Ibovespa resiste a pressão externa e sobe 0,02% a 110.6 mil pontos

Ibovespa resiste a pressão externa e sobe 0,02% a 110.6 mil pontos

MERCADO


Bolsa

O Ibovespa vem se segurando nos últimos pregões, a despeito das pressões vindas do exterior com a instabilidade nos mercados e também do lado doméstico. Ontem foi o terceiro pregão ligeiramente positivo com ganho de 0,02% aos 110.585 pontos. O volume financeiro foi de R$ 32,8 bilhões (R$ 26,9 bilhões à vista). Nos EUA, o acordo para contornar o risco de um calote na dívida americana deu novo gás aos mercados que hoje aguardam os dados do payroll. Em votação apertada, o Senado americano aprovou a legislação para o governo contornar sua dívida de curto prazo, tirou a pressão neste momento, mas o assunto voltará à ser discutido no começo de 2022.  Esta sexta-feira vem com agenda econômica carregada de indicadores que podem ditar o rumo dos mercados. No Brasil sai a inflação de setembro medida pelo IPCA com expectativa de 1,25% no comparativo M/M e acumulado de 10,24% no A/A, (média Bloomberg). Nos EUA, atenção para os payroll (relatório de emprego) em setembro e a taxa de desemprego. Outros assuntos como a PEC dos Precatórios e a reforma do Imposto de Renda e auxílio Brasil, são pontos fundamentais para dar um norte para a economia e mercados.  O fato é que o momento atual mostra intranquilidade nos principais mercados e os investidores devem ficar atentos a todos os movimentos. O dia foi de alta no mercado de petróleo que segue firme neste começo de sexta-feira, tanto o WTI quanto o Brent mostram força. O Brent opera acima de US% 83 o barril e o WTI supera os US$ 79, isso em meio à decisão da Opep+ em aumentar a produção a partir do final do ano. O minério de ferro também segue em alta, recuperando as perdas de semanas anteriores. A cautela nas bolsas internacionais derruba os principais mercados e pressiona também os futuros de NY, com investidores aguardando os indicadores desta manhã, além da proximidade do final de semana, que pode reservar alguma surpresa para os mercados.

Câmbio

Com incertezas rondando os mercados, o dólar foi mais uma vez puxado para cima, marcando a quarta alta consecutiva fechando em R$ 5,5188 de R$ 5,4934 no dia anterior (+ 0,46%).

Juros

O mercado de juros futuros voltou a subir durante o dia e no final deu uma acomodada, mas seguem as preocupações com o cenário de inflação e a parte fiscal que ainda seguirá no radar dos investidores por um bom tempo. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/23 foi de 9,075% para 9,19% e para jan/27 a taxa passou de 10,503% para 10,62%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Camil Alimentos (CAML3)

Lucro Líquido de R$ 106,5 milhões no 2T21

A companhia registrou no 2T21 (jun/21 a ago/21) um lucro líquido de R$ 106,5 milhões com redução de 23,2% sobre o lucro líquido de R$ 138,6 milhões do 2T20 (jun/20 a ago/20) explicado pela queda de 7,9% na geração operacional de caixa, piora de margem EBITDA e maior despesa financeira líquida entre os trimestres comparáveis. A receita líquida cresceu 16,0% impactada pela alta de 23,0% no preço médio dos produtos, que compensou parcialmente a queda de 5,7% no volume total vendido. A dívida líquida cresceu 6% em base trimestral e a alavancagem se elevou de 1,5x para 1,6x na mesma base de comparação.

Um resultado dentro do esperado, em linha com o trimestre anterior (-1,5%) e com incremento de 0,5pp na margem EBITDA nesta base de comparação trimestral. Cotada a R$ 9,65/ação (valor de mercado de R$ 3,6 bilhões) a ação CAML3 registra queda de 11,3% este ano. O Preço Justo de R$ 14,00/ação aponta para um potencial de alta de 45,1%.

O 2T21 foi um trimestre marcado pela queda de 5,7% dos volumes comercializados pela companhia. No Brasil a empresa reportou queda de 1,5% sendo de -0,7% em grãos, -4,3% em arroz e +32,8% em feijão (em base de 12 meses). Os volumes comercializados de Açúcar caíram 1,7% e o de Pescados (-16,6%). No segmento Internacional a queda foi de 14,5% sendo Uruguai (-13,42% em 12m), Peru (-33,5% em 12meses), e Chile (-0,2% em 12m).

