no controle das despesas, na busca por maior eficiência e rentabilidade. Nesse contexto o ROAE elevou-se de 15,1% no 1T21 para 17,6% no 1T22, acima também dos 16,6% do trimestre anterior.

Reiteramos que o BB é o banco mais descontado em relação aos seus principais concorrentes diretos, sendo negociado a 0,7x o seu valor patrimonial (versus média de 1,5x dos peers) e P/L de 4,2x para 2022 (versus média de 7,4x).

Com base no resultado do 1T22 o BB aprovou ontem (11/05) a distribuição de R$ 443 milhões (R$ 0,155347/ação) em dividendos e R$ 1,48 bilhão (R$ 0,517724/ação) sob a forma de Juros sobre Capital Próprio (JCP). Os valores serão pagos em 31/05/2022, tendo como base a posição acionária de 23.05.22, sendo as ações negociadas “ex” a partir de 24.05.2022. O retorno líquido estimado é de 1,7%.

Temos recomendação de COMPRA para BBAS3 com Preço Justo de R$ 43,00/ação que oferece um potencial de alta de 25,4% em relação a cotação de R$ 34,29/ação.


JBS S.A. (JBSS3)

Lucro líquido de R$ 5,1 bilhões no 1T22, com destaque para o resultado operacional e financeiro

A JBS registrou no 1T22 um lucro líquido de R$ 5,1 bilhões, 151% superior ao lucro reportado no 1T21, sensibilizado pelo crescimento de 21% da receita, incremento de 47% do EBITDA e melhora de 82% do resultado financeiro.

O consistente resultado operacional permitiu a redução da alavancagem, a realização dos investimentos e aquisições – que irão adicionar US$ 2 bilhões em receita anual em 2022, contribuindo para o resultado e a estratégia de diversificação de portfólio de marcas.

As margens permanecem pressionadas pelo aumento dos custos, notadamente nos EUA, parcialmente compensadas por aumento de margem de frango na operação da companhia na Austrália. No geral a empresa esperada margens sólidas em 2022, porém, aquém da realizada no ano passado. Destaque para sua forte geração de caixa que tem permitido a realização de investimentos e a redução da alavancagem financeira, das mais reduzidas para uma companhia do setor e do porte da JBS.

Cancelamento de ações em tesouraria e Novo Plano de Recompra de Ações. O Conselho de Administração aprovou o cancelamento da totalidade de 26.685.500 ações ordinárias, mantidas em tesouraria, com o capita social passando a ser dividido em 2.218.116.370 ações. O retorno é de 1,2% para os acionistas.

Adicionalmente o Conselho aprovou um novo Plano de Recompra de até 113.498.647 ações representativas de 10% das ações em circulação, pelo prazo de 18 meses, iniciando-se em 11 de maio de 2022.

Seguimos com recomendação de COMPRA para JBSS3 com Preço Justo de R$ 50,00/ação, que aponta para um potencial de alta de 39,9%.


SLC Agrícola (SLCE3)

Resultado operacional consistente com incremento de área plantada e das margens

A SLC Agrícola registrou um lucro líquido de R$ 797 milhões no 1T22 (+153% em 12 meses) reflexo do aumento do resultado bruto, (por maior área plantada, melhores preços de venda e produtividade) parcialmente compensado pelo incremento das despesas gerais e administrativas e proporcional aumento de IR/CS.

Como destaque o crescimento de 45,8% da área plantada na safra 2021/22, reflexo da combinação de negócios com a Terra Santo Agro e a realização do contrato de arrendamento com a Agrícola Xingú. Já a estimativa de área plantada para 2022/23 deve ser divulgada em novembro deste ano.

Apesar da volatilidade (por queda da produção sul-americana e a guerra entre Rússia e Ucrânia), os preços devem permanecer em patamar alto sustentados por aumento global da demanda acima da produção. Nesse contexto a companhia estima que as margens de 2022 serão superiores a 2021.

Em termos de resultados a SLC estima para 2022 um EBITDA ajustado entre R$ 2,5 e R$ 3,0 bilhões, com margem EBITDA ajustada em torno de 39% e a margem líquida entre 17% e 20%

Os dados corroboram com nossa visão para a companhia. A tendência permanece positiva sendo esperado um bom nível de rentabilidade em 2022 impactada por crescimento dos volumes e da alta nos preços dos grãos, compensando a pressão nos custos.  A alavancagem permanece em patamar reduzido (1,4x o EBITDA) com espaço para novos investimentos voltados para o crescimento da companhia.

Temos recomendação de COMPRA para SLCE3 com Preço Justo de R$ 57,00/ação.


Minerva (BEEF3)

Lucro Líquido de R$ 115 milhões no 1T22

A Minerva registrou no 1T22 um lucro líquido de R$ 115 milhões, com queda de 56% ante o 1T21 sensibilizado por aumento de receita dado o incremento dos preços médios, que compensaram a redução dos volumes. O resultado operacional cresceu com proporcional incremento de margem EBITDA entre os trimestres.

No 1T22, o resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 687 milhões, refletindo principalmente o impacto do resultado do hedge cambial, e explica a redução do lucro líquido.

