Banrisul – Relatório de Análise

Interesse na venda de ações ON pelo controlador até o limite da manutenção do controle do banco

O Banrisul foi informado no dia 12 de junho pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul, controlador do banco, sobre interesse na realização de oferta pública envolvendo ações ordinárias até o limite da manutenção do controle acionário. O Governo do Estado possui 49,39% do capital social do Banrisul, sendo de 98,13% das ordinárias e 0,37% das preferenciais. Com base no preço atual e considerando a possibilidade da venda de 102,53 milhões de ações ordinárias, a oferta potencial alcança R$ 2,3 bilhões. Como esperado, as ações ordinárias e as PNB do Banrisul sofreram forte queda nos dois dias que sucederam o anúncio. Como pano de fundo a clara sinalização de manutenção do controle na mão do Estado ao invés de privatização. A estratégia comercial do banco segue conservadora, focada nas operações com maior liquidez, notadamente nas linhas de varejo e agronegócio, e na melhora de rentabilidade.

O pregão desta segunda-feira (17/junho) mostra uma recuperação no preço das ações, notadamente nas ON. Permanecemos positivos quanto ao “case” do banco. O custo do crédito se mantém competitivo e em queda. O mix da carteira tem melhorado, com foco nas operações de varejo e com inadimplência estável em 2,6%. O provisionamento está adequado (294% em mar/19) e a rentabilidade deve crescer ao longo dos próximos períodos, refletindo a melhora das condições gerais dos negócios. Ao mesmo tempo o banco acredita que haja espaço para melhora de eficiência dado o comportamento esperado para as receitas vis a vis as despesas. Atentar para a situação fiscal do Estado do Rio Grande do Sul, controlador do banco, e na eventual continuidade da pressão das cotações das ações, assim que as condições da oferta ficarem mais claras.

Outro ponto a ser considerado é a elevação da CSLL de 15% para 20%. Nossa precificação atual para o Banrisul contempla premissas de crescimento que julgamos sustentáveis para os próximos anos. Temos um custo de capital de 13,5%, crescimento de 3% na perpetuidade, taxa efetiva de IR/CS de 32% e preço justo de R$ 30,00/ação. Realizamos uma análise de sensibilidade, elevando a alíquota efetiva de 32% para 37% ao longo de todo o período de projeção. Assim, tudo o mais constante, o preço justo viria para R$ 27,45/ação, porém vemos que cabe para o Banrisul um custo de capital menor. Nesse sentido trouxemos esse novo fluxo a um custo de capital de 12,8% e chegamos novamente ao preço justo de R$ 30,00/ação. Reconhecemos que se trata de uma análise simples, mas entendemos ser oportuno observar o aumento de alíquota de CSLL junto com a redução do custo de capital dos bancos, notadamente nesse momento quando o mercado está revendo para baixo suas estimativas da taxa Selic para este ano.

 

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