Primeiro pregão de agosto foi marcado pela volatilidade

MERCADO


Bolsa

O primeiro pregão de agosto foi recheado de motivos para volatilidade nos preços dos papéis, com o Ibovespa em alta até o meio da tarde, influenciado pela decisão dos juros na noite anterior. Na sequência, a ameaça de taxação de produtos chineses por Donald Trump, e a queda dos preços do petróleo levaram a uma pressão de vendas na B3. Ao final do pregão, o Ibovespa marcou 102.126 pontos, em alta de 0,31%. O giro financeiro foi expressivo no dia, somando R$ 25 bilhões. Hoje a agenda econômica traz o IPC-Fipe mensal com alta (confortável) de 0,14%, vendas a varejo de junho na zona do euro com alta de 1,1% no M/M e 2,6% no A/A e dados do mercado de trabalho nos EUA. As bolsas no exterior mostram queda no fechamento da Ásia, no andamento na zona do euro e sinalização negativa para os futuros de NY, reflexo da pressão comercial do EUA sobre a China e com a curva dos bonds de 30 anos da Alemanha ficando abaixo de 0% pela primeira vez.

Câmbio

Os fatos dos dois últimos dias de julho puxaram a moeda americana novamente para cima ontem, de R$ 3,815 para R$ 3,8404 no fechamento (+1,01%). O dia foi de volatilidade neste mercado.

Juros

O primeiro pregão de agosto foi de queda no mercado de juros futuros, após a confirmação do corte na taxa Selic.  O DI para jan/20 recuou de 5,608% para 5,505%. Na ponta mais longa, o DI para jan/25 encerrou a 6,91%, ante 6,90% na véspera.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Petrobras (PETR4)  
Salto no lucro do 2T19 com a venda da TAG

A empresa mostrou em seu resultado do 2T19, comparado ao mesmo período do ano passado, redução nas vendas e receitas.  Porém, a redução dos custos e despesas, associado ao ganho não recorrente com a negociação de ativos, levou a um forte aumento do lucro.  A venda da TAG por US$ 8,7 bilhões no trimestre gerou ganhos de R$ 21,4 bilhões.

A Petrobras apresentou um lucro líquido no 2T19 de R$ 18.866 milhões (R$ 1,45 por ação), que foi 368,0% maior que no trimestre anterior e 87,3% acima do 2T18.  Sem considerar os ganhos não recorrentes, o lucro líquido do 2T19 somou R$ 5,2 bilhões (R$ 0,40/ação), 10,6% acima do 1T19, mas 53,0% menor que no mesmo trimestre do ano passado;

As vendas no 2T19 caíram expressivamente, principalmente nas unidades no exterior.  O volume total vendido no 2T19 somou 2.727 mil barris por dia, 7,0% abaixo do mesmo trimestre de 2018 e 6,0% menor que 1T19;

A adoção do IFRS 16, com a contabilização dos arrendamentos mercantis como dívida, comprometeu a trajetória de queda contínua do endividamento da Petrobras.  A dívida líquida em reais (R$ 320,6 bilhões) caiu 13,9% no trimestre (redução de R$ 51,6 bilhões), mas aumentou 12,9% em relação ao 2T18.


Localiza (RENT3)   
Forte crescimento do resultado no 2T19 em relação ao ano anterior, mas abaixo da nossa projeção

Os resultados da Localiza no 2T19 mostraram um forte crescimento das operações e do lucro, na comparação com o mesmo trimestre do ano passado.  Em relação ao 1T19, a redução nas tarifas levou às quedas da receita, das margens e do lucro líquido, que ficou abaixo da nossa projeção (R$ 208 milhões).

No 2T19, o lucro líquido foi de R$ 190 milhões (R$ 0,26 por ação), valor 9,8% menor que no trimestre anterior, mas 34,0% acima do 2T18;

No principal negócio da empresa (Aluguel de Carros), comparado ao 2T18, a frota média alugada aumentou 26,2% no 2T19, o que permitiu um aumento de 29,2% no número de diárias do segmento.  A tarifa média no trimestre foi de R$ 70,35, com aumento de 2,0%.  No entanto, em relação ao trimestre anterior, a tarifa média caiu 4,3%.


Porto Seguro (PSSA3)
Resultado do 2T19

A Porto Seguro registrou no 2T19 um lucro líquido de R$ 381 milhões (ROAE de 22,2%) com crescimento de 13,7% em relação ao lucro de R$ 335 milhões do 2T18 (ROAE de 19,7%). No 1S19 o lucro líquido somou R$ 681 milhões, 11% acima de igual período do ano anterior.

Ontem a ação PSSA3 fechou cotada a R$ 52,90/ação, equivalente a um valor de mercado de R$ 17,1 bilhões, alta de 4,3% este ano e P/L de 12,0x para 2019.

