Ibovespa cai 1,24% em dia de fortes baixas no mercado de commodities

MERCADO


Bolsa

A semana abriu pesada para os mercados de ações no exterior e pressionou também o nosso mercado. O fator principal foi a forte queda nos preços do petróleo com a decisão de aumento da oferta pelos países integrantes da Opep e risco de uma nova onda de contaminação pelo vírus. Além disso, qualquer indicador fora das expectativas, para pior, tem sido motivo para preocupação no meio financeiro, sendo visto como possível retardamento para a volta à normalidade. Com isso, as bolsas de NY tiveram quedas expressivas no DJ, S&P 500 e Nasdaq e o Ibovespa encerrou o dia com perda de 1,24% a 123.317 pontos, com giro financeiro de R$ 33,4 bilhões (R$ 26,1bilhões à vista. A agenda econômica desta terça-feira traz apenas dados de construções e moradias novas nos EUA e estoques de petróleo, gasolina e derivados até 16/07.  Após a forte queda de ontem, o petróleo mostra uma tímida recuperação hoje com o Brent um pouco acima de US$ 68/barril e o WTI na faixa de US$ 66/barril, bem abaixo dos níveis testados há duas semanas. As bolsas internacionais mostram recuperação nesta terça-feira com alta na Europa e os futuros de NY seguem o mesmo rumo, após o tombo de ontem. Se ontem o petróleo foi o responsável pela queda, hoje o mercado justifica a alta com a expectativa dos resultados corporativos e busca de oportunidades após as perdas recentes.  O dilema continua sendo: crescimento global versus pandemia, somado a inflação e juros nos EUA e Europa. Do lado doméstico, temos o peso da política e pressão sobre o governo, o que deverá esfriar durante o recesso do Congresso.

Câmbio

stress de ontem nas bolsas com a queda das commodities levou o dólar de R$ 5.1152 para R$ 5,2519 (+2,67%) com o real liderando as perdas entre as moedas emergentes.

Juros

Os juros futuros encerraram o dia em queda, com o mercado avaliando eventual retrocesso nas expectativas de retomada da economia, com o surgimento de novas variantes do vírus. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/22 passou de 5,809% no ajuste de sexta-feira para 5,775% e para jan./27 a taxa fechou estável em 8,60%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Vale (VALE3)

Expressivo crescimento nas vendas de minério e mais dois comunicados importantes

A empresa divulgou na noite de ontem seu Relatório de Produção e Vendas do 2T21, mostrando um bom crescimento nos volumes produzidos e vendidos de minério de ferro e pelotas, mas um fraco desempenho nos metais básicos (cobre e níquel). No trimestre, a Vale atingiu uma capacidade anual para produzir 330 milhões de toneladas de minério.

  • Além deste relatório, a Vale divulgou ontem dois comunicados importantes, sendo o primeiro acerca do acordo com o governo de Minas Gerais. A empresa reafirmou que o valor determinado pelo Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC), que estipulou os recursos destinados à compensação dos danos causados com o rompimento da Barragem de Fundão (Mariana), “já foi estipulado e não é objeto da repactuação”;
  • No 2T21, a produção de minério de ferro atingiu 76,7 milhões de toneladas, com um crescimento de 12,0%, sempre comparando ao mesmo trimestre de 2020. Este aumento ocorreu devido às melhores condições climáticas na região de Carajás, incremento da produtividade do Complexo Itabira, elevação da compra de terceiros e maior produção em Fábrica;
  • No segundo comunicado, a companhia informou que retirou seu guidance para a produção de níquel entre 2021 e 2023. Isso decorreu das incertezas relativas às operações em Sudbury (em greve) e do ramp-up da implementação dos processos de segurança e manutenção em Sossego e Salobo.

Cemig (CMIG4)

Oferta de aquisição (tender offer) da Cemig GT

A Cemig Geração e Transmissão S.A. (Cemig GT), subsidiária integral da Cemig S.A. iniciou Oferta de aquisição em dinheiro (“Tender Offer”) de títulos de dívida no mercado externo de sua emissão, com vencimento em 2024, remunerados a 9,25% ao ano, no montante principal de até US$ 500,0 milhões (9.25% Senior Notes due 2024, “Notes”).

