Bolsa segue pesando problemas domésticos e cai 1,82% na abertura da semana

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MERCADO


Bolsa

No retorno do feriado, o Ibovespa voltou a refletir maior desconfiança em relação ao andamento de questões fundamentais na pauta do governo. Sem uma decisão fechada para a PEC dos Precatórios, inclusive com a possibilidade de alterações no texto, o mercado aumenta a cautela sobre os próximos passos e a bolsa vai sofrendo o impacto. Pesam também, a inflação e a situação fiscal, sem sinais de alívio no curto prazo. No fechamento de ontem, o Ibovespa marcou queda de 1,82% aos 104.407 pontos, com giro financeiro de R$ 27,9 bilhões (R$ 24,1 bilhões à vista). Hoje, a agenda econômica traz dados da Europa e dos Estados Unidos, com destaque para indicadores da construção civil nas duas regiões, sem peso para os mercados que seguem precificando questões mais abrangentes, como a relação comercial entre Estados Unidos e China, mercado de petróleo, inflação americana e o pacote de infraestrutura do presidente Biden. Atenção também para a decisão sobre a permanência ou não do presidente Jerome Powell na Federal Reserve, nos próximos dias.  As bolsas de Nova York encerraram o dia em alta em dia de divulgação de indicadores positivos no país, que dão uma relativa tranquilidade em relação a uma sustentação do crescimento neste final de ano. Hoje, as bolsas internacionais mostram pequena alta nos principais mercados da Europa, nesta manhã e também nos futuros de Nova York. As commodities também não conseguiram sustentar preços, mesmo com o mercado de petróleo com demanda forte, após a retomada das atividades do lado dos grandes consumidores. No caso do minério de ferro, a dependência do mercado chinês deverá seguir ditando a curva de preços, sem sinais de recuperação neste momento.

Câmbio

A moeda a americana encerrou o dia cotada a R$ 5,4976 com alta de 0,75% ante os R$ 5,4565 da sexta-feira.

Juros

Em dia de divulgação do indicador de atividade econômica IBC-Br sem surpresas, os juros futuros tiveram um dia mais calmo, com a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/23 fechando praticamente estável em 11,99% de 11,98% na sexta-feira e a taxa mais longa (jan/27) fechou estável em 11,75%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Eletrobras (ELET3)

Lucro líquido de R$ 965 milhões no 3T21 e R$ 5,1 bilhões no 9M21

A Eletrobras registrou no 3T21 um lucro líquido de R$ 965 milhões, 66% abaixo do lucro de R$ 2,8 bilhões realizados no 3T20. Do lado negativo, a empresa realizou alguns ajustes na contabilização de R$ 9,43 bilhões em provisões para contingências, sendo R$ 9,06 bilhões relativos aos Processos Judiciais de empréstimo compulsório.

Dentre os impactos positivos, destaque para (i) o forte desempenho operacional da Eletrobras, notadamente no segmento de transmissão, em função da contabilização dos contratos renovados, como resultado do reperfilamento do componente financeiro da RBSE, no montante de R$ 4,86 bilhões; (ii) a Repactuação do Risco hidrológico, no montante de R$ 4,27 bilhões, decorrente da resolução Aneel que homologou a extensão dos prazos de outorgas de diversas usinas Hidrelétricas da Eletrobras; (iii) a reversão de impairments de R$ 454 milhões, influenciada principalmente pela redução nas taxas de desconto, com destaque para reversão de R$ 265 milhões nas usinas de Santa Cruz e de Batalha em Furnas.

No acumulado de 9M21 o lucro líquido cresceu 13% para R$ 5,1 bilhões. A ação ELET3 cotada a R$ 34,55/ação registra alta de 1,3% este ano sendo negociada a 0,7x o seu valor patrimonial. O desempenho em 2021 se compara a queda de 12,3% do Ibovespa. O Preço Justo de R$ 45,00/ação aponta para uma valorização potencial de 30,2%.


JBS S.A. (JBSS3)

Emissão de US$ 2 bilhões em Notas

A companhia emitiu e precificou nesta terça-feira (16/11), no mercado de capitais internacional, US$2,0 bilhões em Notas, sendo:

  • Notas 2027. US$ 1,0 bilhão, por meio da sua subsidiária JBS Finance Luxembourg S.à r.l., em Notas Sêniores, com valor de face de US$ 98,947, yield de 2,72% ao ano, cupom de 2,5% ao ano e vencimento em 2027;
  • Notas 2032. US$ 1,0 bilhão, por meio de suas subsidiárias JBS USA Lux S.A., JBS USA Finance, Inc e JBS USA Food Company, em Sustainability-Linked Unsecured Senior Notes atrelados ao compromisso de redução de emissões de gases de efeito estufa pela JBS, com valor de face de US$ 98,709, yield de 3,146% ao ano, cupom de 3,0% ao ano e vencimento em 2032.

