Bolsa sobe 2,28% na sexta-feira mas fecha a semana negativa em 4,99%

Bolsa sobe 2,28% na sexta-feira, mas fecha a semana negativa em 4,99%

MERCADO


Bolsa

O Ibovespa fechou a sexta-feira com ganho de 2,28% aos 112.253 pontos, após uma queda de 3,35% na quinta-feira, mesmo assim a perda na semana foi de 4,99%, desta vez na contramão das bolsas de Nova York que tiveram uma semana bastante positiva. O giro financeiro foi novamente elevado, marcando R$ 49,3 bilhões no total e R$ 43,9 bilhões no mercado à vista.

Enquanto o Brasil lida com as articulações para a transição de governo nos EUA, democratas e republicanos medem forças para o próximo governo, com Biden em vantagem nos colégios eleitorais. A percepção que o Fed pode aliviar o aperto monetário se a inflação seguir acomodada deu força às bolsas de NY e na China, notícias de flexibilização em relação ao controle da covid-19 ajudaram para uma arrancada nos preços do minério de ferro, com reflexo nas ações de mineradoras e siderúrgicas na B3. As bolsas internacionais começam a semana com alta na Europa e queda na Nikkei e na Hang Seng. O petróleo encerrou a sexta-feira em alta, mas neste começo de semana as cotações mostram o WTI com queda de 0,83% na Nymex a US$ 88,22 o barril e o Brent na ICE a US$ 93,37 o barril (-0,65%). O mercado de petróleo tem se firmado numa faixa estreita de preços, sem surpresas. A agenda econômica de hoje traz além do Relatório Focus, o IBC-Br de setembro e a balança comercial semanal. No exterior, destaque para a produção industrial de setembro na zona do euro e na China em outubro.

Câmbio

O dólar caiu 1,01% na sexta-feira, de R$ 5,3807 para R$ 5,2265, fechando a semana com valorização de 5,25%, uma forte arrancada após o recuo da semana anterior. O mercado acompanha de perto a movimentação para a mudança de governo e a volatilidade se faz presente na bolsa e nos demais ativos.

Juros

A semana foi de pressão de alta nos juros futuros com o mercado ainda sem uma firmeza no curto prazo, com respeito aos passos do governo. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/24 fechou em 13,92% de 13,63% na quinta-feira e para jan/27 a taxa passou de 12,97% para 13,19%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Itaúsa (ITSA4)

Lucro Líquido recorrente de R$ 3,6 bilhões no 3T22

A Itaúsa registrou no 3T22 um lucro líquido recorrente de R$ 3,6 bilhões com crescimento de 33% quando comparado com o lucro líquido recorrente de R$ 2,7 bilhões do 3T21, explicado pelo desempenho dos negócios do portfólio de investimentos da companhia, notadamente Itaú Unibanco e NTS aliado ao ganho de capital com a alienação de ações da XP Inc. realizada em julho. Nesse contexto o ROAE recorrente elevou-se de 17,3% no 3T21 para 20,5% no 3T22.

Tomando por base o resultado das empresas investidas destaque para o desempenho no setor financeiro com o Itaú Unibanco, cujo lucro refletiu crescimento da carteira de crédito e melhor margem financeira, compensados parcialmente por maior custo do crédito.

A Alpargatas e a Dexco registraram queda do resultado refletindo as pressões inflacionárias e desaceleração da demanda. A Copa Energia e a NTS reportaram crescimento das receitas e do lucro, principalmente em função de sua estratégia comercial.

Ao final do 3T22 o desconto de holding era de 26,3% acima da média histórica de 20,0%.


Cemig (CMIG4)

Lucro líquido ajustado de R$ 1,0 bilhão no 3T22

A Cemig reportou um lucro líquido ajustado de R$ 1,0 bilhão no 3T22 com crescimento de 56% em relação a igual trimestre do ano anterior, refletindo uma gestão operacional eficiente, enquadramento nos parâmetros regulatórios e as vantagens de um portfólio de negócios diversificado.

