Ibovespa marca 2,29% de alta com bom ritmo de recuperação

MERCADO


Bolsa
O Ibovespa voltou a subir ontem, (2,29%) chegando aos 83.171 pontos com giro financeiro de R$ 25,7 bilhões. Ontem o destaque ficou para a agenda econômica carregada com o PIB fraco nos EUA e a manutenção dos juros pelo Fed perto de zero nos Estados Unidos. A notícia de um potencial medicamento para o tratamento do coronavírus teve influência no mercado também. Nesta quinta-feira, a agenda econômica vem carregada com destaque para o PIB da zona do euro no 1T20 com queda de 3,8% no T/T e de 3,1% no A/A e a taxa de desemprego na região em 7,4% em março, (7,3% na leitura anterior). No Brasil, destaque para a taxa de desemprego nacional, criação de empregos formais e o coeficiente % de dívida sobre o PIB que sai na parte da tarde (expectativa: 53,3%). Hoje, último pregão de abril e véspera de feriado, as bolsas internacionais mostram alta no fechamento da Ásia e sobem também na Europa. Com o feriado de amanhã e o ânimo dos últimos dias, somado à safra de balanços, podemos ter mais um dia positivo.

Câmbio
O dólar voltou a recuar ontem, de R$ 5,5031 para R$ 5,3366 (-3,0%). A notícia de esforço concentrado do governo americano no combate ao vírus e a expectativa de avanço nas pesquisas para uma vacina, ajudaram para ajustar o mercado.

Juros
Os juros futuros recuaram novamente com a taxa do DI para jan/21 terminando o dia com taxa de 2,835%, ante 2,825% na terça-feira. Para jan/29 a taxa caiu de 8,172% para 7,95%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Multiplan (MULT3)
Resultado liquido soma R$ 177,7 milhões, crescimento de 93,3% sobre o 1T19

A despeito de todos os problemas causados pelo coronavírus na economia brasileira, a Multiplan conseguiu manter bom desempenho nos dois primeiros do ano, sofrendo pequeno impacto em março. Com isso, a receita liquida do 1T20 somou R$ 326,0 milhões ante R$ 307,9 milhões no 1T19 (+3,8%).

O EBITDA atingiu R$ 343,7 milhões no 1T20 contra R$ 230,5 milhões no 1T19 (+49,1%).

O 1T20 ainda foi positivo para a empresa, mas o efeito mais pesado da pandemia deverá ser sentido neste 2º trimestre cujo período de paralisação está sendo mais longo. Mesmo com a empresa conseguindo importantes reduções de custo e despesas, a queda no faturamento e os investimentos de suporte em solidariedade aos parceiros por conta da pandemia, deverão pesar sobre os números da empresa.

Ontem a ação MULT3 ncerrou cotada a R$ 22,37 acumulando queda de 32,1% no ano e no mês a alta é de 5,0%. O preço justo do mercado para a ação é de R$ 27,40 com potencial de valorização de 22%.


Odontoprev (ODPV3)
No 1T20, o lucro líquido atingiu R$ 75,2 milhões, 22,8% abaixo do 1T19

A companhia encerrou o 1T20 com um resultado líquido de R$ 75,2 milhões. O número representa uma queda de 22,8% em relação ao 1T19 e alta de 4,9% comparado do 4T19. Neste 1T20 a empresa contabilizou um aumento significativo em provisão nos planos individuais por conta da pandemia. É possível que este 2T20 exija novamente uma cautela da empresa neste aspecto.

A companhia anunciou o pagamento de dividendos no valor total de R$ 23,7 milhões (R$ 0,04 por ação) a serem pagos em outubro.

Ontem a ação ODPV3 encerrou cotada a R$ 16,00 com queda de 5,0% no ano. O mercado avalia a ação em R$ 17,00, portanto atualmente está bem precificada.


Vale (VALE3)
Teleconferência para discutir os resultados do 1T20

A empresa realizou na manhã de ontem uma reunião com analistas para discutir o resultado do 1T20, divulgado na noite anterior. O tom da reunião foi positivo, com a

diretoria confiante em redução de custos e melhoria de produtividade no restante do ano, podendo inclusive, voltar a pagar dividendos assim que os riscos desta crise puderem ser melhor mensurados.

· O impacto total estimado da Covid-49 nos resultados é de US$ 500 milhões, contemplando aumentos de custos, redução no ritmo de projetos e a ajuda humanitária (US$ 100 milhões) que a empresa está realizando;

· A Vale já tem condições financeiras de retornar ao pagamento de dividendos e o fará assim que os riscos da crise atual puderem ser melhor dimensionados.


Petrobras (PETR4)
Ganhos com novo modelo de assistência de saúde

A empresa informou, na noite de ontem, que seu Conselho de Administração aprovou um novo modelo de gestão para a AMS – Assistência Multidisciplinar de Saúde, com a criação de uma associação civil, sem fins lucrativos, mantendo a modalidade de autogestão. A gestão da AMS atualmente é feita pela área de Recursos Humanos da própria Petrobras.

