Ibovespa descola das bolsas americanas e sobe 0,87%

MERCADO


Bolsa
Desta vez o Ibovespa descolou das bolsas de NY que tiveram um dia pesado refletindo as notícias destacadas no Diário Planner de ontem. O Ibovespa encerrou a terça-feira com alta de 0,87% aos 122.964 pontos e giro financeiro de R$ 30,4 bilhões (R$ 27,0 bilhões à vista), um pouco abaixo da média de dias anteriores. Como destaques de alta, as ações da Eletrobras no radar da privatização e Vale com o minério de ferro disparando no mercado internacional. As bolsas de Nova York pesaram com as preocupações em relação à inflação e política de juros do país, atentas à divulgação hoje da inflação americana do mês de abril. Há um certo desconforto dos investidores em relação à política econômica do Federal Reserve neste momento. O debate nos EUA é se a inflação será persistente o suficiente para forçar o Federal Reserve a apertar a política mais cedo do que sugere a orientação atual. Os estímulos abundantes no país impulsionaram uma alta das ações e agora vêm as preocupações se os mercados não ficaram caros. Hoje a agenda econômica vem carregada de indicadores, com destaque para o relatório com projeções para a economia da Europa e a produção industrial de março, abaixo das expectativas do mercado. Nos EUA, a divulgação da inflação de abril pode dar uma sinalização para os juros e remuneração do Treasuries. As bolsas internacionais operam do lado positivo na Europa, mas os futuros de Nova York estão no vermelho neste começo de quarta-feira com investidores aguardando a divulgação da inflação. O petróleo opera com pequena alta enquanto o minério de ferro segue em alta, novamente.

Câmbio
A moeda americana vem se mantendo em patamar mais baixo nas últimas sessões. Ontem passou de R$ 5,2283 para R$ 5,2213 (- 0,13%0. O fluxo de capital estrangeiro tem contribuído para o recuo do dólar e noticiário sem novidades também ajuda para tirar a pressão sobre a moeda.

Juros
Os juros seguem sem surpreender, operando numa faixa estreita uma vez que pouca coisas acontece de novo neste mercado no curto prazo, considerando que vem pela frente com respeito à Selic já é esperado, Ontem, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/22 encerrou em 4,78% ante 4,849% na segunda-feira e para jan/27 a taxa caiu de 8,714% para 8,66%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Telefônica Brasil (VIVT3)
Queda de 18,3% no lucro líquido do 1T21, somando R$ 942 milhões

No 1T21, a companhia registrou receita liquida de R$ 10,85 bilhões, aumento de 0,2% sobre o 1T20. Em contrapartida houve aumento de 19,5% no custo de serviços e produtos vendidos e de 5,0% no custo de operação no comparativo trimestral. Em consequência, o EBTIDA caiu 1,1% somando R$ 4,46 bilhões e o lucro líquido reduziu de R$ 1,15 bilhão no 1T20 para R$ 942 milhões no último trimestre.

O Fluxo de Caixa Livre após pagamento de Leasing foi de R$ 2,20 bilhões no 1T21, alta de 3,7% quando comparado ao 1T20, principalmente em função da melhora nos indicadores financeiros e gestão do capital circulante, além do menor pagamento de leasing no período. Os Investimentos realizados no 1T21 alcançaram R$ 1,94 bilhão, o que representa 17,9% da Receita Operacional Líquida do trimestre

A empresa assinou um memorando de entendimentos vinculante com a Teladoc Health, uma das líderes em mundiais em telemedicina, para a criação de uma plataforma digital de saúde e bem-estar batizada de Vida V.

A nova plataforma visa oferecer aos clientes finais e às pequenas e médias empresas acesso a serviços de telemedicina e outras soluções relacionadas. A plataforma tem previsão de lançamento nos próximos meses e estará disponível para qualquer consumidor, inclusive por não assinantes da Vivo. A Vida V será oferecida por meio de um aplicativo que incluirá consultas médicas, programas de bem-estar, desconto em farmácias e outros benefícios.

Ontem a ação VIVT3 encerrou cotada a R$ 43,80 com queda de 2,9% no ano.


Espaçolaser (ESPA3)
Bom resultado, Lucro Líquido Aj. de R$31,7 milhões com uma margem líquida de 17,9%, evoluções de 29,8% e 3,8 p.p A/A

A Espaçolaser divulgou seus resultados do 1T21 apresentando bons números, aumento de receita, expansão de margens e SSS (vendas mesma lojas), mostrando um crescimento de lucro líquido.  Com foco em expansão orgânica no mercado local, abriram 21 novas lojas no 1T21 e expandindo as iniciativas de vendas digitais, passando de 35,3% no 4T20 para 36,8% no 1T21.

