Bolsa recua 0,47%, mas tem semana bastante positiva

Bolsa recua 0,47%, mas tem semana bastante positiva

MERCADO


Bolsa

A bolsa não conseguiu sustentar a curva de alta de oito pregões seguidos e a realização deve ser vista como natural. Em nada mudou o ambiente de mercado. O recuo de ontem foi de 0,47% fechando em 109.718 pontos, com giro financeiro de R$ 35,8 bilhões (R$ 31,0 bilhões à vista), desta vez bem acima da média de semanas anteriores. Na semana, o índice avança 3,05%; no mês, 6,35% e, no ano, 4,67%. A intensificação de resultados corporativos nos últimos dias tem mostrado resultados fracos em empresas de diversos setores da economia, reforçando o peso dos custos sobre as empresas, o que não deverá mudar no curtíssimo prazo. No entanto, o fluxo estrangeiro segue robusto nos últimos dias. No exterior, as bolsas de Nova York também não conseguiram bom desempenho. O Dow Jones subiu 008%, mas o S&P500 caiu 0,07% e o Nasdaq recuou 0,58%. A sexta-feira mostra fechamento positivo nas bolsas asiáticas e alta também nos mercados da Europa. No começo do dia as cotações de petróleo mostram pequena alta com o WTI Nymex) cotado a US$ 94,6 o barril (-0,09%) e o Brent (ICE) a US$ 99,85 (+0,26%), às 4:45 horas. A agenda desta sexta-feira vem fraca de indicadores econômicos, com destaque apenas para a produção industrial de junho na zona do euro e a expectativa de inflação de 12 meses nos EUA.

Câmbio

A moeda americana fechou ontem com valorização de 1,26% frente ao real, cotada a R$ 5,1566, mas acumula queda de 0,16% na semana.

Juros

Ontem foi dia de estabilidade na taxa de juros futuros mais curta com o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/23 permanecendo em 13,72% e alta na ponta mais longa, com o DI para jan;27 indo de 11,713% para 11,79%.  O mercado já vem assimilando a possibilidade de encerramento de ajustes na taxa Selic, se não houver surpresas pelo caminho.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Marfrig (MRFG3)

Forte incremento de receitas e o resultado operacional, explicam o crescimento do lucro líquido

A Marfrig registrou no 2T22 um lucro líquido consolidado de R$ 4,3 bilhões sensibilizado pelo crescimento da receita líquida, estabilidade do resultado operacional e principalmente pelo impacto de R$ 3,8 bilhões do laudo de avaliação a valor justo no investimento da BRF.

A administração, com base no resultado operacional, propôs a distribuição intermediaria de R$ 500 milhões em dividendos (R$ 0,7576/ação) e um novo programa de recompra de 31 milhões de ações, que representam aproximadamente R$ 400 milhões.

  • Terão direito os acionistas na data-base de 19 de agosto de 2022. As ações serão negociadas ex-dividendos a partir de 22 de agosto de 2022. O pagamento será realizado em 15 de setembro de 2022. O retorno estimado dos dividendos é de 5,5%.

A receita líquida consolidada cresceu 67,6% para R$ 34,5 bilhões com a consolidação da BRF. O EBITDA somou R$ 4,0 bilhões (+2%) com margem de 11,5% (-7,6pp).

  • Operação América do Norte. O volume total de vendas no 2T22 foi de 516 mil toneladas (+1,8% em relação ao 2T21), sendo 87% destinadas ao mercado interno. A receita líquida alcançou US$ 2,95 bilhões (+0,1% em 12 meses) sendo que em Reais, a receita líquida foi de R$ 14,5 bilhões.
  • Operação América do Sul. O volume de vendas no 2T22 foi de 357 mil toneladas (+11,7% vs 2T21), explicado por melhora na demanda no mercado doméstico e das exportações para China. A receita líquida alcançou R$ 7,1 bilhões (+41,6%) reflexo do maior preço médio de vendas (+27,1%), com destaque para o aumento no preço médio de exportações em dólares (+41,8% entre os períodos).
  • BRF. Receita Líquida de R$ 12,9 bilhões, EBITDA de R$ 1,5 bilhão e margem EBITDA de 11,3%.

Raízen (RAIZ4)

Lucro líquido ajustado de R$ 1,1 bilhão

A Raízen registrou um lucro líquido ajustado de R$ 1,1 bilhão no 1T22/23 e que se compara ao lucro de R$ 501 milhões de igual trimestre do ano anterior (1T21/23). Um resultado consistente sensibilizado pelo crescimento de receita de 71,8% para R$ 66,3 bilhões e incremento de 55,0% do EBITDA ajustado que alcançou R$ 3,7 bilhões.

