Ibovespa sobe 1,81% com volatilidade e petróleo em alta forte

MERCADO


Bolsa
O Ibovespa parecia engatar uma curva de recuperação, mas o noticiário do dia vindo do exterior sobre um eventual acordo entre Arábia Saudita e Rússia, anunciado pelos EUA – não endossado pelos árabes – fez o mercado devolver parte da alta. No fechamento o Ibovespa marcou alta de 1,81%, aos 72.253 pontos, com giro financeiro de R$ 23,3 bilhões. Hoje a agenda econômica em destaque, as vendas no varejo (fev) na zona do euro com alta de 0,9% no M/M e de 3,0% no A/A. Nos EUA, saem ainda nesta manhã, os dados do payroll (variação na folha de pagamento) que pode já mostrar dados de demissões por conta do Covid-19 e dados do mercado de trabalho. As bolsas no exterior mostram queda no fechamento da Ásia e baixa também na Europa. Após forte alta ontem o petróleo segue em forte recuperação (Brent e WTI), podendo favorecer empresas do setor, mas a B3 pode pesar nesta sexta-feira, com os futuros de NY pressionados. No último dia útil da semana, a cautela deve prevalecer.

Câmbio
A moeda americana segue no topo histórico, com fechamento ontem a R$ 5,2542 contra R$ 5,2526 na quarta-feira e sem justificativas para queda no curto prazo.

Juros
O dia foi de queda nas taxas mais curtas, após a alta do dia anterior. Com os assuntos “petróleo e coronavírus” dominando o noticiário, as taxas de juros seguem pouco sensíveis a estes problemas. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/21 encerrando em 3,205%, de 3,248% no dia anterior e para jan/27 a taxa passou de 7,732% para 7,75%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

EDP-Energias do Brasil (ENBR3)
Medidas adotadas elevam liquidez

Em 16 de março a companhia informou ao mercado que diante do atual cenário de disseminação do novo coronavírus , vem adotando medidas de monitoramento e prevenção a fim de proteger seus colaboradores e as comunidades em que atua. Os objetivos principais da companhia, neste contexto, são minimizar o risco para os mais de 3,3 mil colaboradores da EDP e a manutenção da continuidade de negócios, em especial a prestação dos serviços de geração, transmissão e distribuição de energia pelas empresas do Grupo.

Diante do forte impacto no setor elétrico, com a redução do consumo de energia, a renegociação de contratos, a paralisação de obras e a queda dos preços de energia, a EDP Brasil vem adotando uma série de medidas para preservar o seu caixa e aumentar a sua situação de liquidez em R$ 2,2 bilhões.

Uma das primeiras medidas adotadas pela companhia foi a redução de pagamento dos dividendos relativos ao exercício de 2019, de R$ 604,8 milhões, previstos inicialmente, para R$ 353,4 milhões, equivalente a um payout de 27,8%. A companhia também propôs aos seus acionistas elevar a retenção de lucros, de R$ 666,1 milhões para R$ 918,8 milhões.

Outra iniciativa em curso é a redução dos investimentos em 2020, para R$ 1,9 bilhão, em função da paralisação das atividades de fornecedores nas áreas de transmissão e distribuição. Adicionalmente, a companhia paralisou os processos de Fusões e Aquisições (M&A) que estavam no radar e adotou medidas e ações para a diminuição dos custos operacionais na distribuição, segmento pressionado pela necessidade de se adotar medidas extraordinárias para manter a continuidade das operações.

Do ponto de vista da companhia o momento é de manter uma liquidez adequada, no curto prazo, para enfrentar a crise. Ao final de 2019, a disponibilidade da caixa da EDP Brasil era de R$ 2,77 bilhões. No médio prazo, não descarta a possibilidade de realizar alguma aquisição  de ativos como reflexo dos desdobramentos da atual crise.


Copel Energia (CPLE6)
Mata de Santa Genebra – empreendimentos em operação comercial

A Copel Geração e Transmissão S.A. (Copel GT) subsidiária integral da Copel Energia comunicou ontem (2/abr) a entrada em operação comercial das Linhas de Transmissão LT 500 kV Araraquara 2 – Itatiba, de 207 Km de extensão, e LT 500 kV Itatiba – Bateias, de 414 km de extensão, ambas pertencentes à Mata de Santa Genebra Transmissão S.A.

Assim, a Mata de Santa Genebra está autorizada a receber uma RAP de R$ 161,27 milhões, cerca de 66,2% da RAP total, retroativamente a 28/03/2020, cujos acionistas são a Copel GT (50,1%) e Furnas Centrais Elétricas S.A. (49,9%).


Usiminas (USIM5)
Números de tráfego atualizados

Ontem após o pregão, a empresa divulgou mais informações sobre suas ações para enfrentar a crise derivada do combate ao Coronavírus. A Usiminas informou sobre a paralisação de boa parte de seus equipamentos na Ipatinga, a suspensão das atividades em Cubatão e a redução dos investimentos programados para o ano.

· No comunicado emitido, a empresa detalho que vai abafar (desligar) o Alto-Forno 2 da Usina de Ipatinga no dia 4/abril (amanhã) e o Alto-Forno 1 da mesma unidade em 22/abril. A Aciaria 1, também de Ipatinga, será paralisada em 22/abril. Além disso, a Usiminas paralisará todas as atividades da Usinas de Cubatão;

· A empresa informou também que permanecem em operação outros equipamentos importantes da Usina de Ipatinga, como: o Alto-Forno 3, a Aciaria 2, as laminações e galvanizações;


Ecorodovias (ECOR3)
Números de tráfego atualizados

Pouco antes do início do pregão de ontem, a empresa divulgou dados gerenciais de tráfego entre os dias 16 a 31 de março de 2020 e o acumulado do 1T20. Os números da segunda quinzena de março já mostram os fortes efeitos no tráfego, dado pelas paralisações determinadas pelos governos para combater o surto de Coronavírus.

· Entre 16 a 31 março, comparado ao um período similar no ano passado (18 a 2/abril), o tráfego total comparável (sem Eco135 e Eco050) caiu 23,5%. No acumulado de 2020, houve uma redução de 3,8% em relação ao mesmo período de 2019;

· Considerando o tráfego total (incluindo Eco135 e Eco050), houve um crescimento consolidado de 6,6% no 1T20. Portanto, os resultados da

Ecorodovias serão beneficiados por este aumento no tráfego em suas nove concessões rodoviárias, sendo que o impacto das restrições de movimentação vai ocorrer a partir do 2T20.


Vendas de veículos
Forte queda em março

A crise determinada pelo combate ao Coronavírus já começa a impactar negativamente a indústria automobilística. Segundo os dados fornecidos pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), as vendas no Brasil em março/20 foram de 249,2 mil unidades, quantidade que foi 18,4% abaixo do mesmo mês de 2019.

· No acumulado do 1T20, as vendas somaram 840,8 mil unidades, montante 7,1% menor que o verificado no mesmo período do ano passado.;

· Estes dados são bons indicadores para as vendas no Brasil dos fabricantes de veículos e autopeças (Marcopolo, Randon e Tupy), sendo também importantes para as siderúrgicas (Usiminas, CSN e Gerdau), que tem no mercado interno suas melhores margens.


 

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