· Em pelo menos dez anos, a empresa espera obter uma economia com valor presente de R$ 6,2 bilhões decorrente desta mudança;

· Neste momento de crise, em que a empresa terá seu fluxo de caixa abalado pelas quedas no preço do petróleo e no consumo interno, uma notícia de economia com valor relevante é sempre muito boa.


Bradesco (BBDC4) 
Lucro do 1T20 reduz-se 40% ante o 1T19 para R$ 3,8 bilhões 

O Bradesco registrou no 1T20 um lucro líquido recorrente de R$ 3,8 bilhões (ROAE de 11,7%) com forte redução de 39,8% em relação ao 1T19 (ROAE de 20,5%). Um resultado abaixo dos R$ 6,0 bilhões que esperávamos, explicado principalmente pelo reforço de R$ 2,7 bilhões em provisã0 para devedores duvidosos, em função do cenário de pandemia do Covid-19 e o reflexo direto na atividade econômica.

Do lado positivo, (i) o crescimento de 2,9% da Margem Financeira e que refletiu a queda de 27,8% da Margem Financeira com o Mercado, compensada pelo crescimento de 8,4% da Margem Financeira com Clientes; (ii) as despesas operacionais (despesas com pessoal e outras administrativas), que cresceram 2,1% em percentual abaixo da inflação; e (iii) o incremento de 2,6% das receitas de serviços.

Do lado negativo (i) a alta de 86,1% na PDD expandida (por reforço de R$ 2,7 bilhões no trimestre), impactando diretamente a margem financeira líquida que registrou queda de 25,7%; e (ii) a redução de 23,4% do resultado de seguros. Esses aspectos foram decisivos para a redução do lucro líquido recorrente do banco e a expressiva queda de 8,8pp no ROAE para 11,7% 9em base de 12 meses).

Com base no cenário atual o banco suspendeu o Guidance para 2020. Seguimos com recomendação de COMPRA para BBDC4 com preço justo de R$ 30,90/ação para 2020.


Cesp (CESP6)
Lucro Líquido de R$ 53,8 milhões no 1T20

A Cesp registrou no 1T20 um lucro líquido de R$ 54 milhões e se compara ao prejuízo líquido de R$ 158,2 milhões do 1T19. Um bom resultado, melhor que o esperado, construído pelo cresciment0 de 30% da receita líquida e forte melhora do resultado operacional medido pelo EBITDA.

Crescimento de 30% na Receita Operacional Líquida, atingindo R$ 461 milhões no 1T20, sendo R$ 61 milhões proveniente das operações da CESP Comercializadora.

Redução de 63% no custo de energia comprada e de 46% nos custos e despesas de Pessoal e Administração no 1T20 em relação ao 1T19.

EBITDA ajustado consolidado de R$ 336 milhões e margem de 73% no 1T20, aumento de R$ 294 milhões em relação ao 1T19.

Geração de R$ 242 milhões de fluxo de caixa operacional após serviço da dívida, com o índice de conversão de caixa de 72% no 1T20.


Cteep – Transmissão Paulista (TRPL4) 
Resultado do 1T20 acima do esperado

A Cteep registrou no 1T20 um lucro líquido de R$ 308 milhões (em base regulatória) com crescimento de 34% em relação aos R$ 230 milhões de  igual trimestre do ano anterior. Um bom resultado, acima do esperado e que refletiu o incremento de receita e principalmente a melhora do resultado operacional. Pelo IFRS o lucro líquido do trimestre eleva-se a R$ 392 milhões para uma receita operacional líquida de R$ 806 milhões (e que se compara a R$ 734 milhões pelo regulatório).

No 1T20, a receita operacional bruta consolidada atingiu R$ 851,5 milhões (+5,5% em 12 meses) explicado principalmente pela variação positiva do IPCA, que impactou a receita de O&M e da RBSE, e pela receita proveniente da energização de novos projetos de reforços e melhorias.

As deduções da receita bruta no 1T20 atingiram R$ 117,1 milhões em linha com o 1T19 e a variação dos encargos regulatórios. Desta forma, a receita líquida totalizou R$ 734,3 milhões no 1T20 com incremento de 5,8% ante o 1T19.

Os custos e despesas de O&M, ex-depreciação, somaram R$ 127,7 milhões no 1T20 com queda de 1,9%  em relação a igual trimestre do ano anterior, contribuindo para o aumento do EBITDA ajustado que totalizou R$ 673,8 milhões no 1T20.

Ao final do 1T20 a dívida líquida consolidada da companhia era de R$ 2,67 bilhões, 5% acima dos R$ 2,55 bilhões do trimestre anterior, e alavancagem de 1,1x bem abaixo do covenant mais restritivo, equivalente a 3,0x o EBITDA ajustado.


 

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