Decisão para juros nos EUA puxa as bolsas e o Ibovespa sobe 1,70%

Decisão para juros nos EUA puxa as bolsas e o Ibovespa sobe 1,70%

MERCADO


Bolsa

As bolsas tiveram dia de alta, após dias de expectativa em relação à reunião do Federal Reserve (Fed) para os juros americanos. No final, a decisão foi pela elevação da taxa do Fed Funds em 0,50 ponto percentual assando a ficar entre 0,75% e 1,00% e iniciar a compra de ativos em junho. Nos EUA, os mercados fecharam em alta (Dow Jones (+2,81%), S&P 500 (+2,99%) e o Nasdaq (+3,19%). Do lado doméstico, tivemos também a decisão para os juros (Selic) e o Ibovespa encerrou com ganho de 1,70% aos 108.344 pontos e giro financeiro de R$ 37,1 bilhões (R$ 28,7 bilhões à vista). As bolsas internacionais começam a quinta-feira com alta firme na zona do euro e queda na Ásia. A agenda econômica traz a balança comercial de abril e no final do dia, os resultados do 1T22 de Bradesco e Petrobras. No exterior, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, grupo conhecido por Opep+, realiza reunião ministerial. E o Banco da Inglaterra (BoE) anuncia decisão de juros. O petróleo mostra pequena alta nas cotações do barril, com o WTI a US$ 107,97 (+0,15%) e o Brent a US$ 110,60 (+0,42%). O minério de ferro fechou emUS$ 142,90 a tonelada, com queda de 0,82% no dia.  O dia é de alta também para as commodities metálicas, (ouro, prata, platina e cobre).

Câmbio

O dólar voltou a cair ontem, com investidores voltando o apetite para ativos de risco, e a moeda americana marcou R$ 4,9199 (-0,85%), com queda acumulada de 1,05% no mês e menos 11,65% no ano.

Juros

Na reunião de ontem, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), decidiu, por unanimidade, pela elevação da taxa básica de juros em 1 ponto porcentual, para 12,75% ao ano. As justificativas foram o aumento das incertezas com a deterioração do ambiente externo, com as pressões inflacionárias decorrentes da pandemia, da nova onda de Covid-19 na China e da guerra na Ucrânia. Do lado doméstico, a inflação ao consumidor seguiu surpreendendo negativamente.  Nos EUA, com a decisão do Fed, no final do dia, o jro da T-note de 2 anos caía a 2,625%, o da T-note de 10 anos recuava a 2,914% e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 2,998%.  Os juros futuros encerram o dia com a taxa do contrato do DI para jan/23 recuando de 3,129% a 13,040% e a do jan/27 passando de 12,005% para 11,905%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

PetroRio (PRIO3)

Resultado Operacional consistente no 1T22 com incremento de receita e melhora de margem

A companhia registrou no 1T22 um lucro líquido de US$ 228,3 milhões, revertendo o prejuízo de US$ 7,3 milhões do 1T21. Um resultado consistente realizado a partir do expressivo crescimento de 159% da Receita Total que alcançou US$ 309,7 milhões.

Nesta base de comparação o EBITDA cresceu 203% somando US$ 225,4 milhões, com a margem elevando-se de 62% no 1T21 para 73% no 1T22. O resultado financeiro registrou forte melhora contribuindo de forma positiva para a construção do lucro líquido.

O foco da companhia permanece na aquisição de campos maduros, redução dos custos e no incremento dos resultados, consolidando a companhia como uma das mais eficientes no segmento de exploração e produção de petróleo.

Ao final do 1T22 a posição de caixa da companhia era de US$ 1,15 bilhão acima dos US$ 833 milhões do 4T21.

Em 28 de abril a companhia confirmou a aquisição de participação de 90% e operação do Campo de Albacora Leste por US$ 2,2 bilhões.

Ao preço de R$ 27,33 a ação PRIO3 registra alta de 32,2% este ano. Temos recomendação de COMPRA com Preço Justo de R$ 32,00/ação correspondente a um potencial de alta de 17,1%.


