Promessa de reconciliação

MERCADO


Bolsa
Após uma queda forte na quarta-feira num dia tenso entre governo e Senado, o Ibovespa mostrou recuperação com alta de 2,70% ontem, marcando 94.389 pontos. O giro financeiro foi de R$ 16,6 bilhões. O clima ruim da véspera foi amenizado após a promessa de reconciliação entre Jair Bolsonaro e Rodrigo Maia e a decisão de envolvimento do ministro Paulo Guedes na articulação política. Está marcada para a próxima semana uma reunião entre o ministro e parlamentares para discussão da pauta da Previdência.  A agenda de hoje vem carregada com a taxa de desemprego em fevereiro no Brasil em 12,4%, um pouco abaixo do esperado. Nos EUA, saem diversos dados de pouca relevância para nosso mercado.  As bolsas lá de fora mostram alta e aqui dentro deverá ir no mesmo rumo, com a rápida aproximação do governo com os parlamentares.

Câmbio
A recuperação da bolsa refletiu no câmbio que encerrou o dia em queda de 2,33% passando de R$ 3,9952 na véspera para R$ 3,9020.

Juros
Os juros no curto prazo (jan/25) fecharam em 6,495%, ante 6,566% na véspera e para jan/25 o DI caiu de 9,052% para 8,74%.

 

ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Gafisa (GFSA3)
A companhia registrou prejuízo líquido de R$ 418,5 milhões em 2018, impactado pelo valor dos impairments e gastos com a reestruturação

O custo maior da reestruturação foi aplicado no 4T18, o que poderá abrir o caminho para a retomada da recuperação da empresa a partir deste ano, com nova gestão e um mercado imobiliário mostrando sinais de melhora.  As medidas de ajustes pesaram sobre os números de 2018.

Ontem a ação encerrou cotada a R$ 8,96 acumulando desvalorização de 47,0% no ano e 8,8% neste mês. No dia o papel ficou estável. O valor de mercado da companhia atualmente é de R$ 356,5 milhões.


Suzano (SUZB3)
Suzano Day

Na reunião companhia destacou principalmente as sinergias esperadas a partir da fusão com a Fibria, as quais podem exceder o valor previamente informado pela própria Suzano, em função das iniciativas em curso e de uma análise mais aprofundada dos ganhos potenciais, de modo que o mapeamento ainda não foi encerrado.

Destaques da Reunião:

  • Sinergias Operacionais: R$ 800 milhões a R$900 milhões, sendo de 40% em 2019, 90% em 2020 e 100% a partir de 2021;
  • Sinergias Fiscais: R$ 2 bilhões ao ano, ao longo de uma década – sendo R$ 1,2 bilhão de Despesa anual dedutível média e R$ 800 milhões de Dedução fiscal anual média;
  • Área Industrial: Ganhos relacionados a unificação dos processos entre Fibria e Suzano;
  • Área Florestal: Otimização no fornecimento de madeira; opção de direcionar fábricas para mercados específicos, visando a redução de custos logísticos; Por exemplo a fábrica de Imperatriz (MA) abastecendo o mercado americano, a restrição parte da validação da celulose pelos clientes;
  • Mercado de Celulose: Demanda global crescendo em torno de 1,4 milhão de toneladas ano, com destaque para a fibra curta (hardwood), cujo crescimento médio será de aproximadamente 1,0 milhão de toneladas ano;

Ontem a ação SUZB3 encerrou cotada a R$ 46,40 acumulando valorização de 21,8% em 2019, após a valorização de 104,7% em 2018. O valor de mercado atual da companhia é de R$ 62,6 bilhões e suas ações estão sendo negociadas a 4,23x o valor patrimonial.


Vale (VALE3)
Redução nas vendas em 2019

A empresa informou ontem em teleconferência realizada durante o pregão, a respeito dos efeitos prováveis nas vendas em 2019, decorrentes do acidente na Mina Córrego do Feijão, ocorrido em janeiro último.