Destaque para o resultado sólido da Cemig D, com EBITDA de R$ 859 milhões (+19%) e EBITDA ajustado de R$ 782 milhões (10%) no 3T22. Em adição o Opex e EBITDA recorrentes continuam com desempenho melhor que os parâmetros regulatórios.

O EBITDA da Cemig GT somou R$ 501 milhões no 3T22 e sendo de R$ 335 milhões em base ajustada (-9%) cuja redução aconteceu em função da transferência de, aproximadamente, 30% dos contratos de comercialização para a Cemig Holding e pelo efeito contábil da deflação no trimestre.

Ressalte-se o ajuste na metodologia de cálculo da PDD para refletir de forma mais adequada a estimativa das perdas esperadas, resultando num efeito positivo de R$ 131 milhões no EBITDA e R$ 86 milhões no lucro líquido.

Por outro lado, a reclassificação de contingência previdenciária sobre indenização de anuênio, resultou num impacto negativo de R$ 134 milhões no EBITDA e R$ 88 milhões no lucro.

Desse modo o EBITDA consolidado ajustado da Cemig somou R$ 1,5 bilhão 5% superior ao 3T21.com destaque para o resultado da Cemig D (+10%) compensando o resultado das demais empresas d grupo (leia-se Cemig GT e Gasmig).


Cosan S.A. (CSAN3)

Queda de 50% no lucro líquido ajustado do 3T22 para R$ 265 milhões

A Cosan registrou no 3T22 um lucro líquido ajustado de R$ 265 milhões com redução de 50% em relação a igual trimestre do ano anterior (R$ 531 milhões), refletindo efeitos extraordinários provenientes do IPO da Raízen e da aquisição da Biosev no 3T21, queda do resultado da Raízen, parcialmente compensado pelo resultado dos demais negócios do grupo.

Destaque ainda para o aumento das despesas financeiras em função do maior endividamento, do incremento dos juros e variação cambial. Nesse contexto o resultado financeiro cresceu 55% passando de despesas financeira líquida de R$ 1,0 bilhão no 3T21 para despesa financeira líquida de R$ 1,6 bilhão no 3T22.

A receita líquida cresceu 41% para R$ 43,7 bilhões e o EBITDA ajustado registrou alta de 19% totalizando R$ 4,1 bilhões, com destaque para o EBITDA da Rumo (+58%), da Compass (+11%), Moove (+57%) e da Cosan Investimentos. Já o EBITDA da Raízen registrou queda de 14% entre os trimestres comparáveis.

A geração de caixa para acionistas (FCFE) somou R$ 6,9 bilhões no 3T22, reflexo da captação do empréstimo ponte de R$ 8 bilhões na Cosan utilizado na compra das ações da Vale.

Comparando com a geração de R$ 8,3 bilhões no 3T21, houve queda de 17%, reflexo da integralização dos recursos da Oferta Pública de Ações da Raízen e da integralização da captação de recursos privados na Compass que ocorreram no ano de 2021.

A alavancagem ao final de setembro de 2022 era de 3,1x o EBITDA (acima de 2,4x no 2T22), em função dos efeitos não-recorrentes registrados na Cosan Corporativo, parcialmente compensado pela expansão do resultado dos demais negócios do portfólio da companhia.


M Dias Branco (MDIA3)

Lucro Líquido de R$ 195 milhões no 3T22

A companhia registrou no 3T22 um lucro líquido de R$ 195 milhões, refletindo a recomposição dos preços e melhora dos volumes vendidos, em ambas as bases de comparação (trimestral e em 12 meses).

A empresa tem implantado, com sucesso, um programa de reprecificação dos produtos buscando o incremento de margem. Nesse contexto o resultado operacional registrou recomposição ainda que em patamar abaixo do trimestre anterior. A margem, contudo, veio abaixo tanto do trimestre anterior quanto igual trimestre do ano anterior, por maior pressão nos custos, principalmente no trigo e óleo de palma por conta do conflito entre Rússia e Ucrânia.

O EBITDA alcançou R$ 333 milhões no trimestre com margem de 11,2% abaixo da margem de 13,1% do 3T21 e de 14,3% do 2T22.

