MERCADO
Bolsa
Nos dois dias anteriores, as empresas ligadas a commodities foram destaques na B3, que mesmo assim abriu a semana negativa, melhorando na tarde de ontem para fechar com alta de 1,50% aos 103.654 pontos, o que não significa uma tendência de mercado. O dia foi de alta para as ações da Petrobras (PN +5,46%, ON +4,70%), lembrando que a ação está cheia dos proventos (dividendos e JCP) divulgados na sexta-feira e Vale (ON +2,63%), com a recuperação do minério de ferro. O giro financeiro foi de R$ 30,0 bilhões (R$ 26,2 bilhões avista). Mesmo assim, a bolsa segue sem rumo e bastante sensível aos problemas que se arrastam do lado doméstico, somados a preocupações no mercado global, com desataque para a nova onda de Covid na Europa, mercado de petróleo, etc. A agenda econômica vem carregada de dados dos Estados Unidos com destaque para o mercado de trabalho, estoques no varejo, PIB anualizado no 3T21, consumo pessoal, etc. A qualidade destes dados pode influenciar as bolsas dos EUA que vêm mostrando cautela nos últimos dias. As bolsas internacionais mostram alta na Europa e queda nos futuros de Nova York. Na Ásia, a Nikkei fechou em alta e a Hang Seng caiu. Os fatos mais recentes na Europa e nos EUA, vêm direcionando as decisões de investidores no mercado global, que já fazem contas para o próximo ano. No mercado de commodities, o petróleo fechou a terça-feira em alta com volatilidade nos preços, após os Estados Unidos e outros países anunciarem que vão liberar suas reservas estratégicas com o objetivo de reduzir os preços. Os investidores devem ficar atentos à reação da Opep+ para a produção e ao ritmo de demanda nas próximas semanas. Os preços indicam que a alta continuará e o minério de ferro que vinha sofrendo, também vem se recuperando, ajudando as ações do setor na bolsa.
Câmbio
A moeda americana encerrou a terça-feira perto da estabilidade passando de R$ 5,5969 para R$ 5,5909 no fechamento (- 0,11%).
Juros
O mercado aguarda a apresentação para votação do relatório da PEC dos Precatórios e o desenrolar desta questão. Com isso, os ativos financeiros seguem sensíveis a cada possibilidade de mudança de rumo. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/23 fechou a 12,25% de 12,347% na segunda-feira e para jan/27 a taxa recuou de 12,013% para 11,76%.
ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS
Eletrobras (ELET3)
CGT Eletrosul compra 49% da TSLE por R$ 217,55 milhões
A Companhia de Geração e Transmissão de Energia Elétrica do Sul do Brasil (“CGT Eletrosul”) celebrou, nesta terça-feira (23/11), Contrato Definitivo de Compra e Venda de Ações (“CDCVA”) com a Companhia Estadual de Transmissão de Energia Elétrica (“CEEE-T”), através do qual efetivou a aquisição de 49% da participação detida pela CEEE-T na Transmissora Sul Litorânea de Energia S.A. (“TSLE”).
A CGT Eletrosul pagará à CEEE-T o valor de R$ 217,55 milhões no prazo máximo de 30 dias contados da presenta data, quando será realizada a transferência das ações.
Vemos como positiva a aquisição, sendo mais um passo na direção da privatização da Eletrobras. Com a implementação da operação, a CGT Eletrosul passa a deter 100% do capital social da TSLE e irá promover futuramente a incorporação dessa SPE, no escopo da iniciativa de racionalização das participações societárias da Eletrobras.
Cosan S.A. (CSAN3)
A partir de 02/01/22 Marcelo Eduardo Martins assumirá a posição de Vice-Presidente de Estratégia (“CSO”)
O Conselho de Administração da Cosan aprovou ontem (23/11) uma alteração em sua diretoria. A partir de 2 de janeiro de 2022, Marcelo Eduardo Martins assumirá a posição de Vice-Presidente de Estratégia (“Chief Strategy Officer – CSO”) e estará totalmente focado na alocação de capital da companhia e de suas investidas.
Em função desta mudança, o cargo de Diretor Vice-Presidente Financeiro e Relações com Investidores da Cosan passará a ser ocupado pelo Sr. Ricardo Lewin. Desde 2017, Ricardo Lewin ocupa o cargo de Diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Rumo S.A., controlada da companhia.
