MERCADO
Bolsa
O dia foi de volatilidade na bolsa doméstica trocando de sinal durante a sessão com queda de 0,14% no fechamento aos 103.110 pontos e giro financeiro de R$ 29,6 bilhões (R$ 22,9 bilhões à vista), sob a influência das bolsas de Nova York, que devido às sinalizações do Fed para a política monetária, tiveram desaceleração durante o dia, com o Dow Jones fechando em baixa. O S&P 500 e o Nasdaq conseguiram se sustentar em alta, mas o pessimismo nas bolsas é dominante. A quarta-feira é de alta nas bolsas da Europa e no fechamento dos principais mercados asiáticos. O dia é de alta também para as commodities, com o petróleo do tipo WTI (Nymex) cotado a US$ 102,79 o barril (+3,04%) e o WTI(ICE) a US$ 115,48 (+2,95%). As commodities metálicas (ouro, prata, platina e cobre) também operam em alta nesta quarta-feira. A agenda econômica de hoje traz o índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos e da Alemanha para o mês de abril. Na França sai a taxa de desemprego em março e ainda nos EUA, os estoques de petróleo. No Brasil, o IBGE divulga o IPCA e o INPC e o INCC de abril, indicadores de inflação que podem direcionar decisões de investidores.
Câmbio
A moeda americana encerrou ontem em queda de 0,52% após três altas consecutivas, reflexo das muitas incertezas que dominam o cenário econômico e a política. No mês o dólar acumula alta de 3,25%.
Juros
Os juros futuros fecharam a terça-feira em queda, acompanhando a curva do dólar e redução dos preços do petróleo. A divulgação da ata do Copom não trouxe nenhum fato novo, apenas com a sinalização de mais um ajuste na Selic em junho, o que já é computado pelo mercado. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/23 fechou em 13,27%, de 13,29% na segunda-feira e para na/27 a taxa passou de 12,295% para 12,185%.
ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS
Alupar (ALUP11)
Lucro Líquido de R$ 431 milhões no 1T22 (IFRS)
A companhia registrou no 1T22 um lucro líquido (IFRS) de R$ 431 milhões, 33% superior aos R$ 323 milhões reportados no 1T21, explicado por melhor resultado operacional e principalmente pela redução da alíquota efetiva de IR/CS entre os trimestres. O lucro líquido em base regulatória cresceu 144% em 12 meses totalizando R$ 167 milhões no 1T22.
Um bom resultado mantendo as principais características da companhia, a forte geração de caixa, a previsibilidade de receitas através de sua presença no segmento de transmissão de energia elétrica e sua boa rentabilidade.
Como estratégia, os novos investimentos em geração com foco em PCHs, parques eólicos e centrais fotovoltaicas; e as parcerias estratégicas, com vistas à maximização do retorno dos empreendimentos.
Ao final de mar/22 a dívida líquida consolidada da Alupar era de R$ 7,8 bilhões, equivalente a 1,7x o EBITDA, uma alavancagem reduzida para uma empresa com suas características e setor de atuação. O endividamento veio levemente abaixo dos R$ 8,0 bilhões do 4T21 (2,6x o EBITDA).
Brasil Agro (AGRO3)
Lucro Líquido de R$ 82 milhões no 3T22 e R$ 489 milhões nos 9M22
A companhia registrou um lucro líquido de R$ 82 milhões no 3T22 encerrado em 31 de março de 2022 acumulando um lucro líquido de R$ 489 milhões nos 9M22 com crescimento de 158% versus os 9M21.
O EBITDA ajustado dos 9M22 somou R$ 692 milhões (+216%) com margem EBITDA ajustado de 44,2% (+17pp), resultado que reflete uma Receita Líquida de R$ 1,1 bilhão (+157%), composta por R$ 316 milhões de venda de fazendas e R$ 818 milhões de vendas de produtos agrícolas.
Do ponto de vista operacional da safra 2021/22 a empresa destaca o forte impacto da seca nas lavouras de soja e milho no Paraguai. Brasil e Bolívia compensaram a redução na cultura de soja que deve ficar em linha com as projeções iniciais.
