Boletim Diário – 15 de Agosto 2018

MERCADO

Bolsa
O Ibovespa teve a influência das bolsas de NY para mais uma sessão de alta. No fechamento a valorização ficou em 1,43% aos 78.602 pontos. A forte pressão sobre a bolsa no final da semana passada deu novas oportunidades de compra e veio a reação. Contudo, é importante manter atenção aos movimentos no exterior e ao noticiário corporativo mais fraco a partir desta quarta-feira, com o encerramento da safra de resultados do 2T18. O foco ficará mais concentrado no cenário político e indicadores da segunda quinzena de agosto. Hoje as bolsas internacionais mostram quedas generalizadas na Europa, nesta manhã e baixa também no fechamento da Ásia. A agenda econômica traz o indicador de atividade econômica de junho com alta de 3,30%  no M/M e de 1,80 no A/A e o IGP-10, no Brasil. Nos EUA, saem as vendas no varejo em julho, ainda nesta manhã.

Câmbio
Ontem foi de correção na moeda americana, após 3 sessões de alta. A queda foi de 0,68% ante o real, com a cotação fechando em R$ 3,8620 no mercado à vista. Mesmo assim, os fatores que vêm influenciando o comportamento do dólar permanecem presentes.

Juros
Apesar da continuidade de crise na Turquia com tensão em outros mercados, a lira teve uma trégua e os mercados emergentes reagiram positivamente. Os juros futuros encerram com a taxa DI para jan/20 em 8,17% ante 8,43% no dia anterior. A taxa para jan/25 caiu de 11,71% para 11,39% ao ano.



ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Copel Energia (CPLE6)
Lucro do 2T18 acima, por melhora do resultado operacional e eventos não recorrentes.

A Copel Energia registrou um lucro líquido de R$ 352,3 milhões no 2T18, com crescimento de 133,5% em relação ao lucro de R$ 151,0 milhões do 2T17. Nesta base de comparação a receita cresceu 13,6% e os custos/despesas vieram com alta de 11,1%, em percentual abaixo da receita, resultando no aumento de 17,8% do EBITDA. No acumulado do 1S18 o lucro líquido cresceu 21,8% para R$ 692,2 milhões.

  • Este ano as CPLE6 registram queda de 15,2% para uma cotação de R$ 20,20/ação, correspondente a um valor de mercado de R$ 5,5 bilhões. O preço justo de R$ 32,00/ação traz um potencial de alta de 58,4% para suas ações.
  • O EBITDA no 2T18 somou R$ 833,1 milhões, 17,8% superior a R$ 707,2 milhões do 2T17, explicado, principalmente, pelo maior volume de energia vendida, mas também impactado por eventos não recorrentes, “destacando-se o incremento de R$ 72,1 milhões proveniente de fornecedores de bens dos parques eólicos do Complexo – Brisa Potiguar e a provisão de R$ 45,1 milhões referente a uma ação trabalhista coletiva”. Desconsiderando os efeitos extraordinários, o EBITDA ajustado do 2T18 seria 0,1% superior ao mesmo período do ano anterior.
  • A Receita Líquida do 2T18 totalizou R$ 3,6 bilhões (+13,6%) e refletiu o incremento de 19,1% na “receita de fornecimento”, decorrente do crescimento de 7,4% no volume de energia vendida aos consumidores finais, somado ao reajuste tarifário de 10,28% da Copel Distribuição válido a partir de 24/jun/17.

Cemig (CMIG4)
Prejuízo no 2T18 sensibilizado pela variação cambial referente aos Eurobonds

A Cemig registrou no 2T18 um prejuízo líquido de R$ 60,4 milhões, que se compara ao lucro líquido de R$ 138,1 milhões do 2T17, explicado por piora do resultado financeiro e equivalência patrimonial negativa. No 1S18 o lucro caiu 20,4% frente o 1S17 para R$ 404,2 milhões.

  • As CMIG4 registram alta de 23,8% este ano para um preço de R$ 8,00/ação. O preço justo de R$ 10,00/ação, traz um potencial de alta de 25,0%.
  • Como destaque positivo a Receita Líquida cresceu 6,3% no 2T18 frente o 2T17 totalizando R$ 5,5 bilhões. A energia vendida cresceu 4,0% para 14.076 GWh com destaque para o segmento comercial e a enegia de suprimento. Os Custos e Despesas Operacionais somaram R$ 4,9 bilhões, com aumento de 3,3% em relação ao 2T17, em percentual abaixo da receita. Ressalte-se também o ganho com eficiência operacional através da redução de 20% do PMSO para R$ 177 milhões entre os trimestres comparáveis. O EBITDA somou R$ 810,1 milhões, 9,5% superior a igual trimestre do ano anterior, com melhora de margem EBITDA, de 14,2% no 2T17 para 14,6% no 2T18.
  • Do lado negativo a Despesa financeira líquida alcançou de R$ 449 milhões no 2T18, em função da variação cambial relacionada aos Eurobonds, parcialmente compensada por ganhos com instrumentos de hedge, em função de ajuste a valor justo. Some-se a Equivalência patrimonial negativa de R$ 83 milhões (versus R$ 30,5 milhões positivos no 2T17), sendo que os resultados do 2T18 não contam com a receita de quotas das usinas leiloadas em 2017.