A criação desse novo cargo de estratégia está em linha com a diversificação dos negócios da Cosan através de Joint Ventures, como por exemplo, a associação com a Porto Seguro para a criação da Mobitech – que atuará em soluções de mobilidade. A Cosan iniciou nova estratégia, na qual, através de uma estrutura de fundos de investimentos, investirá em novos negócios com recursos próprios e, eventualmente, também de terceiros. O primeiro investimento foi destinado ao segmento de mineração e logística.
Equatorial Energia S.A. (EQTL3)
Concluída a aquisição da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA)
A Equatorial através de sua controlada Equatorial Participações II S.A. concluiu a compra da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), após vencer o leilão realizado em junho.
A presente aquisição foi concluída mediante transferência para a Equatorial Participações II das ações ordinárias de emissão da CEA representativas de aproximadamente 99,983% do seu capital social total e do exercício do direito de tag along dos acionistas minoritários da CEA.
Adicionalmente, a Equatorial Participações II promoveu o aumento do capital social da CEA, em R$ 400 milhões, cujos recursos serão destinados, sobretudo, a quitação parcial do Acordo de Renegociação de Dívida da Distribuidora.
A formalização da Concessão ocorre hoje, 24 de novembro de 2021, mediante a celebração do Contrato de Concessão do Serviço Público de Distribuição de Energia Elétrica com a União.
Vibra Energia S.A. (VBBR3)
Acordo com a CEA gera impacto positivo de R$ 353 milhões no resultado da companhia
Com a aquisição da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) pela Equatorial Participações II S.A., controlada da Equatorial Energia, ocorreu o implemento das condições previstas no Acordo de Renegociação de Dívida com a Companhia de Eletricidade do Amapá (“CEA”), ensejando a transferência de controle acionário da CEA, decorrente da privatização.
Nesse contexto, o Acordo gera impacto positivo no resultado da Vibra Energia estimado em R$ 353 milhões, sendo:
R$ 169 milhões por meio do recebimento de uma primeira parcela de aproximadamente R$ 71,8 milhões e mais 23 parcelas mensais no valor de aproximadamente R$ 4,2 milhões, acrescidas de atualização monetária equivalente à variação do CDI + 2,7% ao ano, incidentes sobre o saldo devedor; e
R$ 184 milhões por meio de cessão de recebíveis da Aneel, sujeitos à atualização monetária, que estão sendo pagos mensalmente à CEA até dezembro de 2021 e será objeto de cessão total à Companhia, sujeito à condição resolutiva mencionada.
O Acordo também encerra litígio fiscal com o Estado do Amapá e por tratar-se de passivo contingente, a quitação deste débito gerará impacto líquido nulo no resultado. Vemos como positivo. A concretização deste Acordo representa mais um importante passo na recuperação de recebíveis da companhia, além de contribuir para sua geração de caixa e redução da alavancagem.
Mulltiplan (MULT3)
Inauguração do ParkJacarepaguá no Rio de Janeiro (20º shopping da companhia)
A Multiplan comunicou a inauguração do ParkJacarepaguá, o 20º shopping center do grupo, localizado na zona oeste do Rio de Janeiro.Dados resumidos do ParkJacarepaguá:
- Área bruta locável (ABL) total – 39 mil m²
- Investimento realizado – R$ 770 milhões. Com os aportes dos lojistas, o valor supera R$ 1 bilhão.
- O shopping abriu as portas com 95% de sua área locada e mais de 230 lojas.
- Com base nos contratos atuais, o resultado operacional líquido (NOI) esperado é de R$ 80 milhões no 5 º ano, considerando a participação de 91% da Multiplan e a inflação futura.
Os 19 shoppings da Multiplan, existentes até setembro, somavam 835.358 m² de ABL com uma taxa de ocupação média de 95,2%. A participação a Multiplan neste portfólio era de 80,1%.
No 3T21, a empresa registou R$ 99,4 milhões, acumulando R$ 239,4 milhões em 9 meses, valores bem inferiores aos números do ano passado. O setor de shopping centers foi um dos mais prejudicados com a pandemia e tenta ainda se recuperar.
A ação MULT3 encerrou ontem cotada a R$ 20,41 com queda de 13,3% no ano.
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