Ibovespa sobe 0,20% sem surpresas na agenda do dia e recuperação das bolsas de Nova York

Ibovespa sobe 0,20% sem surpresas na agenda do dia e recuperação das bolsas de Nova York

MERCADO


Bolsa

O Ibovespa seguiu do lado positivo fechando com ganho de 0,20% aos 112.461 pontos e giro financeiro de R$ 36,6 bilhões (R$ 29,0 bilhões à vista). No mês, a bolsa sobe 0,28% e no ano o ganho é de 7,29%. O destaque negativo do dia ficou para as ações do Bradesco com queda de 8,80% na ON e 8,58% na PN após a divulgação dos resultados do 4T21. Os investidores seguem atentos aos próximos resultados, principalmente das empresas que formam o índice.  Em Nova York as bolsas tiveram dia positivo, com destaque para ações de tecnologia e o Nasdaq teve alta de 2,08%. Os indicadores econômicos positivos divulgados no dia acabaram neutralizados por especulações em relação a reajustes futuros da taxa Selic, que acabou de ser anunciada. Especulações também em torno dos juros americanos para março. Antes disso, existem outros fatores que devem seguir mexendo com os mercados, como a temporada de resultados e a ameaça no Leste Europeu. Agenda internacional traz o índice de preços ao consumidor (CPI) de janeiro, nos EUA e o relatório mensal de petróleo da Opep. Eventos políticos na Europa completam a agenda. No Brasil saem indicadores (confiança na indústria (fev), volume de serviços (jan), etc, que não pesam sobre o mercado. O petróleo volta a operar do lado positivo nesta quinta-feira com o Brent acima de US$ 91 o barril e o WTI a superando US$ 90, em dia de divulgação do relatório da Opep, A demanda global continua forte e os estoques americanos, divulgados ontem, mostraram redução.

Câmbio

A moeda americana encerrou o dia cotada a R$ 5,2340 com queda de 0,49% e baixa de 1,48% no mês. O efeito principal ainda é o fluxo de recursos direcionados para a bolsa.

Juros

O dia foi de alta nas taxas de juros futuros mais curtas, com o DI para jan/23 passando de 12,122% para 12,255% e para jan/27 a taxa foi de 11,255% na terça-feira para 1,195%. A tendência não é de mudança relevante na faixa de juros, mesmo porque a indicação para a Selic e os dados de inflação já vem sendo calibrados para um cenário mais pessimista.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Eletrobras (ELET3)

Assinado contrato de serviços para retomar obras na Usina de Angra 3

A Eletrobras assinou nesta quarta-feira (09/02) o contrato de prestação de serviços que permitirá a retomada das obras da Usina Nuclear de Angra 3, no âmbito do Plano de Aceleração do Caminho Crítico entre a subsidiária Eletrobras Termonuclear (“Eletronuclear”) e o consórcio formado por Ferreira Guedes, Matricial e ADtranz.

  • A companhia destaca que entre as principais medidas que constam no Plano de Aceleração do Caminho Crítico está a conclusão da superestrutura de concreto do edifício do reator de Angra 3.
  • Além disso, será feita uma parte importante da montagem eletromecânica, que inclui o fechamento da esfera de aço da contenção e a instalação da piscina de combustíveis usados, da ponte polar e do guindaste do semipórtico.
  • Posteriormente, será realizada outra licitação para contratar a empresa ou o consórcio que vai finalizar as obras civis e a montagem eletromecânica da usina.

Notícia positiva, mas o mercado monitora a decisão do TCU no âmbito da privatização/capitalização da Eletrobras. A ação ELET3 cotada a R$ 33,99/ação registra alta de 1,7% este ano. O Preço Justo de R$ 45,00/ação aponta para uma valorização potencial de 32,4%.