Cesp (CESP6)
Lucro do 2T18 acima do esperado impactado por acordo extrajudicial

A Cesp registrou no 2T18 um lucro líquido de R$ 341,0 milhões que se compara ao lucro líquido de R$ 66,8 milhões do 2T17, notadamente explicado pelo impacto positivo de R$ 353,4 milhões em função de Acordo Extrajudicial. Nesta base de comparação a Receita Operacional Líquida cresceu 9,4% para R$ 391,2 milhões e o lucro bruto registrou decréscimo de 37,8% somando R$ 90,7 milhões. Proporcionalmente o EBITDA ajustado caiu 43,4% para R$ 102,3 milhões, com margem de 26,2% afetada pelo GSF, função do maior volume de energia comprada para revenda neste trimestre.

  • As CESP6 registram alta de 27,8% este ano para R$ 16,83/ação, equivalente a um valor de mercado de R$ 5,5 bilhões. O preço justo aponta para R$ 19,00/ação, com potencial de alta 12,9%, mas o mercado segue acompanhando a evolução do processo de venda que resultará na mudança de controle da companhia.
  • O Acordo Extrajudicial com o Ministério Público de Mato Grosso do Sul proporcionou um resultado de R$ 353,4 milhões.
  • No 2T18 a Receita com Venda de Energia subiu 8,7% comparado ao 2T17, totalizando R$ 458,8 milhões, em decorrência do maior volume de energia alocada no Ambiente de Contratação Livre (74,7% ao preço médio de R$ 183,43/MWh), aliado ao aumento de preços nesse segmento.  Ainda no 2T18, o preço médio do Ambiente de Contratação Regulada (ACR) foi de R$ 228,12, um aumento de 2,9% com relação ao preço de R$ 221,12/MWh do 2T17. No acumulado do semestre, a receita foi de R$ 919,5 milhões, aumento de 8,2% em comparação ao 1S17.

SLC Agrícola S.A. (SLCE3)
Forte resultado no 2T18 e no 1S18

A SLC Agrícola registrou no 2T18 um lucro líquido de R$ 168,2 milhões, com crescimento de 115% em relação ao lucro de R$ 78,2 milhões do 2T17. Um lucro recorde explicado por crescimento de receita e melhora do resultado operacional, refletindo principalmente o aumento do resultado bruto da soja e do algodão (excluindo os ativos biológicos) em função dos recordes de produtividade alcançados.

  • Ao final do 1º semestre deste ano, o valor líquido dos ativos (NAV) da companhia era de R$ 4,2 bilhões, equivalente a R$ 44,10/ação, que se compara ao preço de R$ 53,37/ação (após alta de 110,1% este ano), equivalente a um valor de mercado de R$ 5,1 bilhões.
  • A empresa vem buscando um equilíbrio entre crescimento (através de arrendamentos e das Joint Ventures atuais), geração de caixa, redução da alavancagem, com foco na melhoria de produtividade agrícola, maior eficiência operacional e escala de produção, e que no conjunto, passam por redução dos custos e utilização de tecnologia.
  • No semestre em números consolidados: Receita Líquida de R$ 887, 7 milhões, EBITDA ajustado de R$ 309,3 milhões Lucro Líquido de R$ 337,5 milhões, 57% acima do 1S17 (R$ 197,3 milhões).
  • Ao final de junho de 2018 a dívida líquida ajustada da companhia era de R$ 1,09 bilhão em linha com R$ 1,0 bilhão do 2T17.

JBS (JBSS3)
Prejuízo no 2T18 reflexo da variação cambial

A JBS registrou um prejuízo liquido de R$ 911,1 milhões no 2T18, que se compara ao lucro de R$ 309,8 milhões do 2T17 basicamente por conta do pior resultado financeiro entre os trimestres comparáveis. Em base ajustada (excluindo a variação cambial) a companhia registrou um lucro líquido de R$ 3,0 bilhões.

  • Suas ações fecharam cotadas a R$ 8,92/ação com queda de 8,6% este ano. O preço justo de R$ 11,70/ação embute um potencial de alta de 31,2% para seus papéis.
  • A receita líquida do 2T18 cresceu 8,4% para R$ 45,2 bilhões ante o 2T17. No trimestre, 75% das vendas globais da JBS foram realizadas nos mercados domésticos em que a companhia atua e 25% por meio de exportações.
  • O EBITDA ajustado (excluindo impacto de R$ 112,9 milhões na Seara por greve dos caminhoneiros) apresentou alta de 12,8% para R$ 4,2 bilhões com margem EBITDA de 9,4% ante 9,0% do 2T17.
  • Olhando ainda o 2º trimestre de 2018, destaque positivo para o lucro bruto de R$ 7,0 bilhões, com crescimento de 13,5% ante o 2T17, com margem bruta de 15,5% acima de 14,8% de igual trimestre do ano anterior. Esta evolução acima do crescimento da receita foi a principal responsável pela construção do resultado operacional no trimestre.