EDP Energias do Brasil (ENBR3)

Lucro líquido de R$ 523 milhões no 1T22 (+5%)

A EDP Energias do Brasil registrou no 1T22 um lucro líquido de R$ 523 milhões, com crescimento de 5% em relação ao 1T21, um resultado que refletiu o incremento de receita líquida (+8%) e a melhora do resultado operacional medido pelo EBITDA com evolução de 21% entre os trimestres, e que mais que compensaram a redução de 42% do resultado de equivalência patrimonial e o maior volume de impostos (IR/CS).

A receita líquida somou R$ 3,7 bilhões no 1T22 (+8%) e os gastos não gerenciáveis foram de R$ 3,2 bilhões no 3T21 (+28%), resultando numa Margem Bruta de R$ 1,7 bilhão e crescimento de 20% sobre R$ 1,4 bilhão registrados no 1T21.

Os gastos gerenciáveis refletiram o foco em eficiência e gerenciamento de gastos, somando R$ 980 milhões no 1T22 e redução de 3% em 12 meses. O PMSO recorrente, por exemplo, foi de R$ 280,0 milhões (+2,3%), abaixo da inflação no período.

O EBITDA registrou alta de 21% entre os trimestres comparáveis para R$ 1,3 bilhão. O resultado financeiro apontou uma despesa financeira líquida de R$ 348 milhões, 66% superior à despesa financeira de R$ 210 milhões do 1T21, por maior endividamento e encargo das dívidas.


SLC Agrícola (SLCE3)

Alta de 45,8% na área plantada em 2021/22

A SLC Agrícola esclareceu alguns dados referentes ao exercício de 2022, com destaque para o crescimento de 45,8% da área plantada na safra 2021/22, reflexo da combinação de negócios com a Terra Santo Agro e a realização do contrato de arrendamento com a Agrícola Xingú.

A empresa declarou que a estimativa de área plantada para 2022/23 deve ser divulgada em novembro deste ano.

A produtividade de soja, única cultura com a colheita finalizada, foi 6,1% maior do que o previsto em 2021/22.

Em termos de resultados a SLC estima para 2022 um EBITDA ajustado entre R$ 2,5 e R$ 3,0 bilhões, com margem EBITDA ajustada em torno de 39% e a margem líquida entre 17% e 20%

Em adição a SLC Agrícola projeta economia de R$ 50 milhões para a safra 2021/22.

Os dados corroboram com nossa visão para a companhia. A tendência permanece positiva sendo esperado um bom nível de rentabilidade em 2022 impactada por crescimento dos volumes e da alta nos preços dos grãos, compensando a pressão nos custos.  A alavancagem permanece em patamar reduzido (1,4x o EBITDA) com espaço para novos investimentos voltados para o crescimento da companhia.

Temos recomendação de COMPRA para SLCE3 com Preço Justo de R$ 57,00/ação.


Gerdau (GGBR4)

Aprovado programa de recompra de até 55,0 milhões de ações preferenciais, (aprox.: 5% das ações PN ou ADRs em circulação.)

Prazo para aquisição: a partir de 6 de maio de 2022, com prazo máximo de 18 (dezoito) meses.

Ontem a ação GGBR4 encerrou cotada a R$ 27,41 com alta de 1,3% no ano.


BRF (BRFS3)

Prejuízo Líquido de R$ 1,55 bilhão no 1T22 por aumento dos custos e contabilização de derivativos

A BRF registrou no 1T22 prejuízo líquido de R$ 1,55 bilhão, com base no critério das operações continuadas, refletindo principalmente o crescimento de 14% da receita líquida (+7% em volume e +6,3% em preço médio), e a forte evolução dos custos (+28,6%), resultando na queda de 47% do lucro bruto. Some-se efeitos não recorrentes que afetaram a receita e os custos e maiores despesas com tributos sobre o lucro.

Ao preço de R$ 13,66 (valor de mercado de R$ 14,8 bilhões) a ação BRFS3 registra queda de 39,3% este ano.

Destaques

No Brasil destaque para o ambiente inflacionário e vendas no varejo abaixo do esperado. Como consequência os estoques aumentaram refletindo em toda a cadeia logística. A BRF teve então que ajustar a oferta e realizar promoções que reduziu a rentabilidade, ocasionando um efeito negativo de R$ 422 milhões no trimestre (sendo R$193 milhões em redução de receita e R$ 229 milhões em aumento de custos).

