Aumento da tensão no exterior derruba as bolsas mundiais e o Ibovespa cai 1,02%

Aumento da tensão no exterior derruba as bolsas mundiais e o Ibovespa cai 1,02%

MERCADO


Bolsa

O Ibovespa encerrou o dia em queda de 1,02% aos 111.608 pontos, com giro financeiro baixo de R$ 22,2 bilhões (R$ 15,9 bilhões à vista), reduzido pelo feriado nos Estados Unidos e baixa nas bolsas da Europa. No mês, a bolsa passou para o negativo (- 0,37%) acumulando ainda ganho de 6,59% no ano. Destaque para o desempenho de Petrobras com o petróleo seguindo a escalada e na ponta contrária os grandes bancos. As bolsas asiáticas fecharam com queda generalizada, após o presidente Putin autorizar o envio de tropas para as regiões separatistas, reforçando exatamente a parte mais tensa do atrito entre os dois países. Com isso, Estados Unidos e Europa já mudaram o tom das conversas e preparam sanções pesadas contra a Rússia, que tem a China como aliada.  O mundo pode estar bem próximo de uma crise longa e perversa. Na Europa o movimento é também de queda nos mercados, nesta manhã.  O aumento da tensão no Leste Europeu puxou novamente os preços do barril de petróleo que na madrugada desta terça-feira marcaram US$ 96,0 no WTI (+5,41%) e o Brent a US$ 98,70 com alta de 3,47%. A agenda desta terça-feira traz o índice de sentimento das empresas em fevereiro na Alemanha, Nos EUA, sai o PMI composto em fevereiro, estoques de petróleo na semana passada, e eventos com presidentes dos Feds regionais. No Brasil, destaque apenas para o índice de Confiança do consumidor em fevereiro.

Câmbio

O dólar encerrou o dia com queda de 0,62% cotado a R$ 5,1066 e baixa de 3,83% no mês, mais uma vez influenciado pela forte entrada de capital externo. O fluxo para a bolsa também segue firme.

Juros

A liquidez reduzida nos mercados, pelo feriado nos EUA, deixou as taxas de juros mais curtas estáveis e em queda nas longas.  A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/23 passou de 12,388% para o 12,375% no fechamento e para jan/27 a taxa foi de 11,311% para 11,21%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Banco Inter S.A. (BIDI11)

Resultados do 4T21 e de 2021

O Inter reportou seus resultados do 4T21, um lucro líquido de R$ 6,4 milhões (ROAE de 1,0%) acumulando R$ 64,7 milhões em 2021 (ROAE de 1,0%). Em base ajustada o lucro líquido somou R$ 20,2 milhões no 4T21 e R$ 78,5 milhões em 2021. O banco segue focado em crescer o engajamento da sua base de clientes, melhorando o relacionamento e a monetização, com maiores investimentos na inteligência de dados.

 Destaques

Dentre os destaques, os 16,3 milhões de clientes, com crescimento de 17% no trimestre e 93% em 12 meses, terminando 2021 com NPS de 83 pontos. Foram 679 milhões de transações via Pix em 2021, equivalente a um Market share de 8,5%, sendo R$ 270 bilhões transacionados.

As receitas totais somaram R$ 3,2 bilhões em 2021, com crescimento 131% em 12 meses. As receitas de serviços foram de R$ 1,3 bilhão em 2021 (+144% versus 2020). Já a receita média por cliente (ARPU) somou R$ 218,06, com aumento de 8,7% frente 2020. O índice de vendas cruzadas (Cross-Selling Index – CSI) terminou o 4T21 com 3,44 produtos por cliente, equivalente a um crescimento de 12% em 12 meses.

A originação de crédito somou R$ 6,1 bilhões no 4T21 (+69% em 12 meses), totalizando R$ 20,1 bilhões em 2021 (+123% versus 2020). No segmento Imobiliário a originação foi de R$ 703 milhões no 4T21 e R$ 2,9 bilhões em 2021 (+32% no trimestre e +61% em base anual). No crédito consignado atingiu R$ 1,3 bilhão no 4T21 (+42%) e R$ 5,5 bilhões em 2021 (+121%).

