Ibovespa recua 0,12%, mas segue com forte desempenho no mês com o retorno do fluxo estrangeiro

Bolsa sobe 0,37%, mas segue negativa na semana e sem um referencial para sustentar recuperação

MERCADO


Bolsa

Ibovespa tem dia de recuperação após as decisões para os juros para os EUA e Brasil na quarta-feira. No fechamento a bolsa marcou 102.174 pontos, com ganho de 0,37% e giro financeiro de R$ 26,5 bilhões (R$ 23,1 bilhões à vista), acima de dias anteriores. No exterior, as bolsas de NY caíram: Dow Jones (-0,86%), S&P 500 (-0,72%) e o Nasdaq (-0,49%). E na Europa, o dia foi também de baixa na maioria dos mercados após o Banco Central Europeu (BCE) ter elevado a taxa de juros de referência da zona do euro em 25 pontos-base. O petróleo fechou o dia com o contrato do WTI (Nymex) para junho com queda de 0,06% a US$ 68,56/barril, e o Brent para julho subiu 0,23% a US$ 72,50/barril. Hoje o petróleo opera em alta nos dois contratos WTI e Brent, cotado a US$ 69,71 e US$ 73,78 respectivamente. As bolsas da Europa voltam a subir neste começo de sexta-feira e na Ásia o fechamento foi misto.  A agenda econômica desta sexta-feira traz em destaque o relatório mensal de empregos (payroll) de março com a taxa de desemprego e falas de representantes regionais do Federal Reserve.

Câmbio

O dólar voltou a ceder ontem de R$ 4,9948 na quarta-feira para R$ 4,9837 (-0,22%). Desde o final de março a moeda americana vem flutuando abaixo da faixa de R$ 5,10.

Juros

A quinta-feira foi de queda nos contratos de DI com os novos parâmetros de juros já conhecidos aqui e lá fora. A taxa do contrato para jan/24 recuou de 13,239% para 13,215% e para jan/29 caiu de 11,956% para 11,890%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Bradesco (BBDC4)

Resultado do 1T23 em recuperação frente o 4T22

O Bradesco registrou no 1T23 um lucro líquido recorrente de R$ 4,3 bilhões (ROAE de 10,6%) com queda de 37% em relação aos R$ 6,8 bilhões do 1T22 (ROAE de 18,0%) por conta da redução da Margem Financeira Total e do aumento do custo entre os trimestres compráveis.

Com relação ao lucro líquido recorrente do 4T22 de 1,6 bilhão (ROAE de 3,9%) o crescimento foi de 168% com expressiva recuperação reflexo da estabilidade redução da margem financeira, mas compensado pela queda de 30% do custo do crédito e reprecificação do portfólio. A Margem Financeira Total caiu 2,4% sendo esperado para 2023 um crescimento entre 7% e 11%.

O resultado de seguros cresceu 11,7% em 12 meses para R$ 3,7 bilhões contribuindo positivamente para a construção do lucro. Este incremento está acima do guidance para 2023, de crescimento entre 6% e 10%.

As receitas de serviços somaram R$ 9,7 bilhões no 1T23 com incremento de 1,6% em 12 meses e redução de 5,5% frente o 4T22 – por conta do natural efeito de sazonalidade, redução das rendas de cartão, conta corrente, consórcios e operações de crédito. O incremento de 1,6% está abaixo do piso do guidance (entre 2% e 6%).

As despesas operacionais cresceram 9,3% em 12 meses (dentro do guidance entre 9% e 13%) por efeito do acordo coletivo, mas com queda de 5% em base trimestral, alcançando 12,8 bilhões no 1T23.


ENGIE Brasil Energia (EGIE3)

Lucro Líquido de R$ 882 milhões no 1T23 (+37%) com melhora do resultado operacional

A ENGIE Brasil Energia registrou no 1T23 um lucro líquido de R$ 882 milhões, 36,7% superior ao lucro de igual trimestre do ano anterior, impactado pelo incremento de energia vendida (+1,0%) e alta de 3,1% no preço médio de venda.

No 1T23 a companhia registrou receita operacional líquida de R$ 2,9 bilhões, (queda de 4,9% vs 1T22), refletindo principalmente a redução da receita de construção das linhas de transmissão por avanço das obras e queda das operações no mercado de curto prazo. Estes efeitos foram parcialmente compensados pelos incrementos de preço e volume.

Os custos operacionais registraram queda de 19,7% notadamente no segmento de transmissão e no trading de energia. Nesse contexto o EBITDA do 1T23 registrou alta de 9,1% em relação ao 1T22 para R$ 2,1 bilhões. A Margem Ebitda apresentou crescimento de 9,1pp atingindo 70,9% no 1T23.

O Conselho de Administração da companhia aprovou a proposta de distribuição de dividendos complementares no montante de R$ 1,455 bilhão (R$ 1,78344073619 por ação), ratificada pela AGO em 26/04. A data base será 08 de maio de 2023 com as ações negociadas ex dividendos complementares a partir de 09 de maio de 2023. A data de pagamento será definida posteriormente pela Diretoria. O retorno estimado é de 4,2%.


Cemig (CMIG4)

Lucro de R$ 1,4 bilhão no 1T23

A Cemig reportou lucro líquido de R$ 1,4 bilhão no 1T23 (IFRS) com queda de 4% em relação a igual trimestre do ano anterior. Em base recorrente o crescimento foi de 6% para R$ 1,3 bilhão.