Conforme destacado, o custo foi impactado ainda em R$ 406 milhões, pelo reconhecimento contábil de derivativos no custo dos produtos vendidos até então contabilizados em estoques em função do ciclo de inventário.

As despesas operacionais totais somaram R$ 1,6 bilhão com incremento de 8% frente o 1T21. Nesse contexto o EBITDA ajustado do 1T22 somou apenas R$ 121 milhões, valor que se eleva a R$ 949 milhões excluindo-se estes impactos no custo e derivativos.

O resultado financeiro cresceu 28% entre os trimestres passando de uma despesa financeira líquida de R$ 603 milhões no 1T21 para R$ despesa financeira líquida de R$ 774 milhões. Ao final do 1T22 a dívida líquida da companhia era de R$ 12,6 bilhões com alavancagem de 2,8x abaixo de 3,1x em dez/21.


CSN (CSNA3)

Lucro líquido do 1T22 soma R$ 1,36 bilhão, queda de 76% em relação ao 1T21

A Companhia encerrou o 1T22 com lucro líquido de R$ 1,364 bilhão 2022, queda de 76% na comparação com o 1T21. Em relação ao 4T21, houve aumento de 29%.

Destaques do 1T22/1T21:

A empresa registrou queda de 12% nas vendas de aço com 1,16 Mt no final o 1T22, com redução de 17% no mercado interno e -1% nas exportações. As vendas de minério de ferro diminuíram 16% somando 6,93 Mt. No mercado interno a queda foi de 14% no volume em nas exportações menos 16%. A companhia afirma que o início de 2022 foi marcado por um cenário desafiador em razão das fortes chuvas registradas na região Sudeste e das pressões nos custos do carvão e do coque.

A receita líquida ficou em R$ 11,8 bilhões, queda de 1% em um ano e avanço de 14% em relação ao 4T21. O Ebitda ajustado somou R$ 4,72 bilhões, queda de 19% em relação ao 1T21, com margem de 39,1% contra 48,7% no 1T21.

A dívida liquida no final do 1T22 era de R$ 18,6 bilhões, com uma relação de 0,89x o EBITDA de 12 meses. Em dez/21, a dívida era de R$ 16,8 bilhões.

Ontem a ação CSNA3 encerro cotada a R$ 21,47 com queda de 10,5% no ano.


CSN Mineração (CMIN3)

Lucro líquido de R$ 739 milhões no 1T22, queda de 68,7% ante o 1T21

A empresa registrou forte queda no resultado do 1T21 comparado do 1T21, com os seguintes destaques.

Produção – Queda de 6,5% na produção de minério de ferro somando 6,5 Mt, o que representa uma queda de 6,5% em relação ao 4T21, como resultado das fortes chuvas que ocorreram especialmente nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro no início do ano. Vendas – No 1T22, o volume de vendas atingiu 6,93 Mt, um desempenho 10% inferior ao trimestre anterior como consequência do menor volume de embarques em decorrência das chuvas no período e de uma parada programada no terminal portuário. Recuperação nos preços – A forte recuperação nos preços no 1T22 mais do que compensou a queda no volume produzido.

A receita líquida somou R$ 3,84 bilhões no 1T22, queda de 30% em relação ao 1T21. O EBITDA ajustado foi de R$ 2,42 bilhões (-34%) com redução na margem EBITDA de 67,0% para 62,9%.

Posição de caixa confortável em R$ 2,1 bilhões; O Fluxo de Caixa Ajustado do 1T22 foi negativo em R$ 2,4 bilhões.

Em Assembleia realizada em 29 de abril de 2022, foi aprovada a distribuição de dividendos no total de R$ 2,5 bilhões, equivalente a R$ R$ 0,46/ação ordinária. Ontem a ação CMIN3 encerrou cotada a R$ 5,24 com queda de 14,7% neste ano. Com base nesta cotação, o dividendo aprovado representa um retorno de 8,78% para os acionistas.


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