Follow-on: descubra se vale a pena investir nas ofertas subsequentes

O follow-on é uma operação de ofertas de ações na bolsa de valores disponibilizada apenas para companhias de capital aberto.

Essa oferta subsequente de ações é regulamentada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e envolve várias etapas até a negociação dos papéis, assim como acontece no IPO.

Quer saber mais sobre o assunto? Continue conosco e saiba como o follow-on pode contribuir com o desempenho da sua carteira de investimentos. Boa leitura!

 

Confira o que veremos neste material:

O que é oferta subsequente de ações?

Como funciona o follow-on?

Passo a passo para investir em follow-on

Qual a diferença entre follow-on e IPO?

O que você precisa saber antes de investir em follow-on?

Exemplos de follow-on no mercado brasileiro

Considerações

 

O que é oferta subsequente de ações?

As ofertas subsequentes de ações nada mais são que uma forma da empresa de capital aberto continuar captando recursos financeiros através da emissão de novos papéis, seja para expandir o negócio ou para o pagamento de dívidas.

Também conhecida pelo termo em inglês follow-on, esse tipo de oferta contribui com o aumento de liquidez dos ativos e facilita a venda de ações no mercado secundário. 

O processo de follow-on é mais simples, tendo em vista que várias etapas já foram cumpridas na oferta inicial. No mercado de capitais existem dois tipos de follow on: primária e secundária.

  • Nas ofertas primárias, a própria empresa é a vendedora das novas ações. Logo, o dinheiro captado nessa operação vai direto para o caixa da empresa, aumentando seu capital social.
  • Já nas ofertas secundárias, um ou vários acionistas colocam suas ações existentes à venda no mercado. Por isso, não há alteração do capital social da companhia. O dinheiro vai direto para a conta desses acionistas.

 

Como funciona o follow-on?

Segundo a bolsa de valores brasileira, a B3, há duas formas de fazer essa captação de recursos:

  • Através da Instrução CVM 400, chamada de oferta pública, na qual as ações são destinadas ao público em geral, inclusive aos investidores do varejo. Para isso, é necessário registro prévio da operação na CVM e na B3.

A empresa precisa divulgar de forma ampla e transparente informações sobre a oferta, se estão oferecendo ações preferenciais ou ações ordinárias, sobre si e demais envolvidos.

  • Através da instrução CVM 476, chamada de oferta privada, na qual os papéis são destinados exclusivamente a investidores profissionais, de forma privada. É também conhecida como oferta de esforços restritos.

A operação não precisa ser registrada na CVM. Os papéis são oferecidos para, no máximo, 75 acionistas, sendo que apenas 50 deles vão poder efetivamente comprá-los.

Para fazer uma oferta subsequente de ações pública, a empresa deve passar pelas seguintes etapas:

  • Protocolo do pedido de registro da operação junto à CVM;
  • Formação de um consórcio de instituições financeiras para coordenar a operação e distribuir as ações no mercado;
  • Definição do conteúdo da oferta, com detalhes sobre seu tamanho e forma de precificação dos papéis;
  • Criação do prospecto, no qual estão condensadas as principais informações sobre a empresa e a oferta;
  • Apresentação da oferta ao mercado e recolhimento das informações sobre intenções de participação no processo, através dos roadshows;
  • Período de reserva dos papéis por parte dos investidores;
  • Definição final do preço das ações ofertadas e divulgação dos resultados;
  • Finalmente, as novas ações começam a ser negociadas na bolsa.

 

Passo a passo para investir em follow-on

O investidor que deseja participar de um follow-on deve seguir basicamente os mesmos passos de um processo de IPO. 

  • Possuir uma conta ativa em uma corretora de valores ou instituição financeira participante da distribuição das ações;
  • Verificar junto à CVM e à B3 quais empresas estão realizando follow-on. As duas entidades fornecem uma lista com essas companhias;
  • Checar junto à corretora os documentos necessários para fazer o pedido de reserva de ações, indicando o valor que gostaria de investir e a que preço está disposto a comprar os papéis;
  • Transferir o dinheiro para conta de investimento, após a corretora informar o número exato de ações que ele conseguiu adquirir;
  • Acompanhar os pregões da bolsa de valores e verificar a cotação dos papéis da empresa.

