Expectativa em relação à decisão do Federal Reserve

MERCADO


Bolsa

O comportamento da B3 ontem foi influenciado pela expectativa em relação à decisão do Federal Reserve para os juros americanos e do BC para os juros domésticos. Do lado do Brasil, o Copom cumpriu o esperado, uma redução de 0,5% na taxa Selic de 6,0% para 5,5% ao ano. Nos EUA, o Fed reduziu a taxa básica de juros em 0,25 ponto porcentual, para uma faixa entre 1,75% e 2,00%, mas a decisão não foi unânime. Tanto no Brasil quanto nos EUA, existe a expectativa de mais um corte nos juros até o final deste ano. O Ibovespa ficou de lado a maior parte do dia, pesando no meio da tarde, mas conseguiu recuperação na reta final, fechando aos 104,532 pontos com variação negativa de 0,08%. O giro financeiro foi de R$ 26,4 bilhões.  Hoje, a agenda econômica traz dados dos EUA, com destaque para o mercado de trabalho e do setor imobiliário em agosto, que não devem influenciar a B3. As bolsas europeias operam em alta, enquanto os futuros de NY mostram sinal negativo nesta manhã. Atenção para as projeções econômicas da OECD (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) – que reúne atualmente 36 países – mostrando incertezas em relação ao crescimento da economia global e reduzindo as projeções do PIB mundial de 3,2% para 2,9% em 2019 e de 3,4% para 3,0% em 2020.

Câmbio

A moeda americana teve mais um repique ontem refletindo a insegurança de investidores cada vez mais atentos ao movimento na economia global e aos desdobramentos dos atritos geopolíticos, das últimas semanas. No fechamento, o dólar bateu R$ 4,1105 ante R$ 4,0768 na terça-feira (0,83%).

Juros

Mesmo num dia carregado de expectativa em relação a decisões importantes para os juros, a taxas futuras no Brasil não sofreram pressão, com oscilações modestas. No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020, ficou estável em 5,185%. Para jan/25, a taxa passou de 6,841% para 6,83%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Hermes Pardini (PARD3)
Aprovação de pagamento de JCP de R$ 0,0741/ação. Ex-juros em 24/09

O pagamento será realizado com base na posição acionária do dia 23 de setembro, e a partir do dia 24, as ações passam a ser negociadas ex-juros.

O crédito aos acionistas será feito no dia 17 de outubro.

Ontem a ação encerrou cotada a R$ 24,06 acumulando valorização de 30,7% no ano. Com base nesta cotação, o retorno do JCP para os acionistas é de 0,31%.


Duratex (DTEX3)
Encerramento das atividades da unidade de painéis de madeira em Botucatu (SP)

No Fato Relevante divulgado ontem, a empresa afirma que não haverá impactos no fornecimento de produtos, por conta da capacidade instalada nas demais unidades da Divisão Madeira.Essa venda e o encerramento da produção em Botucatu vão adicionar um lucro extraordinário de R$ 230 milhões para a Duratex, com impacto líquido no caixa de aproximadamente R$ 450 milhões. Ontem a ação DTEX3 encerrou cotada a R$ 12,50 acumulando valorização de apenas 5,7% no ano.


Ferbasa (FESA4)
Pequena redução no preço do Ferro Cromo para o 4T19

Na noite de ontem, a empresa comunicou que o preço básico na Europa para o Ferro Cromo Alto Carbono (principal produto da empresa), foi definido em US$ 1,02 por libra (peso) e vai vigorar no 4T19.  Este valor representa uma queda de 1,9% em relação ao preço do trimestre anterior e é 17,7% menor que no 4T18.

Apesar da queda ser pequena, esta é uma notícia negativa, que vai impactar a receita e a rentabilidade da empresa no próximo trimestre.


Petrobras (PETR4)
Decisão favorável no CARF

A Petrobras comunicou ontem, que o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), proferiu decisão favorável à empresa em processo administrativo fiscal.  Este processo trata da dedutibilidade dos gastos incorridos com o desenvolvimento da produção de petróleo e gás, para fins de apuração do Imposto de Renda e Contribuição Social.

Os impostos discutidos no processo eram referentes aos exercícios de 2012 e 2013, com valor aproximado de R$ 16,4 bilhões;

Esta é uma boa notícia, mas como a expectativa era de “perda remota”, não há impacto no balanço.


CSN (CSNA3)
Pagamento de dividendos

Após o pregão de ontem, a empresa comunicou que vai distribuir um dividendo de R$ 412,6 milhões (R$0,299003394462 por ação).  Este provento é equivalente a 25% do lucro líquido do 1S19, sendo uma antecipação ao dividendo obrigatório referente ao resultado de 2019.

O pagamento será feito no dia 30 de setembro, considerando as posições acionárias de 20/setembro (amanhã).  CSNA3 passará a ser negociada “ex-dividendos”, a partir do dia 24 de setembro;

Este provento permitirá um retorno de 2,1%, considerando a cotação de CSNA3 no encerramento do pregão de ontem.


