Prezado Sr.(a),

 

Não há dúvidas que a estruturação de uma equipe gerencial é a alma do sucesso de um projeto, e que os pontos fundamentais a se exigir de seus integrantes devem ser o caráter e a competência – necessariamente nesta ordem. Bolsonaro acertou em cheio, estabelecendo o tripé de sustentação de seu governo nos Ministros Paulo Guedes, Sérgio Moro e o General Santos Cruz – não necessariamente nesta ordem. Entende-se como absolutamente natural as movimentações, ajustes e correções de rumos em equipes, que fazem parte da dinâmica de otimização da gestão.

Contudo, não faz parte do rito normal e assusta bastante a forma como o presidente vem lidando com as substituições dos altos executivos de seu governo. As demissões do Ministro General Santos Cruz e do presidente do BNDES Joaquim Levy, recentemente, ilustram bem como não se deve conduzir administrativamente uma equipe, cujo movimento do presidente deveria servir como exemplo e atitude de líder e bom gestor, e não como impositor “desrespeitando” hierarquia (no caso de Levy, subordinado à Guedes), e sem razões e transparência, para com o General Santos Cruz. Uma parte importantíssima do tripé ruiu, no momento em que a grandeza do caráter, fidelidade do amigo de longa data e, sobretudo o espírito nacionalista do General, aliado ao firme propósito de reerguer o Brasil, confronta-se com denúncias (ainda que infundadas) contra o Ministro Sérgio Moro, e as dificuldades de aprovação das reformas a minar o ânimo e expectativas da equipe econômica. Nada disso passa despercebido, e a sociedade, os formadores de opinião e, fundamentalmente, os investidores, acompanham essa movimentação com muita atenção.

Desta forma, espera-se uma reação do presidente no sentido de se realinhar seu modus operandi, de sorte que as substituições dos integrantes de sua equipe, como a do Ministro General, sejam, de alguma forma, fundamentadas e justificadas com a transparência e o respeito que as autoridades e a sociedade requerem. Afinal, a motivação de suas decisões precisa evidenciar a necessidade das mudanças e o que elas representam para o projeto de governo. Foi um erro brutal. Que este episódio sirva de exemplo para que o presidente e seus assessores próximos possam estar mais unidos e alinhados aos propósitos e promessas de campanha. É necessário afastar-se de especulações e intrigas, perpetradas por falsos amigos, idealizadores e gurus fajutos, que só desgastam e desvirtuam o esforço empreendido para a concretização das mudanças imprescindíveis para o país. Dessa constante reafirmação de intenções, união e plano de voo, dependem nossa recuperação econômica e geração de empregos. Uma avaliação dos seis primeiros meses do governo Bolsonaro, podemos elencar inúmeros pontos importantes e o saldo parece positivo, mas alguns deslizes podem comprometer significativamente seu governo.

Que os erros possam ser reconhecidos rapidamente, e o mote para a (re) escolha de sua equipe continue a ser sempre prioritariamente o caráter e a competência das pessoas.

 

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