  • As vendas de minério de ferro, prejudicadas pelo fechamento de várias minas, devem ficar entre 307 e 332 milhões de toneladas em 2019.
  • A expectativa de produção anterior era de 400 milhões de toneladas, o que indicava vendas de 382 milhões de toneladas.  Portanto, a redução das vendas ficará entre 50 e 75 milhões de toneladas;
  • Considerando o preço médio do 4T18, para estas estimativas de redução nas vendas, a perda de receita ficaria entre US$ 3,4 bilhões e US$ 5,1 bilhões, valores equivalentes a 9,4% e 14,0% da receita líquida consolidada auferida pela Vale em todo ano passado.

Sabesp (SBSP3)
Forte resultado do 4T18 acima do esperado

A Sabesp registrou no 4T18 um lucro líquido de R$ 1,5 bilhão, com crescimento de 146% em relação ao lucro de R$ 613 milhões do 4T17, reflexo da melhora dos resultados operacional e financeiro entre os trimestres. Com isso a companhia conseguiu reverter a queda do lucro acumulada até os nove primeiros meses e fechou 2018 com um crescimento de 12,5% do lucro líquido que totalizou R$ 2,84 bilhões.

• Um resultado trimestral acima do esperado e que deve refletir no comportamento das ações hoje. Cotadas a R$ 41,00/ação (valor de mercado de R$ 28,0 bilhões) suas ações registram alta de 30,2% este ano. Nesse preço os múltiplos para 2019 são: P/L de 10,0x e VE/EBITDA de 6,2x. Temos recomendação de compra para SBSP3 com preço justo de R$ 52,00/ação, que traz um potencial de alta de 26,8%.

• A Receita Líquida cresceu 10,1% para R$ 16,1 bilhões, sensibilizada por acréscimo de tarifas (+7,9% desde nov/17 e +3,5% desde jun/18); aumento de 1,5% no volume faturado total; e o acordo com o município de Guarulhos, que gerou um acréscimo de R$ 800 milhões na receita operacional.

• Os custos e despesas administrativas/comerciais cresceram 2,8% em percentual abaixo da inflação e do crescimento das receitas, contribuindo positivamente para a melhora do resultado operacional e das margens. O EBITDA ajustado registrou crescimento de 24,1% e somou R$ 6,54 bilhões. A margem EBITDA ajustada elevou-se de 36,1% em 2017 para 40,7% em 2018.

• Ao final do 4T18 a dívida líquida da Sabesp era de R$ 11,3 bilhões, com crescimento de 12% em relação ao trimestre anterior. Sua alavancagem caiu de 1,8x no 3T18 para 1,7x ao final de dezembro de 2018.

• Com base no resultado de 2018 o Conselho de Administração aprovou o pagamento de juros sobre o capital próprio (JCP) em 28 de junho de 2019, no valor de R$ 792,2 milhões, correspondentes a R$ 1,15900/ação ordinária. Terão direito os acionistas em 29 de abril de 2019, e as ações passam a ser negociadas ex-juros a partir de 30 de abril de 2019. Com base na cotação de R$ 41,00/ação o retorno líquido é de 2,4%.


Taesa (TAEE11)
Bom lucro no 4T18 acima do esperado

A Taesa registrou no 4T18 um lucro líquido (IFRS) de R$ 327,1 milhões, acima do esperado, com crescimento de 17,8% em relação aos R$ 277,6 milhões do 4T17. Os índices de inflação, que impactam diretamente as receitas da companhia, registraram aumento na comparação de doze meses, com destaque para o IGP-M que trouxe um imacto de mais de R$ 470 milhões na receita de correção monetária. Nesse contexto o lucro líquido de 2018 cresceu 65,3% ante 2017 totalizando R$ 1,1 bilhão.

  • Suas units fecharam cotadas a R$ 24,63 (valor de mercado de R$ 8,5 bilhões) com alta de 4,4% este ano. Nesse preço os múltiplos para 2019 são: P/L de 11,0x e VE/EBITDA de 10,1x. O preço justo de R$ 28,00/unit traz um potencial de alta de 13,7%.

 

  • A Receita Líquida Regulatória totalizou R$ 1,53 bilhão em 2018, com queda de 12,0% em relação a 2017, explicado principalmente pelo corte de 50% na RAP em algumas concessões nos ciclos 2017/18 e 2018/19.

