Bolsa fecha com ganho de 0,41%, descolando das bolsas do exterior

Bolsa fecha com ganho de 0,41%, descolando das bolsas do exterior

MERCADO


Bolsa

Mesmo com um ambiente negativo nos EUA pela inflação mais alta, o Ibovespa desta vez conseguiu se descolar e fechou com alta de 0,41% aos 105.968 pontos. O giro financeiro foi de R$ 32, 5 bilhões (R$ 27,6 bilhões à vista).  A agenda econômica de hoje vem com poucos indicadores, com destaque apenas para as vendas no varejo em setembro no Brasil. No exterior, sai o relatório mensal da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) de produção e oferta. Atenção hoje para a enxurrada de resultados trimestrais, com algumas empresas surpreendendo negativamente e alguns desempenhos mostrando consistência, mesmo com os efeitos nocivos da pandemia e piora da economia.  No mercado de commodities, o petróleo mostra pequena alta, em dia de divulgação de dados pela Opep e o minério de ferro também mostra reação após forte pressão nos preços que vem persistindo nas últimas semanas. As preocupações de investidores em relação à inflação americana foram justificadas pela acima das expectativas ontem, o que levou as bolsas a mais um dia de baixa. A piora no indicador aumenta as especulações sobre um possível aumento antecipado da taxa básica de juros do país pelo Federal Reserve (Fed), pouco provável no curto prazo. Hoje as bolsas internacionais mostram predomínio de baixa na Europa e fechamento positivo na Ásia (Nikkei e Hang Seng).  Os futuros de Nova York andam do lado positivo, modestamente, após dois dias de queda das bolsas.

Câmbio

A moeda americana teve mais um dia de pequena oscilação, subindo de R$ 5,4852 para R$ 5,4980 no fechamento de ontem (+ 0,23%), após o avanço da pauta política em Brasília. As cotações vêm se acomodando numa faixa alta de preços já considerada como referência para o fechamento do ano, salvo alguma nova surpresa.

Juros

O mercado de juros teve como base no começo do dia a divulgação de um IPCA acima do esperado, que acabou ditando o comportamento dos juros futuros, levando a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/23 de 12,151% para 12,20%. Na ponta mais longa, o DI para jan/27 fechou com taxa de 11,67% de 11,723% no dia anterior.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

JBS S.A. (JBSS3)

Lucro líquido de R$ 7,6 bilhões no 3T21, com destaque para o resultado operacional

A JBS registrou no 3T21 um lucro líquido de R$ 7,6 bilhões, 142% superior ao lucro de R$ 3,1 bilhões reportados no 3T20, sensibilizado por forte crescimento de receitas, notadamente nos EUA; incremento do EBITDA e estabilidade do resultado financeiro. De acordo com a companhia, “excluindo o impacto dos acordos judiciais nos Estados Unidos, o lucro líquido ajustado se elevaria a R$ 5,7 bilhões, 69% superior ao 2T20”.

Com base no resultado a JBS aprovou a distribuição de R$ 2,37 bilhões em dividendos, equivalente a R$ 1,00/ação. Ações “ex” em 17/11 e retorno de 2,6%.

O mercado global continua aquecido ratificando o bom momento para os exportadores de proteína animal. A companhia tem a seu favor sua distribuição geográfica com forte presença no Brasil e nos EUA, aliado à liderança de mercado e escala de produção e de vendas. O Preço Justo de R$ 45,00/ação aponta para um potencial de alta de 18,9%.

Destaques

Mudança na sua estrutura global para refletir seu crescimento, a expansão dos setores e geografias em que atua e as ambiciosas metas e programas de sustentabilidade. A partir de janeiro, volta a existir a Presidência Global de Operações, que será dividida entre dois executivos: André Nogueira presidirá as operações da América do Norte e Wesley Batista Filho, as operações da JBS na América Latina, Oceania e o negócio de plant-based.

O Conselho de Administração aprovou o cancelamento da totalidade de 137.269.200 ações ordinárias, mantidas em tesouraria, passando o capital social da JBS a ser dividido em 2.373.866.570 ações ordinárias. Adicionalmente o Conselho aprovou um novo Plano de Recompra com o objetivo de maximizar a geração de valor para o acionista por meio de uma administração eficiente da sua estrutura de capital. A JBS poderá adquirir até 129.073.668 ações ordinárias, representativas de 10,0% das ações da companhia em circulação, pelo prazo de 18 meses, iniciando-se em 10 de novembro de 2021.

