Ibovespa recua 0,19% com investidores cautelosos após uma semana muito positiva

MERCADO


Bolsa
O Ibovespa voltou a cair ontem, desta vez com um recuo de 0,19% fechando em 119.472 pontos e com giro financeiro de R$ 29,2 bilhões (R$ 26,9 bilhões no à vista). Novamente as ações ON e PN da Petrobras ficaram entre os destaques de baixa, ainda sob a desconfiança na política de preços. Nos EUA os mercados ficaram perto da estabilidade, mas o Nasdaq segue descolado para cima. A divulgação da inflação (IPCA) abaixo das expectativas reduz a pressão sobre a volta já de alta na Selic. Hoje a agenda econômica traz uma relação extensa de indicadores com destaque para a vendas no varejo brasileiro em dez/20 e indicadores de preços de alimentos nos EUA. As bolsas internacionais operam em alta moderada, mesmo sentido dos futuros de NY. As seguidas altas nas bolsas de NY refletem os bons resultados corporativos de 2020, mostram a expectativa em relação ao pacote de estímulos (ainda em discussão) e os números da Covid-19, em declínio. Em alta também nesta manhã estão o petróleo e o minério de ferro, o que pode ter impacto nos preços das empresas de commodities, embora os investidores estejam cautelosos em relação à Petrobras.

Câmbio
Ontem o Banco Central atuou duas vezes no mercado de câmbio para controlar a pressão sobre a moeda americana. O mercado segue influenciado pelos discursos dos presidentes da Câmara e do Senado, que têm desafios importantes no curto prazo. No fechamento o dólar marcou alta de 0,47% cotado a R$ 5,3825 ante R$ 5,3575 no dia anterior.

Juros
Ontem a taxa de juros futuros no contrato de DI para jan /22 fechou em 3,405% (3,417% na segunda-feira) e para jan/27 a taxa passou de 7,034% para 7,11%. A atuação do Banco Central no mercado de câmbio teve algum reflexo os juros, mas as taxas seguem numa faixa estreita de comportamento.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Tim (TIMS3)
Lucro líquido de R$ 1,0 bilhão no 4T20 e R$ 1,8 bilhão no ano

A Tim registrou um bom resultado no 4T20, considerando todos os problemas provocados pela Cocvid-19, com influência sobre a base de assinantes sobretudo no pré-pago, compensando parcialmente os resultados dos primeiros trimestres de 2020. O Lucro líquido divulgado foi de R$ 1,0 bilhão no 4T20 (o resultado de R$ 1,3 bilhão na tabela está ajustado) contra R$ 918 milhões no 4T10 (+ 10,4%) e no ano R$ 1,8 bilhão contra R$ 2,5 bilhões em 2019.

A receita liquida mostrou crescimento de 2,0% no 4T20 e uma pequena redução no acumulado do ano, mas o resultado líquido do 4º trimestre compensou as dificuldades dos trimestres anteriores.

A empresa encerrou o ano com uma geração de caixa operacional de R$ 8,7 bilhões (22,8% superior ao 2019).

Endividamento – No 4T20, a Dívida Líquida totalizou R$ 5,61 bilhões, em queda.

O Capex totalizou R$ 1.5 bilhão no 4T20, um crescimento de 9,7% comparado ao 4T19.

A ação TIMS3 encerrou ontem cotada a R$ 13,68, com queda de 6,6% no ano.


Neoenergia (NEOE3)
Lucro líquido de R$ 996 milhões no 4T20

A Neoenergia registrou no 4T20 um lucro líquido de R$ 996 milhões, com crescimento de 61% em relação ao lucro de R$ 618 milhões do 4T19, explicado pelo forte crescimento do resultado operacional e melhora do resultado financeiro entre os trimestres comparáveis. Com isso, no acumulado de 2020, o lucro alcançou R$ 2,8 bilhões, 26% superior aos R$ 2,2 bilhões de 2019.

Ao preço de R$ 18,70/ação, equivalente a um valor de mercado de R$ 22,7 bilhões, a ação NEOE3 registra alta de 7,5% este ano. Temos recomendação de COMPRA com Preço Justo de R$ 24,00/ação, que traz um potencial de alta de 28,3%.