 

Qual a diferença entre follow-on e IPO?

Ao decidir investir em ofertas públicas, é importante conhecer as particularidades de cada uma delas. Para facilitar a compreensão, confira no quadro as principais diferenças entre a oferta inicial de ações (IPO) e a oferta subsequente (follow on):

IPOFollow on
Oferta pública disponível a todos os investidores da B3.Pode ser uma oferta pública ou privada, restrita a um grupo de investidores.
Processo longo e complexo.Processo mais rápido e simples.
Abertura de capital no mercado.A empresa já tem o capital aberto.
Apenas novos acionistas.Novos e atuais acionistas, estes com direito de subscrição.

 

O que você precisa saber antes de investir em follow-on?

Assim como no IPO, o perfil de investidor moderado ou arrojado é o ideal para os interessados no follow-on. Conhecer sobre renda variável e estar à vontade com as oscilações do preço do papel é fundamental nesse processo.

Todo investimento no mercado financeiro envolve vantagens e riscos. Confira alguns deles quando se trata de comprar ações de uma empresa que está realizando follow on.

Follow-on: descubra se vale a pena investir nas ofertas subsequentes

 

  •  Vantagens

A empresa que recebe um novo aporte de capital através de um follow-on pode aumentar seu lucro, ter uma valorização dos papéis e ainda distribuir mais dividendos a quem já é seu acionista.

Dependendo do sucesso das ações na bolsa, o investimento pode ser mais atrativo do que a renda fixa.

Outro ponto importante é que novas ações no mercado geram mais liquidez, o que significa que os acionistas conseguirão fechar negócios de compra e venda com mais facilidade.

Para quem ainda não é acionista da empresa, pode ser uma oportunidade para especular com a variação do preço do ativo e obter um lucro significativo no curto prazo.

 

  • Riscos

O processo representa uma diluição acionária para o investidor que já tem papéis da empresa que está realizando follow-on. Sendo assim, para continuar com a mesma porcentagem de participação, ele vai ter que comprar mais ações.

Caso não tenha esse interesse ou não disponha de recursos para tal na época da oferta subsequente, esse acionista terá sua participação diluída no processo.

Antes de exercer seu direito de comprar ações adicionais da empresa, ou seja, o direito de subscrição, é importante que o acionista avalie se o investimento permanece interessante para sua carteira ou se vai prejudicar a diversificação de suas aplicações.

Saber se a companhia que está indo ao mercado captar mais recursos para novos investimentos também serve de alerta para checar se sua “saúde financeira” está abalada.

 

Exemplos de follow-on no mercado brasileiro

A B3 fechou o ano de 2021 com 26 follow-ons, com destaque para os setores de tecnologia e saúde. Segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) as operações movimentaram R$64,5 bilhões no ano. 

Entre as grandes companhias que realizaram follow-on em 2021 estão a Vibra Energia, ex-BR Distribuidora, e a Magazine Luiza.

 

Responsável pelo maior follow-on de 2021, a Vibra emitiu 436.875.000 de ações do acionista vendedor (Petrobrás) no dia 30 de julho. O montante financeiro arrecadado foi de R$11,35 bilhões.

 

A Magazine Luiza foi outra das grandes empresas cotadas em bolsa que realizou follow-on de ações com esforços restritos no final do mês de julho de 2021. A operação foi da ordem de R$3,4 bilhões e emitiu 150 milhões de novas ações.

 

Vale mencionar que instituições financeiras, como Itaú BBA, BTG Pactual, Morgan Stanley, entre outras, costumam ser responsáveis pela organização de grandes ofertas, ou seja, o coordenador líder.

 

Considerações sobre follow-on

Investir em follow-on é uma forma de aproveitar oportunidades pontuais do mercado, mas que exige estudo e atenção.  Antes de aplicar o seu dinheiro, analise todos os detalhes da oferta para tomar a melhor decisão.

O follow-on, assim como outros tipos de operações, envolve riscos. Por isso, revise seu perfil de investidor e veja se é compatível com o nível de exposição que esse tipo de negociação oferece.

Contar com o auxílio de profissionais qualificados contribui para que você tome decisões mais assertivas, seja em IPO, follow-on e outras particularidades no mercado acionário.


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