Destaque para a geração de caixa ajustada de R$ 2,3 bilhões e adequada estrutura de capital. Ao final do trimestre a dívida líquida da companhia era de R$ 23,2 bilhões equivalente a 1,9x o EBITDA ajustado, levemente acima dos 1,8x no 1T21/22. A composição do endividamento segue equilibrada, e com linhas de crédito vinculadas a metas ESG.

O Conselho de Administração da Raízen aprovou ontem (11/08) um novo programa de recompra de ações de até 100 milhões de ações preferenciais, representando 0,97% do total de ações e 8,29% do total de ações em circulação.

  • O prazo para a realização da operação e de até 18 meses, iniciando em 12 de agosto de 2022 e encerrando em 12 de fevereiro de 2024. As ações recompradas poderão, a critério da administração, ser posteriormente entregues aos beneficiários dos programas de remuneração baseada em ações, canceladas, alienadas ou mantidas em tesouraria.

CCR (CCRO3)

Forte crescimento o lucro líquido do 2T22, somando R$ 291,3 milhões

DESTAQUES 2T22 X 2T21

O tráfego de veículos consolidado apresentou crescimento de 4%.

O número de passageiros transportados nos aeroportos apresentou crescimento de 243,3% no período. Excluindo-se os Blocos Sul e Central o crescimento foi de 93% no período.

O número de passageiros transportados nos negócios de mobilidade apresentou crescimento de 138,6% no período. Excluindo-se a ViaMobilidade L8/9 o crescimento foi de 61% no período.

A receita líquida atingiu R$ 3,09 bilhões (+32,7%) e EBITDA ajustado apresentou crescimento de 25,7%, somando R$ 1,77 bilhão.

O Lucro Líquido foi de R$ 291,3 milhões, ante prejuízo de R$ 44 milhões no 2T21.

Destaques do 1S22/1S21:

Crescimento de 92,6% na receita liquida, atingindo R$ 11,1 bilhões.

O EBITDA totalizou R$ 8,67 bilhões (+121,8%).

Lucro líquido atinge R$ 3,74 bilhões (+480,5%)

A Dívida Líquida consolidada (IFRS) atingiu R$ 21 bilhões em junho/2022 contra R$ 14,2 bilhões em jun/21 e R$ 20,9 bilhões no final do 1T22. O indicador Dívida Líquida/EBITDA ajustado (últimos 12 meses) atingiu 1,8x. A dívida bruta da companhia (R$ 27,9 bilhões) está concentrada no longo prazo sendo R$ 15,8 bilhões em debêntures.

Ontem a ação CCRO3 encerrou cotada a R$ 13,76 com alta de 19,5% no ano.


B3 S.A. (B3SA3)

Lucro Líquido recorrente de R$ 1,2 bilhão no 2T22

A B3 registrou no 2T22 um lucro líquido recorrente de R$ 1,22 bilhão, com leve redução de 0,8% em relação a R$ 1,23 bilhão reportado no 2T21, explicado pela redução de 7% da receita total (por menores volumes do segmento de Listados), e principalmente pelo incremento de 40% na linha de despesas ajustadas, notadamente às atreladas ao faturamento, processamento de dados e de pessoal.

O resultado financeiro, em base de 12 meses, piorou, contribuindo para a redução do lucro líquido, parcialmente compensado por menor alíquota efetiva de IR/CS pela distribuição de JCP no trimestre.

Cotada a R$ 12,15/ação, correspondente a um valor de mercado de R$ 74,1 bilhões, a ação B3SA3 registra alta de 12,2% este ano. O Preço Justo de R$ 15,00/ação, aponta para um potencial de alta de 23,5%.

Guidance 2022. Refletindo as condições de mercado e o cenário econômico, com consequente impacto nos resultados da companhia, a B3 revisou a projeção de alavancagem financeira para o final do ano de até 1,6x para até 1,9x dívida bruta/EBITDA recorrente dos últimos 12 meses.

Demais linhas foram mantidas: Despesas e Cape de R$ 585 milhões a R$ 665 milhões. As projeções para Depreciação e Amortização, de R$ 1,050 bilhão e R$ 1,130 bilhão. Para as despesas atreladas ao faturamento, o intervalo é de R$ 265 milhões a R$ 325 bilhões. A Distribuição de lucro aos acionistas, de 110% a 140% do lucro líquido societário.