Destaques:

  • Ao final do 1T21, a companhia possuía 593 lojas Espaçolaser no Brasil, o que representa a abertura de 21 lojas no trimestre e 69 lojas frente ao mesmo período de 2020.
  • Crescimento de 21,5% no system-wide sales, apesar das restrições impostas pela pandemia. Em março, com apenas 42% das lojas abertas, o crescimento foi de 44% em relação ao mesmo mês de 2020, com 71% das lojas em funcionamento.
  • Alta de 9,4% nos SSS (same-store sales), impulsionados por um março bem mais forte.
  • No 1T21, 36,8% de nossas vendas foram realizadas de forma digital, sendo que em março esse percentual atingiu 51,2%.
  • Receita Líquida de R$176,8 milhões no 1T21, modesto crescimento de 2,1%, apesar do impacto da COVID-19 em vendas dos últimos 11 meses.
  • EBITDA Ajustado de R$61,6 milhões, com margem de 34,8% no 1T21 (+5,5% e +1,1 p.p. vs. 1T20), impulsionado pela redução de 28,7% nas despesas gerais e administrativas, com destaque para as iniciativas digitais como migração de atividades do call center para o aplicativo e cursos de EAD na Universidade do Laser.
  • Geração de caixa operacional de R$20,8 milhões no 1T21, conversão de 33,8% do EBITDA do período.
  • Aquisição de 49 das 78 franquias previstas no IPO, além de 4 franquias adicionais às 78, internalizando o valor das lojas e abrindo espaço para expansão acelerada nas regiões em questão, além da consolidação das participações societárias das joint-ventures, ocorrida em 9 de fevereiro.
  • Aquisição do grupo Cela, marcando entrada no Chile.
  • Melhora nos indicadores de atendimento ao cliente representados pelo NPS recorde de 83,5 pontos (abril de 2021) e nota no Reclame Aqui de 7,2 (abril de 2021), após fortalecimento da estrutura de atendimento ao consumidor.

A ESPA3 fechou cotada a R$ 16,42 estreando na bolsa em fevereiro deste ano.


Sulamérica (SULA11)
Lucro líquido das operações continuadas de R$ 54 milhões no 1T21

No 1T21 a SulAmérica registrou um lucro líquido, considerando as operações continuadas, de R$ 54,0 milhões, com queda de 22,8% em relação ao lucro de R$ 70,0 milhões de igual trimestre do ano anterior, refletindo principalmente a maior alíquota efetiva de IR/CS.

As receitas operacionais somaram R$ 5,2 bilhões no 1T21, com crescimento de 5,4% em relação ao 1T20, impulsionadas pelos segmentos de saúde e odonto (+5,8%), previdência (+4,7%), parcialmente compensadas pela redução de 12,3% das receitas de vida e acidentes pessoais.

A margem bruta operacional alcançou R$ 484,6 milhões no 1T21 (+21,5% ante o 1T20), refletindo o crescimento de receitas e o desempenho da sinistralidade. O EBITDA ajustado foi de R$ 146,0 milhões no 1T21 (+34,9% em relação ao 1T20), acompanhando o movimento de sinistralidade.

O índice de despesas administrativas foi de 7,5% no 1T21 com aumento de 0,8 p.p. sobre o 1T20 (6,7%).

A sinistralidade consolidada foi de 80,6% no 1T21 (sendo de 80,6% em saúde e adonto e de 81,1% no segmento de vida e acidentes pessoais), um ganho de 1,0pp na comparação com 81,6% no 1T20.

A alíquota efetiva de IR/CS alcançou 52,7% no 1T21 sensibilizada principalmente pelo não reconhecimento de créditos tributários no período, em comparação a 4,0% no 1T20 (beneficiado por declaração de JCP).


Marfrig (MRFG3)
Lucro líquido de R$ 279 milhões no 1T21

A Marfrig registrou no 1T21 um lucro líquido de R$ 279 milhões que se compara ao prejuízo líquido de R$ 137 milhões no 1T21, explicado pelo crescimento de 27,7% de receita (+30,1% na América do Norte e +21,4% na América do Sul), melhor resultado operacional (nos EUA) e financeiro consolidado.

  • América do Norte. A receita liquida da operação norte-americana foi de US$ 2,3 bilhões, EBITDA ajustado de US$ 277 milhões (+58,4%) e margem de 12,0% no 1T21. O volume de vendas cresceu 1,3% em base anual para 508 mil toneladas
  • América do Sul. A operação da América do Sul resultou numa receita líquida no 1T21 de R$ 4,6 bilhões. O EBITDA ajustado alcançou R$ 211 milhões (queda de 54,6%) e a margem atingiu 4,6%. Esta forte redução de margem refletiu um mercado mais fraco (com ociosidade de 45% no trimestre) e maior custo do gado.

O resultado financeiro registrou melhora, caindo de despesa financeira líquida de R$ 1,2 bilhão no 1T20 para R$ despesa financeira líquida de R$ 733 milhões no 1T20. Ao final de março de 2021 a dívida líquida da companhia era de R$ 17,7 bilhões (1,76x o EBITDA).


BRF S.A. (BRFS3)
Comunicação SFDA sobre mudanças dos prazos de validade

A companhia informou que chegou ao seu conhecimento que, em 6 de maio de 2021, a Saudi Food and Drug Authority (“SFDA”) notificou o Comitê de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias da OMC sobre a alteração do regulamento técnico de validade de determinados produtos.

