MERCADO
Bolsa
O Ibovespa mostrou recuperação no primeiro pregão de setembro com alta de 0,52% a 119.396 pontos e giro financeiro de R$ 30,1 bilhões (26,9 bilhões à vista). No entanto, nada mudou no cenário de curto prazo, com as atenções voltadas para os próximos indicadores macroeconômicos, desdobramentos do embate político institucional e pautas de votação em Brasília. Ontem a Câmara dos Deputados aprovou a reforma do Imposto de Renda por 398 a 77 votos, que agora vai para ao Senado, tendo ainda destaques para avaliação.
A agenda econômica de hoje traz, do lado doméstico, o IPC-Fipe de agosto com alta de 1,44% e ainda nesta manhã, a produção industrial de julho. Nos EUA, saem dados do mercado de trabalho na última semana, a balança comercial e pedidos de fábrica de julho. Na Europa saiu o IPP (Índice de Preços ao Produtor), acima das expectativas.
O mercado de commodities mostra alta nos preços do petróleo e seus derivados nesta quinta-feira, com o tipo Brent operando novamente próximo de US$ 72/barril, enquanto o minério de ferro opera do lado negativo, reflexo dos problemas as últimas semanas, com a demanda chinesa recuando.
As bolsas internacionais mostram alta na Europa e no fechamento da Ásia, mesmo sinal indicado pelos futuros de Nova York. A despeito dos problemas no mercado global, sobretudo o geopolítico e a atenção com o vírus e a expectativa em relação aos dados do payroll para amanhã, os mercados mostram otimismo.
Câmbio
O dia foi de cautela no mercado de câmbio com os mesmos problemas domésticos (política e fiscal) mostrando que estes assuntos predominarão também em setembro O dólar subiu de R$ 5,1512 para R$ 5,1867 (+ 0,69%).
Juros
As taxas de juros futuros iniciaram setembro em alta, refletindo a piora no cenário fiscal e o risco de racionamento de energia com a crise hídrica, um quadro que deverá se arrastar pelos próximos meses. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/22 fechou em 6,805%, de 6,759% no dia anterior e para jan/27 passou de 9,954% para 9,97%.
ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS
Taesa (TAEE11)
Antecipação do início de Janaúba adiciona RAP de R$ 213,6 milhões
A Taesa entregou o empreendimento Janaúba Transmissora de Energia Elétrica com 5,5 meses de antecedência, passando a adicionar valor de R$ 213,6 milhões em Receita Anual Permitida (RAP) à companhia. O prazo perante a Aneel era de entregar o empreendimento até 9 de fevereiro de 2022 e obteve uma eficiência no volume total de investimento em torno de 18% em relação ao Capex Aneel, somando aproximadamente R$ 950 milhões de investimentos.
· Janaúba, localizada entre Minas Gerais e Bahia, é 100% controlada pela Taesa, corresponde ao seu maior projeto greenfield, com extensão de 542 km de linha e aumenta capacidade de transmissão da interligação Nordeste-Sudeste, contribuindo para o escoamento de energia renovável no sistema interligado nacional (SIN).
BRF S.A. (BRFS3)
Concluída a aquisição da Mogiana Alimentos
A BRF comunicou a conclusão da compra da Mogiana Alimentos, por meio de sua subsidiária BRF Pet. Esta aquisição se soma à compra do Grupo Hercosul, anteriormente comunicada. Segundo a empresa, o preço pago por estas duas companhias será de R$ 1,35 bilhão, ainda sujeito a ajustes, sendo aproximadamente 80% no fechamento e 20% a partir de um ano das aquisições.
· Após estas duas aquisições, a BRF Pet promoverá a integração das novas operações de pet food, impulsionando sua estratégia comercial com foco no canal de distribuição especializado, agregando marcas fortes e trazendo importantes ganhos de sinergia, como na compra de grãos e coprodutos para a fabricação de rações.
· O nível de alavancagem financeira consolidada da BRF permanecerá de acordo com os limites prudenciais estabelecidos pela administração. Só para efeito de comparação, a alavancagem de 2,7x ao final do 2T21 (para uma dívida líquida de R$ 14,8 bilhões), se elevaria a 2,9x com estas duas aquisições.
