MERCADO
Bolsa
A bolsa mostrou boa recuperação ontem, com o Ibovespa subindo 0,89% a 111.107 pontos e giro financeiro de R$ 30,9 bilhões (R$ 27,9 bilhões à vista). A volta do apetite de investidores após as quedas recentes nas bolsas internacionais, tiveram efeito também do lado doméstico, apesar das incertezas em relação ao comportamento da economia global e da recorrência dos mesmos assuntos que se arrastaram durante todo o mês de setembro, no exterior e no Brasil. A agenda econômica de hoje vem carregada de indicadores. Na Europa saiu a taxa de desemprego na Europa (agosto) em 7,5% e no Brasil sai o Relatório Trimestral de Inflação divulgado pelo Banco Central e também a taxa de desemprego nacional em julho. A agenda completa com dados dos EUA, com destaque para o PIB trimestral (2T anualizado), com estimativa de crescimento de 6,6%. Sai ainda o dado de seguro de desemprego na última semana, etc. As bolsas internacionais mostram alta firme na Europa e fechamento negativo na Ásia, onde os problemas da China seguem incomodando. Os índices futuros americanos mostram recuperação diante do acordo de teto de dívida em garantias firmado em Washington e a expectativa de que o crescimento econômico continue. Tanto presidente do Fed, Jerome Powell quanto a presidente do BCE, Christine Lagarde seguem pregando que a inflação elevada é transitória, o que tem efeito sobre os mercados futuros. As principais commodities mostram alta no exterior com petróleo (tipo Brent) próximo de US$ 79 o barril e o WTI acima de US$ 75. O minério de ferro que vinha pressionado na semana passada, voltou a recuperar firme, trazendo novo alento para empresas brasileiras.
Câmbio
O dólar voltou a ganhar força no mercado global e o real foi destaque entre as moedas emergentes com queda de 0,28% passando de R$ 5,4300 para R$ 5,4146. A formação da última Ptax referência para contratos em dólares, ajuda para a oscilação da moeda no fechamento do mês
Juros
Os juros futuros encerraram o dia em queda em dia de alivio nos prêmios de risco. O ambiente doméstico aliviou um pouco a pressão sobre os ativos e o DI para jan/22 encerrou com taxa de 7,180% ante 7,196%. Para jan/27 a taxa foi de 10,673% a 10,57%.
ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS
Sabesp (SBSP3)
Contratação do IFC para análise de alternativas de reestruturação do capital da Sabesp
Em reunião realizada ontem, dia 29 de setembro de 2021, o Conselho Diretor do Programa Estadual de Desestatização (“CDPED”), deliberou por unanimidade, recomendar a contratação, pela Secretaria da Fazenda e Planejamento, do IFC – International Finance Corporation, para prestação de serviços de consultoria ao Gov. do Estado de São Paulo, consistentes na identificação e análise das possíveis alternativas de reestruturação do capital da Sabesp.
A cada etapa relevante dos trabalhos a serem realizados pelo IFC a matéria deverá retornar ao CDPED para avaliação e prosseguimento. Ainda, conforme comunicado, esta decisão do CDPED foi tomada “tendo em vista o Novo Marco Regulatório do Saneamento (Lei Federal nº 14.026/2020) e a Lei estadual nº 17.383/2021, que definiu as Unidades Regionais de Saneamento Básico (URAEs)”.
Acreditamos que a ação deverá reagir positivamente a este comunicado. Reiteramos que não trabalhamos com o cenário de capitalização e/ou privatização da Sabesp, no curto prazo. Temos recomendação de COMPRA para SBSP3 e Preço Justo de R$ 57,00/ação, que embute um potencial de alta de 48,9% em relação à cotação de R$ 38,28/ação no fechamento desta quarta-feira (29/09).
