MERCADO
Bolsa
A quarta-feira foi de quedas expressivas na bolsa doméstica após uma boa sequência de altas desde a semana anterior. O Ibovespa cedeu 2,34% aos 106.247 pontos, com R$ 34,3 bilhões.de giro financeiro sendo R$ 25,8 bilhões à vista. A sinalização de um mercado pesado já era observada desde cedo com o andamento das bolsas europeias. Após eventos no exterior com executivos do Federal Reserve e o sentimento de tempos ainda difíceis para a economia global, a pressão de vendas acelerou. No seu discurso, a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, chamou atenção para os riscos de estagflação (períodos prolongados de inflação em alta e crescimento econômico lento) na economia global, com os efeitos da guerra na Ucrânia sobre os preços de energia e alimentos, num cenário sem sinais de alívio na tensão gerada pela guerra. As bolsas de Nova York também tiveram dia de queda: Dow Jones (-3,57%), S&P 500 (-4,04%) e o Nasdaq (-4,78%), com desvalorização em maio de 8,49%, 10,65% e 14,86%, respectivamente. Na Bovespa, destaque para a saída de estrangeiros mais intensa nos últimos dias. Hoje, as bolsas internacionais operam novamente em queda, desta vez mais pesadas na Europa e no fechamento da Ásia, o que pode alimentar o pessimismo de ontem. A agenda desta quinta-feira vem vazia de indicadores, tendo como destaque eventos com executivos de governos do lado doméstico e no exterior. No mercado de commodities, o dia ontem foi de queda para o petróleo com o peso dos riscos de demanda na China e redução de estoques de petróleo nos EUA. Neste começo de quinta-feira, o quadro é o mesmo de ontem. O WTI (Nymex) opera com queda de 1,35% a US$ 108,81 o barril e o Brent (ICE) cotado a US$ 108,15 (0,81%).
Câmbio
Após queda na terça-feira, o dólar subiu ontem, cotado a R$ 4,9714 (+0,64%) no fechamento.
Juros
Os juros futuros também sentiram os efeitos dos riscos concentrados no exterior, mas tiveram oscilações moderadas no fechamento, com o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/23 passando de 13,365% para 13,33% e o DI jan/27 fechando com taxa de 12,17% (mínima) ante 12,19% no dia anterior.
ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS
Eletrobras (ELET3)
Decisão favorável do TCU
A Eletrobras comunicou que ontem (18/05) houve aprovação, por maioria, pelo plenário do Tribunal de Contas da União (“TCU”), do voto do ministro relator Aroldo Cedraz, acerca da modelagem de desestatização da Eletrobras.
A Companhia, os demais agentes envolvidos e o acionista controlador, avaliarão o conteúdo da decisão, após a publicação da íntegra do acordão do TCU.
Vemos como positivo sendo mais um passo na direção da privatização com a consequente capitalização da Eletrobras, fortalecendo a companhia e criando condições mais favoráveis para o importante incremento dos investimentos em geração e transmissão de energia.
Nesse contexto esperamos uma resposta positiva do mercado no pregão de hoje. Seguimos com recomendação de COMPRA para a ação ELET3 que ao preço de R$ 42,59/ação registra alta de 29,9% este ano. Lembrando que o Preço Justo de R$ 45,00/ação não contempla o cenário de privatização.
ENGIE Brasil Energia S.A. (EGIE3)
Acordo de Parceria com a Copel
A ENGIE Brasil Energia (EGIE3) celebrou com a Copel Geração e Transmissão S/A (Copel GeT), uma subsidiária integral da Copel (CPLE6), Termo de Compromisso.
O objetivo deste Termo é constituir uma parceria, na qual a ENGIE terá participação de 51% e a Copel GeT participação de 49%, para a potencial participação no Leilão de Transmissão Aneel 01/2022, previsto para ocorrer em 30 de junho de 2022.
A parceria criada com a assinatura do Termo busca combinar as habilidades da ENGIE e da Copel, para aumentar a competitividade no Leilão, possibilitando capturar oportunidades de crescimento no segmento e a criação de valor com base na estratégia de crescimento sustentável e diversificação de portfólio.
Cotada a R$ 42,81/ação, equivalente a um valor de mercado de R$ 34,9 bilhões, a ação EGIE3 registra alta de 15,5% este ano. Seguimos com recomendação de COMPRA e Preço Justo de R$ 50,00/ação que traz um potencial de alta de 16,8%.
