Ibovespa tem dia de alta (1,30%) com avanço da PEC Emergencial e expectativa para a segunda votação no segundo turno

MERCADO


Bolsa
A quarta-feira foi de volatilidade no mercado de ações com atenção à votação da PEC Emergencial na Câmara dos Deputados indo para o segundo turno na noite de ontem. A bolsa passou o dia sensível às possíveis mudanças na PEC Emergencial na reta final, mas mesmo assim o Ibovespa subiu 1,30% a 112.776 pontos, com giro financeiro de R$ 46,4 bilhões (R$ 35,5 bilhões à vista). Na semana a bolsa ainda cai 2,11%. A agenda econômica de hoje traz a inflação de fevereiro medida pelo IPCA e no exterior os dados são pouco relevantes. Nos EUA, após a aprovação do projeto de US$ 1,9 trilhão no Congresso, Biden está preparando um plano de pelo menos US$ 4 trilhões a serem investidos em 10 anos, em infraestrutura e indústrias estratégicas, como semicondutores, energia renovável e veículos elétricos. As bolsas internacionais hoje operam em alta no exterior e os futuros de NY também sobem. O petróleo também mostra alta forte nesta quinta-feira. Na próxima semana se encerra a safra de resultados de 2020, reduzindo o foco sobre os resultados e voltando para uma pauta mais desafiadora do governo.

Câmbio
O alívio em relação à PEC Emergencial deu ânimo aos investidores para o risco, com o dólar recuando de R$ 5,8053 para R$ 5,6721 (- 2,29%).  O Banco Central voltou a atuar no mercado, vendendo US$ 1 bilhão em swap cambial.

Juros
O dia foi de volatilidade nos juros futuros com atenção ao avanço da PEC na Câmara. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/22 fechou a 4,035% de 4,020% no dia anterior e O DI para jan/27 passou de 8,034% para 8,02%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Eneva S.A. (ENEV3)
Lucro Líquido de R$ 686,5 milhões no 4T20 (+87,9%)

A Eneva, uma empresa integrada de energia, com negócios complementares em geração de energia elétrica e exploração e produção de hidrocarbonetos no Brasil, registrou no 4T20 um lucro líquido de R$ 686,5 milhões, representando um crescimento de 87,9% em relação ao lucro líquido de R$ 365,4 milhões do 4T19.

No trimestre o EBITDA cresceu 15,5% para R$ 606,1 milhões acumulando R$ 1,6 bilhão em 2020. A receita líquida, por sua vez, cresceu 10,0% no trimestre para R$ 1,2 bilhão e +3,4% em 2020 para R$ 3,2 bilhões. O resultado financeiro líquido melhorou em ambas as bases de comparação, apesar do incremento de dívida pra fazer frente ao programa de investimentos.

Cotada a R$ 63,47/ação (valor de mercado de R$ 20,0 bilhões) a ação ENEV3 registra alta de 2,2% este ano e valorização de 58,7% em doze meses.

Destaques

O EBITDA ajustado (excluindo poços secos) alcançou R$ 614,7 milhões no 4T20 (margem EBITDA aj. de 50,2%), com aumento de 16,3% frente ao 4T19 (R$ 528,6 milhões e margem de 47,5%), refletindo um cenário de maiores preços de venda de energia nos mercados regulados e livre e a redução de custos operacionais.

Ainda no 4T20 houve o registro de uma reversão de impairment no segmento de geração a carvão, que impactou positivamente a linha de “Outras Receitas e Despesas” com uma receita de R$ 52,8 milhões (em 2019, esta reversão também aconteceu e o impacto foi de R$ 127,0 milhões). Estes efeitos foram parcialmente compensados pelas maiores despesas operacionais no período.


Eletrobras S.A. (ELET3, ELET6)
Empréstimo Compulsório

A Eletrobras teve decisão desfavorável no julgamento dos Embargos de Declaração pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O recurso tratava da responsabilidade solidária da União nos processos referentes às diferenças de correção monetária e expurgos inflacionários no âmbito do Empréstimo Compulsório de Energia.

•             A companhia afirma que vai prosseguir discutindo o tema juridicamente e aguardará a publicação no Diário Oficial. Ainda segundo a companhia, a decisão do STJ não altera as demonstrações financeiras e os valores já provisionados referentes aos processos do Empréstimo Compulsório de Energia Elétrica.

•             A Eletrobras reitera que permanecerá defendendo que a União é responsável solidária nos processos dos credores do Empréstimo Compulsório.

A ação ELET3 cotada a R$ 31,69/ação registra queda de 9,5% este ano. Já a ELET6 ao preço de R$ 32,08/ação apresenta baixa de 9,5% no mesmo período. O desempenho em 2020 se compara a queda de 5,2% do Ibovespa e de 9,9% do IEE.


Bradesco (BBDC4)
AGE aprova cancelamento e bonificação de 10% em ações

O Conselho de Administração submeteu ao exame e deliberação dos seus acionistas, em AGE realizada ontem (10/03), o cancelamento de ações em tesouraria e a bonificação de ações.