A receita líquida da companhia somou R$ 92,6 bilhões com crescimento de 32,2% em relação ao 3T20. Destaque para o crescimento de receitas em todas as unidades da companhia: Seara (+38,2%), JBS Brasil (+35,3%), JBS USA Bovinos (+34,2%), JBS USA Suínos (+42,2%), e PPC (+21%). No 3º trimestre deste ano, 73% das vendas globais da JBS foram realizadas nos mercados domésticos em que a companhia atua e 27% por meio de exportações. Nos últimos 12 meses, a receita líquida atingiu R$ 329,6 bilhões (US$ 61,7 bilhões).

No 3T21, o EBITDA ajustado foi de R$ 13,9 bilhões, um aumento de 74,2% em relação ao 3T20, com destaque para a unidade JBS USA Beef, nos EUA. A margem EBITDA ajustada registrou alta de 3,6pp em base anual para 15,0% no trimestre. Nos últimos 12 meses, o EBITDA ajustado atingiu R$ 39,5 bilhões (U$ 7,4 bilhões), com margem EBITDA ajustada de 12,0%.

Ao final de setembro de 2021 a dívida líquida da companhia era de R$ 61,0 bilhões, com alta de 12,6% em reais, em base trimestral. A alavancagem caiu de 1,6x no trimestre anterior para 1,5x no 3T21. O fluxo de caixa das atividades operacionais alcançou R$ 10,8 bilhões no 3T21, um aumento de 40% em função principalmente da melhora no desempenho operacional. O fluxo de caixa livre, após adição de ativo imobilizado, juros pagos e recebidos, totalizou R$ 7,3 bilhões.


Copel (CPLE11)

Lucro líquido de R$ 2,85 bilhões no 3T21 e R$ 4,65 bilhões no 9M21

A Copel registrou um excelente resultado no 3T21, um lucro líquido de R$ 2,85 bilhões impactado pela conclusão do desinvestimento da Telecom (R$ 1,7 bilhão no EBITDA), da repactuação do Risco Hidrológico – GSF (R$ 1,6 bilhão no EBITDA), e da adesão de 509 empregados no PDI.

Dentre as medidas que fazem parte da estratégia de geração de valor da Copel, destacamos o Foco no core business de energia e venda de ativos non core, melhora de eficiência, disciplina financeira e alocação eficiente de capital. Ressalte-se a Nova Política de Dividendos que traz maior previsibilidade em linha com a solidez financeira da companhia.

Dentre os aspectos de governança, a aprovação do Novo Estatuto e a adesão ao nível 2 da B3, aprovadas recentemente pelo Conselho de Administração. O regulamento do Nível 2 estabelece, entre outros, (i) tag along de 100% para as ações ordinárias e preferenciais, conferindo tratamento equitativo aos acionistas da companhia; e (ii) direito de voto para os acionistas preferencialistas em assuntos que tratem de transformação, incorporação, cisão ou fusão da companhia.

Temos recomendação de COMPRA para CPLE11 com Preço Justo de R$ 37,50/unit que aponta para um potencial de alta de 21,7% em relação à cotação de R$ 30,82/unit.

Receita Operacional Líquida de R$ 7,0 bilhões no 3T21 (+61,2% vs 3T20) e um Resultado Operacional de R$ 2,4 bilhões (+156,2% frente o 3T20) explicado pela menor evolução dos custos e despesas em relação ao incremento de receitas.

O EBITDA da Copel abrangendo todos os fatores, inclusive não recorrentes e operações descontinuadas, atingiu R$ 4,5 bilhões (+274,8% em 12 meses). Já o EBITDA ajustado, excluídos os itens não recorrentes, atingiu R$ 1,3 bilhão no 3T21, montante 3,8% superior aos R$ 1,24 bilhão registrados no 3T20.

Ao final de setembro de 2021 a dívida líquida consolidada da Copel era de R$ 5,3 bilhões equivalente a 0,8x o EBITDA e se compara a R$ 6,4 bilhões em dez/20 (1,3x o EBITDA).