 

  • Os custos e despesas operacionais apresentaram um aumento de 11,5% em 2018, acima da inflação, devido principalmente a efeito não recorrente no trimestre. Com isso, o EBITDA Regulatório de 2018 fechou em R$ 1,3 bilhão, 15% menor que 2017 e com uma margem EBITDA de 85,5% (versus 88,5% em 2017). Excluindo os efeitos não recorrentes do trimestre a margem EBITDA de 2018 seria de 86,6%.

 

  • Ao final do 4T18 sua dívida líquida era de R$ 2,4 bilhões, equivalente a 1,7x o EBITDA, acima de 1,5x de set/18, com uma posição de caixa de R$ 824 milhões, demonstrando um sólido perfil financeiro e indicando que a companhia continua preparada para as oportunidades de crescimento.

 

  • A companhia deve distribuir dividendos remanescentes de R$ 57,2 milhões, equivalentes a R$ 0,17/Unit e com retorno de 0,7%. Com isso o payout em 2018 foi de 89,9%.

Copel Energia (CPLE6)
Lucro do 4T18 melhor que o esperado

A Copel Energia registrou um lucro líquido de R$ 390,8 milhões no 4T18, acima do esperado, acumulando em 2018 um lucro líquido de R$ 1,44 bilhão, com crescimento de 29,1% em relação ao lucro de R$ 1,12 bilhão de 2017.

  • Este ano as CPLE6 registram alta de 17,5% para uma cotação de R$ 35,90/ação, correspondente a um valor de mercado de R$ 9,8 bilhões. Os múltiplos para 2019 são: P/L de 6,7x e VE/EBITDA de 5,5x, competitivos, em relação aos seus pares. O preço justo de R$ 40,00/ação traz um potencial de alta de 11,4% para suas ações.
  • Os custos e as despesas operacionais cresceram 5,8% para R$ 12,7 bilhões, em percentual abaixo do crescimento das receitas (+6,5%) e que somaram R$ 14,9 bilhões. Nesse contexto o resultado operacional da Copel cresceu 40,4% para R$ 2,0 bilhões. O EBITDA de 2018 somou R$ 3,2 bilhões, 9,4% acima dos R$ 2,9 bilhões de 2017. Anesta base de comparação a margem EBITDA cresceu 2,7pp para 21,0%.
  • Ao final de dezembro de 2018 a dívida líquida da companhia era de R$ 9,2 bilhões, acima de R$ 8,8 bilhões no 3T18, com alavancagem de 3,1x o EBITDA.
  • Com base no resultado de 2018 será proposta em AGO, a distribuição complementar de R$ 113,1 milhões na forma de dividendos, equivalente a um retorno de 1,1%.

JBS (JBSS3)
Lucro líquido de R$ 563 milhões no 4T18

A JBS registrou um lucro líquido de R$ 563 milhões no 4T18, que se compara ao prejuízo líquido de R$ 452 milhões do 4T17. Nesta base de comparação a receita líquida cresceu 11% para R$ 47,3 bilhões e o EBITDA ajustado cresceu 6% para R$ 3,4 bilhões.

  • Ao preço de R$ 15,47/ação (valor de mercado de R$ 42,2 bilhões) suas ações registram alta de 33,5% este ano. O preço justo de R$ 18,00/ação (média Bloomberg) embute um potencial de alta de 16,4% para seus papéis, que estão sendo negociados com P/L e VE/EBITDA para 2019 de, respectivamente, 9,3x e 5,9x.
  • A receita líquida cresceu 11,3% para R$ 181,7 bilhões, e o lucro bruto totalizou R$ 26,3 bilhões (+10,8%) com margem bruta estável em 14,5%. O EBITDA ajustado somou R$ 14,8 bilhões, 10,7% superior a 2017, com margem EBITDA também estável em 8,2%. O lucro líquido ajustado somou R$ 1,6 bilhão enquanto o reportado foi de R$ 25 milhões.
  • Ao final do 4T18 a dívida líquida da JBS era de R$ 47,3 bilhões (3,2x o EBITDA) abaixo de R$ 45,3 bilhões do 4T17 (3,4x o EBITDA).

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