Ibovespa cai 0,84% e fecha em 122.988 pontos

Como se não bastasse o coronavirus, temos agora guerra de preços no petróleo entre Rússia e Arábia Saudita

MERCADO


Bolsa
O Ibovespa registrou forte realização na sexta-feira (6), fechando com expressiva queda de 4,14% aos 97.997 pontos e volume negociado de R$ 39,9 bilhões, acumulando baixa de 5,93% nesta primeira semana de março, reflexo dos temores em relação ao coronavírus e a queda do petróleo depois que a Rússia não chegou a um acordo com a Opep para realizar cortes mais profundos na produção. A Arábia Saudita, em retaliação, anunciou no sábado um aumento de até 12 milhões de bpd, e fez com que os preços da commodity caíssem mais de 25% na abertura dos mercados na Ásia. Nesse contexto as bolsas asiáticas sofreram fortes perdas. Na mesma linha, bolsas europeias e futuros americanos, caem forte, e sinalizam a mesma direção para a B3 no dia de hoje. A agenda, concentrada no Brasil, traz o IGP-DI de fevereiro em 0,01%, o IPC-S semanal até 7/março em -0,01% e o Boletim Focus.

Câmbio
O dólar interrompeu na sexta-feira uma sequência de 12 altas consecutivas e fechou em baixa de 0,38% no mercado à vista a R$ 4,6338. No acumulado da semana, porém, apresenta alta de 3,5%, com as renovadas preocupações com os efeitos do coronavírus na atividade econômica, e o forte movimento de aversão ao risco no mercado financeiro mundial.

Juros
Na sexta-feira (6) os juros futuros fecharam em leve queda, notadamente nos vencimentos mais curtos, refletindo a atuação do BC no câmbio e buscando precificar a atuação da autoridade monetária nos juros. No fim da sessão regular a taxa do contrato de DI para janeiro de 2021 era negociada a 3,840%, de 3,879% no dia anterior e a do DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 6,57% ante 6,541% no ajuste.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

M Dias Branco (MDIA3)
Lucro do 4T19 mostra importante recuperação

A M Dias Branco registrou no 4T19 um lucro líquido de R$ 264,9 milhões, com expressivo crescimento de 89,5% em relação aos R$ 139,8 milhões de igual trimestre de 2018, alta explicada pela melhora do resultado operacional que refletiu o aumento de volumes totais, o incremento dos preços médios e maior nível de utilização de capacidade.
Um resultado acima do esperado, após o direcionamento estratégico da companhia para os próximos cinco anos, baseado num plano de crescimento nos seus mercados de atuação, a criação de novas categorias e no fortalecimento das exportações, com foco no incremento de produtividade e maior eficiência.
Tomando por base o resultado acumulado de 2019 em relação a igual período de 2018 a Receita Líquida cresceu 1% para R$ 6,1 bilhões, o EBITDA caiu 17% somando R$ 772 milhões com margem de 12,6% (-2,9pp) e o Lucro Líquido registrou queda de 23% para R$ 557 milhões, explicado principalmente por um início de ano desfavorável, com aumento de custos de commodities, matérias-primas e alguns insumos, junto com a retração do consumo e elevados níveis de estoque dos clientes.
Os investimentos somaram R$ 321,3 milhões em 2019, +6,7% ante 2018. Ao final de dezembro de 2019 a dívida líquida da companhia somava R$ 605 milhões, com redução de 21% em doze meses, representando 0,8x o EBITDA, em linha com dez/18.


Hypera S.A. (HYPE3)
Lucro líquido de R$ 238,8 milhões no 4T19 e de R$ 1,2 bilhão em 2019

