Governo não terá facilidades

MERCADO


Bolsa
A decisão da Câmara dos Deputados em relação ao Orçamento Impositivo foi uma demonstração que o governo não terá facilidades nos seus projetos e a bolsa refletiu imediatamente a este momento de atrito entre as partes. O clima ruim entre governo e parlamentares só serve para empurrar o projeto da Previdência para a frente e que deverá sofrer alterações para conseguir avançar. Neste ambiente, o Ibovespa encerrou a quarta-feira com queda de 3,57% aos 91.903 pontos, com giro financeiro de R$ 17,1 bilhões. Hoje a agenda econômica vem carregada de dados da zona do euro (indicadores de confiança na economia e indústria) e Estados Unidos (PIB do 4T18). No Brasil, destaque para a inflação de março medida pelo IGP-M com alta de 1,26% no M/M e de 8,27% no A/A. As bolsas internacionais mostram alta nesta quinta-feira com noticiário mais calmo no exterior

Câmbio
A moeda americana ainda na ponta contrária da bolsa com o nervosismo instalado no mercado financeiro com os atritos políticos durante o dia. No fechamento, o dólar marcou alta de 3,13%, passando de R$ 3,8741 para 3,9952. No exterior, os Treasuries (10 anos) encerraram a quarta-feira com alta de 1,1% na taxa, a 2,38% ao ano.

Juros
O mercado de juros também reagiu de maneira mais acentuada em relação aos fatos políticos do dia, com as taxas subindo forte. A taxa do DI para jan/20 passou de 6,465% para 6,565% e para jan/25 a alta foi de ,832% para 9,05%.

 

ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Vale (VALE3)
Bons resultados no 4T18 e no ano
A Vale divulgou ontem, após o pregão, seus resultados do 4T18 que foram bons, mostrando aumento nas vendas, da receita e margens, seja na comparação com o trimestre anterior ou com o 4T17.

  • O lucro líquido da Vale no 4T18 foi de US$ 3,8 bilhões, valor 168,9% maior que no 3T18 e quase cinco vezes acima do mesmo trimestre do ano passado;
  • Em 2018, a Vale obteve um bom resultado, com volumes e preços elevados de ferrosos.  Assim, no ano a empresa lucrou US$ 6,9 bilhões, valor 24,6% maior que em 2017;
  • Naturalmente, os números de 2018 ainda não foram impactados pelo acidente de Brumadinho, o que deve começar a acontecer no 1T19.  Estes custos incluirão os gastos com o descomissionamento das barragens construídas a montante, estimado inicialmente em R$ 5 bilhões, e a remediação dos danos com o acidente.

Eletrobras (ELET3, ELET6)
Lucro líquido de R$ 12,1 bilhões no 4T18 e de R$ 13,3 bilhões em 2018

A Eletrobras registrou um lucro líquido de R$ 12,1 bilhões no 4T18, que se compara ao prejuízo de R$ 4,0 bilhões do 4T17. No acumulado de 2018, o lucro líquido somou R$ 13,3 bilhões, revertendo prejuízo de R$ 1,7 bilhão de 2017. Um excelente resultado trimestral imactado positivamente por reversão de provisões para contingências, no valor de R$ 1,2 bilhão, dos quais R$ 563 milhões relativos à provisão para empréstimos compulsórios.

  • As ELET3 cotadas a R$ 33,50/ação registram alta de 38,3% este ano. As ELET6 ao preço de R$ 35,70/ação apresentam valorização de 26,7% em 2019. Este desempenho se mostra acima da valorização de 4,6% do Ibovespa e de 13,6% do IEE no mesmo período.
  • O resultado de 2018 foi o maior já registrado pela empresa nos últimos 20 anos, com destaque para (i) as reversões do “impairment” e dos contratos onerosos de Angra 3, no total de R$ 7,2 bilhões; (ii) do patrimônio líquido negativo de R$ 3,0 bilhões referente à venda das distribuidoras Cepisa, Ceron, Boa Vista Energia e Eletroacre; e (iii) da provisão de R$ 739 milhões relativa a reclassificação de risco de contingência das distribuidoras acima descritas.
  • A companhia destacou ainda a contabilização de receita por melhorias feitas nas hidrelétricas que operam sob regime de cotas, no valor de R$ 517 milhões, fazendo com que essa contabilização passe a representar uma receita de R$ 1 bilhão por ano, segundo a Eletrobras.
  • Em 2018, a receita líquida da companhia somou R$ 25,0 bilhões, com queda de 15,2% em doze meses. O EBITDA gerencial das operações de geração e transmissão apresentou crescimento de 26%, saindo de R$ 6,7 bilhões em 2017 para R$ 8,5 bilhões em 2018.
  • O nível de endividamento da companhia, medido pela relação dívida líquida/Ebitda, recuou de 3,7x ao final de 2017 para 3,1x no fechamento de 2018. Destaque para os programas de desligamento de empregados e as medidas de gestão, que resultaram em uma redução de custo de pessoal de 18% em 2018.

Cesp (CESP6)
Teleconferência de resultados de 2018

A Cesp realizou ontem (27/março) sua teleconferência de resultados de 2018. O atual controlador da companhia, a VTRM Energia (50% da Votorantim Energia e 50% do CPP Investment Board) detém 40,0% do capital total, sendo 93,5% das ON e 13,7% das PNB. O free float soma 60,0% (6,5% das ordinárias e 86,3% das preferenciais). As CESP6 registram alta de 7,4% este ano para R$ 23,41/ação, equivalente a um valor de mercado de R$ 7,7 bilhões.

