Ibovespa volta a desabar com ambiente de forte aversão a risco no mundo

MERCADO


Bolsa
O Ibovespa fechou com queda de 4,65% aos 102.233 pontos e giro financeiro de R$ 30,2 bilhões. A baixa foi generalizada e seguiu o ambiente de forte aversão ao risco, tanto no exterior diante da propagação do coronavírus com novos casos registrados nos EUA, quanto com campo interno devido às incertezas em relação ao câmbio. A agenda hoje traz as Vendas de veículos de fevereiro pela Anfavea. Nos EUA os dados da Folha de pagamento de fevereiro, a Taxa de desemprego de fevereiro, a Balança comercial de janeiro e os Estoques no atacado M/M de janeiro. Tendência baixista permanece com mercados na Ásia em queda, assim como na Europa e futuros americanos.

Câmbio
Ontem, nem os três leilões de swap cambial do BC no total de US$ 3 bilhões, foram suficientes para acalmar os ânimos no mercado de dólar. O clima de aversão ao risco dominou o mercado e o dólar à vista ao final do dia era negociado a R$ 4,6515 com alta de 1,56%.

Juros
Em linha com o comportamento do dólar, os juros futuros dispararam, notadamente nos vencimentos de médio e longo prazo, reflexo do aumento da percepção de risco e consequente desaceleração global. No fechamento da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 subiu de 3,76% no ajuste anterior para 3,865%; a do DI para janeiro de 2025 passou de 5,79% para 5,980%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

CCR (CCRO3)
Aumento da receita e menor volume de não recorrentes permite reverter prejuízo

Na noite de ontem, a empresa divulgou seus números do 4T19, mostrando aumento no tráfego e na receita, mas queda na margem EBITDA, em relação ao mesmo período de 2018.  Vale lembrar que o prejuízo que a CCR sofreu no 4T18, ocorreu devido ao grande volume de perdas não recorrentes contabilizadas naquele período.

  • No 4T19, o lucro líquido da CCR foi de R$ 393 milhões (R$ 0,19 por ação), 7,5% maior que no trimestre anterior, revertendo o prejuízo de R$ 307 milhões sofrido no 4T18;
  • Os custos totais da CCR no 4T19 caíram 20,2% (-5,5% na mesma base).  A principal razão para esta queda foi o menor volume de itens não recorrentes contabilizados no 4T19.  Vale lembrar que no 4T18, a CCR provisionou multa e penalidades como consequência da celebração do Acordo de Leniência com o Ministério Público Federal (R$ 750 milhões), mais R$ 81,5 milhões do Termo de Autocomposição com o Ministério Público do Estado de São Paulo e R$ 71,2 milhões decorrente do Programa de Incentivo à Colaboração.

B3 (B3SA3)
Lucro líquido recorrente de R$ 865 milhões no 4T19 e de R$ 3,24 bilhões em 2019

  • A B3 registrou no 4T19 um lucro líquido de R$ 733 milhões, com alta de 26% em relação aos R$ 583 milhões do 4T18, explicado, principalmente por forte incremento de receita (+20%), nesta base de comparação, comportamento contido das despesas (0%) e melhora do resultado financeiro (-5%); parcialmente compensado por aumento do IR/CS. Em base recorrente o lucro do trimestre cresceu 21% em doze meses para R$ 865 milhões.
  • Tomando por base o resultado de 2019 o lucro líquido cresceu 30% totalizando R$ 2,71 bilhões, com alta de 23% em base recorrente para R$ 3,24 bilhões. O EBITDA recorrente somou R$ 1,18 bilhão no trimestre e R$ 4,26 bilhões em 2019, com crescimento de 29% e 24%, respectivamente. Ao final do 4T19, a B3 possuía endividamento bruto de R$ 4,1 bilhões (45% de longo prazo), correspondente a 1,0x o EBITDA recorrente dos últimos 12 meses.
  • Plano de Recompra. O conselho de administração da B3 aprovou a recompra de até 21,7 milhões de ações ON da companhia. O prazo máximo para aquisição de ações é de até 359 dias corridos, contados a partir de 6/março de 2020 até 28 de fevereiro de 2021, cabendo à administração definir as datas em que a recompra será efetivamente executada.
  • Pagamento de dividendos complementares referentes a 2019. O conselho aprovou a destinação de R$ 344,3 milhões a título de dividendos, equivalentes ao valor de R$ 0,168173061 por ação. O pagamento será realizado em 07 de abril de 2020 e tomará como base a posição acionária de 25 de março de 2020; sendo negociadas na condição  “ex” dividendo a partir do dia 26 de março de 2020. O retorno é de 0,35%.