JBS S.A. (JBSS3)

Lucro líquido de R$ 4,0 bilhões no 2T22, queda de 9,8% na comparação anual

A JBS registrou no 2T22 um lucro líquido de R$ 3,95 bilhões, com queda de 9,8% em relação ao lucro de R$ 4,38 bilhões de igual trimestre do ano anterior. Um resultado sensibilizado pelo crescimento de 7,7% da receita, queda de 11,5% do EBITDA e piora do resultado financeiro. Destaque para a redução da alíquota de IR/CS entre os trimestres, que contribuiu para amenizar a redução de 27,8% do resultado antes dos impostos.

A receita líquida da companhia somou R$ 92,2 bilhões no 2T22 com alta de 7,7% em relação ao 2T21 (R$ 85,6 bilhões) com destaque para o crescimento de receitas na maioria das unidades, com exceção da JBS BEEF NORTH AMERICA (-4,6%) e da JBS USA Pork (-3,2%).

Destaque positivo para as unidades: PPC (+18,3%), JBS Austrália (+22,5%), Seara (+19,5%), e JBS Brasil (+10,8%). No trimestre, 75% das vendas globais foram realizadas nos mercados domésticos em que a companhia atua e 25% através de exportações.

No 2T22 o EBITDA ajustado foi de R$ 10,4 bilhões (margem EBITDA de 11,2%), com queda de 11,5% em relação ao 2T21, reflexo da normalização dos resultados nos EUA. Nos últimos 12 meses, o EBITDA ajustado somou R$ 47,5 bilhões com margem EBITDA ajustada de 12,7%

Ao final de junho de 2022 a dívida líquida da companhia era de R$ 78,1 bilhões, acima de R$ 66,5 bilhões em mar/22. A alavancagem elevou-se de 1,4x no 1T22 para 1,6x no 2T22. Ao final do trimestre a companhia contava com uma disponibilidade total de R$ 30,9 bilhões.


Eztec (EZTC3)

Lucro líquido do 2T22 fica em R$ 83,1 milhões (-40,4% em relação ao 2T21)

A Eztec encerrou o 2T22 com VGV lançado de R$ 414,4 milhões (2 empreendimentos), redução de 55,3% em relação ao 2T21 (R$ 927,8 milhões), e ficou abaixo também do 1T22 (-15,3%). No acumulado de 6 meses, a empresa lançou R$ 903,8 milhões, queda de 5,5% em relação ao 1S21 (R$ 955,89 milhões).

A vendas (% Eztec) caíram 18,9% no comparativo trimestral de R$ 285,5 milhões no 2T21 para R$ 231,3 milhões no último período. A velocidade de vendas reduziu de 15,9% para 7,8% na mesma base comparativa, um índice baixo para a empresa. Com isso, os estoques aumentaram de R$ 2,38 bilhões para R$ 2,74 bilhões no final de junho/22.

Ontem a ação EZTC3 encerrou cotada a R$ 18,21 com queda de 8,1% no ano.


Cyrela (CYRE3)

Resultado líquido do 2T22 soma R$ 151 milhões, queda de 43,5% em relação ao 2T21

Destaques do 2T21/2T20:

No 2T22 foram lançados 13 empreendimentos com VGV (% Cyrela) de R$ 1,82 bilhão, aumento de 12,6% sobre o 2T21.

As vendas totais contratadas somaram R$ 1,39 bilhão (+3.3%), lembrando que a Cyrela não divulga seus distratos.

A receita líquida do 2T22 foi de R$ 1,25 bilhão (+5,8%) e a margem bruta recuou de 36,6% no 2T21 para 31,3% no 2T22.

O resultado financeiro do trimestre foi positivo em R$ 26 milhões, maior que os R$ 9 milhões positivos registrados no 1T22 e superior aos R$ 9 milhões registrado no 2T21.

O resultado líquido caiu 43,5% de R$ 267 milhões para R$ 151 milhões no 2T22.

No final do 2T22, a dívida líquida da Companhia atingiu R$ 382 milhões, valor superior ao registrado no 1T22 (R$ 334 milhões), com concentração no longo prazo. No semestre, a Companhia apresentou consumo de caixa de R$ 100 milhões, vs geração de R$ 157 milhões no 6M21.

Ontem a ação CYRE3 encerrou cotada a R$ 14,47 com queda de 4,7% no ano.


Via (VIIA3)

Lucro líquido de R$ 6 milhões no 2T22

Destaques do 2T22/2T21:

A receita líquida da Via somou R$ 7,64 bilhões no 2T22 (-2,9%) e o EBIT cresceu (185,9%) de R$56 milhões para R$ 446 milhões.

Resultado financeiro líquido negativo em R$ 574 milhões, acima dos R$ 244 milhões do 2T21.  No acumulado do ano a empresa soma R$ 1,0 bilhão em despesa financeira líquida.  O EBITDA somou R$ 714 milhões (+82,6%).