Cancelamento de ações em tesouraria. O cancelamento das 34.685.801 ações de emissão do banco mantidas em tesouraria, sem redução do valor do capital social, das quais 7.307.259 ordinárias e 27.378.542 preferenciais, adquiridas por meio de programas de recompra;

Bonificação de 10%. A bonificação em ações decorrente do aumento do capital social em R$ 4,0 bilhões, elevando-o de R$ 79,1 bilhões para R$ 83,1 bilhões, mediante a capitalização de parte do saldo da conta “Reservas de Lucros – Reserva Estatutária”, com a emissão de 883.552.687 ações, sendo 442.779.931 ordinárias e 440.772.756 preferenciais.

•             Estas ações serão atribuídas gratuitamente aos acionistas na proporção de 1 nova ação para cada 10 ações da mesma espécie de que forem titulares na data-base, a ser fixada após a homologação do processo pelo Banco Central do Brasil.

•             A Data-Base de Direito à Bonificação será comunicada ao mercado após a aprovação do respectivo processo pelo Banco Central do Brasil. O Custo atribuído às Ações Bonificadas será de R$ 4,527177676 por ação ordinária e preferencial.

Seguimos com recomendação de COMPRA para BBDC4 e Preço Justo de R$ 32,00/ação, que traz um potencial de alta de 29,2% em relação a cotação de R$ 24,76/ação no fechamento de ontem (10/03).


Aliansce Sonae (ALSO3)
Queda de 94,8% no lucro do 4T20 com efeitos da pandemia

A Companhia, ao final do 4T20, detinha participação em 27 shopping centers. O ano de 2020 foi muito desafiador para as empresas de shopping centers com o fechamento na pandemia. Alguma melhora veio somente no 4T20, quando houve maior flexibilização para o funcionamento dos shoppings – permitindo que boa parte operasse novamente de forma muito próxima ao funcionamento regular.  No entanto, os resultados do ano já estavam penalizados pela crise. A nova onda de pandemia neste começo de ano, determinou novamente restrições ao funcionamento dos shoppings, num momento em que a recuperação já acontecia. Isso deverá refletir novamente nos números das empresas.

Os efeitos do ano passado, podem ser vistos nos resultados, com queda de 19,2% na receita líquida do 4T20, somando R$ 216,4 milhões. No ano a queda foi de 17,7% chegando a R$ 767,2 milhões. O EBITDA caiu 27,8% no 4T20, somando R$ 151,9 milhões e em 12 meses a baixa foi de 24,6% totalizando R$ 522,9 milhões. No 4T20, o lucro líquido passou de R$ 100,6 milhões no 4T19 para R$ 5,2 milhões (94,8%), mas no ano houve crescimento de 100,5% de R$ 84,3 milhões para R$ 169,1 milhões.

Ontem a ação ALSO3 encerrou cotada a R$ 23,90 com queda de 18,1% no ano.


Ecorodovias (ECOR3)
Um prejuízo elevado no 4T20 devido a fatores não recorrentes

Após o pregão de ontem, a empresa divulgou um razoável resultado operacional, mas que foi comprometido por um impairment elevado na controlada Ecoporto Santos (R$ 382 milhões), que já era de conhecimento do mercado.

·       A Ecorodovias sofreu um prejuízo líquido no 4T20 de R$ 631 milhões (R$ 1,13 por ação), contra ganhos de R$ 89 milhões no trimestre anterior e R$ 79 milhões no 4T19.  Desconsiderando os fatores não recorrentes, a Ecorodovias teve um lucro líquido de R$ 55 milhões (R$ 0,10/ação);

·       No 4T20, comparado ao mesmo trimestre de 2019, o tráfego total cresceu 2,8% ajudado por novas concessões adicionadas recentemente (Eco135, Eco050 e Ecovias do Cerrado).  Desconsiderando estas concessões, o tráfego comparável apresentou uma redução de 1,7%.


Braskem (BRKM)
Um bom resultado no 4T20

A empresa divulgou na noite de ontem seus números do 4T20, mostrando um forte crescimento da receita, com os melhores preços das resinas, e da rentabilidade, o que permitiu a obtenção de um resultado positivo depois de cinco trimestres seguidos de prejuízos. O lucro não foi maior devido às novas provisões para o evento de Maceió (R$ 1,8 bilhão), que foram realizadas no trimestre.

· A Braskem obteve um lucro de R$ 846 milhões (R$ 1,06 por ação), revertendo prejuízos de R$ 1,4 bilhão no trimestre anterior e R$ 2,9 bilhões no 4T19;

· Na unidade do Brasil, o resultado do 4T20 foi muito positivo, em razão da elevação das vendas, dos melhores preços e spreads, além da desvalorização do real. A receita líquida no 4T20, sempre comparando ao 4T19, mostrou um crescimento de 8,3%. A rentabilidade do período foi afetada pelos fatores já descritos, o que permitiu um ganho de 3 pontos percentuais na margem bruta. Com estes ganhos, o EBITDA da unidade brasileira no 4T20 foi de R$ 3,7 bilhões (US$ 680 milhões), comparado aos US$ 81 milhões do 4T19.


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