Reflexos da guerra, disparada do petróleo e o risco de interferência na política de preços da Petrobras derrubam o Ibovespa em 2,52%

Reflexos da guerra, disparada do petróleo e o risco de interferência na política de preços da Petrobras derrubam o Ibovespa em 2,52%

MERCADO


Bolsa

A B3 pesou forte ontem, seguindo o rumo das bolsas internacionais que logo cedo mostravam que as preocupações com a guerra e seus efeitos, serão duradouros. No fechamento o Ibovespa marcou queda de 2,52% aos 111.593 pontos, com giro financeiro de R$ 41,0 bilhões (R$ 33,9 bilhões à vista). A disparada do petróleo no mercado internacional com as cotações do Brent e WTI próximas de US$ 140 o barril e a percepção de uma guerra prolongada, já afeta as principais economias mundiais e deixa a Rússia cada vez mais isolada do ocidente, mas apoiada pela China, o que pode minimizar os efeitos das sanções impostas ao país. A queda do Ibovespa teve como motivo principal a notícia de possível congelamento de preços de combustíveis, o que derrubou as ações da Petrobras (ON: -7.65% e a PN: -7,10%), acompanhada pelas ações de grandes bancos. O destaque positivo entre as blue chips foi a Vale (+3,04%) em dia de forte alta do minério de ferro na China (US$ 161.65/ton). A agenda econômica de hoje traz, do lado doméstico, a divulgação do IGP-DI de fevereiro e o IPC-S 1ª quadrissemana. A Anfavea divulga a produção de veículos em fevereiro e durante o dia acontecem eventos políticos. No exterior saem a produção industrial de janeiro na Alemanha, o PIB do 4T na zona do euro e a balança comercial de janeiro e o estoque de petróleo semanal nos EUA, além de dados de outros países. No mercado de commodities, o destaque continua sendo o petróleo, com o Brent cotado a US$ 126,17 (+2,40%) e o WTI a US$ 122,04 (+ 2,21%) por barril, nesta manhã de terça-feira. O risco em torno do petróleo segue elevado, dependendo das decisões de suprimento da commodity e gás da Rússia para o Ocidente. As bolsas internacionais registraram quedas fortes ontem e hoje, na Europa, os mercados operam do lado positivo, mas na Ásia o dia foi novamente de baixa. Nos EUA, os futuros indicam alta, mas o cenário global não garante tendência de recuperação firme das bolsas. A criação de corredor humanitário para a retirada da população trouxe um alento ao povo ucraniano, mas ainda é cedo para otimismo.

Câmbio

A moeda americana voltou a subir ontem em dia de pressão generalizada nos mercados, cotada a R$ 5,0981 com alta de 0,63%, mas ainda com queda de 1,63% no mês.

Juros

A cautela em relação ao cenário negativo que se apresenta levou os juros para cima novamente, com a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/23 passando de 12,986% no ajuste de sexta-feira para 13,09% ontem. A taxa do DI para jan/27 subiu de 11,711% para 12,08%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Omega Energia S.A. (MEGA3)

Acordo vinculante para compra do complexo eólico Assuruá, na Bahia

A Omega Energia assinou ontem (07/03) acordo vinculante para adquirir a totalidade dos direitos e obrigações relativos ao Complexo Assuruá, na Bahia. O montante pago será de R$ 262,2 milhões, sendo R$ 57,2 milhões em caixa e 4 parcelas anuais de R$ 51,25 milhões cada, corrigidas pelo CDI como prêmio de desenvolvimento dos projetos.

A companhia aumentará sua participação nos ativos em implantação – Assuruá 4 (211,5 MW) e Assuruá 5 (243,6 MW) para 100% e irá adquirir 100% relativos às expansões eólicas e solares do complexo, que podem chegar a 617,6 MW de capacidade instalada adicional.

Quando estiveram 100% operacionais em 2023 os projetos Assuruá 4 e Assuruá 5 combinados, deverão adicionar R$ 380 milhões ao EBITDA da companhia (base anual).

A companhia espera ganhos de escala e sinergias com os projetos adquiridos resultando no aumento de rentabilidade.


Intelbras (INTB3)

Aprovação de R$ 56,620 milhões em dividendos e JCP. Ações ex-direito no dia 11/03

A Intelbras aprovou, em reunião realizada em 24 de fevereiro, a declaração e distribuição de dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP) no montante de R$ 56,620 milhões, equivalente a R$ 0,17282 por ação.

  • Dividendos – R$ 47,751 milhões, ou R$ 0,14575 por ação/
  • Juros sobre Capital Próprio (JCP) – R$ 8,869 milhões, ou R$ 0,02707 por ação, líquido de imposto de imposto.

Direito dos acionistas – Até o dia 10 de março de 2022 com os papéis negociados ex-dividendos a partir do dia 11 de março.

Os dividendos serão pagos aos acionistas no dia 21 de março.Ontem a ação INTB3 encerrou cotada a R$ 31,00 com alta de 10,8% no ano. Com base neste preço o retorno dos proventos é de 0,56%.


Sanepar (SAPR11)

Prorrogada a cobrança de clientes cadastrados na categoria “Água Solidária” por mais 90 dias, a partir de 15/3

A Sanepar comunicou que, em continuidade às ações implementadas para minimizar os impactos à população ocasionados pela pandemia, prorrogou a cobrança de contas de água e esgoto, para os clientes cadastrados na categoria “Água Solidária”, pelo período de 90 dias, a partir de 15 de março de 2022.

Atualmente, o valor mensal faturado nesta categoria é da ordem de R$ 3,9 milhões ao mês, lembrando que não se trata de isenção ou abatimento de contas.

Seguimos com recomendação de COMPRA para SAPR11 e Preço Justo de R$ 27,00/Unit. A Sanepar registrou um bom resultado em 2021 mesmo com as medidas de restrição ao consumo, um lucro líquido de R$ 1,2 bilhão, com crescimento de 18% frente 2020.


Assaí (ASAI3)

5ª emissão de debêntures no valor de R$ 250 milhões

O conselho de administração do Assaí aprovou a realização da 5ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, em série única.

  • Prazo de vencimento: 3 anos
  • Montante: R$ 250 milhões e com colocação privada
  • Valor nominal: R$ R$ 1 mil
  • Remuneração: 100% do CDI + 0,75% ao ano
  • Destinação dos recursos: Reembolso de gastos e despesas relativos a expansão e/ou manutenção de determinados imóveis, incorridos no prazo de 24 meses anteriores a data da comunicação de encerramento da oferta restrita.

No final de dez/21, a dívida liquida da companhia era de R$ 5,45 bilhões ou F$ 5,35 bilhões considerando os recebíveis em cartões de crédito (1,91x o EBITDA ajustado). Da dívida total de R$ 8,0 bilhões, apenas R$ 609 milhões estavam no curto prazo.

No ano passado a Assaí registrou lucro líquido de R$ 1,61 bilhão, aumento de 15,2% sobre o resultado de R$ 1,40 bilhão em 2020.


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