Uma operação de dívida no curso normal dos negócios da companhia, uma vez que a JBS pretende utilizar os recursos das Notas 2027 para refinanciar compromissos de curto prazo e propósitos corporativos gerais. Já as Notas 2032 serão usadas para o resgate do saldo das Notas Sêniores 2026, com remuneração de 7,000% emitidos pela JBS USA Food Company. O endividamento da companhia é reduzido e compatível. Ao final de setembro de 2021 a dívida líquida consolidada da JBS somava R$ 61,0 bilhões, com alta de 12,6% em reais, em base trimestral. A alavancagem caiu de 1,6x no trimestre anterior para 1,5x no 3T21.


Equatorial (EQTL3)

Aneel aprova resultado definitivo da 5ª Revisão Tarifária Periódica da CEEE-D

A Aneel aprovou ontem (16/11) a 5ª revisão tarifária periódica da controlada CEEE-D. Considerando-se os componentes financeiros incluídos nas tarifas da companhia, o efeito médio a ser percebido pelo consumidor será de 14,62%, cuja tarifa será aplicada a partir do dia 22 de novembro de 2021.

Destaques

Para a Base de Remuneração Líquida, o valor aprovado foi de R$ 2,95 bilhões, a valores de novembro de 2021.

Quanto às perdas regulatórias reconhecidas na tarifa da companhia, a Aneel aprovou o percentual de 6,678% para o índice de perdas técnicas sobre energia injetada, e 8,03% para as perdas não técnicas sobre mercado de baixa tensão, permanecendo estáveis durante o ciclo.

Considerando o cenário socioeconômico decorrente da pandemia e da crise hídrica, a Aneel aprovou mecanismos para mitigar parte do aumento tarifário, dentre eles: o componente financeiro negativo de bandeira de escassez hídrica, no valor de R$ 211 milhões, R$ 119 milhões referentes à utilização do saldo de Créditos de PIS/COFINS, R$ 68 milhões relativos ao diferimento Itaipu e reversão dos recursos da Conta-Covid no valor de R$ 53 milhões.


Iochpe Maxion (MYPK3)

Lucro líquido de R$ 177,0 milhões no 3T21 ante prejuízo líquido de R$ 18,9 milhões no 3T20.

A companhia reverteu as perdas do ano passado, vindo de um prejuízo líquido de R$18,9 milhões no 3T20 para um lucro de R$ 177,0 milhões no 3T21. Este resultado vem de uma retomada nas vendas com a receita liquida somando R$ 3,58 bilhões no trimestre (+42,5% sobre o 3T20) acumulando R$ 9,90 bilhões em 9 meses (+67,5%).  Houve recuperação de margem bruta e controle de despesas operacionais.

No 3T21, o resultado foi impactado favoravelmente por um ganho não recorrente de R$ 31,9 milhões, sendo R$ 31,4 milhões na linha de imposto de renda e R$ 0,5 milhão na linha de receitas financeiras, relativo ao reconhecimento pelo Superior Tribunal Federal da inconstitucionalidade da incidência de IRPJ e da CSLL sobre os valores relativos à taxa Selic incidente sobre o ganho de disputas tributárias. Mesmo assim, foi uma boa recuperação.

O endividamento líquido consolidado em 30/09 atingiu R$ 4,52 bilhões, um crescimento de 21,0% em relação ao montante de R$ 3,74 bilhões atingido no 3T20. O endividamento líquido no final do 3T21 representou 2,66x o EBITDA ajustado dos últimos 12 meses

A ação MYPK3 encerrou ontem cotada a R$ 16,52 com ganho de 6,6% no ano.


Méliuz (CASH3)

Prejuízo líquido de R$ 2,95 milhões no 3T21 e de R$ 4,59 milhões em 9 meses

A empresa encerrou 3T21 com receita líquida de R$ 58,7 milhões contra R$ 25,6 milhões no mesmo período de 2020. Destaque para o prejuízo bruto de R$ 10,8 milhões no 3T21, com as despesas operacionais somando R$ 69,3 milhões no período.

As três principais contas de despesas praticamente consumiram a receita do período. As despesas com cashback somaram R$ 27,2 milhões, seguidas pelas despesas com pessoal (R$ 18,9 milhões) e despesas comerciais e marketing de R$ 11,2 milhões.

O resultado financeiro foi positivo em R$ 5,7 milhões, que somados a uma reversão de saldo de imposto de renda e contribuição social, amenizaram a perda da empresa.

No acumulado de 9 meses o prejuízo líquido foi de R$ 4,59 milhões com destaque também para o prejuízo bruto de R$ 14,3 milhões. Mesmo com uma receita liquida de R$ 165,1 milhões ante R$ 82,0 milhões nos 9M20, as mesmas despesas destacadas acima, consumiram o resultado da Meliuz.

Ontem a ação CASH3 encerrou cotada a R$ 3,56 com queda de 45,6% no ano.


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