AES Brasil (AESB3)
Oferta precificada a R$ 12,00/ação alcança R$ 1,1 bilhão
O Conselho de Administração da AES Brasil aprovou dia 28 de setembro de 2021, o Preço por Ação de R$ 12,00 e o aumento do capital social da companhia no montante total de R$ 1,116 bilhão, mediante a emissão de 93,0 milhões de ações ordinárias, assim como a sua homologação, no âmbito da oferta pública com esforços restritos de distribuição primária de Ações.
Em razão do aumento do capital da companhia no âmbito da Oferta Restrita, o novo capital social passará a ser de R$ 2,116 bilhões, dividido em 492.106.520 ações ordinárias. Considerando a base acionária anterior o aumento de capital corresponde a 23,30205%.
As Ações objeto da Oferta Restrita passarão a ser negociadas na B3 a partir de hoje, 30 de setembro de 2021. A liquidação física e financeira das Ações ocorrerá amanhã, dia 1º de outubro de 2021.
Ontem (29/09) as ações da companhia negociaram em baixa durante toda a sessão, com queda de 9,72% na cotação mínima do dia, fechando em queda de 5,93% a R$ 12,68/ação. O volume médio diário negociado até então de R$ 24,8 milhões, elevou-se para R$ 161,4 milhões ontem.
Nesse contexto vemos uma oportunidade de investimento, dado que a companhia pretende utilizar os recursos líquidos provenientes da Oferta Restrita para financiar a estratégia de crescimento de seu portfólio de geração de energia renovável.
Petrobras (PETR4)
Quatro comunicados importantes
A empresa emitiu ontem dois comunicados importantes antes do pregão e dois após. Três deles foram positivos (retorno rápido da produção em Manati, venda de 5% de Búzios e recompra de títulos). No entanto, naquele que informou a criação de um programa social para ajudar na compra de GLP para famílias vulneráveis, não há impacto relevante no resultado. Porém, espera-se que este gasto não se amplie, dado que seu valor (R$ 300 milhões em 15 meses) parece muito pequeno para aliviar o impacto dos aumentos de preços do produto.
· No primeiro comunicado, emitido antes do início do pregão, a Petrobras deu mais detalhes acerca da paralisação da produção no Campo de Manati, onde a estatal tem uma participação de 30% e é a operadora. Os outros sócios são a Enauta (45%), GeoPark (10%) e Petro Rio Coral Exploração Petrolífera (10%). A Petrobras acrescentou que o campo deve retornar à operação até o final desta semana e a produção em setembro ficou numa média de 3,1 milhões de m³ ao dia (foi de 3,5 milhões m³/dia no 2T21). O rápido retorno à produção deste campo é bom para a Petrobras e melhor ainda no caso da Enauta, devido à importância relativa de Manati para esta última;
· Também antes do pregão, a Petrobras comunicou que sua parceira na exploração do Campo de Búzios (pré-sal da Bacia de Santos), a CNOOC Petroleum Brasil (CNOOC) manifestou o interesse no exercício da opção de compra de parcela adicional, de 5%, no Contrato de Partilha de Produção do Excedente da Cessão Onerosa. Esta opção já estava prevista em contrato. Com isso, o valor estimado que a CNOOC pagará à vista para a Petrobras é de US$ 2,08 bilhões (R$ 12,3 bilhões).
BR Properties (BRPR3)
Aquisição de terreno em Cajamar (SP) para projeto logístico
A BR Properties fechou um contrato de permuta com três empresas da Cristais Log para adquirir um terreno de propriedade com destinação logística e industrial, localizado no município de Cajamar (SP), para o desenvolvimento de um projeto logístico de, aproximadamente, 150.000 m² de área bruta locável (ABL). O preço de aquisição do terreno é correspondente à obrigação de permuta de construção de 33% do Projeto Cajamar II às empresas Cristais Logs, acrescido de uma torna (complemento), em dinheiro, no valor de R$ 10 milhões. Após a conclusão da construção, a companhia será proprietária de 67% do empreendimento.
A aquisição faz parte da estratégia de posicionamento da BR Properties no mercado de galpões industriais e logísticos. Ontem a ação BRPR3 encerrou cotada a R$ 8,13 com queda de 16,0% no ano.
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