Envio da reforma da Previdência para o Senado

MERCADO


Bolsa

O Ibovespa marcou mais uma alta ontem acompanhando o bom humor do lado externo o avanço tranquilo da pauta política da Câmara para o Senado, onde não se espera grande resistência. No final do dia, o índice marcou valorização e 1,30% aos 104.115 pontos. O giro financeiro ficou em R$ 20,4 bilhões. A alta do mercado tem sido sustentada essencialmente pelo investidor doméstico, já que o estrangeiro continua a reduzir sua participação no mercado acionário brasileiro. No dia 06/08 a saída de recursos estrangeiros da B3 somou R$ 4179 milhões. Os negócios com ações totalizaram R$ 20,3 bilhões, superior à medida das últimas semanas. Nesta sexta-feira a agenda econômica traz IPC-Fipe semanal com alta de 0,12% e dados dos EUA, pouco relevantes para nosso mercado. As bolsas internacionais mostram queda na zona do euro nesta manhã e nos futuros de NY, reflexo do acirramento da guerra comercial entre China e EUA, com ataques de ambos os lados. Após a China impor barreiras para produtos agrícolas americanos os EUA atacam as licenças de uso tecnológico da chinesa Huawei por empresas americanas. Os números resultantes desta batalha são gigantescos mesmo para as grandes potências. Enquanto isso, no Brasil o destaque fica para o envio da reforma da Previdência para o Senado e a preparação para as discussões da reforma tributária, de fundamental importância para o Brasil.

Câmbio

Ontem a moeda americana fechou cotada a R$ 3,9189 com queda de 1,2% em relação aos R$ 3,9702 na quarta-feira. Se ontem a baixa do dólar foi atribuída ao mercado mais calmo do lado externo, hoje o ambiente é o oposto, podendo novamente influenciar a moeda negativamente.

Juros

Os juros tiveram um dia mais calmo ontem, aproveitando o alívio no exterior e o ambiente tranquilo do lado doméstico. O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/20 terminou em 5,475%, ante 5,506% na véspera e para jan/25, o terceiro dia seguido de queda nos DIs.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Suzano (SUZB3) 
No 2T19, lucro líquido de R$ 699,8 milhões revertendo perda de R$ 1,23 bilhão no 1T19

A companhia encerrou o 2T19 com lucro líquido de R$ 699,8 milhões, favorecido pelo efeito cambial com variação positiva de R$ 758,2 milhões mais um resultado positivo de operações com derivativos de R$ 257,4 milhões, gerando uma receita financeira líquida de R$ 79,1 milhões. No 2T18, a mesma conta (variação cambial + resultado de operações com derivativos) teve um saldo negativo de R$ 5,67 bilhões com a despesa financeira liquida ficando em R$ 6,3 bilhões.  Em consequência, o prejuízo líquido do 2T18 foi de R$ 2,1 bilhões.

Ontem a ação SUZB3 encerrou cotada a R$ 31,10 com desvalorização de 17,4% no ano. O valor de mercado da companhia é de R$ 42,0 bilhões.


Lojas Americanas (LAME4)
Lucro líquido do 2T19 soma R$ 112,7 milhões

A companhia mostrou forte expansão no resultado do 2T19, influenciada pelas vendas da Páscoa, que neste ano caiu no 2º trimestre. Além do crescimento na receita liquida (15,6% no comparativo trimestral houve ainda uma melhora na margem bruta e no EBITDA ajustado.

Destaca-se também o crescimento nas suas principais marcas e segmentos de negócio. Destaque para o plano de expansão da Lojas Americanas. No 1S19, foram abertas 41 novas lojas (vs. 27 lojas no 1S18), atingindo 1.518 lojas

A ação LAME4 encerrou ontem cotada a R$ 18,00 com queda de 8,3% no ano. O valor de mercado da empresa é de R$ 26,6 bilhões.


BRF S.A. (BRFS3)
Bom resultado no 2T19 e forte desalavancagem

A companhia publicou seus resultados referentes ao 2T19, com destaque para o lucro líquido de R$191 milhões nas operações continuadas e lucro líquido societário de R$ 325 milhões, que se compara ao prejuízo de R$ 1,47 bilhão no 2T18.