SulAmérica (SULA11)

Lucro líquido de R$ 280 milhões no 3T21

A SulAmérica regisrou no 3T21 um lucro líquido de R$ 280,3 milhões, queda de 2,0% em relação ao 3T29, considerando o resultado das operações continuadas em 2020. Nesta base de comparação, em relação ao 2T21, o lucro líquido cresceu 847%.

As Receitas totais somaram de R$ 5,2 bilhões (+3,7%) no trimestre e de R$ 15,6 bilhões (+5,8%) no acumulado de 9M21. As Receitas de saúde e odonto foram de R$ 4,9 bilhões (+5,2%) no 3T21 e R$ 14,4 bilhões (+6,0%) no 9M21. Já a Carteira de planos coletivos de saúde e odonto crescem 8,5% (+341 mil vidas).

O EBITDA veio negativo em R$ 17,5 milhões no período, revertendo o resultado positivo no 3T20 de R$ 393 milhões.

Já o resultado financeiro cresceu 662% em 12 meses para R$ 110,9 milhões, reflexo do impacto positivo da elevação da Selic. Além disso, a linha de imposto de renda e contribuição social trouxe resultado positivo, graças ao reconhecimento de R$ 234,8 milhões em créditos fiscais, relacionados à não incidência de IR/CS sobre a correção pela Selic em processos de repetição de indébito tributário.

A sinistralidade foi de 84,6% no trimestre (+9,4pp) e com leve redução em relação aos 85,8% observados no 2T21. O indicador ainda reflete os impactos decorrentes da covid-19, que se somaram à retomada dos procedimentos eletivos de saúde.


Equatorial Energia (EQTL3)

Lucro líquido ajustado de R$ 502 milhões no 3T21

A companhia registrou no 3T21 um lucro líquido ajustado de R$ 502 milhões, com queda de 17,3% em relação ao lucro de R$ 607 milhões do 3T20. No 9M21 o lucro líquido somou R$ 1,35 bilhão e leve redução de 1,5% frente o lucro de R$ 1,37 bilhão do 9M20.

A receita líquida somou R$ 7,5 bilhões no 3T21 (+78%) e R$ 16,2 bilhões no 9M21 (+36%).

O EBITDA Consolidado ajustado alcançou R$ 1,45 bilhão no 3T21, aumento de 23,8% em 12 meses, beneficiado pelo expressivo aumento do mercado nas distribuidoras e aumento da tarifa fio B.

O volume total de energia distribuída atingiu 8.036 GWh, com crescimento consolidado de 3,3% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Piauí e Maranhão, cresceram 12,0%, 5,5%, respectivamente, Alagoas 3,4% e Pará 3%. CEEE-D recuou 3,3% devido a ajuste de faturamento, que se desconsiderado teria apresentado um crescimento de 2,2%, e um crescimento consolidado no grupo de 4,5%.

No 3T21, os Investimentos consolidados da Equatorial totalizaram R$ 816 milhões, aumento de 41,7% comparada ao 3T20, fruto da aceleração de investimentos nas distribuidoras em comparação ao 3T20, impactado pela pandemia.

Alavancagem consolidada no 3T21 registrou 2,1x, estável em comparação ao 3T20 (2,0x). As disponibilidades atingiram R$ 9,6 bilhões, correspondendo a 2,0x da dívida de curto prazo.


Banrisul (BRSR6)

Lucro líquido ajustado de R$ 171,5 milhões no 3T21

O Banrisul registrou um lucro líquido ajustado de R$ 171,5 milhões no 3T21, com redução de 39% em relação ao lucro líquido ajustado de R$ 281,9 milhões do 2T21. Nesta base de comparação o ROAE registrou queda de 13,1% no 2T21 para 7,9% no 3T21. Um resultado trimestral sensibilizado por queda de 2,7% da margem financeira, por maior custo do crédito (+31%), incremento de 4,8% das despesas administrativas (ainda que abaixo da inflação) e crescimento de 2,8% das receitas de serviços.

