Boletim Diário – 9 de Novembro 2018

MERCADO

Bolsa
O Ibovespa segue devolvendo os ganhos acumulados nas últimas semanas. Ontem foi o terceiro pregão seguido de baixa (-4,44%). O índice recuou 2,39% aos 85.620 pontos, com giro financeiro de R$ 15,7 bilhões. O comportamento das bolsas de NY (baixa) e as expectativas em relação à economia americana à frente, tem provocado apreensão nos mercados. Além disso, o cenário doméstico mantém o foco na fase de transição de governo. Na agenda de hoje apenas o dado de demanda final – IPP nos EUA. No Brasil IGP-M de novembro com queda de 0.11%. Os resultados corporativos do 3T18 divulgados nestes últimos dias e na próxima semana têm peso sobre o comportamento dos papéis, influenciando a curva do índice.

Câmbio
A moeda americana encerrou ontem cotada a R$ 3,7479 no mercado à vista, com alta de 0,22%. O comportamento da moeda foi influenciado por entrada de fluxo de capital e pela expectativa da decisão do Federal Reserve para a taxa de juros dos EUA, oscilando para os dois sentidos – queda e alta – durante a sessão.

Juros
Os juros futuros também mostraram volatilidade nos negócios ontem, com os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/20 fechando em 7,15% (máxima), de 7,133% na véspera. O DI para jan/27 terminou subiu de 10,21% para 0,44%.



ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Natura (NATU3)

Lucro líquido de R$ 132,8 milhões no 3T18, crescimento de 117,9% sobre o 3T17

A Natura registou crescimento expressivo nas principais contas de resultado do 3T18/3T17. No acumulado de 9 meses o resultado líquido ainda mostra os reflexos do processo de aquisições e reestruturação nos últimos períodos.

  • No 3T18, a receita liquida consolidada cresceu 37,1% de R$ 2,37 bilhões para R$ 3,24 bilhões.
  • O EBITDA consolidado no 3T18 somou R$ 483,0 milhões no 3T18, aumento de 7,2% e o lucro líquido do 3T18 cresceu de R$ 61,0 milhões no 3T17 para R$ 132,8 milhões no 3T18.
  • Nos 9M18, o resultado líquido foi de R$ 166,7 milhões contra R$ 413,4 milhões no mesmo período de 2017, queda de 59,7%.

Ontem a ação NATU3 encerrou cotada a R$ 33,90 acumulando valorização de 0,5% no ano


EZtec (EZTC3)

Redução de 88% no lucro líquido do 3T18, somando R$ 33,9 milhões

  • No acumulado de 9 meses o resultado líquido da Eztec ficou em R$ 54,0 milhões contra R$ 333,5 milhões no mesmo período de 2017.
  • As principais contas de resultado mostram que o ano de 2018 foi, até o momento, muito difícil para as empresas do setor da construção civil e a EZtec sofreu fortemente o peso da crise.
  • A ação EZTC3 encerrou ontem cotada a R$ 21,50 acumulando alta de 1,9% no ano.

Randon (RAPT4)

Excelente resultado no 3T18

A Randon divulgou seus números do 3T18 ontem após o pregão, com expressivo aumento nas vendas, pequeno ganho de margem e um salto no lucro.  A empresa continua se beneficiando da recuperação da indústria automobilística, o que permite uma forte elevação dos volumes vendidos de veículos e autopeças.

  • No 3T18, a Randon lucrou R$ 41,7 milhões (R$ 0,12 por ação), valor 32,5% menor que no trimestre anterior e 84,5% acima do obtido no 3T17;
  • As vendas de autopeças, principal segmento de atuação do grupo (49,7% da receita consolidada), tiveram como destaques os crescimentos de 47,1% nos Materiais de Fricção, 50,3% em Sistemas de Acoplamento e 78,1% em Eixos e Suspensões;
  • Em Veículos e Implementos (46,5% da receita consolidada), ocorreram saltos de 72,3% nas vendas de Semirreboques e 60,2% em Veículos Especiais.
  • Ontem cotada a R$ 16,05 com queda de 11,1% no ano.