A Receita Líquida cresceu 16,0% no 2T21 ante o 2T20 totalizando R$ 2,2 bilhões (+24,4% no Brasil e queda de 3,8% no alimentício internacional). No Brasil a alta dos preços foi parcialmente compensada pela redução dos volumes. No segmento internacional houve o efeito cambial e a redução dos volumes, parcialmente compensados pelo incremento de preços.

Ao final de agosto de 2021 a dívida líquida da companhia era de R$ 1,2 bilhão, 6,3% acima do trimestre anterior. Nesta base de comparação trimestral a alavancagem subiu de 1,5x para 1,6x impactada pela menor geração de caixa no período. Ao final do 2T21 a companhia mantinha em caixa R$ 1,4 bilhão.


BrasilAgro (AGRO3)

Venda de 3.723 hectares da Fazenda Alto Taquari por R$ 589 milhões

A Brasil Agro vendeu uma área de 3.723 hectares (2.694 hectares úteis) da Fazenda Alto Taquari, localizada no Município de Alto Taquari/MT pelo valor de R$ 589 milhões, equivalente a 1.100 sacas de soja por hectare útil (R$ 218.641/ha útil). A entrega da posse das áreas e o reconhecimento da receita de venda será realizada em duas etapas: (i) 2.566 hectares (1.537 ha úteis) em outubro de 2021, no valor de aproximadamente R$ 336,0 milhões e (ii) 1.157 hectares úteis em setembro de 2024, no valor de aproximadamente R$ 253,0 milhões.

·        O comprador realizou o pagamento inicial de R$ 16,5 milhões e ainda em 2021 haverá pagamento adicional de R$ 31,4 milhões, com o saldo remanescente, indexado em sacas de soja e pagamentos anuais com prazo médio de 3,9 anos.

·        Do ponto de vista contábil, o valor desta área nos livros da companhia é de R$ 31,3 milhões (aquisição + investimentos líquidos de depreciação) e tem uma Taxa Interna de Retorno (TIR) esperada em Reais de 19,9%. A companhia continuará operando as áreas até a entrega da posse.

O valor é expressivo, representa 19% do valor de mercado atual da companhia, e deve gerar um resultado líquido estimado em R$ 3,59/ação – um yield de 11,8% caso seja distribuído. A venda está em linha com a estratégia de negócios da companhia, que inclui além de ganhos com produção agrícola, a realização de ganhos de capital com a venda das propriedades.


Omega Geração (OMGE3)

Conselho aprova aditamento à incorporação de ações, com alterações

O Conselho de Administração da Omega Geração aprovou o aditamento ao instrumento particular de protocolo e justificação de incorporação de ações da companhia, com importantes alterações.

Segundo a empresa, o aditamento objetiva alterar a relação de substituição para a incorporação de ações, de modo que os acionistas da companhia recebam 2,053620113363 novas ações ordinárias da Omega Energia para cada ação da companhia a ser incorporada. A relação de substituição originalmente proposta no protocolo e justificação previa a emissão, pela Omega Energia, de 1,489821827147 novas ações ordinárias para cada ação da companhia a ser incorporada.

No contexto de mercado atual a Lazard Assessoria Financeira recomendou ajustar a relação de substituição, com valor de R$ 40,00 para cada ação da Omega Geração existente em 24.09.21, totalizando um valor de mercado de R$ 7,864 bilhões. Em adição foi aconselhado reduzir o valor da Omega Desenvolvimento em R$ 744 milhões, para R$ 1,966 bilhão em valor de mercado.

Como resultado, depois da combinação de negócios, a Companhia representará 80,0% da Omega Energia (antes 74,4%) e a Omega Desenvolvimento 20,0% da Omega Energia (antes 25,6%).

Lock-up. Adicionalmente, a Companhia recebeu carta por meio da qual os acionistas controladores da companhia e da Omega Energia, se comprometeram a, uma vez efetivada a incorporação de ações: (i) a não transferir até o dia 31.12.24 (lock up), um total de até 102.646.603 ações de emissão de sua titularidade na Omega Energia, exceto para fins de outorga de garantia; e (ii) adotar a Omega Energia como veículo exclusivo, enquanto permanecerem controladores da Omega Energia e até um período de dois anos após a referida data, para investimento e participação na comercialização, desenvolvimento, construção, comissionamento e operação de projetos de energia elétrica.