No 9M21 o lucro líquido ajustado somou R$ 732,3 milhões (ROAE de 11,4%), 48% superior ao lucro líquido de R$ 495,1 milhões dos 9M20 (ROAE de 8,2%). Com base no resultado de 9M21 o banco manteve suas linhas do guidance 2021.

As despesas de PDD somaram R$ 284,5 milhões no 3T21, com alta de 31% ante o 2T21, refletindo, principalmente, a rolagem da carteira por níveis de rating, o aumento no volume das operações em atraso e o incremento de PDD em linha com o crescimento da carteira.

As receitas de serviços no 3T21 somaram R$ 495,7 milhões, aumento de 2,8% ante o 2T21, reflexo do crescimento das receitas da rede de adquirência, das receitas de seguros, previdência e capitalização e das rendas de taxas de administração de consórcios.

As despesas administrativas (pessoal e outras administrativas) somaram R$ 930,9 milhões com alta de 4,8% ante o 2T21, refletindo, principalmente, o acordo coletivo dos bancários. A carteira de crédito total alcançou R$ 38,7 bilhões em setembro de 2021, com alta de 5,6% em base trimestral e aumento de 6,7% em doze meses. A inadimplência acima de 90 dias terminou o 3T21 em 2,2% em linha com o trimestre anterior; e o índice de cobertura reduziu-se de 328% para 315% nesta base de comparação.

Ao final de setembro de 2021 a Basileia do banco era de 14,5% para um patrimônio líquido de R$ 8,75 bilhões.


SLC Agrícola (SLCE3)

Lucro líquido de R$ 114 milhões no 3T21 e R$ 938 milhões no 9M21

A SLC Agrícola registrou um lucro líquido de R$ 113,7 milhões no 3T21, um resultado que contou com o lucro líquido de R$ 20,2 milhões, advindo da operação da Terra Santa. No 9M21 o lucro líquido alcançou R$ 937,8 milhões. Em ambos os períodos a companhia apresentou um crescimento bastante robusto, com incremento importante de margem líquida, reflexo do aumento do Resultado Bruto, (por melhores preços de venda faturados), e da dinâmica de contabilização dos Ativos Biológicos (Receita – Custo), devido às expectativas de margens superiores em relação à safra anterior.

Temos recomendação de COMPRA para SLCE3 e Preço Justo de R$ 57,00/ação que aponta para um potencial de alta de 18,6% quando comparado à cotação de R$ 48,07/ação, equivalente a um valor de mercado de R$ 9,3 bilhões.

Destaques

A Receita Líquida cresceu 2,4% no 3T21 e 33,0% no 9M21, em relação ao mesmo período do ano anterior. Em destaque, preços superiores faturados em ambos os períodos e a contribuição de R$ 112,8 milhões de Receita Líquida proveniente da Terra Santa.

No trimestre o EBITDA ajustado alcançou R$ 330,6 milhões (+36,6%). A margem EBITDA ajustada foi de 35,1%, aumento de 8,8 p.p. frente ao 3T20 com destaque para o maior Resultado Bruto das culturas, adicionado a mensuração do valor justo das propriedades para investimento, parcialmente compensado pelas despesas Gerais e Administrativas. O EBITDA ajustado oriundo da operação da Terra Santa no trimestre foi de R$ 17,1 milhões.

O endividamento líquido ajustado da companhia encerrou o período em R$ 2,2 bilhões com uma alavancagem de 1,47 vezes. O maior endividamento refletiu o aumento na Necessidade de Capital de Giro, o investimento na aquisição da Terra Santa Agro e o novo contrato de arrendamento da Agrícola Xingú.

Em 13 de setembro o Conselho de Administração aprovou a realização de um novo Programa de Recompra de ações, no montante de 2,0 milhões. O plano de recompra está em andamento e as ações adquiridas serão mantidas em tesouraria para alienação e ou canceladas.

Em agosto, foi concluída a nova avaliação do portfólio de terras da SLC Agrícola, que apresentou um valor total de R $ 6,94 bilhões, um aumento de 75,2% em relação a 2020 e um valor médio do hectare cultivável de R$ 35.693 a e três mil). O NAV (Valor Líquido dos Ativos) da companhia elevou-se para R$ 8,3 bilhões (posição 3T21), que corresponde a um NAV por ação de R$43,34.