O foco da companhia permanece sendo a desalavancagem financeira, expansão de margens e crescimento com rentabilidade. O melhor desempenho operacional apresentado no trimestre, junto com um cenário benigno de mercado, cria as condições para o movimento de redução da alavancagem. A companhia terminou o trimestre com um caixa de aproximadamente R$ 7 bilhões, suficiente para cobrir suas obrigações financeiras para os próximos 2 anos.

Ao preço de R$ 36,32/ação (valor de mercado de R$ 29,5 bilhões) suas ações registram alta de 65,6% este ano. Como este ano está sendo um período de ajustes, tomando por base 2020, os múltiplos são: P/L de 36,9x e VE/EBITDA de 9,7x.

Ao final do 2º trimestre a dívida líquida da companhia era de R$ 13,9 bilhões, equivalente a 3,7x o EBITDA e se compara a R$ 14,2 bilhões no 1T19 (5,6x o EBITDA). Importante destacar a geração de caixa de R$ 1,4 bilhão no trimestre, revertendo o consumo de caixa de R$ 63 milhões no 2T18.


B3 (B3SA3)
Lucro líquido recorrente de R$ 785 milhões no 2T19

A B3 registrou no 2T19 um lucro líquido de R$ 654,6 milhões, com queda de 9,7% em relação aos R$ 725,2 milhões do 2T18, explicado, principalmente por maior alíquota efetiva de IR/CS e maior despesa com provisões (pessoal e diversas) entre os trimestres comparáveis. Em base recorrente o lucro do trimestre caiu 8,5% em doze meses para R$ 785,4 milhões.

Tomando por base o resultado do 1S19 o lucro líquido cresceu 21,2% totalizando R$ 1,26 bilhão, com alta de 16,5% em base recorrente para R$ 1,52 bilhão. O EBITDA recorrente somou R$ 999,1 milhões no trimestre e R$ 1,97 bilhão no semestre, com crescimento de 2,9% e 13,8%, respectivamente.

Em linhas gerais, Receita e EBITDA em linha, e lucro líquido 5% abaixo do esperado pelo mercado.

O foco permanece na “aceleração do desenvolvimento do mercado, por meio de melhorias em produtos, serviços e sistemas, e pela introdução de programas de incentivo”. Soma-se a isso a expansão do portfólio de produtos, a melhoria dos serviços oferecidos ao mercado e no estreitamento do relacionamento com clientes e intermediários financeiros.

Ontem suas ações fecharam cotadas a R$ 45,33/ação, correspondente a um valor de mercado de R$ 93,3 bilhões e alta de 71,4% este ano, acima da valorização de 18,5% do Ibovespa. Nesse patamar os múltiplos para 2019 são: P/L de 29,5x e VE/EBITDA de 21,6x.

Com base nos resultados do semestre a B3 revisou o orçamento para as despesas ajustadas, refletindo a aquisição da BLK e do Portal de Documentos. Demais linhas foram mantidas.


Energisa (ENGI11)
Prejuízo de R$ 8,9 milhões no 2T19

A Energisa registrou um prejuízo líquido de R$ 8,9 milhões no 2T19, revertendo o lucro de R$ 103,4 milhões do 2T18. Com isso o lucro do 1S19 em relação a igual período de 2018 caiu 51,2% para R$ 119,9 milhões.

Desconsiderando Ceron e Acre (adquiridas em 30/10/18 e 06/12/18, respectivamente) e excluindo efeitos extraordinários, em especial os R$ 194,0 milhões da marcação a mercado do bônus de subscrição das debêntures da 7ª emissão, o lucro líquido (pro forma) no 2T19 seria de R$ 316,4 milhões, 214% acima do registrado no 2T18.

A Receita Operacional Bruta cresceu 23,2% no trimestre para R$ 7,0 bilhões, sendo 27,4% superior no acumulado do 1º semestre de 2019, totalizando R$ 14,2 bilhões. Já a Receita Operacional Líquida, sem receita de construção, cresceu 15,6% no trimestre para R$ 4,0 bilhões e +20,7% no semestre para R$ 8,3 bilhões.

