MERCADO
Bolsa
O Ibovespa teve um dia de euforia, não visto há um bom tempo. Mesmo com o cenário de pessimismo que dominou a semana das bolsas no mundo e com dados ruins divulgados na sexta-feira, (payroll nos EUA e inflação no Brasil), a bolsa engatou uma alta surpreendente. Os feriados nos EUA nesta segunda-feira (Columbus Day) e amanhã no Brasil, podem ter contribuído para esta arrancada da bolsa. No fechamento, o Ibovespa encerrou o dia com alta de 2,03%, aos 112.883 pontos e giro financeiro de R$ 38,7 bilhões (R$ 30,2 bilhões). Na semana a bolsa ainda ficou negativa em 0,06%. Nos EUA, as bolsas fecharam o dia do lado negativo, mas ainda sustentaram alta na semana (Dow Jones -0,03%, S&P 500 -0,19% e o Nasdaq -0,51% e na semana, os índices subiram 1,22%, 0,79% e 0,09%, respectivamente. Os dados do relatório de empregos nos EUA divulgados na sexta-feira, bem abaixo das expectativas, empurra para frente a leitura dos mercados de que pode acontecer algo de novo em relação à retirada de estímulos e na taxa de juros do pais. A próxima reunião do Federal Reserve (Fomc) acontecerá no começo de novembro e até lá, deverá ser uma repetição do mesmo assunto somado aos mesmos desafios recorrente. O que pode mudar um pouco o foco são os resultados corporativos do 3º trimestre que se concentração na primeira quinzena de novembro, dando uma sinalização do que foi o ano para as empresas. Na sexta-feira, a divulgação do IPCA de setembro com alta de 1,16% e o acumulado de no 6,90% mostra que a inflação não deverá dar trégua no curto prazo. No acumulado de 12 meses, o índice bateu em dois dígitos (10,25%). A agenda econômica desta segunda-feira traz o IPC-Fipe semanal com alta de 1,09%, o Boletim Focus e a balança comercial semanal. No exterior, nenhum dado importante para hoje. A semana passada foi de alta firme nas cotações do petróleo e de minério de ferro e a tendência positiva permanece para esta semana. Hoje as bolsas na Europa operam em baixa e os futuros de NY também mostraram queda. Nesta semana começa a temporada de resultados do 3T21 nos EUA e a expectativa gira em todos dos bancos que deverão vir com resultados fortes, com reflexo nas bolsas de NY.
Câmbio
A moeda americana fechou com pequena queda, após quatro altas consecutivas, passando de R$ 5,5188 na quinta-feira para R$ 5,5086 no fechamento da semana (- 0,18%). Na sexta-feira (01) o dólar estava em R$ 5,3645 (+ 2,88% na semana).
Juros
Na ponta contrária da bolsa, os juros futuros tiveram dia de queda com a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/23 recuando de 9,20% para 9,01%, e no DI para jan/27 a taxa caiu de 10,623% para 10,43%.
ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS
B3 S.A. (B3SA3)
Destaques operacionais de setembro de 2021 e Aumento de participação relevante
A B3 publicou na sexta-feira (08/10) os destaques operacionais de setembro de 2021. No mercado de Ações, o Volume Financeiro Médio Diário alcançou R$ 34,7 bilhões, com crescimento de 24,0% frente setembro de 2020 (R$ 28,0 bilhões) e alta de 2,0% em comparação aos R$ 34,0 bilhões de agosto de 2021.
· O total de contas alcançou 4,01 milhões (+29,4% em 12 meses e +1,3% em base mensal) e o número de investidores (CPFs Individuais) ao final de setembro era de 3,34 milhões (+1,4% em base mensal e crescimento de 29,6% frente set/20).
· O volume médio diário de derivativos cresceu 16,1% em base mensal e 24,6% em 12 meses alcançando 5.398 mil ao final de set/21.
· O número de empresas listadas elevou-se de 401 em setembro de 2020 para 455 em setembro de 2021 (sem alteração em relação à ago/21). A tendência é de leve crescimento vis a vis os IPOs previstos.
Aumento de Participação Acionária. A Capital Research Global Investors (“CRGI”), na qualidade de divisão independente de investimentos da Capital Research and Management Company, adquiriu ações de emissão da B3 passando a deter, de forma agregada, 616.611.036 ações ordinárias, o que representa 10,06% das ações emitidas pela companhia.
Cotada a R$ 12,49/ação, correspondente a um valor de mercado de R$ 76,5 bilhões, a ação B3SA3 registra queda de 36,0% este ano.
Banco do Brasil (BBAS3)
Alienação de 49,99% do Banco Digio S.A. por R$ 625 milhões
O Conselho de Administração do BB aprovou na sexta-feira (08/10) a alienação, pela BB Elo Cartões Participações S.A., sua subsidiária integral, da totalidade de participação societária indireta detida no Banco Digio S.A. (Digio) pelo valor de R$ 625 milhões.
· A Bradescard Elo Participações S.A. empresa pertencente ao Banco Bradesco S.A. adquiriu os 49,99% de participação no Digio, e passará a deter, 100% do capital social do Digio.
· O impacto estimado no resultado do BB via equivalência patrimonial, será de aproximadamente R$ 175 milhões e não há efeito material no capital do banco. A efetivação da transação depende de movimentos societários precedentes, bem como da aprovação da transação pelo BC e pelo Cade.