As Receitas Totais somaram R$ 4,4 bilhões no 2T19 e se comparam a R$ 4,5 bilhões em igual trimestre do ano anterior. No 1S19 as receitas totais foram de R$ 8,75 bilhões ante R$ 8,90 bilhões do 1S18. Olhando a distribuição de Prêmios de Seguros (2T19 x 2T18) destaque positivo para o segmento Saúde+Auto com crescimento de 9,7% e o segmento de Pessoas (+9,9%). O segmento Auto registrou queda de 4,6%, Previdência com queda de 13,2% e Patrimonial com redução de 0,2%.

O índice combinado reduziu 1,8pp em relação ao 1T19 explicado principalmente pela menor sinistralidade no seguro Auto (de 58,2% no 1T19 para 54,0% no 2T19. As despesas administrativas e Outras Operacionais cresceram 3,1% entre o 2T18 e o 2T19 e somaram R$ 639 milhões, acumulando no 1S19 1,23 bilhão e queda de 0,2% em relação ao 1S18 (bem abaixo da inflação e do dissídio). Ressalte-se que a companhia tem ampliado e aprofundado os esforços para aumentar a eficiência operacional.


Eletrobras (ELET3, ELET6)
Autorizado os estudos para desestatização da companhia

O Presidente do Conselho de Administração da companhia recebeu ontem (01/agosto) o Ofício nº 548/2019 GM-MME através do qual, o Ministro das Minas e Energia informa que o presidente Jair Bolsonaro autorizou que fossem aprofundados os estudos para que o processo de desestatização da companhia ocorra através de aumento de capital social, mediante subscrição pública de ações ordinárias da Eletrobras ou de eventual empresa resultante de processo de reestruturação. Foi informado ainda que o “processo de desestatização deverá observar o rito legislativo para apreciação do Congresso Nacional”.

Em outro comunicado a Eletrobras informa que o bond de US$ 1,0 bilhão, equivalente a R$ 3,9 bilhões, foi liquidado em 30 de julho de 2019.

As ELET3 cotadas a R$ 42,11/ação registram alta de 78,3% este ano. As ELET6 ao preço de R$ 41,85/ação apresentam valorização de 54,7% em 2019. Este desempenho se mostra acima da valorização de 16,2% do Ibovespa e de 36,5% do IEE no mesmo período.


Cielo S.A. (CIEL3)
Empresa desconhece que o BB estuda vender sua participação

A Cielo comunicou que não tem conhecimento acerca das informações contidas na notícia “Banco do Brasil estuda vender fatia de R$ 5,65 bi na Cielo” veiculada ontem (01/agosto) na “Coluna do Broadcast”.

O Banco do Brasil junto com o Bradesco exercem o controle da Cielo onde cada um detém participação de 28,65% no capital da companhia. Os dois bancos não comentaram a notícia, sendo que o Bradesco tem preferência numa eventual venda, conforme acordo de acionistas.

A notícia veiculada durante o pregão de ontem fez preço nas ações da companhia, que registraram alta de 15,3% no dia, para R$ 8,35/ação (valor de mercado de R$ 22,7 bilhões). Nesse preço os múltiplos para 2019 são: P/L de 9,6x e VE/EBITDA de 6,8x. Temos recomendação de compra para CIEL3 com preço justo de R$ 10,00/ação.


Sabesp (SBSP3)
Prorrogação por 50 dias para envio das contribuições da Consulta Pública nº 09/2019

A ARSESP atendeu a solicitação de prorrogação, por 50 dias, do período para envio de contribuições, conforme estabelecido no regulamento da Consulta Pública nº 09/2019 que objetiva obter contribuições sobre a metodologia e critérios gerais para atualização da Base de Remuneração Regulatória da 3ª Revisão Tarifária Ordinária da Sabesp.

Os interessados poderão enviar contribuições até 24 de setembro de 2019, ficando mantidas as demais disposições do regulamento da consulta pública. A prorrogação solicitada não deverá comprometer o cronograma de atividades e prazos finais da 3ª Revisão Tarifária Ordinária, a qual deverá estar concluída até abril de 2021.

Temos recomendação de compra para SBSP3, que ao preço de R$ 55,31/ação, equivalente a um valor de mercado de R$ 37,8 bilhões, registra alta de 80,0% este ano. Nesse preço os múltiplos para 2019 são: P/L de 13,5x e VE/EBITDA de 7,7x.


Grendene (GRND3)
Lucro líquido de R$ 41,5 milhões no 2T19, queda de 36,9% sobre o 2T18

O 2º trimestre foi mais um período negativo para os negócios da Grendene, com a demanda do mercado ainda não respondendo. No 2T19 a queda no volume de vendas foi menor do que no 1º trimestre, mas o quando é muito negativo ainda. Na tabela abaixo estão demonstradas as principais contas de resultado.

Ontem a ação GRND3 encerrou cotada a R$ 7,65 acumulando queda de 4,3% no ano. Temos recomendação de COMPRA para a ação com preço justo de R$ 8,90 com potencial de valorização de 16,3%.


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