  • Leilão de privatização em 19/out/18; Pagamento pelas ações detidas pelo Estado de SP em 11/dez/18; Emissão de R$ 1,8 bilhão em debêntures e Protocolo de pedido de registro de OPA, realizado em 9/jan/19; E em 19/mar/19 ocorreu a assinatura pela Cesp do Contrato de Concessão da UHE Porto Primavera. Por 30 anos, a contar da assinatura pela Annel (que ainda não aconteceu).
  • Ativos Operacionais. Atualmente a companhia possui 3 usinas hidrelétricas, com destaque para a UHE de Porto Primavera (potência instalada de 1.540 MW, Energia assegurada de 887 MW médios e prazo de concessão até 2049); UHE Paraibuna (potência instalada de 87 MW, Energia assegurada de 48 MW médios e prazo de concessão até 2021); UHE Jaguari (potência instalada de 28 MW, Energia assegurada de 13 MW médios e prazo de concessão até 2020).
  • Mercado de Energia. O nível de Armazenamento nas áreas de concessão da companhia terminou 2018 em 32%, evoluindo para 34% em fev/19 e final de março em 43% próximo do pico em abril de 2018 de 46%. Nesse contexto de início de hidrologia mais difícil, o PLD que ao final de 2018 estava em R$ 79,00 por MWh, elevou-se a R$ 192,00 em janeiro e para R$ 444,00 por MWH em fevereiro de 2019. A companhia estima um PLD de R$ 230,00 por MWH em março.
  • No ano passado o Preço Médio de Aquisição de energia pela Cesp foi de R$ 353,00 por MWh, 2,3% acima do PLD médio de 2018, de R$ 345,00 por MWh. A Produção de Energia Elétrica da companhia atingiu 2.429 GWh no 4T18 (+0,4%) e 9.275 GWh, após redução de 2% em relação a 2017. As vendas de energia foram de 2.555 GWh no trimestre (+5,6%) e de 11.570 GWh em 2018, com crescimento de 3,9% em doze meses.
  • Ao final do 4T18 a Dívida Financeira da companhia era de R$ 217 milhões, abaixo dos R$ 312 milhões do 3T18. Considerando os recursos em Caixa de R$ 410 milhões, a Cesp era aplicadora líquida de caixa de R$ 196 milhões. Em base pró-forma para dez/18, considerando R$ 1,8 bilhão em debêntures, o efeito proporcional no caixa, o pagamento de R$ 1,4 bilhão de outorga e o pagamento de R$ 297 milhões em dividendos, a dívida da companhia era de R$ 1,5 bilhão equivalente a 3,0x o EBITDA ajustado.
  • Como já informado, com base no resultado de 2018, a Administração submeterá à aprovação dos acionistas em AGO, prevista para 29 de abril de 2019, a proposta de distribuição de dividendos aos acionistas no montante de R$ 297,3 milhões, sendo de R$ 1,8245 por ação PNA, e de R$ 0,8866 para as ações ON e PNB. O retono para os detentores de CESP6 é de 3,7%.

Suzano (SUZB3)
Amortização de R$ 2,056 bilhões de debêntures 

A Suzano comunicou ontem (27) a realização de amortização extraordinária facultativa parcial sobre o saldo das debêntures simples, não conversíveis em ações, da sua sétima emissão.

Foram pagos R$ 2.056.172.600,00, o que corresponde a parcela a ser amortizada do saldo total das debêntures.

A Suzano destaca que a amortização extraordinária está em linha com a gestão responsável de seu endividamento e posicionamento de mercado.

A companhia fará hoje (28) sua reunião anual com analistas, o Suzano Day.

Ontem a ação SUZB3 encerrou cotada a R$ 47,47 acumulando valorização de 24,7% em 2019, após a valorização de 104,7% em 2018. O valor de mercado atual da companhia é de R$ 64,0 bilhões e suas ações estão sendo negociadas a 4,32x o valor patrimonial.


Cia. Hering (HGTX3)
Pagamento de JCP de R$ 0,1423 por ação, ficando “ex” em 05/abril

A Cia Hering pagará juros sobre o capital próprio com base no lucro que vier a ser auferido no exercício de 2019, no valor total de R$ 22.993.877,77.

  • Valor bruto por ação: R$ R$ 0,1423;
  • Acionistas com direito até 04/abril, com as ações ficando “ex” no dia 05/04;
  • O pagamento será realizado em 24 de abril.

Ontem a ação HGTX3 encerrou cotada a R$ 28,31. Com base nesta cotação o retorno para os acionistas é de 0,50%.


Klabin (KLBN11)
Emissão de US$ 1 bilhão em notes

A Klabin comunicou ontem (27) duas emissões de notes: a primeira de US$ 500 milhões em bônus de 10 anos e US$ 500 milhões em bônus de 30 anos. A emissão foi feita por sua subsidiária integral Klabin Austria GmbH.

Detalhes das emissões:

  • Primeira emissão: Títulos representativos de dívida (senior unsecured notes), no valor total de US$ 500 milhões com yield de 5,80% aa e cupom de 5,75% aa, com vencimento em 03 de abril de 2029.
  • Segunda emissão: US$ 500 milhões com yield de 7,125% ao ano e cupom (juros) de 7,00% ao ano, com vencimento em 03 de abril de 2049.

Os recursos da notes 2049 serão destinados ao financiamento ou refinanciamento, no todo ou em parte, de custos e/ou investimentos em “Green Projects”.

 

Ontem a unit KLBN11 (1 ON + 4 PN) encerrou cotada a R$ 17,01 acumulando valorização de 7,2% em 2019. O valor de mercado atual da companhia é de R$ 19,6 bilhões e suas ações estão sendo negociadas a 2,85x o valor patrimonial.


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