A Hypera Pharma registrou no 4T19 um lucro líquido de R$ 239 milhões, com queda de 23% ante o lucro líquido de igual trimestre do ano anterior, um resultado construído a partir da estabilidade da Receita Líquida, que somou R$ 929 milhões, mas queda de 13% do lucro bruto para R$ 553 milhões. As despesas com vendas, gerais e administrativas cresceram 11% para R$ 163 milhões. Nesse contexto o EBITDA das operações continuadas caiu 32% somando R$ 224 milhões.
Tomando por base o resultado de 2019 em relação a 2018, a Receita Líquida caiu para R$ 3,3 bilhões, o lucro bruto veio 22% abaixo em R$ 2,1 bilhões, o EBITDA das operações continuadas caiu 8% para R$ 1,2 bilhão e o Lucro Líquido das operações continuadas cresceu 5% alcançando R$ 1,2 bilhão.
Dentro dos destaques, o crescimento do sell-out de 11,3% no 4T19 e de 10,1% no ano; a alta de 32% dos investimentos totais em inovação em 2019; e o lançamento de 95 novos produtos no ano, sendo 37 no 4T19. De acordo com a Hypera, “o crescimento do sell-out em 2019 foi o maior dos últimos 3 anos e é resultado das diversas iniciativas promovidas pela companhia para ganho de market-share nos mais diversos segmentos”.
Para 2020 a companhia projeta uma Receita Líquida entre R$ 4.250,0 milhões e R$ 4.350,0 milhões. Já o Lucro Líquido para 2020 deverá situar-se ao redor de R$ 1.275,0 milhões, com crescimento entre 7% e 8%. A companhia se sente preparada para um novo ciclo de expansão que se inicia em 2020.


Taesa (TAEE11)
AGE aprova compra da Rialma por R$ 56,7 milhões

A Taesa comunica que, em continuidade ao fato relevante de 20 de agosto de 2019, a AGE companhia aprovou, em 06 de março de 2020, a aquisição de 100% das ações representativas do capital total e votante da Rialma Transmissora de Energia I S.A. pelo valor de R$ 56,7 milhões, sujeito aos ajustes previstos no Contrato.


Boletim Focus
Nesta semana destaque para alta da inflação e redução do PIB para 2020 e alta do câmbio e queda da Selic para 2021

Dentre as alterações contidas no Boletim Focus divulgado hoje (09/março), referente a 06 de março, destaque para a alta do IPCA e a redução do PIB (4ª consecutiva) e manutenção para os demais indicadores, tomando por base 2020. Para 2021 ressalte-se a queda da Meta Selic (2ª consecutiva), alta do câmbio e manutenção para os demais indicadores.
Inflação. No Boletim Focus desta semana, a mediana das expectativas aponta para um IPCA de 2020 em 3,20%, com leve alta em relação a 3,19% da leitura anterior. Já nas atualizações dos últimos 5 dias úteis, o IPCA foi mantido em 3,20% (em linha com o indicador estimado para 2020). Para 2021 a mediana das estimativas para o IPCA foi mantida em 3,75%.
Meta Selic. No Boletim Focus desta semana a expectativa para a Selic em 2020 foi mantida em 4,25% pela 6ª vez consecutiva. Para 2021 a Meta Selic foi reduzida de 5,75% para 5,50% refletindo a recuperação mais lenta da economia.
PIB. O PIB de 2019 divulgado pelo IBGE em 4 de março de 2020 veio com crescimento de 1,1%, em linha com a expectativa do mercado. Para 2020 a mediana das estimativas foi reduzida de 2,17% para 1,99% e mantida em 2,50% para 2021.


Indústria automobilística
Forte queda na produção em fevereiro

A produção de veículos no Brasil em fevereiro de 2020 somou 204,2 mil unidades, volume 20,8% menor que em igual mês de 2019, segundo os dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Comparado a janeiro/20, houve um crescimento de 6,5% no total produzido em fevereiro.
• A produção foi afetada pelo menor número de dias úteis neste ano, dado que em 2019 o carnaval ocorreu em março;
• Os licenciamentos (vendas) de veículos novos nacionais em fevereiro foram de 179,9 mil unidades, 1,8% maior que no mesmo mês de 2019. No acumulado do bimestre, o volume de vendas mostra uma redução de 0,4%, em função dos dados negativos de janeiro (-2,7%);
• As exportações em fevereiro foram melhores que nos meses passados. O volume de autoveículos exportados em fevereiro atingiu 37,7 mil unidades, 7,0% menos que em fev/19, mas 83,4% acima do número verificado em jan/20.


 

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