Bolsas voltam a pesar com piora no cenário global e a semana abre com viés negativo

Bolsas voltam a pesar com piora no cenário global e a semana abre com viés negativo

MERCADO


Bolsa

A bolsa teve um dia de volatilidade e encerrou com queda de 0,16% aos 105.155 pontos, com giro financeiro de R$ 35,7 bilhões (R$ 27,2 bilhões à vista). O dia só não foi pior porque o excelente resultado da Petrobras no 1T22 colocou as duas ações (ON e PN) como destaques de alta.  Na semana o Ibovespa caiu 2,54% acumulando apenas 0,30% no ano, devolvendo praticamente todo o ganho de 14,5% acumulado do 1º trimestre. Em Nova York, as bolsas seguem pressionadas, fechando a sexta-feira em baixa (Dow Jones: -0,30%, S&P500: – 0,57% e o Nasdaq: -1,40%). Bolsas ficam negativas também no fechamento da Europa. Após uma sexta-feira pesada para os mercados, a semana abre com as bolsas internacionais novamente pressionadas na Europa e no fechamento da Ásia. O cenário global segue negativo para a economia e para os desdobramentos da guerra no Ucrânia, além das notícias vindas da China, com destaque para os casos de covid-19 e medidas internas que afetam outras economias, como por exemplo o Brasil. A agenda econômica internacional começa a semana mais vazia com destaque apenas para a balança comercial chinesa em abril e dados do comércio nos EUA em março. Do lado doméstico, a semana começa fraca de indicadores, com o IPC-S (1ª quadrissemana), com dados importantes apenas a partir de amanhã. O dia começa com queda também nos preços de petróleo com o WTI cedendo 2,15% a US$ 107,41 e o Brent recuando 1,85% a US$ 110,31 o barril, nos contratos para junho. O minério de ferro, também vem caindo, cotado a US$ 136,91 a tonelada.

Câmbio

O dólar volta a ganhar força com o nervosismo no mercado de renda variável, fechando com alta de 1,07% na sexta-feira em R$ 5,0802. No mês, a alta é de 2,17% e no ano queda de 8,87%.

Juros

Os juros futuros seguem refletindo as preocupações de curto prazo com preços de combustíveis em alta, inflação e puxada no dólar. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/23 fechou 13,34%, de 13,239% na quinta-feira e para jan/27, a taxa foi de 12,19% para 12,39%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Sabesp (SBSP3)

Lucro Líquido de R$ 976 milhões no 1T22

A Sabesp registrou no 1T22 um lucro líquido de R$ 976 milhões com alta de 96% frente o 1T21 (R$ 497 milhões), refletindo a estabilidade do resultado operacional e principalmente o resultado financeiro positivo dado a apreciação do Real frente o dólar entre os trimestres.

A Receita Líquida cresceu 4% para R$ 4,9 bilhões explicado por reajuste tarifário e o aumento da tarifa média pelo incremento no volume faturado das categorias comercial e pública.

Os custos e despesas, que consideram os custos de construção, somaram R$ 3,7 bilhões no 1T22, um acréscimo de 4% quando comparados ao 1T21, com destaque para a linha de PDD (+46,7% s/1T21), as despesas de energia elétrica (+14,8%), com materiais de tratamento (+48,9%) e nas despesas com pessoal (+7,5%).

Nesse contexto o EBITDA ajustado cresceu 5% totalizando R$ 1,7 bilhão (sendo de R$ 6,5 bilhões nos últimos 12 meses). A margem EBITDA ajustado subiu de 35,0% no 1T21 para 35,3% no 1T22.

O resultado financeiro líquido passou de despesa de R$ 354 milhões no 1T21 para receita financeira líquida de R$ 340 milhões, impactada pela valorização de 15% do Real frente ao dólar no trimestre, o que explica o forte incremento do lucro líquido.

Estamos moderadamente otimistas quanto aos resultados prospectivos, impactados pelo crescimento dos volumes, melhor resultado operacional e com incremento de margem e melhor resultado financeiro pelo fortalecimento do real frente ao dólar. Atentar que a partir de 10 de maio entrará em vigor um reajuste tarifário de 12,8% aprovado pela Arsesp.

Temos recomendação de COMPRA para SBSP3 e Preço Justo de R$ 50,00/ação.


