MERCADO
Bolsa
Bolsas fecham a sexta-feira com alta firme no exterior e na B3. O Ibovespa subiu 1,98%, aos 115.311 pontos, com giro financeiro de R$ 68,0 bilhões (R$ 41,4 bilhões à vista) com R$ 17,1 bilhões no vencimento de opções sobre ações. Investidores foram para o risco diante da expectativa de algum sinal de alívio a partir da reunião (online) do presidente chinês Xi Jinping com Joe Biden. Com a maior agressividade dos ataques russos na Ucrânia aumentam as manifestações contra a Rússia, o que deve gerar mais apreensão nas próximas semanas. As bolsas de NY fecharam com ganho: (Dow Jones: +0,80, S&P 500: +1,17% e o Nasdaq: +2,05%), com forte recuperação no acumulado da semana. Nesta manhã, os futuros de NY indicam leve alta para os três índices. Nesta segunda-feira, as bolsas internacionais mostram pequena alta na Europa e na Ásia, fechamento misto com alta na Nikkei e queda na Hang Seng. A semana inicia com o petróleo em alta, com o barril do Brent cotado a US$ 122,44 (+4,21%) e o WTI a US$ 109,31 (+4,40%). O minério de ferro encerrou a sexta-feira cotado a US$ 150,59 a tonelada, estável em relação ao preço anterior. Na agenda econômica, além do Boletim Focus, saem nesta segunda-feira o a balança comercial semanal, um dia fraco de dados. No exterior, o noticiário econômico é também fraco, com destaque apenas para alguns eventos regionais com representantes do Federal Reserve. Os investidores domésticos devem dar peso aos resultados divulgados no final da sexta-feira, com destaque para Eletrobras, com lucro de R$ 610 milhões, queda de 52% em relação ao 4T20.
Câmbio
Com a bolsa em alta, o dólar recuou 0,34% para R$ 5,0224 acumulando baixa de 2,52% e de 9,85% no ano.
Juros
Os juros fecharam a sexta-feira em queda com o contrato de depósito Interfinanceiro (DI) para jan/23 fechou em 12,89%, de 12,931% na quinta-feira e para a taxa do DI para jan/27 passou de 12,145% para 11,915%. Os juros refletiram a expectativa de encerramento no ciclo de alta da taxa Selic na próxima reunião.
ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS
Eletrobras (ELET3)
Lucro líquido de R$ 610 milhões no 4T21 e R$ 5,7 bilhões em 2021
A Eletrobras registrou no 4T21 um lucro líquido de R$ 619 milhões, 52% abaixo do lucro de R$ 1,3 bilhão realizados no 4T20, mas que refletiu o crescimento de receita e de EBITDA.
Do lado negativo, a empresa realizou alguns ajustes na contabilização de provisões não recorrentes (R$ 1,5 bilhão) e ajustes extemporâneos da apuração de PIS/COFINS.
Somem-se R$ 349 milhões de provisões trabalhistas na CGTEletrosul, referente a atualização de valor de diversos processos individuais e de trabalho de remensuração e reclassificação de processos; e o efeito negativo total de R$ 1,4 bilhão da participação na SPE Santo Antônio
No acumulado de 20221 o lucro líquido registrou queda de 11% para R$ 5,7 bilhões, com destaque também para os incrementos de receita e EBITDA.
A Receita Operacional Líquida cresceu 27% entre os trimestres comparáveis, elevando-se de R$ 9,0 bilhões no 4T20 para R$ 11,5 bilhões no 4T21, reflexo do efeito positivo na receita de transmissão, de geração e em outras receitas. O EBITDA recorrente alcançou R$ 4,8 bilhões no 4T21 e se compara a R$ 4,6 bilhões no 4T20. Em base recorrente a Receita Operacional Líquida cresceu 22%, de R$ 9,2 bilhões no 4T20 para R$ 11,2 bilhões no 4T21.
Ao final de dezembro de 2021 a Dívida Líquida da companhia somava R$ 21,6 bilhões, com uma alavancagem de 1,1x quando comparada ao EBITDA recorrente de R$ 19,7 bilhões.
