Dia de pânico no Ibovespa com queda de 14,8% se torna histórico

MERCADO


Bolsa
O cenário de alta volatilidade e forte queda dos ativos dominou os negócios ontem na B3 com o “circuit breaker” sendo acionado por duas vezes, amenizando a baixa na parte final do pregão, pela ação do Fed que anunciou a injeção de R$ 1,5 trilhão em liquidez no mercado. Ao final o Ibovespa fechou com queda de 14,78% aos 72.583 pontos e giro financeiro de R$ 30,3 bilhões. Na agenda desta sexta-feira, sem destaques no Brasil. Nos EUA a divulgação do índice Sentimento Univ de Michigan de março. Petróleo em alta, assim como as bolsas europeias e futuros americanos, indica a abertura do mercado em recuperação.

Câmbio
Em novo dia de tensão no mercado financeiro mundial, em meio ao aumento da preocupação com os efeitos econômicos da pandemia de coronavírus. O Banco Central fez quatro leilões de dólar ao longo do dia e trouxe alívio ao mercado. A decisão do Fed de injetar US$ 1,5 trilhão no mercado financeiro também ajudou, mas mesmo assim o dólar fechou em novo recorde, com alta de 1,41%, cotado em R$ 4,7891.

Juros
Os impactos do coronavírus na economia global somados à piora do risco fiscal, após o Congresso ter derrubado o veto ao projeto que eleva o limite de renda o Benefício de Prestação Continuada (BPC), fizeram os futuros disparar nesta quinta-feira, enfraquecendo a aposta de corte da Selic na semana que vem. Ao final a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 fechou em 4,950%, de 4,215% no ajuste do dia anterior. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 8,880%, ante 7,602% no ajuste.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Taesa (TAEE11)
Lucro Líquido (IFRS) de R$ 1,0 bilhão em 2019

• A Taesa registrou no 4T19 um lucro líquido (IFRS) de R$ 178 milhões, com queda de 34% em relação aos R$ 269 milhões do 4T18, reflexo (i) da reversão de R$ 81 milhões no 4T19 da receita de construção das melhorias, ainda em fase de construção; (ii) redução da receita de correção monetária por queda nos índices macroeconômicos; (iii) aumento da despesa financeira líquida, por aumento do endividamento. No acumulado de 2019 o lucro líquido (IFRS) somou R$ 1,0 bilhão, com queda de 6% na comparação com 2018.
• Com base neste resultado o Conselho de Administração aprovou a distribuição de R$ 61,8 milhões (R$ 0,18/Unit) a título de dividendos adicionais, e que será submetido à aprovação da Assembleia de Acionistas. O retorno estimado é de 0,6%.
• A taxa de disponibilidade das linhas de transmissão atingiu 99,90% e a Parcela Variável totalizou R$ 15,3 milhões, equivalente a 0,98% da RAP consolidada da companhia em 2019.
• No 4T19 a companhia tinha em caixa R$ 2,4 bilhões, 18% acima do registrado no 3T19. Nesta base de comparação sua dívida líquida era de R$ 2,84 bilhões, com crescimento de 9% em base trimestral, e alavancagem de 2,2x o EBITDA, acima de 2,0x no 2T19.


Light (LIGT3)
Prejuízo no 4T19

• A Light registrou no 4T19 um prejuízo líquido de R$ 366 milhões, ante lucro líquido de R$ 92 milhões do 4T18. Em base recorrente o prejuízo reduz-se a R$ 48 milhões, e se compara ao lucro recorrente de R$ 92 milhões no 4T18. Esta queda é explicada principalmente pela piora do resultado financeiro, impactado pela marcação a mercado das dívidas em moeda estrangeira.
• Em 2019 o lucro líquido recorrente foi de R$ 178 milhões, 7% superior ao lucro líquido recorrente de R$ 166 milhões em 2018. Em base contábil o lucro de 2019 somou R$ 1,3 bilhão, impactado pela atualização do crédito de PIS/COFINS de R$ 1,46 bilhão e impacto no resultado de R$ 1,64 bilhão (líquido de impostos).
• O indicador de Dívida Líquida/EBITDA encerrou o 4T19 em 2,98x, em linha com o valor apurado no 3T19 (3,0x) e abaixo do limite de 3,75x estabelecido como covenant na maioria dos contratos de dívida. A dívida líquida no final do 4T19 era de R$ 6,75 bilhões.