Itaú Unibanco (ITUB4)

Resultado consistente no 1T22

O Itaú Unibanco registrou no 1T22 um lucro líquido recorrente de R$ 7,4 bilhões (ROAE de 20,4%) com alta de 15% em relação ao lucro recorrente de R$ 6,4 bilhões do 3T21 (ROAE de 18,5%), principalmente explicado pelo crescimento de 13% da margem financeira gerencial espelhando o crescimento da margem com clientes (+24%), o incremento das receitas de serviços (+7%) e das receitas de seguros (+21%).

O custo do crédito aumentou 69% entre os trimestres notadamente na linha de PDD com alta de 58%. As despesas não decorrentes de juros registraram crescimento de 3% bem abaixo da inflação no período.

A carteira de crédito em base ampliada cresceu 14% entre os trimestres (sendo de +22% desconsiderando o efeito cambial) com destaque para a carteira de Pessoas Físicas (+33%) e Micro, pequenas e médias empresas (+22%). O segmento das Grandes Empresas no Brasil cresceu 17% nesta base de comparação.

A inadimplência subiu de 2,5% no 4T21 para 2,6% no 1T22 acompanhando o movimento no segmento de Pessoas Físicas, mas permanece contida com o banco adequadamente provisionado. O guidance para 2022 foi mantido e sinaliza resultados crescentes e ROAE acima de 20% para os próximos exercícios. Seguimos com recomendação de COMPRA para ITUB4 e Preço Justo de R$ 32,00/ação.


Banco ABC Brasil (ABCB4)

Lucro líquido de R$ 183 milhões no 1T22

O Banco ABC Brasil registrou no 1T22 um Lucro Líquido de R$ 183 milhões, com crescimento de 49% em relação a igual trimestre do ano anterior (R$ 122 milhões). Nesta base de comparação o ROAE elevou-se de 11,3% para 15,5%.

Destaque para o crescimento de 33% da Margem com Clientes em relação ao mesmo período de 2021 alcançando um spread com clientes de 4,3%.

A Margem Financeira (NIM) melhorou de 4,1% no 4T21 para 4,4% no 1T22.

A despesa de PDD ampliada somou R$ 34,6 milhões no 1T22, com queda de 30% em relação ao 1T21, equivalente a 0,4% da Carteira de Crédito Expandida do banco, demonstrando boa qualidade do crédito.

A inadimplência representada pelas operações com atraso acima de 90 dias, terminaram o trimestre 0,6% com os empréstimos classificados entre D-H em 3,7% (abaixo da média histórica).

O NPS do banco atingiu 69 pontos, estável em relação a 2021, reflexo da qualidade de atendimento à despeito do crescimento do número de clientes.

Mais um bom resultado do ABC Brasil com incremento de margem, custo adequado e inadimplência contida. Seguimos com recomendação de COMPRA para a ação ABCB4 com Preço Justo de R$ 20,00/ação.


Odontoprev (ODPV3)

Atualização do valor do dividendo (R$ 0,10720 por ação)

A empresa comunicou aos seus acionistas que o valor por ação do dividendo 1T22 foi atualizado de R$0,1067942570 para R$0,1072035680, em função da aquisição de 2.145.100 ações desde 27 de abril, dentro do Programa de Recompra da Companhia, elevando o número total de ações em tesouraria atualmente para 8.782.940.

Farão jus aos dividendos os detentores de ações de emissão da Companhia em 06 de maio.

O pagamento de R$ 60.000.000,00 permanece 05 de outubro de 2022, sem alteração.

Com base na cotação da sexta-feira (R$ 10,22) o retorno para os acionistas é de 1,05%. No ano a ação acumula queda de 10%.


EZtec (EZTC3)

Aprovação da 1ª emissão de debêntures simples não conversíveis em ações, (R$ 300 milhões)

O conselho de administração da Eztec aprovou a 1ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, em série única, para distribuição pública com esforços restritos no valor total de R$ 300 milhões. A emissão será em 12 de maio e o prazo de vencimento será de 36 meses, contados a partir da referente data.

Remuneração: 100% das taxas médias diárias do DI acrescida de taxa de 1,3000% ao ano.Destinação dos recursos: reforço de caixa.

Em dezembro a empresa possuía uma posição de caixa líquido de R$ 868,3 milhões ante R$ 1,0 bilhão no final do 3T21. Na sexta-feira, a ação EZTC3 encerrou cotada a R$15,59 com desvalorização de 21,8% no ano.