Bonificação de Ações. O Conselho de Administração deliberou submeter à Assembleia Geral Extraordinária (AGE), a ser convocada pela companhia, aumento do capital social, no valor total de R$ 500 milhões, por meio da incorporação de parte do saldo da conta de Reservas Estatutárias, com bonificação de ações, a razão de 10%, que corresponderá à emissão de 19.311.145 novas ações ordinárias, com custo unitário atribuído às ações bonificadas de R$ 25,89 por ação.


Enauta (ENAT3)

Lucro líquido soma R$ 134 milhões no 3T21, crescimento de 351,7% sobre o 3T20, acumulando R$ 753,9 milhões até setembro (+775,2% s/ os 9M20).

As principais contas de resultado registraram crescimento expressivo nos dois períodos comparativos. O 3T21 foi o primeiro trimestre com reconhecimento de 100% dos resultados do Campo de Atlanta.

O lucro líquido de 134,0 milhões no 3T21, reflete a receita recorde no trimestre favorecida pela alta da commodity e do dólar combinada à valorização do óleo de Atlanta com prêmio em relação ao Brent (excluindo custos logísticos).

A receita líquida d 3T21 atingiu R$ 588,3 milhões (+162,1% sobre o 3T20) e em 9 meses somou R$ 1,18 bilhão (+47,4%).

O EBITDAX cresceu 182,3% indo de R$ 155,5 milhões para R$ 438,8 milhões. Em 9 meses, EBITDAX marcou R$ 1,67 bilhão.

A Enauta encerrou setembro com sólida posição de caixa e equivalentes de caixa de R$ 2,4 bilhões, sendo 38% denominado em dólares americanos.

As operações também tiveram bom desempenho no período com Produção total de 1,99 milhão de boe no trimestre, equivalente à produção média diária de 21,7 mil boe. Mais de 19 milhões de barris produzidos no Campo de Atlanta.

A ação ENAT3 encerrou cotada a R$ 14,29 com alta de 22,1% no ano.


BRF (BRFS3)

Prejuízo de R$ 271 milhões no 3T21

A BRF registrou no 3T21 um prejuízo líquido de R$ 271 milhões, com base no critério das operações continuadas, refletindo basicamente, a piora do resultado financeiro líquido. Do lado da receita, destaque para o crescimento dos volumes e dos preços. Ressalte-se a recuperação de lucratividade no mercado Halal e pelo lado negativo, maior pressão de margem no mercado asiático.

A receita líquida consolidada no 3T21 somou R$ 12,4 bilhões (+24,6% vs 3T20) com crescimento de 5,1% em volume e +18,6% em preço médio dos produtos. Como destaque: o melhor desempenho comercial no Segmento Brasil, conforme execução da estratégia de repasse de preços e crescimento das vendas; o aumento da receita líquida do Segmento Internacional, devido aos maiores volumes nas exportações diretas e dinâmica de preços nas exportações e na distribuição Halal DDP; o impacto positivo de hedge de R$ 318 milhões a/a; e os maiores volumes e faturamento no negócio de Ingredientes.

O lucro bruto somou R$ 2,6 bilhões (+12,0% em 12 meses) sensibilizado por aumento de custos de matérias primas e queda dos preços de suínos na China, entre os trimestres, resultando na queda 2,4pp na margem bruta para 21,2%. O EBITDA ajustado somou R$ 1,4 bilhão com crescimento de 3,9% em relação ao 3T20 com margem EBITDA ajustado de 11,0% (-2,2pp).

Ao final do trimestre a alavancagem era de 3,06x o EBITDA (para uma dívida líquida de R$ 16,7 bilhões), e que se compara a 2,7x do trimestre anterior.

Programa de Recompra. O Conselho de Administração da BRF aprovou em 30/09 a criação de um programa de recompra de ações de sua própria emissão, que prevê adquirir até 3.696.858 ações ordinárias e tem duração de 18 meses, de 1º outubro de 2021 até 1º de abril de 2023. Segundo comunicado as ações recompradas serão utilizadas para o Plano de Outorga de Opção de Compra e do Plano de Outorga de Ações Restritas. Caso não sejam utilizadas para esse fim, poderão ser posteriormente canceladas ou alienadas.


