MERCADO
Bolsa
O Ibovespa encerrou a sexta-feira com queda de 1,67%, aos 105.798 pontos, com giro financeiro fraco de R$ 19,1 bilhões (R$ 16,3 bilhões à vista). Na semana a baixa, encurtada pelo carnaval, a baixa foi de 3,09% e no ano o índice perde 3,59%. É importante destacar a inversão do fluxo de estrangeiros na B3 no pregão antes do carnaval, acumulando saída líquida de R$ 1,2 bilhão até o dia 22, uma nítida percepção que os riscos aumentaram diante da necessidade de decisões de governo no curto prazo para a economia. No exterior, os desafios são os mesmos, aumentando a desconfiança em relação à renda variável. A divulgação do índice de preços de gastos com consumo (PCE) nos Estados Unidos com alta de 0,6% em janeiro/dez/22, acumulando 4,7% em 12 meses, ajudou para pressionar ainda mais os mercados. As bolsas internacionais fecharam a sexta-feira em baixa: Dow Jones: -1,02%, S&P500: -1,05% e o Nasdaq: -169%. Na semana, as perdas foram de 2,99%, 2,67% e 3,33%, respectivamente. O petróleo que vinha de quedas consecutivas na semana anterior, conseguiu recuperação na semana, com o WTI (Nymex) em US$ 76,32 o barril (+1,23%) e o Brent (ICE) a US$ 83,23 (+1,24%), ambos para abril/23. A agenda econômica internacional nesta segunda-feira traz em desataque o sentimento econômico na zona do euro (fev) e o índice de confiança do consumidor. No Brasil sai o IGP-M de fevereiro, e dados do setor público. No exterior, sai na Europa o sentimento econômico de fevereiro, sem outros dados importantes para o dia.
Câmbio
O dólar fechou a sexta-feira cotado a R$ 5,2006 com alta de 1,24% acumulando alta de 0,74% na semana e 2,60% em fevereiro.
Juros
Mesmo com a semana mais curta, as taxas de juros futuros ficaram pressionadas com o cenário de incertezas do lado doméstico e nos EUA. Além da inflação em alta, do nosso lado pesou anda a discussão sobre os incentivos aos combustíveis. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/24 subiu de 13,38% para 13,47% e para jan/29 a taxa foi de 13,23% para 13,41%. Em Nova York, as taxas também tiveram dia de alta com o retorno da T-note de 2 anos indo a 4,794%, o da T-note de 10 anos a 3,943%, e o do T-bond de 30 anos chegando a 3,934%.
ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS
Celulose Irani (RANI3)
Lucro líquido cresce 32,9% em 2022 somando R$ 378,1 milhões
A receita líquida caiu 1,4% no comparativo do 4T22/4T21 de R$ 414,1 milhões para R$ 408,4 milhões e no acumulado do ano a receita subiu 5,9% somando R$ 1,69 bilhão. A empresa conseguiu uma melhora na margem bruta de 40,5% para 47,2% no comparativo trimestral e de 39,4% para 47,9% no ano. Com isso o lucro líquido saltou 35,7% no 4T22 atingindo R$ 85,9 milhões e R$ 378,2 milhões no ano (+31,9%). O EBITDA aumentou 29,3% no ano, somando R$ 683,0 milhões.
A dívida da companhia somou R$ 741,9 milhões em dez/22, equivalente a 1,38x o EBITDA do ano, lembrando que da dívida total de R$ 1,79 bilhão, apenas 15% estão no curto prazo e 98% são em moeda nacional. A posição de caixa no final de dez/22 era de R$ 1,05 bilhão, comparada a R$ 506.3 milhões em dez/21. Na sexta-feira a ação RANI3 encerrou cotada a R$ 11,91 com alta de 0,9% no ano.
JSL (JSLG3)
Lucro líquido cresce 73,8% no 4T22, mas fica estável no ano
A companhia divulgou um bom desempenho financeiro no comparativo trimestral com aumento de 25,2% na receita líquida somando R$ 1,66 bilhão e um EBIT ajustado de R$ 286,7 milhões (+60,2% sobre o 4T21). O lucro líquido atingiu R$ 319,2 milhões, aumento de 44,9% sobre o 4T21.
No acumulado do ano, a receita líquida atingiu R$ 6,02 bilhões (+40,2% sobre 2021) e o EBIT ajustado cresceu 76,2% de R$ 461,9 milhões para R$ 813,9 milhões. O resultado líquido recuou 0,2% no comparativo anual de R$ 223,9 milhões para 223,5 milhões. Pesou sobre o resultado final o aumento da despesa financeira líquida de R$ 201,4 milhões em 2021 para R$ 602,4 milhões em 2022.
A dívida líquida da companhia passou de R$ 2,67 bilhões em 2021 para R$ 3,42 bilhões no final de 2022, com alavancagem de 3,17x o EBITDA ajustado. Um ponto de alerta. Na sexta-feira a ação JSLG3 encerrou cotada a R$ 7,05 acumulando alta de 27,9 no ano.
Magazine Luiza (MGLU3)
Aprovação de novo programa de recompra de ações
O conselho de administração do Magazine Luíza aprovou o encerramento do programa de recompra de ações iniciado em agosto de 2021 e a criação de um novo programa para adquirir até 40 milhões de ações, o que representa 1,39% das ações em circulação.
O novo programa terá duração de 18 meses, encerrando-se em 24 de agosto de 2024.
A ação MGLU3 encerrou a semana cotada a R$ 3,61 com alta de 31,8% vindo de uma queda de 62,0% no ano passado e perda de 71,0% em 2021.
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