  • Essa alteração consiste em medida comercial para a redução do prazo de validade de frangos in natura congelados e seus cortes, de 1 ano para 3 meses, contados da data de abate.
  • Conforme os Acordos Cobertos pela OMC, os países-membros potencialmente afetados poderão apresentar comentários em até 60 dias contados da data da notificação da referida alteração, ou seja, até 05 de julho de 2021.
  • A companhia avaliará os reflexos em conexão com as autoridades competentes para a adoção de eventuais medidas aplicáveis, em consonância com os Acordos Cobertos pela OMC na Aplicação das Medidas Sanitárias e Fitossanitárias e Barreiras Técnicas ao Comércio.

Em comunicado a BRF diz que “ainda não tem condições de mensurar qual será o potencial impacto operacional e econômico-financeiro, caso esta medida seja mantida pelo Reino da Arábia Saudita”. Ontem (11/05) a ação BRFS3 fechou cotada a R$ 21,38/ação, equivalente a um valor de mercado de R$ 17,4 bilhões, com queda de 3,0% este ano. O Preço Justo de R$ 30,00/ação, que traz um potencial de alta de 40,3%.


RD (Raia Drogasil) (RADL3)
Lucro líquido cresce 16,5% no 1T21 somando R$ 177,9 milhões

  • A rede de farmácias em março totalizava 2.319 lojas contra 2,104 no final do 1T20.
  • A receita líquida cresceu 13,5% para R$ 5,62 bilhões no primeiro trimestre deste ano.
  • O Ebitda ajustado foi de R$ 415,9 milhões, alta de 12,6%, e margem de 7,0%. O ajuste é por efeitos não recorrentes, como doações, baixas de ativos, créditos fiscais de períodos anteriores, entre outros.
  • A RD (Raia Drogasil) registou lucro líquido ajustado de R$ 177,9 milhões no 1T21, crescimento de 16,5% sobre o 1T20.
  • No final de março a dívida liquida era de R$ 945,5 milhões, versus R$ 964,2 milhões no mesmo período de 2020. A dívida líquida ajustada sobre o EBITDA foi de 0,6x, sendo 0,1x menor quando comparada ao mesmo período do ano passado.

Ontem a ação RADL3 encerrou cotada a R$ 26,83 com alta de 7,3% no ano e de 11,1% em um mês, perto da máxima de R$ 27,39 em 52 semanas.


Petrobras Distribuidora (BRDT3)
Crescimento das vendas e do lucro no 1T21

Após o pregão de ontem, a empresa divulgou um bom resultado do 1T21, com crescimento de vendas, das margens operacionais e do lucro líquido, comparado ao mesmo trimestre do ano passado.  No entanto, em relação ao trimestre anterior houve redução nas vendas e na rentabilidade por questões sazonais.  Além disso, no 4T20 ocorreu um salto nos lucros, devido a contabilização de elevados ganhos não recorrentes (R$ 2,8 bilhões).

  • A Petrobras (BR) Distribuidora lucrou R$ 492 milhões (R$ 0,42 por ação) no 1T21, valor 84,4% menor que no trimestre anterior, mas 110,3% acima do 1T20;
  • No 1T20, o volume vendido pela BR Distribuidora cresceu 1,6%, sempre comparando ao mesmo trimestre do ano anterior.  Este é um bom número, considerando ainda o momento de retração do mercado devido as medidas de restrição à movimentação decretadas por vários estados durante o 1T21.  As vendas no 1T21 foram impulsionadas pelo crescimento nos volumes negociados de diesel (9,5%), gasolina (8,3%), etanol (12,4%) e óleo combustível (67,4%);
  • As maiores vendas e os aumentos dos preços levaram a uma elevação de 2,7 pp na margem bruta e 2,0 pp na EBITDA.  O valor do EBITDA ajustado (R$ 1,2 bilhão ficou 116,9% acima do 1T20.  O EBITDA por m³ajustado ficou em R$ 127, com ganho de 113,5% em relação ao 1T20.  Porém, ajustado por ganhos não recorrentes e com hedge, este número seria de R$ 110/m³, o que ainda é muito positivo.

Petrobras (PETR4)
Acordo com a Companhia de Eletricidade do Amapá e novos prazos para venda de ativos

Na noite de ontem, a empresa informou que assinou com a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), acordo para encerramento de litígio e recuperação de crédito no valor de R$ 314 milhões, com deságio de R$ 181,4 milhões.

  • O pagamento do valor de R$ 132,6 milhões será realizado em 24 parcelas mensais sucessivas. O deságio de R$ 181,4 milhões é valido se os pagamentos forem feitos pontualmente;
  • Apesar do pequeno valor, o recebimento destes créditos, que já eram considerados perdidos, é positivo para a Petrobras;
  • A Petrobras também informou ontem, que celebrou aditivo aos Termos de Compromisso de Cessação (TCCs) firmados com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).  Estes aditivos têm como finalidade estender o prazo para que a empresa conclua a venda dos ativos previstos nos TCCs, que foram assinados com o CADE em julho/2019;
  • Os novos prazos nos parecem bastante “apertados”, mas o cumprimento deles é uma exigência legal.

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