A ação ELET3 cotada a R$ 35,06/ação registra alta de 4,9% este ano sendo negociada a 0,7x o seu valor patrimonial. O Preço Justo de R$ 45,00/ação aponta para uma valorização potencial de 28,4%.
M Dias Branco (MDIA3)
4T21 em linha com crescimento de receita, aumento dos custos e despesas, resultado na queda de EBITDA e da margem operacional
A companhia registrou no 4T21 um lucro líquido de R$ 151 milhões, refletindo a forte recomposição dos preços (+20,2% em 12 meses) aliado ao incremento de 5,8% nos volumes de vendas. Já a evolução do EBITDA veio com queda de 5% reflexo da redução do lucro bruto e o forte crescimento das despesas operacionais entre os trimestres. O resultado financeiro também mostrou piora contribuindo para a queda de 27% do lucro líquido frente o 4T20. A alavancagem permanece reduzida, em 0,2x o EBITDA com liquidez elevada, no patamar de R$ 1,6 bilhão em caixa. Seguimos com recomendação de COMPRA para MDIA3 e Preço Justo E/R.
Destaques
A receita líquida alcançou R$ 2,2 bilhões no 4T21 (+27% versus o 4T20) acumulando em 2021 uma receita de R$ 7,8 bilhões com alta de 8% em relação ao 2020. Atentar que o 4T20 foi um trimestre bom, principalmente em preços e com crescimento de volumes, nesta base de comparação (4T21 vs 4T20) os preços foram 20,2% maiores e os volumes cresceram 5,8%. A companhia permaneceu focada na sua estratégia de crescimento com rentabilidade.
A M dias manteve a liderança de mercado em Market share volume, terminando o 4T21 com 32,5% em biscoitos (32,9% no 4T20) e 30% em massas (32,5% no 4T20).
Destaque também para o aumento dos custos dos produtos vendidos refletindo a desvalorização de 4,6% do Real, a alta de 23,1% do trigo e 49,2% do óleo de palma, matérias primas importantes e dolarizadas. A redução de margem bruta reflete o fato de a empresa não conseguir repassar imediatamente o incremento dos insumos, cuja recuperação de preços vem acontecer ao longo dos trimestres subsequentes.
As Despesas com vendas e administrativas representaram 21,0% da receita líquida em 2021 (24,3% em 2020) com destaque para esta redução estrutural e fruto dos programas recentes de produtividade e eficiência.
O EBITDA somou R$ 182,7 milhões no 4T21 (-4,9% vs. 4T20) e R$ 683,9 milhões em 2021 (-29,8% vs. 2020). Essa redução em ambas as bases de comparação é explicada pela alta das commodities em dólares americanos e de créditos tributários não recorrentes que impactaram positivamente os resultados de 2020.
Gafisa (GFSA3)
Lucro líquido soma R$ 48,9 milhões no 4T21 e R$ 81,3 milhões no ano, ante prejuízo de R$ 76,5 milhões em 2020
A Gafisa registrou um bom resultado final, ressaltando que este desempenho veio da equivalência patrimonial que somou R$ 171,2 milhões no 4T21 e R$ 211,6 milhões no ano.
Destaques do 4T21/4T20:
Receita liquida – Total de R$ 222,2 milhões no 4T21, queda de 62% em relação ao 4T20 (R$ 579,9 milhões. A margem bruta do 4T21 foi de apenas 12,4% conta 19,6% no 4T20 e 39,7% no 3T21. O desempenho do 3T21 é o nível de margem adequado para a empresa.
A margem bruta do ano ficou em 25,5% ainda baixa.
EBTIDA – O EBITDA ajustado somou R$ 193,0 milhões e R$ 335,8 milhões no ano (+129% s/ 2020).
Resultado final – A companhia fechou o ano com um resultado de R$ 81,3 milhões constituído pelo saldo positivo da equivalência patrimonial.
A ação GFSA3 encerrou a sexta-feira cotada a R$ 1,69 com queda de 15,9% no ano e 52,8% em 2021. Cot./VPA: 0,32x e Valor de Mercado: R$ 563,8 milhões.
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