A companhia divulgará seus resultados do 1T22 na quinta-feira (12).


Unidas (LCAM3)

Pagamento de R$ 51,2 milhões em dividendos. “Ex” em 13/05

A Unidas confirmou informou que a data do pagamento da distribuição de R$ 51,2 milhões de dividendos, aprovada no dia 29 de abril, será 13/05/2022.

O montante corresponde a R$ 0,10 por ação ON, relativos à destinação do resultado do exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2021, a título de complemento do “dividendo mínimo obrigatório.

Ainda sobre a Unidas, o conselho de administração aprovou a 24ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, em série única, da espécie quirografária no valor de até R$ 500 milhões, com garantia fidejussória adicional e esforços restritos – destinada exclusivamente a investidores profissionais.Serão emitidas 500 mil debêntures, com valor unitário de R$ 1 mil e prazo de 5 anos.

Remuneração: Variação do CDI + spread de 1,85% ao ano.Destinação dos recursos: reforço do caixa.Na sexta-feira a ação LCAM3 fechou cotada a R$ 22,99 com queda de 1,3% no ano.


Porto (PSSA3)

Lucro líquido recorrente de R$ 175 milhões no 1T22 (-41% s/1T21)

A Porto registrou no 1T22 um lucro líquido recorrente de R$ 175 milhões, com queda de 41% em relação a igual trimestre do ano anterior, explicado pela redução de 63% do resultado operacional e de 23% do resultado financeiro. O índice de sinistralidade e o índice combinado cresceu, assim como as despesas com inadimplência.

Seguimos com recomendação de COMPRA para a ação PSSA3, mas entendemos que o papel possa reagir de forma negativa em função dos resultados.

A receita total somou R$ 5,9 bilhões no 1T22 (+21% versus o 1T21) com destaque para o crescimento na linha de seguros, negócios financeiros, saúde e serviços e a expansão na base de clientes.

As despesas administrativas foram de R$ 812 milhões no 1T22 com queda de 3% em relação ao 1T21 (R$ 836 milhões),

O resultado financeiro alcançou R$ 150 milhões no 1T22, com queda de 23% em relação aos R$ 194 milhões do 1T21, impactado pelo desempenho dos títulos indexados à inflação e da alocação em dólar, com destaque para as aplicações em renda variável que contribuíram positivamente,

O índice combinado consolidado atingiu 99,2% no 1T22 que se compara a 93,6% no 1T21 reflexo do incremento de sinistralidade no segmento Auto parcialmente compensado pelo decréscimo no segmento vida.


Se preferir, baixe em PDF:

Bolsas voltam a pesar com piora no cenário global e a semana abre com viés negativo

 

 

Análises Gráficas >>>


DISCLAIMER
Este relatório foi preparado pela Planner Corretora e está sendo fornecido exclusivamente com o objetivo de informar. As informações, opiniões, estimativas e projeções referem-se à data presente e estão sujeitas à mudanças como resultado de alterações nas condições de mercado, sem aviso prévio. As informações utilizadas neste relatório foram obtidas das companhias analisadas e de fontes públicas, que acreditamos confiáveis e de boa fé. Contudo, não foram independentemente conferidas e nenhuma garantia, expressa ou implícita, é dada sobre sua exatidão. Nenhuma parte deste relatório pode ser copiada ou redistribuída sem prévio consentimento da Planner Corretora de Valores. O presente relatório se destina ao uso exclusivo do destinatário, não podendo ser, no todo ou em parte, copiado, reproduzido ou distribuído a qualquer pessoa sem a expressa autorização da Planner Corretora. As opiniões, estimativas, projeções e premissas relevantes contidas neste relatório são baseadas em julgamento do(s) analista(s) de investimento envolvido(s) na sua elaboração (“analistas de investimento”) e são, portanto, sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado. Declarações dos analistas de investimento envolvidos na elaboração deste relatório nos termos do art. 21 da Instrução CVM 598/18: O(s) analista(s) de investimento declara(m) que as opiniões contidas neste relatório refletem exclusivamente suas opiniões pessoais sobre a companhia e seus valores mobiliários e foram elaboradas de forma independente e autônoma, inclusive em relação à Planner Corretora e demais empresas do Grupo.

Open chat