Estácio Participações (ESTC3)
Bons resultados com eficiência operacional

A ação ESTC3 encerrou ontem cotada a R$ 25,32 acumulando desvalorização de 22,1% em 2018. O valor de mercado atual da companhia é de R$ 7,8 bilhões e a ação está sendo negociada a 2,51x o valor patrimonial.

A Estácio reportou ontem (14) seus resultados do 2T18 e 1S18, os quais se mostraram bastante positivos, dada evolução de 3,4% da base total de alunos, a despeito da retração de 4,8% do segmento presencial, evolução do ticket médio e crescimento da taxa de retenção.

A companhia reportou crescimento de receita, eficiência operacional, com a margem bruta evoluindo 6,6 pp (a/a) no 2T18 e 8,4 pp (a/a), para 55,6% e 57,3%, respectivamente. Além disso, houve aumento no EBITDA e na margem EBITDA, permitindo um crescimento de 42,5% no lucro líquido do 2T18 e de 50,7% no 1S18, para R$ 236,9 milhões e R$ 434,3 milhões, respectivamente.


Ferbasa (FESA4)
Forte elevação do lucro no 2T18

  • Os resultados da Ferbasa no 2T18, apresentaram queda de vendas, mas o forte aumento dos preços na moeda nacional, impactado pela valorização do dólar, levaram ao crescimento da receita, margens operacionais e do lucro líquido.
  • A Ferbasa obteve um lucro líquido de R$ 76 milhões (R$ 0,87 por ação) no 2T18, valor 19,8% superior ao do mesmo período do ano passado e 20,4% acima do 1T18;
  • No 2T18, a Ferbasa vendeu um total de 51,4 mil toneladas, que foi 1,9% menor que no mesmo trimestre de 2017;
  • Os melhores preços permitiram um ganho de 28,8% na receita, na comparação com o 2T17.

CCR (CCRO3)
Um fraco resultado no 2T18

O resultado da CCR, divulgado na noite de ontem, mostrou queda no tráfego, nas receitas, margens e no lucro líquido.  Os números neste trimestre foram fortemente impactos pela greve dos caminhoneiros e a isenção da cobrança do eixo suspenso de caminhões vazios.

  • A CCR obteve no 2T18 um lucro líquido pró-forma de R$ 278 milhões (R$ 0,13 por ação), que foi 37,8% menor que no trimestre anterior e 58,4% na comparação com o 2T17;
  • A movimentação de veículos, nas oito concessões rodoviárias administradas pela CCR no 2T18 caiu 5,5%, comparado ao 2T17 e 6,7% em relação ao trimestre anterior;
  • A queda na receita e a elevação dos custos e despesas levaram a uma redução de 31,0% no EBITDA ajustado, em comparação ao 2T17.

PDG Realty (PDGR3)
Prejuízo líquido do 2T18 soma R$ 340 milhões, redução de 36,2% ante o 2T17

  • A PDG (em recuperação judicial) encerrou o 1S18 com prejuízo líquido de R$ 600 milhões, contra R $808 milhões no 1S17, queda de 25,7%.
  • Não houve lançamentos no 1S18. O foco está no pagamento da dívida.
  • As vendas brutas de R$ 95 milhões no 2T18, aumento de 50,8% sobre os 63 milhões do 2T17 e R$ 144 milhões no 1S18 (estável em relação ao 1S17).
  • O caminho da recuperação ainda será longo.

Gafisa (GFSA3)
Marcada para 25/9 AGE para decisão de renovação do Conselho de Administração da companhia

  • Proposta a destituição de todos os membros do Conselho de Administração;
  • A administração entende não haver fundamentos para a destituição de todos os membros do Conselho de Administração da Gafisa, tendo em vista que o motivo apresentado pela GWI se resumiu ao seu “interesse na renovação de parte da administração”, conforme carta da GWI de 31 de julho de 2018, inexistindo qualquer qualificação ou justificativa para tal interesse;
  • Caso a Destituição seja aprovada, a administração da Gafisa propõe, observado o disposto no artigo 15 do Estatuto Social, a manutenção do Conselho de Administração composto por 7 membros;
  • A administração da Companhia propõe que a Destituição seja rejeitada. Caso a Destituição seja aprovada, a administração da Gafisa propõe, observado o disposto no artigo 15 do Estatuto Social, a manutenção do Conselho de Administração composto por 7 membros;
  • A administração propõe a eleição dos Candidatos da Administração destacando a qualificação profissional dos mesmos, a sua reputação ilibada e a ausência de vínculos de parentesco entre os mesmos.

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