A empresa manteve a liderança em biscoitos (29,9% de Market share) e em massas (30,1% de participação de mercado), seus dois principais produtos. Em biscoitos houve queda de participação de mercado em base anual e estabilidade trimestral, reflexos dos reajustes de preços e redução de peso líquido das embalagens em algumas subcategorias.

No 3T22, a receita líquida cresceu 37% em relação ao 3T21, fruto do aumento do preço médio em 29,1% e volumes 5,7% maiores. Destaque para o aumento de preço médio em todas as categorias.

O resultado financeiro piorou, por aumento do endividamento, maiores custos de contratação das operações de hedge e resultado negativo de swap com o aumento do CDI no período. Nesta base de comparação o resultado financeiro líquido passou de R$ 3 milhões negativos no 3T21 para uma despesa financeira líquida de R$ 70 milhões no 3T22, com proporcional redução no lucro líquido entre os trimestres.

Ao final do 3T22 a dívida líquida era de R$ 1,7 bilhão, 42% acima de R$ 1,2 bilhão no 2T22, com elevação da alavancagem de 1,3x para 1,7x o EBITDA, permanecendo em patamar adequado.


Anima (ANIM3)

Lucro líquido ajustado do 3T22 cai 87,3% ficando em R$ 12,8 milhões ante R$ 100,6 milhões no 3T21

A companhia encerrou o 3T22 com lucro líquido ajustado de R$ 12,8 milhões, queda de 87,3% comparado aos R$100,6 milhões do 3T21. Sem ajustes, a empresa marcou prejuízo de R$ 46,7 milhões no 3T22 e lucro líquido de R$ 15,1 milhões no 3T21.

No acumulado de 9 meses, o recuo foi de 80,5%, de R$ 204,1 milhões para R$ 39,9 milhões. Sem ajustes no resultado a empresa mostrou prejuízo de R$ 218,2 milhões nos 9M22 contra um lucro de R$ 66,0 milhões nos 9M21.

A receita líquida do 3T22 cresceu 10,8% de R$ 816,7 milhões para R$ 905,2 milhões no 3T22, com margem bruta de 63,6% pequeno recuo em relação os 65,8% anteriores. No acumulado do ano a receita líquida cresceu 50,8% somando R$ 2,72 bilhões.

O peso sobre o resultado final vem do custo financeiro, com alta expressiva nos dois períodos comparativos. No 3T22 a despesa financeira líquida foi de R$ 170,0 milhões e R$ 617,4 milhões no acumulado do ano. A dívida líquida somou R$ 4,19 bilhões em setembro.

Na sexta-feira, a ação ANIM3 encerrou cotada a R$ 5,71 com queda de 32,0% no ano.


Embraer (EMBR3)

Prejuízo líquido de R$ 160,4 milhões no 3T22 e de R$ 912,4 milhões no acumulado de 9 meses

A receita liquida consolidada somou R$ 4.87 bilhões (US$ 929,0 milhões), no 3T22, redução de 3,0% na comparação com o 3T21 principalmente por menor receita na unidade de Defesa & Segurança e parcialmente compensada por maiores receitas na Aviação Comercial, Aviação Executiva e Serviços & Suporte. A margem bruta consolidada no 3T22, foi de 19,1% estável em relação ao 3T21.

NO acumulado de 9 meses a receita líquida atingiu R$ 15,4 bilhões contra R$ 13,0 bilhões nos 9M21. A margem bruta consolidada foi de 20,9% superior aos 15,9% reportados no mesmo período de 2021.

No 3T22, a Embraer apresentou prejuízo líquido de R$ 160,4 milhões comparados a R$ 234,2 milhões negativos do 3T21. O peso sobre os resultados da Embraer segue sendo o custo financeiro principalmente pelo efeito do câmbio. Em setembro a dívida líquida da empresa era de R$ 6,89 bilhões.

Na sexta-feira a ação EMBR3 encerrou cotada a R$ 13,92 queda de 43,9% no ano.


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