Destaque para colheita de mais de 195 mil toneladas de soja e a conclusão do plantio da safrinha de milho e feijão em mais de 16 mil hectares.
Na cultura de milho, a estimativa é de redução de 4,5% na produção. Para as demais culturas, não se espera nenhum impacto significativo, ficando em linha com o esperado.
Ao final de março de 2022 o Valor Líquido dos Ativos (NAV) era de R$ 4,3 bilhões, equivalente a R$ 42,16/ação e que se compara a cotação de R$ 32,70/ação (valor de mercado de R$ 3,3 bilhões), e, portanto, ainda não reconhecido no preço das ações da companhia.
A empresa é aplicadora líquida de caixa. Ao final de março de 2022 a dívida bruta da companhia, ajustada às operações de derivativos, somava R$ 396 milhões. Considerando o caixa/aplicações financeiras de R$ 609 milhões, resulta numa aplicação líquida de R$ 214 milhões (equivalente a 0,3x o EBITDA e 5% do NAV).
Totvs (TOTS3)
Programa de recompra de até 4,0 milhões de ações ordinárias
A Companhia tem 521.501.315 ações em circulação. A recompra tem como objetivo fazer frente ao Plano de Remuneração Baseado em Ações da Companhia para maximizar a geração de valor a longo prazo para o acionista. As ações adquiridas poderão ser mantidas em tesouraria, alienadas ou canceladas nos termos da lei. A aquisição dar-se-á a débito da conta de reserva de capital registrada no balanço patrimonial levantado em 31 de março de 2022.O Programa deverá se encerrar até 10 de novembro de 2022. Ontem a ação TOTS3 encerrou cotada a R$ 26,00 com queda de 9,2% no ano. O valor de mercado da empresa está em R$ 15,0 bilhões.
Hypera (HYPE3)
Compra da Boehringer Ingelheim do Brasil por R$ 190 milhões
A Hypera informou que sua subsidiária Neolatina Comércio e Indústria Farmacêutica assinou um Quota Purchase Agreement com a Boehringer Ingelheim do Brasil para aquisição de sociedade responsável pela produção de matéria-prima relacionada a escopolamina, princípio ativo do medicamento Buscopan. Valor da operação: R$ 190 milhões.
Segundo a Hypera, a operação, garante autonomia no abastecimento do principal insumo do Buscopan, referência no mercado farmacêutico brasileiro de produtos isentos de prescrição (OTC), e permite que a companhia venda o excedente de matéria-prima a terceiros.
A conclusão da transação está sujeita ao cumprimento de condições precedentes, incluindo aprovação da autoridade antitruste.
Ontem a ação HYPE3 encerrou cotada a R$ 35,40 com alta de 26,2% no ano.
Telefônica Brasil (VIVT3)
Lucro líquido do 1T22 fica em R$ 760 milhões (-26,5% em relação ao 1T21)
O resultado líquido da companhia veio bem abaixo das expectativas, influenciado pelo aumento das despesas financeiras, da depreciação e amortização no período.
A receita liquida do 1T22 somou R$ 11,4 bilhões (+4,6% sobre o 1T21), mas os custos totais (produtos vendidos, serviços e operação) tiveram aumento maior (+7,0%). Além disso, o custo financeiro decorrente do valor de arrendamento para a compra das licenças 5G, pesaram sobre o resultado final.
O Fluxo de Caixa Livre após pagamento de Leasing foi de R$ 2,48 bilhões no 1T22, aumento de 12,6% a/a em função da maior variação do capital circulante, ligeira redução do nível de investimentos e crescimento do EBITDA.
Os Investimentos somaram R$ 1,88 bilhão (-3,3% a/a), o que representa 16,6% da Receita Operacional Líquida do trimestre.
A Telefônica se destaca como boa pagadora de dividendos e JCP, normalmente distribuídos durante o ano em antecipação ao resultado anual.
Ontem a ação VIVT3 encerrou cotada a R$ 50,80 com alta de 8,6% no ano.
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