Imaginamos que as alterações devam melhor atender os investidores. Segundo a empresa, a assembleia geral extraordinária que deliberará sobre a Incorporação de Ações permanece convocada para o dia 28 de outubro de 2021.


Ecorodovias (ECOR3)

Tráfego nas rodovias administradas pela EcoRodovias sobe 10,7% em setembro em relação a setembro/20

Desempenho positivo. A companhia divulgou seus dados operacionais de setembro com alta de 10,7%. O número consolidado passou de 31.484 para 34.865 veículos. O melhor desempenho foi registrado pela Ecosul, com alta de 18%, segundo pela Ecocataratas e Ecoponte, com aumento de 11,8% e 4,1%, respectivamente, em 12 meses.

No acumulado de 2021, o volume de tráfego consolidado passou de 252.382 no ano passado para 307.214, até 30 de setembro de 2021, alta de 21,7%. No total comparável, o aumento foi de 11,9%, com 282.408 veículos.
Ontem a ação ECOR3 encerrou cotada a R$ 8,34 com queda de 13,9% no ano.  Preço alvo: R$ 11,20 com potencial de 34% de alta.


Azul (AZUL4)

Prévia operacional de setembro/21 mostra crescimento de 8,7% no tráfego de passageiros sobre set/19.

Desempenho positivo. O tráfego doméstico de passageiros (RPKs) aumentou 8,7% em relação a set/19, frente a um aumento de 11,1% da capacidade doméstica (ASKs), resultando em uma taxa de ocupação de 80,3%. Obs. Os dados de 2020 foram muito fracos, pela pandemia.

Ontem a ação AZUL4 encerrou cotada a R$ 35,36 com queda de 10,0% no ano. A estimativa de preço (Bloomberg) é de R$ 44,30 com potencial de 25% de alta.

No1S21 o prejuízo líquido foi de R$ 1,62 bilhão.


Ser Educacional (SEER3)

Captação recorde de alunos no 3T21

Desempenho positivo. A companhia divulgou os dados de captação alunos de graduação híbrida, excluindo aquisições, com crescimento de 35,4% em relação ao 3T20 e maias 103% na base de alunos de ensino digital, superando a marca de 100 mil alunos.

Destaques captação de alunos 3T21:

  • Captação total => 53,1 mil alunos (+29,4%) no 3T21
  • Captação de graduação híbrida (presencial) => 24,1 mil alunos (+31,9%)
  • Base de alunos de ensino digital superou 100 mil alunos e atingiu 103,5 mil alunos (+102,7%)
  • Base total de alunos => 240,0 mil no trimestre (+31,9%)
  • Base de alunos de graduação híbrida (presencial) => 132,6 mil (6,1%)
  • Taxa de evasão de graduação presencial retomou aos patamares pré-pandemia e caiu de 17,0% no 3T20 para 12,5% no 3T21
  • Taxa de evasão para o ensino digital caiu de 18,7% para 8,9% no 3T21.

Ontem a ação SEER3 encerrou cotada a R$ 12,42 com queda de 19,3% no ano. Preço alvo: R$ 15,00, com potencial de alta de 20%.


Copasa (CSMG3)

Companhia recorrerá da decisão da Arsae-MG que determina a devolução de R$ 130 milhões a usuários de BH

A Copasa comunicou ontem, dia 07 de outubro, que recorrerá da decisão da Arsae-MG que determinou a devolução de R$ 130 milhões a usuários de Belo Horizonte.

Sua linha de defesa aponta que os fatos geradores que levaram à interrupção temporária do transporte dos esgotos coletados para a Estação de Tratamento foram causados por eventos da natureza (Força Maior), ocorridos devido às fortes chuvas que, inclusive, culminaram com a edição dos Decretos Estaduais de Emergência nº 33, 35 e 38, todos de janeiro/2020.

O valor de R$ 130 milhões representa 2,5% do valor de mercado da Copasa (R$ 5,2 bilhões).


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