No Inter Shop o Volume Total de Vendas (GMV) somou R$ 3,5 bilhões em 2021, com alta de 201% em relação a 2020. Na Inter Seguros o banco atingiu 838 mil clientes, com crescimento de 23% no trimestre e +229% A/A.


Braskem (BRKM5)

Relatório de Produção e Vendas do 4T21 e 2021

A Braskem reportou ontem (21/02) seu Relatório de Produção e Vendas do 4T21 e de 2021. Os dados são preliminares e não auditados. Os números refletiram um bom nível de utilização de capacidade, queda na comercialização de resinas no acumulado de 2021 e incremento no volume de vendas dos principais químicos.

Resinas. Volume de vendas de resinas no mercado brasileiro no 4T21 registrou queda de 1% em relação ao 3T21 para 868,7 mil toneladas, explicado pela sazonalidade do período e redução de 13% frente o 4T20, reflexo da menor demanda. As exportações de resinas cresceram 13% em base trimestral e 27% em 12 meses para 255,5 mil toneladas, principalmente por maior disponibilidade de produto em função da sazonalidade do período no mercado brasileiro.

No acumulado de 2021 em relação a 2020 o volume de venda de resinas no mercado brasileiro, apresentou queda de 5% alcançando 3.493,8 mil toneladas, explicado pela redução de market share e por aumento dos volumes de importação. Já a redução de 23% nas exportações para 830,9 mil toneladas, refletiu a priorização ao mercado brasileiro, além da menor disponibilidade de produtos para venda.

Principais químicos. Volume de vendas dos principais químicos no mercado brasileiro, cresceram 5% no trimestre somando 801,8 mil toneladas, em função da maior disponibilidade de produto, ficando praticamente estáveis em base de 12 meses. As exportações cresceram 4% no trimestre e 40% frente o 4T20, alcançando 130,6 mil toneladas, devido a maior disponibilidade de produto nas centrais petroquímicas.

Em 2021 as vendas dos principais químicos cresceram 13% no mercado brasileiro para 3.064,6 mil toneladas, em função da maior demanda para maioria dos químicos básicos, com destaque para gasolina, benzeno e butadieno. Já a redução de 5% nas exportações para 454,3 mil toneladas, refletiu a priorização ao atendimento do mercado brasileiro.


Marfrig Global Foods S.A. (MRFG3)

Participação acionária na BRF

O Conselho de Administração da companhia decidiu que a Marfrig deve exercer seus direitos de acionistas e passar a influenciar na administração da BRF S.A (BRFS3). Desta maneira a Marfrig apresentará à BRF chapa de candidatos a serem indicados para o Conselho de Administração na próxima assembleia geral ordinária da BRF.

A Marfrig detém 33,3% do capital da BRF sendo o seu principal acionista, seguido da Previ com 6,1%, da Kapitalo com 5,3% e da Petros com 5,3%. As ações em tesouraria somam 0,5% do capital.

A tendência para os negócios da Marfrig permanece positiva, à luz de bons resultados esperados para o 4T21 e de 2022, notadamente nas suas operações nos Estados Unidos, com câmbio favorável. As perspectivas de demanda no Brasil permanecem fracas, em linha com a retração esperada da atividade econômica.

Destaque para sua disciplina financeira e a estratégia de alocação de capital, para a redução do endividamento bruto e do custo financeiro da companhia. Sua estrutura de capital é adequada com alavancagem reduzida. Ao final de setembro de 2021 sua dívida líquida somava R$ 13,7 bilhões (1,1x o EBITDA).


Taesa (TAEE11)

Termo de Liberação de Receita da ESTE

A Taesa comunica que sua subsidiária Empresa Sudeste de Transmissão de Energia S.A. (“ESTE”) obteve em 18.02.2022, o Termo de Liberação de Receita (“TLR”), autorizando o recebimento de receita a partir de 9 de fevereiro de 2022, passando a adicionar para a Taesa uma Receita Anual Permitida (“RAP”) de R$ 61,8 milhões para o ciclo 2021- 2022.