· Atualmente, o Digio tem aproximadamente 2 milhões de cartões de crédito e também oferece contas e crédito pessoal aos seus clientes, sendo sua carteira de crédito da ordem de R$ 2,5 bilhões.
Do ponto de vista do Bradesco, a transação está alinhada com sua estratégia de investir em empresas digitais, complementando de maneira diversificada a sua atuação, não estando descartada uma eventual fusão com o Next no futuro.
Copasa (CSMG3)
Política de Dividendos
O Conselho de Administração aprovou (i) o cronograma para revisão da Política de Dividendos da companhia; e (ii) que o estudo sobre possível pagamento de dividendos extraordinários seja apresentado após a aprovação da referida Política pela Assembleia Geral Extraordinária.
Nossa visão. A alacancagem da Copasa é reduzida. Ao final de junho de 2021 sua dívida líquida somava R$ 2,6 bilhões equivalente a 1,3x o EBITDA dos últimos 12 meses. Nesse contexto acreditamos na aprovação de distribuição de dividendos extraordinários, acima do payout fixado para 2021, de 50% do lucro líquido. Seguimos com uma visão construtiva em relação à companhia que mantém um bom histórico de crescimento e de geração operacional de caixa.
Sanepar (SAPR11)
Conselho autoriza estruturação de operação de emissão de debêntures de até R$ 600 milhões
O Conselho de Administração da Sanepar autorizou o início da estruturação da operação de Emissão de Debêntures Simples, não conversíveis em ações, incentivadas no âmbito da Lei nº 12.431/2011, e parte não incentivadas, no montante total de até R$ 600 milhões.
A companhia já vem utilizando a captação de recursos de longo prazo via debêntures para fazer frente ao seu plano de investimentos. As características da oferta serão informadas oportunamente.
Vibra (ex BR Distribuidora) (BRDT3)
A companhia comprou a empresa Comerc Energia
A Vibra, ex-BR Distribuidora, fechou contrato de aquisição de até 50% da Comerc Energia.
- Uma parte da operação se dará por emissão de R$ 2 bilhões em debêntures conversíveis em ações ordinárias de emissão da Comerc, a serem subscritas pela Vibra, que representam 30% da comercializadora de energia.
- A outra parte do acordo envolve a opção de adquirir, dos sócios da Comerc, até 20% de ações ordinárias, por um preço de R$ 1,25 bilhão.
- Com a aquisição a Comerc desistiu da realização de seu IPO.
Segundo a Vibra, a Comerc é uma das principais comercializadoras de energia do Brasil, atuando na comercialização, gestão de energia para consumidores livres, geradores e pequenas distribuidoras, soluções de eficiência energética, baterias e plataformas de informação e tecnologia. A Comerc tem 16% do mercado, com 1,2 mil clientes, e presta serviços para grupos como Ambev, BRF, Whirlpool e Klabin.
Na sexta-feira a ação BRDT3 encerrou cotada a R$ 24,71 com valorização de 21,2% no ano.
Petrobras (PETR4)
Pagamento de R$ 1,4 bilhão em ações ambientes
A Petrobras assinou acordo de três ações civis publicas que apuraram danos ambientais decorrentes do vazamento do OSPAR, em julho 2000. O valor do acordo a ser pago é de R$ 1,4 bilhão em 4 parcelas trimestrais. Estas ações judiciais estão classificadas como perda provável no balanço do 2T21. Na sexta-feira a ação PETR4 encerrou cotada a R$ 29,12 com alta d 12.5% no ano.
Nossa recomendação é de COMPRA para PETR4 com preço justo de R$ 35,00 e potencial de alta de 20%.
DISCLAIMER
Este relatório foi preparado pela Planner Corretora e está sendo fornecido exclusivamente com o objetivo de informar. As informações, opiniões, estimativas e projeções referem-se à data presente e estão sujeitas à mudanças como resultado de alterações nas condições de mercado, sem aviso prévio. As informações utilizadas neste relatório foram obtidas das companhias analisadas e de fontes públicas, que acreditamos confiáveis e de boa fé. Contudo, não foram independentemente conferidas e nenhuma garantia, expressa ou implícita, é dada sobre sua exatidão. Nenhuma parte deste relatório pode ser copiada ou redistribuída sem prévio consentimento da Planner Corretora de Valores. O presente relatório se destina ao uso exclusivo do destinatário, não podendo ser, no todo ou em parte, copiado, reproduzido ou distribuído a qualquer pessoa sem a expressa autorização da Planner Corretora. As opiniões, estimativas, projeções e premissas relevantes contidas neste relatório são baseadas em julgamento do(s) analista(s) de investimento envolvido(s) na sua elaboração (“analistas de investimento”) e são, portanto, sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado. Declarações dos analistas de investimento envolvidos na elaboração deste relatório nos termos do art. 21 da Instrução CVM 598/18: O(s) analista(s) de investimento declara(m) que as opiniões contidas neste relatório refletem exclusivamente suas opiniões pessoais sobre a companhia e seus valores mobiliários e foram elaboradas de forma independente e autônoma, inclusive em relação à Planner Corretora e demais empresas do Grupo.