Oi (OIBR3 e OIBR4)

Cade aprova venda das redes móveis para Tim, Vivo e Claro

Após dias de apreensão aguardando a decisão do Cade para a venda das redes móveis para a TIM, Vivo e Claro, a operação foi aprovada em votação apertada. Para os credores, clientes e acionistas da Oi foi um alívio, pois uma negativa do Cade poderia representar a quebra da empresa, sem os R$ 16,5 bilhões da venda.

Existe ainda um caminho a ser trilhado, mas o risco maior passou e a empresa poderá se preparar para sair da recuperação judicial, cujo prazo limite é o final de março.

O contrato de compra e venda das redes móveis prevê compromissos (covenants) por parte da Oi, como manutenção de um determinado patamar de clientes, entre outras métricas operacionais e financeiras, que serão validadas. Existem também medidas estabelecidas pelo Cade para reduzir o risco de concentração de mercado.

Ontem a ação OIBR3 fechou cotada a R$ 1,01 (+32,9% no ano) e a OIBR4 a R$ 1,73 (+35,2% no ano).


Dexco (DXCO3)

Lucro líquido recorrente do 4T21 soma R$ 407, 1 milhões (+44,6% s/ o 4T20) e no ano acumulado R$ 1,15 bilhão (+117,4% em 12 meses).

A companhia registrou um forte resultado no 4T21 e no acumulado do ano, com crescimento expressivos nas principais contas de resultado, com desempenho relevante nas divisões: Madeira, Deca e Revestimentos Cerâmicos. A receita liquida do ano somou R$ 8,17 bilhões (+39,0% sobre 2020) e o EBITDA atingiu R$ 2,18 bilhões, aumento de 69,9% sobre o ano anterior.

A Dexco prevê investimentos de aproximadamente R$ 2,5 bilhões em projetos de crescimento e aprimoramento de suas operações, dos quais R$ 500,0 milhões serão direcionados a aumentar a competitividade de custos e eficiência operacional da Divisão Madeira, com potencial de aumentar em 10,0% a sua capacidade de produção, além do aumento de 45,0% da sua capacidade de revestir painéis, de modo a aprimorar ainda mais seu mix e posicionamento de produtos.

Dívida liquida – O endividamento da empresa passou de R$ 1,48 bilhão para R$ 2,45 bilhões (1,12x o EBITDA de 12 meses) aumento de 65,7%. A empresa justifica o aumento pelos investimentos estratégicos e pelo pagamento de Juros Sobre o Capital Próprio (JCP) e Dividendos. A dívida equivale a 42,7% do patrimônio líquido.

Ontem a ação DXCO3 encerrou cotada a R$ 13,91 com queda de 7,0% no ano.


Suzano (SUZB3)

Lucro líquido do 4T21 soma R$ 2,31 bilhões, acumulando R$ 8,64 bilhões no ano

Um bom resultado, vindo de um prejuízo líquido de R$ 10,72 bilhões em 2020. Vale lembrar que o resultado final da companhia é fortemente influenciado pelo efeito do câmbio sobre a receita de exportações e também sobre a dívida. Desta forma, os números trocam de sinal com muita frequência.

Destaques do 4T21:

Aumento de 2% nas vendas de celulose e 5% em papel;

Geração de caixa operacional: R$ 6,4 bilhões e EBITDA de R$ 4,8 bilhões;

Preço médio líquido de celulose – mercado externo: US$ 630/ton (+38% vs. 4T20).

 Preço médio líquido de papel de R$ 5.109/ton (+24% vs. 4T20).

Custo caixa de celulose sem paradas de R$ 747/ton (+20% vs. 4T20).

Ao longo de 2021 a Companhia reduziu sua dívida líquida em USD em 15% e concluiu o ciclo de desalavancagem pós-fusão, encerrando o ano com alavancagem de 2,4x em dólar, medida pela dívida líquida/EBITDA Ajustado dos últimos doze meses.

Ontem a ação SUZB3 encerrou cotada a R$ 68,60 com alta de 2,0% no ano. Em 2021 a ação valorizou 2,7%.