O EBITDA Ajustado consolidado totalizou R$ 898,9 milhões no 2T19, crescimento de 37,7% em relação aos R$ 652,9 milhões do 2T18. No acumulado do 1S19 somou R$ 1,8 bilhão, crescimento de 25,6%.

O Conselho de Administração da Energisa deliberou o pagamento em 23/08/19 de dividendos no montante de R$ 101,6 milhões, equivalente a R$ 0,28/Unit. Farão jus aos dividendos os acionistas da companhia detentores de ações em 13 de agosto de 2019. Dessa forma, a partir 14 de agosto de 2019, as ações serão negociadas “ex-dividendos”. Com base na cotação de R$ 50,40/Unit (valor de mercado de R$ 22,9 bilhões) o retorno é de 0,55%. Nesse preço as units da companhia registram alta de 38,5% este ano


MRV Engenharia (MRVE3)
Lucro líquido de R$ 190 milhões no 2T19, aumento de 14,5% sobre o 2T18

A MRV confirmou mais um bom resultado trimestral o no acumulado do semestre, com evolução nas principais contas de resultado e destaque para o recorde de produção, totalizando 10.624 unidades no 2T19 e aumento de 18,9% em relação ao 2T18.

Ontem a ação MRVE3 encerrou cotada a R$ 22,64 acumulando alta de 87,1% no ano. O valor de mercado da companhia é de R$ 10,0 bilhões.


CCR (CCRO3)
Um resultado bem melhor no 2T19 em relação ao mesmo período de 2018

Ontem após o pregão, a empresa divulgou seus resultados do 2T19 que mostraram crescimento na receita e rentabilidade, na comparação com o mesmo trimestre do ano passado. No entanto, em relação ao 1T19, a redução na tarifa média, conjugada com elevações de despesas, determinou uma redução no lucro.
• No 2T19, o lucro da CCR pró-forma foi de R$ 347 milhões (R$ 0,14 por ação), 3,0% menor que no 1T19, mas 25,1% acima do mesmo trimestre de 2018;
• O tráfego nas nove concessões rodoviárias administradas pela CCR durante o 2T19 aumentou 7,2%, comparado ao 2T18. Vale lembrar que naquele trimestre ocorreu a greve dos caminhoneiros, que prejudicou muito o tráfego do período;
• A CCR obteve no 2T19 um crescimento de 18,4% na receita bruta dos outros negócios, principalmente pela incorporação da Aeris (Aeroporto de San José na Costa Rica) e ViaMobilidade (linhas 5 e 17 do Metrô de São Paulo).


Sanepar (SAPR11)
Renovação com o município de Ponta Grossa

O Conselho de Administração da companhia, na 8ª Reunião Ordinária, realizada em 06 de agosto de 2019, aprovou as tratativas do processo de renovação da prestação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário com o município de Ponta Grossa.
As condições da renovação serão oportunamente comunicadas. Lembrando que esta concessão representa atualmente a 4ª maior receita da companhia, equivalente a 3,6% da receita total, com índice de cobertura de 100% em água e 90,4% de coleta de esgoto.
Suas Units fecharam ontem cotadas a R$ 84,51 (valor de mercado de R$ 8,5 bilhões), Os múltiplos para 2019 são: P/L de 9,0x e VE/EBITDA de 6,2x. Temos recomendação de COMPRA para SAPR11 com preço justo de R$ 97,00/Unit, equivalente a um potencial de alta de 14,8%.


Cyrela (CYRE3)
Bom desempenho no 2T19 com lucro líquido de R$ 114 milhões.

A companhia registrou bom desempenho operacional e financeiro no 2T19 e no acumulado do semestre com evolução mas principais contas de resultado.

A receita líquida total da Companhia somou R$ 937 milhões no 2T19, montante 46,5% superior aos R$ 640 milhões obtidos no 2T18 e 13,4% superior aos R$ 826 milhões registrados no 1T19. No semestre, a receita líquida atingiu R$ 1.763 milhões, sendo 61,7% maior que a receita dos 6M18. Os números da companhia mostram um início de recuperação tomada dos negócios no setor imobiliário.

Ontem a ação CYRE3 encerrou cotada R$ 28,06 com valorização de 74,3% no ano. O valor de mercado da companhia é de R$ 10,0 bilhões.


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