As perspectivas para os próximos períodos seguem bastante positivas para a companhia, notadamente na operação de mercado externo, especialmente na Ásia, Oriente Médio e nos EUA que já representa quase 10% das exportações consolidadas da Minerva. Conforme destacado “esse crescimento deve continuar robusto nos próximos períodos, em função da virada do ciclo bovino americano, pressionando o preço do gado e o volume da produção doméstica de carne bovina”.

Ao preço de R$ 13,26/ação, equivalente a um valor de mercado de R$ 8,0 bilhões, a ação BEEF3 registra alta de 28,4% este ano. Temos recomendação de COMPRA e Preço Justo de R$ 14,00/ação, equivalente a um potencial de alta de 5,6%.


Copel (CPLE6)

Bom resultado operacional e lucro líquido de R$ 670 milhões no 1T22

A Copel registrou um lucro líquido de R$ 670 milhões no 1T22, com queda de 12% em relação ao 1T21 (R$ 759 milhões). O resultado operacional medido pelo EBITDA ajustado melhorou impulsionado pelos resultados nos segmentos de geração/transmissão e na distribuição, que compensaram o menor despacho da UTE Araucária.

Um bom resultado no trimestre cuja estratégia de geração de valor compreende o foco no negócio de energia com a venda de ativos non core, melhora de eficiência com adequada alocação de capital e disciplina financeira. Ressalte-se sua baixa alavancagem (1,0x o EBITDA no 1T22 em linha com o 4T21) demonstrando a solidez financeira da companhia.

Ao preço de R$ 6,69/ação, equivalente a um valor de mercado de R$ 18,3 bilhões, a ação CPLE6 registra alta de 13,6% este ano. Temos recomendação de COMPRA e Preço Justo de R$ 7,50/ação (potencial de alta de 12,1%).


Ultrapar Participações S.A. (UGPA3)

JCP e resultados do 1T22

O Conselho de Administração da companhia aprovou a distribuição de R$ 450 milhões, correspondentes a R$ 0,41247 por ação, na forma de Juros sobre o Capital Próprio (JCP).

O pagamento será realizado a partir de 10 de agosto de 2022. A data base será 23/maio. Desta forma, as ações passarão a ser negociadas “ex-juros” a partir de 24 de maio de 2022. O retorno líquido estimado é de 2,9%.

A companhia registrou lucro líquido de R$ 461 milhões no 1T22, com crescimento de 236% na comparação anual. O EBITDA ajustado somou R$ 1,3 bilhão, com alta de 32% em relação ao mesmo trimestre de 2021.

Ao preço de R$ 12,22 a ação UGPA3 registra queda de 14,9% este ano.


Gafisa (GFSA3)

Acordo para compra da Construtora São José

A Gafisa anunciou a assinatura de Memorando de Entendimentos preliminar para aquisição da Construtora São José, referência na incorporação imobiliária de alto luxo na grande São Paulo. Caso concluída, a operação envolverá uma composição entre uma parcela em espécie e assunção de dívidas.

Os valores finais ainda não foram confirmados.

Segundo a companhia, uma vez concluída, esta operação alçará a Gafisa ao topo do mercado de luxo e alto luxo de São Paulo. A concretização dependerá do cumprimento de condições precedentes, incluindo a aprovação pelo Cade, conclusão de diligências, obtenção das autorizações necessárias e negociação e assinatura de documentos definitivos.

A ação GFSA3 encerrou ontem cotada a R$ 1,38 com queda de 31,3% no ano. A ação está cotada a 26% do seu VPA e com valor de mercado de R$ 465,3 milhões.


Eternit (ETER3)

Lucro líquido do 1T22 fecha em R$ 42 milhões (-28% comparado ao 1T21)

No 1T22 o Lucro Líquido alcançou R$ 42 milhões, um recuo de 28% frente ao 1T21 e 21% em relação ao 4T21. O lucro líquido Recorrente no 1T22 totalizou R$ 32 milhões, queda de 46% frente ao 1T21 e de 42% em relação ao 4T21.

A receita líquida do 1T22 somou R$ 260,0 milhões, queda de 3,9% em relação ao 1T21 (R$ 270,2 milhões) e 10,3% inferior aos R$ 289,5 milhões do 4T21. Pressão de custos – No 1T22, os custos dos produtos e mercadorias vendidos (CPV) somaram R$ 174 milhões, aumento de 16% em relação ao 1T21 e de 2% em relação ao 4T21. O EBITDA totalizou R$ 64 milhões no 1T22, (- 22% frente ao 1T21 e -13% comparado ao 4T21).

A Companhia encerrou o 1T22 com um caixa líquido positivo de R$ 200 milhões

Ontem a ação ETER3 encerrou cotada a R$ 12,38 com queda acumulada de 39,6% no ano.

Temos recomendação de COMPRA para a ação com preço justo de R$ 26,60 com valorização potencial de 115%.  A empresa possui diversos projetos em andamento e conclusão que deverão impulsionar os resultados futuros.


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Ibovespa tem dia de recuperação, mas os mercados seguem pressionados

 

 

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