Copel Energia (CPLE6)

Lucro do 3T18 acima do esperado por melhora do resultado operacional

A Copel Energia registrou um lucro líquido de R$ 361,0 milhões no 3T18, acima do esperado, acumulando no 9M18 um lucro líquido de R$ 1,05 bilhão, com crescimento de 6,9% em relação ao lucro do 9M17. No 3T18 em relação ao 3T17 a receita líquida cresceu 18,3% e os custos/despesas vieram com alta de 19,4%, resultando no aumento de 23,1% do EBITDA.

  • Este ano as CPLE6 registram alta de 13,3% para uma cotação de R$ 27,00/ação, correspondente a um valor de mercado de R$ 7,4 bilhões. O preço justo de R$ 32,00/ação traz um potencial de alta de 18,5% para suas ações.
  • O EBITDA do 3T18 somou R$ 785,6 milhões, 23,1% acima dos R$ 637,9 milhões registrados no 3T17, exolicado, principalmente, (i) por reajustes tarifários base jun/18 e jun/17 nas linhas de transmissão que a Copel GeT; (ii) por maior volume de energia vendida; (iii) pelo crescimento de 1,7% no mercado fio, e (iv) pelo reajuste tarifário da Copel Distribuição em 24 de junho de 2018. Esses impactos foram parcialmente compensados pela piora no cenário hidrológico, pelo maior PLD médio e pela maior cotação do dólar no 3T18.
  • O EBITDA do 3T18 ajustado por itens considerados não recorrentes, destacando-se os efeitos de reversão de impairment, atingiu R$ 749,2 milhões, crescimento de 52,4% em comparação ao apurado no 3T17 (R$ 491,6 milhões).
  • No 3T18 a receita operacional líquida somou R$ 4,3 bilhões, com crescimento de 18,3% em relação aos R$ 3,6 bilhões do 3T17, refletindo, principalmente, o incremento de 21,2% na receita de fornecimento, consequência do aumento de 6,1% no volume de energia vendida aos consumidores finais.
  • Sua dívida líquida cresceu de R$ 8,2 bilhões no 2T18  para R$ 8,8 bilhões no 3T18, com proporcional incremento da alavancagem, de 3,1x para 3,2x, em base trimestral.

B3 (B3SA3)

Resultado do 3T18 em linha com o esperado

A B3 reportou seus resultados referentes ao 3T18 com destaque para o lucro líquido recorrente de R$ 613,4 milhões (em linha com o esperado) com crescimento de 37,8% em relação ao 3T17 e queda de 28,5% em relação ao lucro recorde do 2T18.

  • O crescimento do resultado no 3T18 em relação ao 3T17 refletiu a evolução de volumes e receitas em todos os segmentos da companhia. Com isso o lucro recorrente no 9M18 cresceu 32,5% para R$ 1,9 bilhão. O foco permanece “na expansão do portfólio de produtos, na melhoria dos serviços oferecidos ao mercado e no estreitamento do relacionamento com clientes e intermediários financeiros”.
  • Ontem suas ações fecharam cotadas a R$ 25,55/ação, correspondente a um valor de mercado de R$ 52,6 bilhões e alta de 14,7% este ano, acima da valorização de 12,1% do Ibovespa. O preço justo de R$ 28,00/ação corresponde a um potencial de alta de 9,6%.
  • O EBITDA recorrente somou R$ 779,4 milhões no 3T18 (margem de 67,4%) após crescimento de 16,7% em 12 meses e queda de 19,7% em base trimestral. No 9M18 o EBITDA recorrente alcançou R$ 2.510,8 milhões, com margem de 71,4% e crescimento de 26,5%.
  • Com base nesse resultado a companhia reafirmou os orçamentos para 2018. As despesas ajustadas (OPEX) devem ficar entre R$ 960 milhões e R$ 1,0 bilhão; a depreciação e amortização (entre R$ 910 e R$ 980 milhões); as despesas atreladas ao faturamento (entre R$ 200 e R$ 220 milhões); e Capex entre R$ 220 e R$ 250 milhões.

Sabesp (SBSP3)

Lucro do 3T18 refletiu o aumento de custos e piora do resultado financeiro

A Sabesp registrou no 3T18 um lucro líquido de R$ 565,2 milhões, com queda de 37% em relação ao lucro de R$ 900,5 milhões do 3T17, impactado por aumento de custos/despesas (+17%) e despesa financeira líquida no trimestre frente receita financeira no 3T17, reflexo da variação cambial sobre os empréstimos e financiamentos. No 9M18 o lucro caiu 30% para R$ 1,3 bilhão.