A receita líquida cresceu 10% somando R$ 8,6 bilhões. O EBITDA ajustado cresceu 8% entre os trimestres comparáveis alcançando R$ 2,1 bilhões, com destaque para os segmentos de geração e distribuição, que responderam, conjuntamente, por 63% deste resultado.

Ressalte-se o crescimento de 3,1% na energia distribuída no 1T23 frente o 1T22, com destaque para o crescimento de 5,0% no residencial e 2,9% no industrial.

Ao final do 1T23 a dívida líquida da companhia era de R$ 7,2 bilhões, com alavancagem de 0,93x e R$ 3,1 bilhões de caixa.

Empresa comprometida com sua política de desinvestimentos, objetivando a otimização do portfólio de ativos, buscando melhorar a eficiência operacional e a alocação de capital, focando nos investimentos em projetos no Estado de Minas Gerais. No trimestre, alienação de Santo Antônio: efeito positivo de R$ 55,4 milhões no EBITDA, sendo R$ 30,5 milhões na participação direta na MESA e R$ 24,9 milhões por equivalência patrimonial.


Assaí (ASAI3)

Lucro líquido soma R$ 82 milhões com queda de 66,4% em relação ao 1T22

Destaques do 1T23/1T22:

No 1T23 o lucro líquido foi de R$ 72 milhões, com margem de 0,5%, representando uma queda de 66,4% em relação ao resultado do 1T22 (R$ 214 milhões). O resultado foi impactado pela elevada taxa de juros no período.

A receita líquida somou R$ 15,1 bilhões com alta de 31,9% sobre o 1T22 (R$ 11,4 bilhões) e o lucro bruto aumentou 33,0% de R$ 1,83 bilhão para R$ 2,42 bilhões, com a margem ficando em 16,1% praticamente estável.

A despesa financeira líquida aumentou de R$ 202 milhões para R$ 428 milhões (+111,9%).

A dívida líquida fechou o 1T23 em R$ 8,52 bilhões contra R$ 6,53 bilhões no 1T22. No 1T23, a dívida corresponde a 2,78x o EBITDA de 12 meses.

A geração de caixa operacional atingiu R$ 2,9 bilhões nos últimos 12 meses.

Ontem a ação ASAI3 encerrou cotada a R$ 11,48 com baixa de 49,8% no ano.


Via (VIIA3)

Prejuízo líquido de R$ 297 milhões no 1T23

Destaques do 1T23/1T22:

A receita líquida somou R$ 7,35 bilhões, queda de 0,6% em relação ao 1T22 e a margem bruta subiu de 30,7% para 32,1% e o EBITDA ajustado cresceu 0,2% de R$ 673 milhões para R$ 675 milhões. Os números ficaram perto da estabilidade, mas o financeiro pesou sobre a última linha.

A despesa financeira líquida foi de R$ 827 milhões, aumento de 93,2% em relação aos R$ 428 milhões do 1T22, representando 11,2% da receita líquida.

A companhia encerrou o 1T23 com prejuízo líquido de R$ 297 milhões vindo de um pequeno lucro de R$ 18 milhões no 1T22.

O fluxo de caixa livre fechou negativo em R$ 1,06 bilhão.

Os investimentos somaram R$ 108 milhões no 1T23.

A ação VIIA3 encerrou ontem cotada a R$ 1,88 com queda de 21,7% no ano vindo de baixa de 64,3% em 2022 e menos 67,5% em 2021.


Se preferir, baixe em PDF:

Bolsa sobe 0,37%, mas segue negativa na semana e sem um referencial para sustentar recuperação

 

 

Análises Gráficas >>>


DISCLAIMER
Este relatório foi preparado pela Planner Corretora e está sendo fornecido exclusivamente com o objetivo de informar. As informações, opiniões, estimativas e projeções referem-se à data presente e estão sujeitas à mudanças como resultado de alterações nas condições de mercado, sem aviso prévio. As informações utilizadas neste relatório foram obtidas das companhias analisadas e de fontes públicas, que acreditamos confiáveis e de boa fé. Contudo, não foram independentemente conferidas e nenhuma garantia, expressa ou implícita, é dada sobre sua exatidão. Nenhuma parte deste relatório pode ser copiada ou redistribuída sem prévio consentimento da Planner Corretora de Valores. O presente relatório se destina ao uso exclusivo do destinatário, não podendo ser, no todo ou em parte, copiado, reproduzido ou distribuído a qualquer pessoa sem a expressa autorização da Planner Corretora. As opiniões, estimativas, projeções e premissas relevantes contidas neste relatório são baseadas em julgamento do(s) analista(s) de investimento envolvido(s) na sua elaboração (“analistas de investimento”) e são, portanto, sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado. Declarações dos analistas de investimento envolvidos na elaboração deste relatório nos termos do art. 21 da Instrução CVM 598/18: O(s) analista(s) de investimento declara(m) que as opiniões contidas neste relatório refletem exclusivamente suas opiniões pessoais sobre a companhia e seus valores mobiliários e foram elaboradas de forma independente e autônoma, inclusive em relação à Planner Corretora e demais empresas do Grupo.

Open chat