Energisa (ENGI11)
Lucro de R$ 353 milhões no 4T19 e R$ 527 milhões em 2019

• A Energisa registrou um Lucro líquido consolidado de R$ 353,3 milhões no 4T19, com queda de 47% sobre 4T18, acumulando em 2019, um lucro líquido consolidado de R$ 527,2 milhões, com redução de 55% em relação a 2018. A empresa destaca que, desconsiderando a combinação de negócios ocorrida no 4T18, o lucro teria crescido 82% em 2019.
• O EBITDA ajustado consolidado totalizou R$ 1,06 bilhão no 4T19, queda de 44% em relação ao 4T18. Em 2019, o EBITDA ajustado atingiu R$ 3,84 bilhões, queda de 6% em relação a 2018. Sem o efeito da combinação de negócios ocorrida no 4T18, o EBITDA ajustado do ano teria aumentado em 31%.
• Ao final de dez/19 o Caixa, equivalentes de caixa, aplicações financeiras e créditos setoriais consolidados atingiram R$ 4,5 bilhões, ante R$ 6,2 bilhões de dezembro de 2018. Sua dívida líquida consolidada totalizou R$ 13,7 bilhões em dezembro de 2019, contra R$ 10,85 bilhões em dezembro de 2018. A relação dívida líquida por EBITDA ajustado ficou em 3,6x. Os Investimentos consolidados somaram R$ 998 milhões no 4T19 e R$ 3,2 bilhões em 2019.


 

Vale (VALE3)
Riscos da COVID-19 nas operações

Ontem após o pregão, a empresa divulgou seu resultado do 4T19, que mostrou forte aumento das vendas e da receita, mas maiores gastos exploratórios e despesas financeiros impactaram negativamente o lucro, comparado ao mesmo período do ano anterior.
• O lucro líquido da Enauta no 4T19 foi de R$ 102 milhões (R$ 0,38 por ação), 143,7% maior que no trimestre anterior, mas 18,5% abaixo do 4T19;
• No 4T19, a produção no campo de Manati, foi de 4,5 milhões de m³, 6,2% menor que no mesmo trimestre de 2018. Esta redução reflete o declínio natural da produção deste campo;
• No Campo de Atlanta, a produção média no 4T19 atingiu 28,5 mil barris ao dia, totalizando 1.309,5 mil barris no trimestre (parcela da Enauta). A produção média no trimestre em Atlanta ficou 128,8% maior que no 4T18.


A ENGIE Brasil Energia S.A. (EGIE3)
Confirmado ratings pela Fitch

  • Em comunicado à imprensa divulgado nesta quinta-feira (12) a agência Fitch Ratings reafirmou o Rating Nacional de Longo Prazo  da companhia em ‘AAA(bra)’ com perspectiva estável e em escala global ‘BB’ com perspectiva estável, ainda um nível acima do rating soberano.
  • A Agência reafirmou também o rating ‘AAA (bra)’ com perspectiva estável, atribuído às sexta, sétima e nona emissões de debêntures quirografárias da ENGIE Brasil Energia (EBE).
  • Conforme divulgado no comunicado, os ratings da EBE refletem sua posição de destaque no mercado como a maior empresa privada de geração de energia elétrica do Brasil, com um portfólio relevante e diversificado, eficiência operacional e geração robusta de fluxo de caixa, decorrentes da existência de contratos de longo prazo com seus clientes.

Odontoprev (ODPV3)
Conselho aprova JCP de R$ 0,0261/ação. Ex dia 18/03

  • O Conselho de Administração da Odontoprev aprovou o pagamento de Juros sobre o capital próprio (JCP) de R$ 0,026139961/ação, equivalente a R$ 13,9 milhões. O pagamento será feito em 02 de abril de 2020. As ações da Companhia serão negociadas ex-direito a juros sobre o capital próprio a partir de 18 de março de 2020, inclusive. O retorno líquido é de 0,2%.

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