Petrobras (PETR4)

Produção e Vendas no 4T21

A Petrobras reportou nesta quarta-feira (09/02) os dados de produção e vendas referentes ao 4T21 e 2021. A produção média de óleo, LGN e gás natural no 4T21 foi de 2.704 Mboed, com leve crescimento de 0,8% em base de 12 meses e redução de 4,5% em relação ao 3T21. Esta queda em base trimestral refletiu as paradas programadas em plataformas de alta produtividade e o início da vigência do Acordo de Coparticipação de Búzios, o desinvestimento em alguns campos de produção, efeitos parcialmente compensados pelo ramp-up do FPSO Carioca. A produção comercial no 4T21 foi de 2.404 Mboed, com queda de 3,9% em relação ao 3T21.

A produção total no pré-sal foi de 1.930 Mboed no trimestre, representando 71% da produção total da Petrobras. Já no pós-sal a produção no 4T21 alcançou 458 Mbpd, 8,6% inferior ao trimestre anterior, devido às maiores perdas com paradas de manutenção e ao declínio natural dos reservatórios.
A Petrobras atingiu todas as metas de produção estabelecidas para 2021. O foco permanece nos ativos em águas profundas, que têm apresentado grande diferencial competitivo, com baixo custo de extração. Em 2021 a produção média de óleo, LGN e gás natural alcançou 2.774 Mboed, com queda de 2,2% em relação a 2020.

As vendas de derivados no mercado interno no 4T21 (1.848 Mbpd) foram 5,0% menores do que no 3T21, reflexo do menor volume comercializado de diesel e GLP, em função da sazonalidade destes produtos, e óleo combustível, por menor despacho termelétrico no trimestre. No sentido contrário, destaque para o aumento no volume de gasolina no 4T21 pela maior demanda sazonal e QAV devido à recuperação do mercado de aviação. O fator de utilização da capacidade das refinarias foi de 88% no 4T21 acima dos 85% do 3T21.

A Petrobras publica seus resultados do 4T21 no próximo dia 23 de fevereiro, que devem se mostrar consistentes, sustentados pelo preço do petróleo e com câmbio favorável.


Se preferir, baixe em PDF:

Ibovespa sobe 0,20% sem surpresas na agenda do dia e recuperação das bolsas de Nova York

 

 

Análises Gráficas >>> 


DISCLAIMER
Este relatório foi preparado pela Planner Corretora e está sendo fornecido exclusivamente com o objetivo de informar. As informações, opiniões, estimativas e projeções referem-se à data presente e estão sujeitas à mudanças como resultado de alterações nas condições de mercado, sem aviso prévio. As informações utilizadas neste relatório foram obtidas das companhias analisadas e de fontes públicas, que acreditamos confiáveis e de boa fé. Contudo, não foram independentemente conferidas e nenhuma garantia, expressa ou implícita, é dada sobre sua exatidão. Nenhuma parte deste relatório pode ser copiada ou redistribuída sem prévio consentimento da Planner Corretora de Valores. O presente relatório se destina ao uso exclusivo do destinatário, não podendo ser, no todo ou em parte, copiado, reproduzido ou distribuído a qualquer pessoa sem a expressa autorização da Planner Corretora. As opiniões, estimativas, projeções e premissas relevantes contidas neste relatório são baseadas em julgamento do(s) analista(s) de investimento envolvido(s) na sua elaboração (“analistas de investimento”) e são, portanto, sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado. Declarações dos analistas de investimento envolvidos na elaboração deste relatório nos termos do art. 21 da Instrução CVM 598/18: O(s) analista(s) de investimento declara(m) que as opiniões contidas neste relatório refletem exclusivamente suas opiniões pessoais sobre a companhia e seus valores mobiliários e foram elaboradas de forma independente e autônoma, inclusive em relação à Planner Corretora e demais empresas do Grupo.

Open chat