ESTE é um empreendimento 100% controlado pela subsidiária Empresa Amazonense de Transmissão de Energia S.A. (“EATE”), na qual a Taesa possui de 49,98% do capital social total.

A ESTE possui uma RAP total de R$ 123,6 milhões para o ciclo 2021-2022 e está localizada entre os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo.

A Taesa permanece focada na execução dos demais projetos em construção, que totalizam R$ 3,8 bilhões de investimentos Aneel e R$ 468 milhões de RAP (considerando apenas a participação da Taesa – ciclo 2021-2022).


Movida (MOVI3)

Lucro líquido soma R$ 276,7 milhões no 4T21 (+99,5% s/ o 4T20) e no ano atinge R$ 819,4 milhões (+250,8%)

A Movida mostrou forte desempenho operacional e financeiro no comparativo trimestral e no acumulado do ano. A empresa encerrou 2021 com uma frota de 187 mil carros (+57,8% sobre dez/2020). Os indicadores operacionais foram todos positivos e com boa evolução no 4T21 e no acumulado de 12 meses.

  • A receita líquida do 4T21 atingiu R$ 1,74 bilhão (+75,7%)   e R$ 5,33 bilhões no ano (+30,5%);
  • O EBIT ajustado atingiu R$ 606,2 milhões (175m4%) e R$ 1,67 bilhão no ano (+245,8%);
  • O EBITDA ajustado somou R$ 776,6 milhões (+134,4%) e R$ 2,08 bilhões em 12 meses (+132,8%).
  • A taxa de ocupação da frota ficou em 80,7% e  a diária média foi recorde no 4T21 (R$ 118,6). ,
  • No final de dez/21, a dívida liquida da Movida era de R$ 6,6 bilhões. A alavancagem, medida pela dívida líquida/EBITDA, ficou em 2,9x, refletindo o forte resultado operacional frente ao aumento do endividamento.

Ontem a ação MOVI3 encerrou cotada a R$ 15,70 com queda de 0,5% no ano. Em 2021, a ação caiu 21,4%. O bom resultado apresentado representa múltiplos baixos para a ação com P/L histórico de 6.9x.


Assaí (ASAI3)

Lucro líquido do 4T21 soma R$ 527 milhões, alta de 76,3% sobre o 4ª20, influenciado por créditos fiscais. No ano, o lucro líquido foi de R$ 1,6 bilhão (+60,5%)

O Assaí encerrou o 4T21 com lucro líquido de R$ 527 milhões (+76,3% sobre o 4T20), influenciado pelo reconhecimento de créditos fiscais. No acumulado dos 9 primeiros meses do ano, com base em decisões do Supremo Tribunal Federal, a companhia reconheceu créditos fiscais de R$ 216 milhões e R$ 85 milhões. No quarto trimestre, o Assaí ainda reconheceu créditos de R$ 241 milhões. Segundo a companhia, o impacto total dos créditos fiscais no lucro líquido anual foi de R$ 470 milhões. O lucro líquido anual da companhia ficou em R$ 1,6 bilhão, alta de 60,5%.

No final de dez/21 a dívida liquida da empresa era de R$ 5,45 bilhões equivalentes a 1.91x o EBITDA de 12 meses.

Ontem a ação ASAI3 encerrou cotada a R$ 12,46 com queda de 3,9% no ano.


Cosan S.A. (CSAN3)

Rescisão do Acordo de Investimento com a Porto Seguro

A Cosan assinou nesta segunda-feira (21/02) a rescisão do Acordo de Investimento celebrado com a Porto Seguro Serviços e Comércio S.A. (“Porto Serviços”), controlada da Porto Seguro S.A. (PSSA3), encerrando, desta forma, todas as tratativas para a potencial formação da joint venture para atuação em mobilidade, denominada “Mobitech”.

A Cosan decidiu adotar uma diretriz mais conservadora com relação ao compromisso de investimentos, tendo em vista o agravamento da conjuntura macroeconômica, os níveis mais altos de inflação, o aumento dos juros e do custo de capital.

A decisão prioriza a alocação de capital no portfólio atual de negócios da companhia.


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