Vibra (BRDT3)
Boas notícias no Investor Day
A empresa realizou durante todo o dia de ontem uma reunião com analistas. O sentimento foi muito positivo com o que a Vibra já conseguiu até agora, sintetizado no fechamento da diferença de rentabilidade com as concorrentes, além das expectativas promissoras. Os movimentos no futuro vão passar, principalmente, pela otimização do portfólio de ativos, aumento da eficiência e novos negócios. Isso deve determinar um novo salto no lucro.
- Nova proposta de valor da Vibra, a ser realizada até 2025, inclui o aumento do número de postos (+850), elevação da participação no mercado (1,8 ponto percentual) e ganho de R$ 30 no EBITDA/m3;
- Entre 2021 e 2030, a receita deve crescer 30%, com aumento de 50% no EBITDA.
Conclusão da venda de participação no campo de Lapa
Na noite de ontem, a empresa informou que concluiu a cessão de sua participação (10%) no campo de Lapa para a TotalEnergies. O valor da operação é de US$ 49,4 milhões, que foi pago agora na conclusão da venda.
- Apesar de ser um negócio pequeno, podemos considerá-lo como positivo para a Petrobras. Os desinvestimentos que a empresa realizou nos últimos anos ajudaram na redução do endividamento e dos investimentos, o que aumentou os recursos disponíveis para a remuneração dos acionistas;
- Com a aquisição, a TotalEnergies que já é a operadora passará a deter 45% neste campo, tendo como sócias a Shell Brasil Petróleo (30%) e Repsol Sinopec Brasil (25%). O campo de Lapa está localizado no pré-sal da Bacia de Santos e teve uma média de produção no primeiro semestre de 2021 foi de 50,7 mil barris de óleo equivalente ao dia.
Cancelamento da venda de ações mantidas em tesouraria
Após o pregão de ontem, a empresa informou que seu Conselho de Administração aprovou o cancelamento da operação de alienação das ações mantidas em tesouraria, cuja venda havia sido autorizada em maio último.
- A Braskem tem em tesouraria um total de 902.166 ações preferenciais Classe A, cujo valor em bolsa seria de R$ 61 milhões, considerando a cotação de BRKM5 ao final do pregão de ontem;
- Esta é uma notícia marginalmente positiva para os acionistas da empresa, que não sofrerão esta pressão vendedora, mesmo que pequena. Vale lembrar que BRKM5 tem um volume médio diário de negociações que alcança R$ 167 milhões.
Se preferir, baixe em PDF:
DISCLAIMER
Este relatório foi preparado pela Planner Corretora e está sendo fornecido exclusivamente com o objetivo de informar. As informações, opiniões, estimativas e projeções referem-se à data presente e estão sujeitas à mudanças como resultado de alterações nas condições de mercado, sem aviso prévio. As informações utilizadas neste relatório foram obtidas das companhias analisadas e de fontes públicas, que acreditamos confiáveis e de boa fé. Contudo, não foram independentemente conferidas e nenhuma garantia, expressa ou implícita, é dada sobre sua exatidão. Nenhuma parte deste relatório pode ser copiada ou redistribuída sem prévio consentimento da Planner Corretora de Valores. O presente relatório se destina ao uso exclusivo do destinatário, não podendo ser, no todo ou em parte, copiado, reproduzido ou distribuído a qualquer pessoa sem a expressa autorização da Planner Corretora. As opiniões, estimativas, projeções e premissas relevantes contidas neste relatório são baseadas em julgamento do(s) analista(s) de investimento envolvido(s) na sua elaboração (“analistas de investimento”) e são, portanto, sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado. Declarações dos analistas de investimento envolvidos na elaboração deste relatório nos termos do art. 21 da Instrução CVM 598/18: O(s) analista(s) de investimento declara(m) que as opiniões contidas neste relatório refletem exclusivamente suas opiniões pessoais sobre a companhia e seus valores mobiliários e foram elaboradas de forma independente e autônoma, inclusive em relação à Planner Corretora e demais empresas do Grupo.