Randon (RAPT4)
Receita de agosto cresceu 7,5%

Nesta manhã, a empresa informou que seu faturamento continua em crescimento, mas em ritmo menor que nos meses anteriores.  Em agosto, a receita líquida consolidada da Randon foi de R$ 451,3 milhões, valor 7,5% maior que no mesmo mês do ano passado.  Comparado a julho, houve uma redução de 5,7%.

No acumulado de oito meses, a receita atingiu R$ 3,4 bilhões, 22,6% maior que em igual período de 2018;

A evolução positiva da receita em julho e agosto, indica que a Randon pode apresentar também um bom resultado no 3T19.


Eletrobras (ELET3, ELET6)
Moody´s reafirmou o rating da companhia, elevando a perspectiva para positiva

A Eletrobras comunicou que ontem (18/set) a agência de classificação de risco Moody´s reafirmou o rating da companhia em “Ba3” e alterou a perspectiva de estável para positiva. Simultaneamente, a agência também reafirmou a avaliação de crédito básica da empresa (BCA) em “b1”.

A opção de aumentar a participação no capital social da Ceal (Alagoas) não foi exercida. Em reunião do Conselho de Administração da Eletrobras, realizada ontem (18/set), decidiu-se pelo não exercício da opção de aumentar a sua participação no capital social da Ceal – Companhia Energética de Alagoas S.A. (atual Equatorial Alagoas Distribuidora de Energia S.A.) em até 30%, como previsto.

Duas notícias de viés positivo para a companhia, sendo que o não exercício da opção está relacionado com a decisão de sair do setor de distribuição.


Cosan S.A. (CSAN3)
Cade aprova, sem restrições, o negócio entre a Raízen Combustíveis e a Femsa Comércio S.A.

De acordo com despacho no Diário Oficial de ontem (18/set) a Superintendência do Cade aprovou, sem restrições, a operação entre a Raízen Combustíveis S.A. co-controlada da Cosan S.A. e sua subsidiária Raízen Conveniências S.A. sociedades do Grupo Raízen, com a Femsa Comércio S.A.

O contrato estabelece os termos e as condições para a venda de participação na Raízen Conveniências para a Femsa Comércio, bem como  constituição de uma joint venture no Brasil. Com o fechamento da transação, a Femsa Comércio se tornará titular de 50% do capital social da Raízen Conveniências, através da subscrição de novas ações e também da compra de ações existentes e atualmente detidas pela Raízen Combustíveis no capital social da companhia.

Desta maneira, a Raízen Combustíveis e a Femsa Comércio serão, respectivamente, acionistas da Raízen Conveniências na proporção 50% cada do seu capital social, sendo que a Joint venture contará com estrutura profissional e de governança corporativa própria. Para a transação foi considerado um Enterprise Value de R$ 1,12 bilhão de reais, tendo como premissa a aquisição de participação em uma empresa livre de quaisquer dívidas ou caixa.


Sul América S.A. (SULA11)
Cade aprova a venda da operação de automóveis e ramos elementares para a Allianz Seguros

Superintendência do Cade aprovou operação sem restrições, segundo despacho no Diário Oficial. Lembrando que a Sul América celebrou no dia 22 de agosto de 2019, o contrato para a venda de sua operação de automóveis e ramos elementares para a Allianz Seguros S.A. por R$ 3 bilhões, com base em um patrimônio líquido de R$ 700 milhões, na recém-formada companhia a ser estruturada especificamente para o propósito da operação.

De acordo com cálculos na data da operação, a transação foi realizada a um múltiplo P/VPA de 4,3x acima de 2,8x da Sulamérica (base consolidado) e, portanto, agrega valor. Tomando por base um lucro líquido de R$ 150 milhões para a operação de auto e ramos elementares em 2019, o múltiplo P/L pago foi de 20x e se compara a 18x de SULA11.


Banrisul (BRSR6)
Controlador desiste da Oferta Secundária de Ações Ordinárias

Em 18 de setembro de 2019, o Banrisul foi comunicado pelo seu acionista controlador, o Governo do Estado do Rio Grande do Sul (“Acionista Vendedor”), que após a conclusão do Procedimento de Bookbuilding referente à oferta pública de distribuição secundária de ações ordinárias de emissão do Banrisul e de titularidade do Acionista Vendedor (“Oferta”), o preço por ação apresentado não atendia ao interesse do Acionista Vendedor. Dessa forma, o Acionista Vendedor comunicou o Banrisul a respeito da decisão de cancelamento da Oferta.

Temos recomendação de compra para as BRSR6 com preço justo de R$ 30,00/ação, que traz um potencial de alta de 27,1% em relação à cotação de R$ 23,60/ação (valor de mercado de R$ 9,7 bilhões). Nesse preço as ações do Banrisul estão sendo negociadas a 1,3x o seu valor patrimonial e com P/L de 7,5x para 2019.


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