MERCADO
Bolsa
O Ibovespa fechou ontem com queda de 0,70% a 103.220 pontos com giro financeiro de R$ 20,7 bilhões (R$ 17,9 bilhões à vista). Na reta final de abril, a bolsa ainda sustenta alta de 1,31%, mas com baixa de 5,94% no acumulado do ano. No encontro do presidente do BC, Roberto Campos Neto na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) com senadores em Brasília ontem, ficou claro que o BC não deve mudar a postura em relação à Selic no curto prazo. O mercado terá como referência a partir desta semana mais empresas divulgando seus resultados do 1T23, o que deverá indicar o caminho da bolsa em maio, uma vez que o macro já é bem conhecido e avaliado pelos investidores. Nos EUA, ontem os três principais índices pesaram. O Dow Jones caiu (1,02%), o S&P500: -1,58% e o Nasdaq: -1.98% e na Europa o predomínio foi também de baixa e hoje a queda continua na zona do euro. O petróleo, que ontem fechou o dia com alta forte, com os contratos para junho mostrando do WTI (Nymex) a US$ 77.07 o barril (-2,15%) e o Brent (ICE) a US$ 80,77 o barril (-2,37%), hoje começou o dia com pequena recuperação, nos dois mercados. A agenda econômica de hoje traz, na Alemanha, o índice de confiança do consumidor (maio), nos EUA o dado de encomendas de bens duráveis –(março) e estoques de petróleo e combustíveis na semana anterior. Do lado doméstico, sai o IPCA-15 o INCC e o índice de confiança da construção em abril. Atenção para a agenda de resultados e para os números já divulgados.
Câmbio
O dólar segue descolado dos problemas recorrentes tanto do lado externo quanto no doméstico e já não mostra mais a volatilidade que era observada em outros períodos, sustentando preços numa faixa estreita nas últimas semanas. Ontem, a moeda fechou em R$ 5,0534 com alta de 0,33% acumulando variação de -0,21% no mês.
Juros
Ontem, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/024 fechou em 13,18%, de 13,20% na segunda-feira e para jan/29 a taxa passou de 12,26% para 12,12%. Sem novidades no dia, este mercado segue oscilando numa faixa estreita, em sintonia com os demais mercados, sobretudo os Treasuries americanos.
ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS
Neonergia S.A. (NEOE3)
Crescimento do resultado operacional e piora do resultado financeiro, resultam em estabilidade do lucro líquido
A companhia registrou no 1T23 um lucro líquido de R$ 1,2 bilhão, em linha com o resultado de igual trimestre do ano anterior. A receita líquida cresceu 12% e o EBITDA registrou alta de 14% refletindo principalmente os reajustes tarifários da Neoenergia Coelba, Neoenergia Pernambuco, Neoenergia Cosern, Neoenergia Elektro e da Neoenergia Brasília; e do melhor resultado em Renováveis devido à entrada em operação dos Complexos Eólicos Chafariz e Oitis e do Complexo Solar Luzia. A estabilidade do lucro se explica pelo incremento de 39% da despesa financeira líquida entre os trimestres comparáveis e que compensou o bom resultado operacional.
Energia injetada no 1T23 alcançou 19.510 GWh com leve incremento de 0,2% em 12 meses. Destaque para os mercados na Bahia e em Brasília, compensando os impactos de menor temperatura e geração distribuída nas demais concessões. Nesta base de comparação o número de clientes cresceu 2% para 16,1 milhões ao final de março de 2023.
As perdas seguem a trajetória de queda, com três das cinco distribuidoras da companhia enquadradas no limite regulatório.
Ao final de março de 2023 sua dívida líquida somava R$ 36,8 bilhões (+1% sobre dez/22) com R$ 6,2 bilhões em caixa. A alavancagem foi reduzida de 3,15x o EBITDA em dez/22 para 3,06x no 1T23.
Venda de 50% da Neonergia Transmissão. O conselho de administração da Neonergia aprovou a venda de 50% de participação societária na Neonergia Transmissão, por R$ 1,2 bilhão, para a Warrington Investment. As partes celebrarão um acordo de acionistas com a aquisição sujeita à aprovação prévia pelo Cade, pela Aneel, assim como por determinados terceiros.
CSU Digital S.A. (CSUD3)
Ex dividendos de R$ 0,35/ação em 02/05
Na Assembleia Geral Ordinária realizada nesta terça-feira (25/04) foi aprovada a distribuição de dividendos complementares relativos ao exercício de 2022 no montante de R$ 14,586 milhões, equivalente a R$ 0,353746404 por ação.