Cemig (CMIG4)
Moody’s eleva os ratings corporativos da companhia e das suas subsidiárias integrais para Ba2
A agência de classificação de riscos Moody’s elevou os ratings corporativos da Cemig e das suas subsidiárias integrais Cemig Distribuição S.A. e Cemig Geração e Transmissão S.A. na escala global, passando de “Ba3“para “Ba2” com perspectiva estável.
O aumento de um nível na escala global iguala o rating da companhia ao risco soberano do Brasil.
Em abril de 2022, a Moody’s Local também elevou a nota de crédito nacional para AA.br, refletindo métricas de crédito e de liquidez mais fortes.
Os recentes movimentos promovidos pelas agências de rating de elevação das notas de crédito, refletem o reconhecimento dos resultados obtidos pela Cemig nos últimos anos, de melhoria significativa dos seus indicadores financeiros e operacionais, e na sua gestão de risco.
A Companhia reforça seu compromisso em aumentar sua liquidez e estrutura de capital, através do alongamento do seu perfil de dívida, da gestão estratégica de passivos e da redução do custo de capital.
Ao final do 1T22 sua dívida líquida era de R$ 7,3 bilhões com queda de 14% frente dez/21 com alavancagem próxima a 1x com destaque para a redução de 33% do saldo de dívida em moeda estrangeira vencendo em 2024 – e manutenção de métricas de crédito sólidas.
Hapvida (HAPV3)
Aprovação de novo programa de recompra de até 400 mil ações
O conselho de administração da Hapvida aprovou um novo programa de recompra de ações da companhia. Já existe um programa de recompra de 100 mil ações em andamento e a companhia alterou a quantidade para até 400 mil ações. Prazo: 18 meses a partir de ontem (18/05).
O novo programa prevê a possibilidade de contratação, pela companhia, deinstrumentos derivativos com liquidação financeira referenciados em ações, que poderá envolver operações de equity swap.
Segundo a companhia, a operação reflete o incremento do número de ações em circulação após a incorporação da Notre Dame Intermédica, que aumentou substancialmente a base acionária da e o limite de manutenção de ações em tesouraria.
Ontem a ação HAPV3 encerrou cotada a R$ 6,81 com queda de 34,4% no ano; Cot./VPA: 0,99x.O resultado líquido do 1T22 foi um prejuízo líquido de R$ 182 milhões. Desde a conclusão da operação de fusão com a Notre Dame a Hapvida vem sofrendo com a desvalorização.
CSN Mineração (CMIN3)
Aprovação de novo programa de recompra de até 106 milhões de ações
O conselho de administração da CSN Mineração aprovou o encerramento do programa de recompra de ações que está em curso desde 3 de novembro de 2021 e a abertura de um novo programa para a aquisição de até 106 milhões de ações ordinárias;
Prazo: Até 18 de maio de 2023. As ações recompradas poderão permanecer em tesouraria para posterior alienação ou cancelamento.
A ação CMIN3 encerrou ontem cotada a R$ 4,08 com desvalorização de 33,6% no ano. A ação iniciou negociações na B3 em 17/02/21 com preço ajustado de R$ 7,34 acumulando queda de 44,4% desde o início.
BR Properties (BRPR3)
Venda e 12 edifícios corporativos para o Brookfield por FR 592 bilhões
Em fato relevante divulgado ontem, a comunicou a venda de 12 empreendimentos corporativos no Rio de Janeiro e em São Paulo e parte do Conjunto 3 Jatobá em São Paulo.
O valor total da venda é de R$ 5.921.647.797,68.
Os pagamentos serão realizados em moeda corrente nacional, sendo: (i) 70% na data do fechamento da aquisição de cada Imóvel; e (ii) 30% (“Saldo Remanescente”) 12 meses após a data de fechamento. O Saldo Remanescente será corrigido pelo IPCA entre o fechamento e 31 de dezembro de 2022; e pelo CDI a partir de 01 de janeiro de 2023 até a data do seu pagamento. O Saldo Remanescente será garantido por fiança bancária.
A diretoria da BR Properties realizará uma teleconferência nesta manhã (11:00 horas) para explicar a operação e seus objetivos.
Ontem a ação BRPR3 encerrou cotada a R$ 9,72 com alta de 34,5% no ano. Somente ontem a alta foi de 5,7% e de 14,6% em uma semana.
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