IRB-Brasil Resseguros S.A. (IRBR3)
Teleconferência para apresentar novo CFO

  • O IRB Brasil RE realizou ontem, dia 5 de março, teleconferência para apresentar o novo Vice-Presidente Executivo, Financeiro e de Relações com Investidores, Sr. Werner Süffert, que também passou a ocupar a posição de Presidente interino da companhia. Estava presente o Presidente interino do Conselho de Administração do IRB (e também presidente da Caixa), Sr. Pedro Guimarães.
  • Participamos da teleconferência na busca de informações adicionais que seguem descritas. Com a queda de 16,2% ontem (5) a ação IRBR3 registra baixa de 59,0% este ano para uma cotação de R$ 15,97/ação, equivalente a um valor de mercado de R$ 14,9 bilhões. Estamos colocando o Preço Justo de R$ 45,00/ação em revisão, à luz dos novos fatos e desdobramentos.
  • A chegada de Werner acontece depois que o sr. José Carlos Cardoso, até então Presidente da companhia, e o sr. Fernando Passos, Vice-Presidente Executivo, Financeiro e de Relações com Investidores, apresentaram suas renúncias na quarta-feira, 04.03.2020, as quais foram aceitas pelo Conselho de Administração.
  • O Conselho de Administração manteve a determinação à Diretoria Estatutária para instalar um procedimento de apuração criteriosa, de forma a identificar as circunstâncias exatas da divulgação de informações, pela companhia, relativas à sua base acionária. Ao mesmo tempo o Presidente interino do Conselho de Administração reconheceu que questão da Berkshire Hathaway é “grave” e será adequadamente investigada. Não foi dado prazo para apresentação dos resultados.
  • O Conselho de Administração e os principais acionistas mantêm total confiança e tranquilidade sobre balanço do IRB. Pedro Guimarães destacou que a Caixa continuará a ter IRB como principal parceiro. Ao mesmo tempo existe a determinação por parte da diretoria, representada por Werner Süffert, da necessidade de melhorar a transparência para o mercado, inclusive através das notas explicativas, de modo a fornecer condições mais adequadas para a análise dos parceiros, clientes, e acionistas. Aprimoramento dos Demonstrativos Financeiros será realizado e posteriormente apresentado ao mercado. Lembrando que as Demonstrações da companhia de 2019 foram examinadas pela EY E PWC como auditores atuariais, sem ressalvas.

Odontoprev (ODPV3)
Lucro líquido de R$ 72 milhões no 4T19 e de R$ 285 milhões em 2019

  • A Odontoprev registrou um lucro líquido de R$ 71,7 milhões no 4T19 com queda de 7% em relação ao lucro de R$ 77,4 milhões do 4T18, reflexo da piora no resultado operacional, por maior incremento do custo de serviços (+8%) e piora do índice de sinistralidade (+1,3pp para 44,8% no trimestre). No acumulado de 2019 o lucro líquido alcançou R$ 284,8 milhões, estável em relação ao lucro de 2018.
  • Receita líquida do 4T19 em R$ 455 milhões, 5% maior na comparação com o 4T18. Destaque para PME com crescimento de 11% e alta de 13% nos Planos Individuais; Adição líquida de 121 mil novos beneficiários no trimestre, melhor desempenho desde 4T12, e 212 mil vidas no 2º semestre, recorde desde 2011; Índice de despesas comerciais sobre a receita caiu de 11,5% no 4T19 para 10,8% em doze meses; PDD de 3,9% no 4T19 menor que 4,7% do 3T19;