Destaques

O volume de energia distribuída pela Neoenergia (consolidado) no 4T20 alcançou 18.006 GWh, com crescimento de 1,29% em relação a igual trimestre do ano anterior. Em 2020 o volume de energia distribuída registrou queda de 1,50% para 66.857 GWh, impactado pelo cenário de pandemia.

Despesas Operacionais. Somaram R$ 999 milhões no 4T20 (+12% ante o 4T19) sensibilizado pela aceleração das ações de corte e cobrança, além de gastos não recorrentes da aquisição da CEB (R$ 25 milhões) e de baixa de ativos na Celpe (R$ 26 milhões). Em 2020 as despesas operacionais somaram R$ 3,2 bilhões, em linha com 2019 (+1%).

EBITDA. A geração de caixa medida pelo EBITDA alcançou R$ 2,1 bilhões em 4T20 (+39% versus o 4T19) confirmando a retomada da economia, a manutenção da eficiência e o avanço na construção dos projetos de transmissão. Em 2020 o EBITDA alcançou R$ 6,5 bilhões (+14% versus 2019), impactado negativamente em R$ 262 milhões em razão dos efeitos da pandemia, pela queda de mercado e maior inadimplência.

Investimentos. O CAPEX somou de R$ 2,1 bilhões no 4T20 (+49% ante o 4T19) e R$ 6,3 bilhões no ano (+44% ante 2019), explicado pelo avanço dos projetos de Transmissão e Eólicas.

Endividamento. Em dezembro de 2020, a dívida bruta consolidada da Neoenergia era de R$ 23,8 bilhões, apresentando um aumento de 11% em relação a dezembro de 2019. A dívida líquida era de R$ 18,5 bilhões. Destaque para a redução da alavancagem medida pelo indicador Dívida Líquida/EBITDA de 2,85x no 4T20 abaixo do registrado de 3,0x no 4T19.


Banco do Brasil (BBAS3)
Redução de participação na Kepler Weber

O Banco do Brasil informou ontem (9/02) que o BB-Banco de Investimento S.A. (“BB-BI”), subsidiária integral do BB, reduziu, entre os dias 27/10/2020 e 09/02/2021, a sua participação acionária na Kepler Weber S.A. (“Kepler”), alienando parcialmente as ações de sua titularidade por meio de transações realizadas em ambiente de bolsa de valores, previamente divulgado através de Edital Público.

Com a alienação das ações, o BB-BI reduziu de 17,45% para 0,002% a sua participação acionária na Kepler, passando a deter 438 ações ordinárias, em 09/02/2021.


Vale (VALE3)
Investimento em empresa de tecnologia

Na manhã de ontem, a empresa informou que investiu US$ 6 milhões para adquirir uma participação minoritária na Boston Electrometallurgical Company (Boston Metal), que desenvolve uma tecnologia destinada ao tratamento do minério de ferro para a produção de aço sem emissão de dióxido de carbono.

· Apesar de não trazer impacto imediato para a Vale, esta notícia pode ser considerada como positiva, por ser alinhada com os princípios que a empresa vem defendendo de um “Novo Pacto com a Sociedade”. Além disso, esta nova tecnologia vai incentivar o uso de minério com alta qualidade, produto que a Vale dispõe;

· A Boston Metal foi fundada em 2012 por professores do Massachusetts Institute of Technology (MIT), sendo ainda pré-operacional. Estes cientistas estão desenvolvendo uma tecnologia denominada Molten Oxide Electrolysis (MOE), que reduz óxidos metálicos como o minério de ferro usando eletricidade.


Petrobras (PETR4)
Conclusão do desinvestimento na BSBios

Após o pregão de ontem, a empesa informou que sua subsidiária integral Petrobras Biocombustível S/A (PBio) finalizou hoje a venda de sua participação (50%) no capital da BSBios Indústria e Comércio de Biodiesel Sul Brasil S/A (BSBios) para a RP Participações em Biocombustíveis S/A.

· O valor da operação somou R$ 322 milhões, sendo que na conclusão do negócio foram recebidos R$ 253 milhões;

· O avanço das vendas de ativos da Petrobras é positivo, por trazer recursos para a redução do endividamento e diminuir os investimentos, o que leva a melhores resultados da empresa.


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