A presente operação está sendo realizada de acordo com os termos e condições previstos no memorando de oferta de aquisição, aprovada em 19 de julho de 2021 de 2021.

A Cemig conta com uma posição de liquidez suficiente para cobrir todos os vencimentos da dívida nos próximos 18 meses e nesse contexto, tem amplas condições de realizar a operação. Ressalte-se que a companhia reduziu os gastos de capital durante a pandemia, alongou os prazos da dívida, fortalecendo sua estrutura de capital.


Equatorial Energia S.A. (EQTL3)

Aneel divulga os valores da Receita Anual Permitida (RAP) para o ciclo 2021-2022

A Equatorial Energia informa que a Aneel, definiu os valores das Receitas Anuais Permitidas (RAP) das concessionárias de transmissão de energia elétrica para o ciclo 2021-2022.

As novas tarifas entraram em vigor a partir de 1º de julho de 2021, retroativamente, e o efeito total a ser percebido pela companhia é de 8,06%, totalizando uma RAP consolidada de R$ 1,22 bilhão.

O preço justo de R$ 27,00/ação aponta para um potencial de alta de 12,5%.


Energisa (ENGI11)

Consumo de energia das suas distribuidoras cresceu 11,5% em junho na comparação anual

A Energisa registrou alta de 11,5% no consumo de energia em suas distribuidoras em junho na comparação com o mesmo mês de 2020. Essa foi a maior variação para o mês de junho em 21 anos, recuperando as perdas observadas em jun./20 (-5,1%), devido às restrições associadas à pandemia.

  • Todas as classes registraram acréscimo no consumo, com destaque para o residencial (+13,4%) principal responsável pelo desempenho no mês. A classe comercial e a industrial também se destacaram no consumo, com avanço de 17,5% e 10,2%, respectivamente.
  • O consumo de energia elétrica no mercado cativo e livre (9.049,4 GWh) do Grupo Energisa apresentou, no 2T21, crescimento de 7,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, lembrando que no 2T20 o consumo foi muito afetado (-4,9%) pelas restrições mais severas associadas à pandemia.
  • No acumulado do 1º semestre de 2021 o consumo cresceu 3,3% em relação ao 1S20 para 18.228 GWh.

Um excelente resultado em junho impactado também pelo efeito calendário e a flexibilização de restrições em junho de 2021, pela melhora gradual do cenário sanitário e evolução da vacinação.


Gafisa (GFSA3)

Prévia operacional do 2T21 e aumento de capital de R$ 300,5 milhões

A companhia divulgou ontem a prévia operacional do 2T21 com os seguintes destaques:

Lançamentos: No 2T21, os lançamentos e pré-lançamentos somaram R$ 809 milhões, (R$ 563 participação da Gafisa) equivalentes a mais da metade do guidance para o ano.  A Gafisa ratifica o compromisso com o mercado de lançar de R$ 1,5 bilhão em 2021. Os pré lançamentos contam com estande operando e campanhas no ar. Abaixo, os lançamentos recentes.

Vendas contratadas – As vendas atingiram R$ 201 milhões no 2º trimestre de 2021 e R$ 364 milhões no 1º semestre desse ano, um crescimento expressivo na comparação com os mesmos períodos de 2020.

Aumento de capital – A Gafisa aprovou ontem (19/07), aumento de capital privado de até R$ 300,5 milhões.

Preço de emissão – R$ 4,59 (estipulado com base na cotação em bolsa das ações da companhia nos últimos 30 pregões).

O valor mínimo deste aumento, de R$ 44,7 milhões, será utilizado para que debenturistas da 15ª emissão possam utilizar seus créditos e subscrever ações da empresa, mantendo o caixa da Gafisa reforçado para futuras aquisições. Os demais valores poderão ser utilizados para capitalizar projetos da Gafisa Propriedades ou para aquisição de novos empreendimentos, acrescenta a companhia.

Ontem a ação GFSA3 encerrou cotada a R$ 4,22 com queda de 3,0% no ano. Temos recomendação de COMPRA para a ação com preço justo de R$ 7,47 com potencial de valorização de 77%.


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