  • Cotadas a R$ 27,20/ação (valor de mercado de R$ 18,6 bilhões) suas ações registram queda de 18,4% este ano. O preço justo de R$ 37,00/ação traz um potencial de alta de 36,0% para SBSP3.
  • Na comparação (3T18 x 3T17) a Receita Operacional Líquida cresceu 11% para R$ 3,3 bilhões, explicado principalmente pelo o reposicionamento tarifário de 7,9% desde novembro de 2017 e o reposicionamento tarifário de 3,5% desde junho de 2018.
  • Os custos e despesas subiram 13% em percentual acima da receita, totalizando R$ 2,7 bilhões. A combinação destes números resultou num EBITDA ajustado de R$ 1,4 bilhão, com queda de 1,5% em relação a igual trimestre do ano anterior. A margem EBITDA ajustada caiu de 41,2% no 3T17 para 37,6% no 3T18.
  • Ao final do 3T18 a dívida líquida da companhia era de R$ 10,1 bilhões (1,8x o EBITDA) abaixo de R$ 10,4 bilhões do trimestre anterior (1,8x o EBITDA). No 3T18 o investimento foi de R$ 795,6 milhões, inclusos R$ 61,6 milhões referentes à PPP São Lourenço.

Banco Pine (PINE4)

Resultado do 3T18 em linha com o trimestre anterior

O Banco PINE registrou no 3T18 um lucro líquido de R$ 5 milhões, em linha com o trimestre anterior. A visão estratégica do banco permanece sendo realizada através da pulverização da carteira, focada na penetração em clientes com faturamento anual entre R$ 80 e R$ 500 milhões.

  • Nesse contexto, o ano de 2018, reflete a “execução” dessa nova estratégia, com melhor resultado a partir de 2019. No preço atual os papéis do banco estão sendo negociados a 0,32x o seu valor patrimonial. Temos recomendação de compra e preço justo de R$ 4,50/ação.
  • Maior penetração em clientes com faturamento anual de até R$ 500 milhões, com aumento da exposição da carteira expandida no segmento de 5,2% para 9,2% no 3T18, para R$ 386 milhões em 134 clientes ao final do 3T18, o que representa 29,5% do total de clientes do Pine.
  • Melhora no índice de Basileia atingindo o patamar de 13,0% com alta de 1,7 p.p ante o 2T18 e de 0,6 p.p na comparação com 3T17.

Kroton (KROT3) 

Resultados do 3T18 fraco, mas em linha com o guidance prometido para o ano

A ação KROT3 encerrou ontem cotada a R$ 10,85 acumulando desvalorização de 39,4% em 2018. O valor de mercado atual da companhia é de R$ 17,7 bilhões e a ação está sendo negociada a 1,12x o valor patrimonial.

A Kroton divulgou hoje seus resultados referentes ao 3T18, menores frente ao mesmo período do ano anterior, com diminuição da receita impactada pela queda da base total de alunos, principalmente no segmento presencial. O desempenho levou a Kroton a registrar lucro líquido de R$ 347,8 milhões no terceiro trimestre de 2018, um recuo de 22,9% na comparação com o mesmo período do ano passado. A Kroton também divulgou um lucro ajustado de R$ 440,4 milhões, uma queda de 16,9% ante o terceiro trimestre de 2017. No acumulado dos 9 primeiros meses, esse resultado somou R$ 1,541 bilhão, queda de 12,0%, porém, o apurado já representa 79% do guidance prometido pela companhia.

A companhia também informou que em Reunião do Conselho de Administração, realizada em 9 de novembro de 2018, foi aprovada a distribuição de dividendos referentes ao resultado do 3T18 no montante de R$ 132,2 milhões, equivalente a R$ 0,0812253955/ação ordinária (retorno ao acionista de 0,74% sobre a última cotação) e a 40% do lucro líquido societário, após deduzida a reserva legal. Farão jus ao recebimento os acionistas presentes na base acionária no fechamento do pregão do dia 16/11/2018.


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