Bolsa cai 1,43% com aumento do risco de invasão da Ucrânia pela Rússia

Bolsa cai 1,43% com aumento do risco de invasão da Ucrânia pela Rússia

MERCADO


Bolsa

A notícia no final da quarta-feira indicando que não houve recuo das tropas da Rússia foi o suficiente para detonar queda nas bolsas mundiais ontem, interrompendo uma sequência de sete altas do Ibovespa. No fechamento o índice recuou 1,43%, a 113.528 pontos, com giro financeiro de R$ 33,7 bilhões (R$ 24,1 bilhões à vista).  Em Nova York, as perdas foram de 1,78% no Dow Jones, recuo de 2,12% no S&P 500 e o Nasdaq recuou 2,88%. Hoje, dia de vencimento de opções sobre ações, pode haver mais volatilidade no mercado, já influenciado pela tensão no Leste Europeu, com aumento das preocupações no final do dia. Apesar do cenário geopolítico bastante complicado, as bolsas mostram predomínio de alta na Europa e no fechamento na Ásia. A agenda econômica desta sexta-feira traz poucos indicadores e sem relevância para os mercados destaque para: Reino Unido – vendas no varejo em janeiro; zona do euro – índice de confiança do consumidor (fevereiro – preliminar); Estados Unidos – vendas de moradias usadas e eventos com presidentes dos Feds regionais. No Brasil, nenhum dado relevante para hoje. O petróleo segue em queda com o WTI para março recuando 1,44% a US$ 90,44 o barril e o Brent para abril com queda de 1,24% a US$ 91,32 por barril. O minério de ferro sofreu forte queda nos últimos dias após uma escala que vinha desde novembro de 2021.  A China vem adotando medidas para conter especulações em relação à commodity que foi negociada a US$ 143,88 no mercado futuro (minério de ferro refinado 62%).

Câmbio

A moeda americana encerrou uma sequência de quatro quedas e ontem subiu de R$ 5,1299 para R$ 5,1696 (+0,79%) com baixa de 2,65% em fevereiro.  A virada nos mercados se deu pelo risco de uma eventual invasão russa à Ucrânia.

Juros

Os juros futuros também passaram o dia sob a pressão vinda do exterior, piorando no final da tarde. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/ 23 passou de 12,383% para 12,405% e o DI para jan/27 saiu de 11,22% para 11,33%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Taesa (TAEE11)

Lucro líquido de R$ 423,1 milhões no 4T21 (-43,6% vs 4T20)

A Transmissora Aliança de Energia Elétrica (Taesa) teve lucro líquido IFRS de R$ 423,1 milhões no 4T21 com queda de 43,6% ante o mesmo período no ano anterior, um resultado impactado por menores investimentos nos empreendimentos em construção com impacto negativo na margem de implementação de infraestrutura e por IGP-M menor entre os períodos comparados. Atebtar também para o aumento de 15,9% nas despesas financeiras líquidas, resultado do aumento do CDI e do maior volume de dívida líquida entre os períodos comparados.

Suas units (TAEE11) cotadas a R$ 37,36 (valor de mercado de R$ 12,9 bilhões) registram alta de 2,7% este ano. Temos recomendação de COMPRA e Preço Justo de R$ 40,00/Unit que aponta para um potencial de alta de 7,1%.

Destaques

O EBITDA regulatório atingiu R$ 447 milhões no 4T21, aumento de 55,8% na base anual. A margem Ebitda regulatória subiu 6,2 ponto porcentual (p.p) no quarto trimestre, para 81,1% na mesma base de comparação. No período, a receita líquida IFRS alcançou R$ 717 milhões, 38,7% menor que o mesmo intervalo de 2020.No resultado Regulatório, muito usado para medir o desempenho das transmissoras, o lucro líquido foi de R$ 105,5 milhões no trimestre, alta de 34,3% na comparação anual. Já a receita líquida regulatória aumentou 43,8% no quarto trimestre, para R$ 550,9 milhões na comparação anual.A Taesa apresentou uma taxa média consolidada de disponibilidade da linha de 99,86% em 2021. Ao final do trimestre, segundo o demonstrativo divulgado há pouco pela empresa, a dívida líquida da companhia era de R$ 6,2 bilhões, 6,3% maior que no terceiro trimestre. A alavancagem, medida pela relação dívida líquida por Ebitda, encerrou o período em 4,2 vezes, frente a 4,3 vezes dos três meses anteriores.


Neoenergia (NEOE3)

Lucro líquido de R$ 635 milhões no 4T21 (-36% em 12 meses)

O lucro líquido da Neoenergia caiu 36% no 4T21 em relação ao 4T20 para R$ 635 milhões. No acumulado do ano, o lucro líquido foi de R$ 3,93 bilhões, alta de 40% em relação a 2020.

Ao preço de R$ 16,30/ação, equivalente a um valor de mercado de R$ 19,8 bilhões, a ação NEOE3 registra alta de 1,5% este ano. Temos recomendação de COMPRA com Preço Justo de R$ 24,00/ação, que traz um potencial de alta de 47,2%.

A receita líquida do período foi de R$ 11,388 bilhões, alta de 14% em base anual de comparação. No ano, a receita cresceu 32% para R$ 41,120 bilhões. Já o EBITDA cresceu 15% no trimestre para R$ 2,41 bilhões. Considerando os 12 meses de 2021, o Ebitda aumentou 52%, para 9,86 bilhões.

No quarto trimestre do ano, o volume de energia injetada na rede de distribuição foi de 19.710 gigawatts-hora (GWh), redução de 1,4%, enquanto no acumulado de 2021, alcançou 75.814 gigawatts (GWh), crescimento de 3,7% em relação a 2020.