O lucro líquido caiu de R$ 132 milhões no 2T21 para apenas R$ 6 milhões no 2T22.

Ontem a ação VIIA3 encerrou cotada a R$ 2,79 com queda de 48,9% no ano.


Sabesp (SBSP3)

Lucro Líquido de R$ 422 no 2T22

A Sabesp registrou no 2T22 um lucro líquido de R$ 422 milhões com queda 45% frente o 2T21 (R$ 773 milhões), refletindo a alta dos custos/despesas e principalmente o resultado financeiro negativo.

A Receita Líquida cresceu 15% para R$ 5,3 bilhões explicado por reajuste tarifário e o aumento da tarifa média pelo incremento no volume faturado das categorias comercial e pública.

Os custos e despesas, que consideram os custos de construção, somaram R$ 3,2 bilhões no 2T22, um acréscimo de 20% quando comparados ao 2T21, com destaque para a linha de PDD, despesas com serviços, pessoal, e materiais de tratamento.

O EBITDA ajustado permaneceu estável em R$ 1,5 bilhão, com queda na margem EBITDA ajustada de 31,6% no 2T21 para 28,7% no 2T22.

O resultado financeiro líquido passou de receita de R$ 249 milhões no 2T21 para despesa financeira líquida de R$ 324 milhões, impactada pela valorização de 10,6% do dólar frente o Real no trimestre, o que explica em parte a redução do lucro líquido.


Magazine Luiza (MGLU3)

Prejuízo líquido de R$ 112,1 milhões no 2T22, com peso do resultado financeiro

O Magazine Luiza registrou bons números operacionais com destaque para a expansão do e-commerce e crescimento nas vendas totais (+1,3%) no 2T22, somando R$ 13,9 bilhões em vendas totais. No 1S22 foram R$ 28,0- bilhões (+7,0%).

A receita líquida caiu 5,0% no comparativo trimestral somando R$ 8,56 bilhões no 2T22 e R$ 17,3 bilhões no 1/S22 (+0,3%). Houve uma pequena melhora na margem bruta do 2T22 e no acumulado de 6 meses. No 2T22 a margem bruta foi de 28,6% (25,6% no 2T21).

Contudo o resultado financeiro líquido negativo de R$ 493,8 milhões no 2T22 consumiu o desempenho operacional (EBIT) positivo de R$ 221,3 milhões. No acumulado de 6 meses, o resultado financeiro foi negativo em R$ 915,8 milhões.

No final, a empresa registrou prejuízo de R$ 112,1 milhões ante um lucro de R$ 89,1 milhões no 2T21. No acumulado do 1S22 o prejuízo foi de R$ 210,9 milhões contra um lucro líquido de R$ 10,6 milhões no 1S21.

Ontem a ação MGLU3 encerrou cotada a R$ 3,04 acumulando queda de 57,9% no ano.


Se preferir, baixe em PDF:

Bolsa recua 0,47%, mas tem semana bastante positiva

 

 

Análises Gráficas >>>


DISCLAIMER
Este relatório foi preparado pela Planner Corretora e está sendo fornecido exclusivamente com o objetivo de informar. As informações, opiniões, estimativas e projeções referem-se à data presente e estão sujeitas à mudanças como resultado de alterações nas condições de mercado, sem aviso prévio. As informações utilizadas neste relatório foram obtidas das companhias analisadas e de fontes públicas, que acreditamos confiáveis e de boa fé. Contudo, não foram independentemente conferidas e nenhuma garantia, expressa ou implícita, é dada sobre sua exatidão. Nenhuma parte deste relatório pode ser copiada ou redistribuída sem prévio consentimento da Planner Corretora de Valores. O presente relatório se destina ao uso exclusivo do destinatário, não podendo ser, no todo ou em parte, copiado, reproduzido ou distribuído a qualquer pessoa sem a expressa autorização da Planner Corretora. As opiniões, estimativas, projeções e premissas relevantes contidas neste relatório são baseadas em julgamento do(s) analista(s) de investimento envolvido(s) na sua elaboração (“analistas de investimento”) e são, portanto, sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado. Declarações dos analistas de investimento envolvidos na elaboração deste relatório nos termos do art. 21 da Instrução CVM 598/18: O(s) analista(s) de investimento declara(m) que as opiniões contidas neste relatório refletem exclusivamente suas opiniões pessoais sobre a companhia e seus valores mobiliários e foram elaboradas de forma independente e autônoma, inclusive em relação à Planner Corretora e demais empresas do Grupo.

Open chat