Natura (NATU3)
Lucro líquido consolidado do 4T19 cai 96% ante o 4T18 para R$ 14,3 milhões, com impacto ‘’não recorrente, sem efeito caixa’’

  • A Natura & Co, que reúne as marcas Natura, The Body Shop e Aesop registrou queda de 96% no lucro líquido consolidado do 4T19 em relação a igual trimestre de 2018, para R$ 14,3 milhões, explicado principalmente por “impacto não recorrente, sem efeito caixa, de R$ 206,6 milhões em impostos relacionados à restruturação societária, assim como custos não-recorrentes de aquisição da Avon de R$ 104,2 milhões”.
  • O EBITDA do 4T19 alcançou R$ 744,5 milhões (margem de 16%) com crescimento de 4% ante R$ 715 milhões do 4T18, refletindo principalmente os custos não recorrentes relacionados à aquisição da Avon, de R$ 37,5 milhões. O EBITDA ajustado alcançou R$ 816,7 milhões, com margem de 17,6% (+80 pbs). Em 2019, EBITDA alcançou R$ 1.905,0 milhões com margem de 13,2% (-60 pbs), enquanto o EBITDA ajustado foi de R$1.993,7 milhões, com margem estável de 13,8%.
  • No ano de 2019, o lucro liquido consolidado da Natura&Co somou R$ 190,9 milhões, queda de 65% sobre 2018. O EBITDA foi de R$ 1,91 bilhão, com crescimento de 3% ante o ano anterior. Já a receita líquida alcançou R$ 14,44 bilhões ao final de 2019, com alta de 7,8% sobre 2018.

Banrisul S.A. (BRSR6)
Pagamento de JCP referente ao 1T20

  • Em reunião da Diretoria do Banrisul ocorrida em 05 de março de 2020 foi deliberado o pagamento de juros sobre o capital próprio (JCP) referente ao 1T20, no valor total de R$ 101,0 milhões, equivalente a R$ 0,24687854 por ação PNB.
  • Serão beneficiados os acionistas em 10 de março de 2020 (data da declaração), passando as ações a serem negociadas “ex-direito” aos juros intermediários a partir de 11 de março de 2020. O pagamento ocorrerá em 30 de março de 2020 e o retorno líquido estimado é de 1,25%.

 

Se preferir, baixe em PDF:

Ibovespa volta a desabar com ambiente de forte aversão a risco no mundo

 

 

Análises Gráficas >>> 


DISCLAIMER
Este relatório foi preparado pela Planner Corretora e está sendo fornecido exclusivamente com o objetivo de informar. As informações, opiniões, estimativas e projeções referem-se à data presente e estão sujeitas à mudanças como resultado de alterações nas condições de mercado, sem aviso prévio. As informações utilizadas neste relatório foram obtidas das companhias analisadas e de fontes públicas, que acreditamos confiáveis e de boa fé. Contudo, não foram independentemente conferidas e nenhuma garantia, expressa ou implícita, é dada sobre sua exatidão. Nenhuma parte deste relatório pode ser copiada ou redistribuída sem prévio consentimento da Planner Corretora de Valores. O presente relatório se destina ao uso exclusivo do destinatário, não podendo ser, no todo ou em parte, copiado, reproduzido ou distribuído a qualquer pessoa sem a expressa autorização da Planner Corretora. As opiniões, estimativas, projeções e premissas relevantes contidas neste relatório são baseadas em julgamento do(s) analista(s) de investimento envolvido(s) na sua elaboração (“analistas de investimento”) e são, portanto, sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado. Declarações dos analistas de investimento envolvidos na elaboração deste relatório nos termos do art. 21 da Instrução CVM 598/18: O(s) analista(s) de investimento declara(m) que as opiniões contidas neste relatório refletem exclusivamente suas opiniões pessoais sobre a companhia e seus valores mobiliários e foram elaboradas de forma independente e autônoma, inclusive em relação à Planner Corretora e demais empresas do Grupo.

Open chat