- As ações serão negociadas “com direito” até 28 de abril de 2023.
- Ações na condição “ex dividendos” em 02 de maio de 2023.
- O início do pagamento acontecerá em 17.05.2023.
- Com base na cotação de R$ 11,14/ação o retorno estimado é de 3,1%.
Gol (GOLL4)
Com melhora no desempenho operacional do 1T23 a empresa mostra bom resultado. Lucro líquido soma R$ 619,5 milhões
- O desempenho operacional no mercado doméstico mostrou uma demanda de 8.424 milhões de RPK, aumento de 6,2% comparado ao 1T22. A oferta no mercado doméstico por sua vez atingiu 10.031 milhões de ASK, (+2,7% s/ o 1T22).
- A taxa de ocupação foi de 84,0% e a Companhia transportou cerca de 7,6 milhões de Clientes no 1T23, (+15,8% s/ o 1T22)
A receita líquida atingiu R$ 4,92 bilhões (52,8% s/ o 1T22) que somou R$ 3,22 bilhões. O resultado operacional (EBIT) somou R$ 796,5 milhões, vindo de R$ 77,1 milhões no 1T22. O resultado líquido foi de R$ 619.5 milhões ante R$ 2,738 bilhões no 1T22, cujo período foi beneficiado por R$ 3,40 bilhões gerados por variações cambiais e monetárias.
O EBITDA recorrente aumentou 113,9% no período passando de R$ 579,0 milhões no 1T22 para R$ 1,24 bilhão no 1T23.
A ação GOLL4 encerrou ontem cotada a R$ 6,41 com queda de 12,7% no ano.
Weg (WEGE3)
Lucro líquido do 1T23 soma R$ 1,31 bilhão (+38,4% s/ o 1T22)
A Weg divulgou seus resultados do 1T23 nesta manhã com forte crescimento no lucro líquido (+38,4%) atingindo R$ 1,31 bilhão e aumento de 37,0 no EBITDA, de R$ 1,23 bilhão para R$ 1,69 bilhão.
A receita líquida aumentou em 12,7% de R$ 6,83 bilhões para R$ 7,70 bilhões, com destaque para a evolução de 20,3% no mercado externo enquanto no mercado doméstico houve redução de 5,4%. A distribuição da receita da companhia no 1T23 foi de 52% no mercado externo.
Fluxo de Caixa – No 1T23, as atividades operacionais apresentaram geração de caixa de R$ 2.,15 resultado da continuidade do crescimento da receita e melhora das nossas margens operacionais.O ROIC do 1T23, acumulado nos últimos 12 meses, atingiu 31,4%, um crescimento de 1,7 ponto percentual em relação ao 1T22 e crescimento de 2,0 pontos percentuais em relação ao 4T22.
No final de março o caixa líquido da Weg era de R$ 2,07 bilhões.
Ontem a ação WEGE3 encerrou cotada a R$ 40,54 com alta de 6,0% no ano.
Movida (MOVI3)
Lucro líquido do 1T23 soma R$ 21 milhões, queda de 91,9% em relação ao 1T22
A Movida divulgou seus resultados do 1T23 com os seguintes destaques (1T23/1T22):
- Frota total de 213 mil carros, com aumento de 21 mil carros em relação ao 1T22 e redução de 11 mil ante 4T22;
- A receita líquida foi de R$ 2,7 bilhões no 1T23, crescimento de 41,9% em relação ao 1T22. A margem bruta teve uma redução de 46,4% no 1T22 para 31,7% no 1T23.
- O EBIT (resultado operacional) caiu 25,4% de R$ 650,3 milhões no 1T22 para R$ 485,3 milhões no 1T23.
- O EBITDA somou R$ 875 milhões, (+1,4% em comparação ao 1T22.
- O lucro líquido caiu de R$ 258,1 milhões no 1T22 para R$ 21 milhões no 1T23, redução de 91,9% frente ao 1T22. O resultado foi impactado pelos aumentos da despesa financeira e da depreciação.
No 1T23, o resultado financeiro foi uma despesa de R$ 474,7 milhões, aumento de 65,2% em relação ao 1T22 e uma queda de 5,3% frente ao 4T22.
A ação MOVI3 encerrou ontem cotada a R$ 7,85 com alta de 2,7% no ano.
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