O volume de energia injetada (que compreende a energia distribuída e as perdas) pela Neoenergia (consolidado) no 4T21 alcançou 19.711 GWh, com queda de 1,42% em relação a igual trimestre do ano anterior, explicado por menores temperaturas e um volume maior de chuvas. No acumulado de 2021 a companhia mostrou crescimento de 3,71% para 75.814 GWh.

  • Tomando por base a energia distribuída, destaque para o crescimento de 6,2% na comparação anual e alta de 3,8% no 4T21 vis a vis o 4T20.
  • A energia distribuída, olhando as distribuidoras do grupo (4T21 x 4T20), destaque para a Cosern com crescimento de 6,8%, a Neoenergia Pernambuco (+6,9%), Coelba (+6,2%), a Elektro (-0,4%) e a Neoenergia Brasília com queda de 0,6%.
  • Na área de energia renovável (hidráulica e eólica) a companhia gerou 3.065 GWh no 4T21 com crescimento de 81,28% frente o 4T20 e alta de 11,74% no acumulado de 2021 (11.935 GWh).
  • A geração térmica no 4T21 alcançou 700 GWh com queda de 31,97% da geração no trimestre por menor fornecimento de gás, cujo efeito no resultado é compensado pela compra de energia a PLD inferior ao custo variável unitário, para suprir seus contratos de venda. No acumulado  de 2021 a empresa gerou 3.194 GWh (+33,92%) em função da crise hidrológica.

Notre Dame (GNDI3)

AGE aprova cancelamento de registro de companhia aberta

A controladora Hapvida, aprovou em AGE o cancelamento do registro de companhia aberta da da Notre Dame cujas ações deixaram de ser negociadas na bolsa na última sexta-feira (11).

As duas companhias concluíram na semana passada a combinação de negócios entre elas, operação anunciada em fevereiro do ano passado e aprovada em definitivo pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em janeiro.

Ontem a ação HAPV3 encerrou cotada a R$ 12,63 com alta de 21,7% no ano.


Rumo (RAIL3)

Resultados de 2021 e projeções financeiras e operacionais para 2022

A Rumo encerrou o 4T21 com prejuízo líquido de R$ 384 milhões ante um lucro de $ 3 milhões no 4T20, acumulando um resultado positivo de R$ 156 milhões no ano, ficando 48,9% abaixo do resultado de R$ 305 milhões em 2020.

A empresa registrou que nos volumes transportados tanto no comparativo trimestral quanto no ano, afetando a receita e derrubando a margem bruta, nos dois períodos comparativos.

A dívida líquida no 4T21 foi de R$ 9,4 bilhões e a alavancagem atingu 2,8x dívida líquida abrangente/EBITDA LTM.

A companhia divulgou projeções financeiras e operacionais referentes aos ano de 2022.


BR Properties (BRPR3)

Prejuízo líquido de R$ 47,4 milhões no 4T21 ante lucro de R$ 155,7 milhões no 4T20. No ano o lucro líquido caiu de R$ 206,2 milhões para R$ 32,0 milhões (-84,0%)

A empresa destacou alguns pontos que determinaram este prejuízo:

  • Queda de R$ 66,5 milhões no valor do seu portfólio imobiliário, conforme avaliação da consultoria CBRE. O efeito é contábil, sem mexer com o caixa. Segundo a BR Properties, essa desvalorização reflete a piora da economia brasileira, com inflação e juros em alta.
  • O prejuízo também foi influenciado pelo resultado financeiro líquido, (despesa de R$ 44,6 milhões, crescimento de 215% na comparação anual, explicado pelo aumento dos juros, com o custo médio da dívida da empresa passando de 3,8% para 11,7%. A dívida liquida encerrou 2021 em R$ 2,0 bilhões.

Ontem a ação BRPR3 encerrou cotada a R$ 7,65 com alta de 4,7% no ano.


Se preferir, baixe em PDF:

Bolsa cai 1,43% com aumento do risco de invasão da Ucrânia pela Rússia

 

 

Análises Gráficas >>> 


DISCLAIMER
Este relatório foi preparado pela Planner Corretora e está sendo fornecido exclusivamente com o objetivo de informar. As informações, opiniões, estimativas e projeções referem-se à data presente e estão sujeitas à mudanças como resultado de alterações nas condições de mercado, sem aviso prévio. As informações utilizadas neste relatório foram obtidas das companhias analisadas e de fontes públicas, que acreditamos confiáveis e de boa fé. Contudo, não foram independentemente conferidas e nenhuma garantia, expressa ou implícita, é dada sobre sua exatidão. Nenhuma parte deste relatório pode ser copiada ou redistribuída sem prévio consentimento da Planner Corretora de Valores. O presente relatório se destina ao uso exclusivo do destinatário, não podendo ser, no todo ou em parte, copiado, reproduzido ou distribuído a qualquer pessoa sem a expressa autorização da Planner Corretora. As opiniões, estimativas, projeções e premissas relevantes contidas neste relatório são baseadas em julgamento do(s) analista(s) de investimento envolvido(s) na sua elaboração (“analistas de investimento”) e são, portanto, sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado. Declarações dos analistas de investimento envolvidos na elaboração deste relatório nos termos do art. 21 da Instrução CVM 598/18: O(s) analista(s) de investimento declara(m) que as opiniões contidas neste relatório refletem exclusivamente suas opiniões pessoais sobre a companhia e seus valores mobiliários e foram elaboradas de forma independente e autônoma, inclusive em relação à Planner Corretora e demais empresas do Grupo.

Open chat