Porto Seguro (PSSA3)

Lucro líquido recorrente de R$ 206 milhões no 3T21 e R$ 881 milhões no 9M21

A Porto Seguro registrou um lucro líquido recorrente de R$ 206,5 milhões no 3T21, com queda de 47,5% em relação a igual trimestre do ano anterior, com redução de 9,1pp no ROAE para 9,0% explicado pela redução do resultado operacional e financeiro.

No 9M21 o lucro líquido recorrente somou R$ 880,6 milhões (ROAE de 12,9%), com queda de 29,1% frente o lucro de R$ 1,24 bilhão do 9M20 (ROAE de 19,3%). Temos recomendação de COMPRA para a ação PSSA3 e Preço Justo de R$ 32,50/ação, que traz um potencial de alta de 30,5% ante a cotação de R$ 24,91/ação.

Destaques

A receita total somou R$ 5,6 bilhões no 3T21 e se compara a R$ 4,8 bilhões no 3T20, com crescimento na linha de seguros, negócios financeiros, saúde e serviços.

As despesas administrativas e operacionais foram de R$ 948 milhões no 3T21 com aumento de 27,9% em relação ao 3T20 (R$ 742 milhões) acumulando no 9M21 o montante de R$ 2,7 bilhões (+16,4%). O índice de eficiência operacional recorrente melhorou, com redução de 0,6pp entre os trimestres comparáveis para 14,6% no 3T21.

O resultado financeiro alcançou R$ 54,7 milhões no 3T21, com queda de 56,2% em relação ao resultado financeiro do 3T20 (R$ 125,1 milhões) com um retorno sobre as aplicações financeiras (ex-previdência) de 1,55% (equivalente a 127% do CDI no período) com destaque para o retorno sobre as alocações em títulos indexados, parcialmente compensados pelo desempenho dos ativos de renda variável no trimestre.

O índice combinado consolidado atingiu 95,2% no 3T21 (+7,3pp vs. 3T20) reflexo do incremento de sinistralidade total (+8,4pp para 55,3%).


Taesa (TAEE11)

Lucro líquido (IFRS) de R$ 536,9 milhões no 3T21

A Taesa registrou no 3T21 um lucro líquido (IFRS) de R$ 536,9 milhões com queda de 18,3% em relação ao lucro líquido de R$ 657,4 milhões realizado no 3T20, refletindo o desempenho negativo da equivalência patrimonial, explicado pela menor correção monetária do ativo contratual, e de um resultado financeiro pior motivado pela alta do IPCA e do CDI entre os períodos comparados. No acumulando no 9M21 um lucro líquido alcançou R$ 1,8 bilhão (+18,4% sobre o 9M20).

A receita líquida (IFRS) alcançou R$ 642,3 milhões no 3T21 e R$ 2,75 milhões nos 9M21. Esse desempenho é explicado pelo aumento das receitas de operação e manutenção, de remuneração do ativo contratual e de implementação de infraestrutura, porém compensado pela queda da receita de correção monetária.

No 3T21 aconteceu a entrada no novo ciclo da Receita Anual Permitida (RAP) 2021-2022 que se iniciou em 1º de julho. As concessões ajustadas pelo IGP-M (Categoria II) sofreram um reajuste inflacionário de 37,04% e as concessões ajustadas pelo IPCA (Categoria III) sofreram um reajuste inflacionário de 8,06%. Assim, a RAP das 39 concessionárias do grupo Taesa no novo ciclo 2021-2022 totalizou R$ 3,3 bilhões (+21%) já contemplando a redução de 50% da RAP das concessões de categoria II que sofrem esse efeito no novo ciclo.

Nesse contexto a Receita operacional líquida regulatória somou de R$ 497,5 milhões (+29,8%) no 3T21 e R$ 1,3 bilhão no 9M21 (+12,6%). O EBITDA regulatório totalizou R$ 421,0 milhões no 3T21 (+32,6%) e R$ 1,1 bilhão nos 9M21 (+12,8%). Já a margem EBITDA ficou em 84,6% no trimestre (+1,8pp vs 3T20) e 83,1% no acumulado (+0,1pp vs 9M20).

Cabe destacar também a entrada em operação comercial em 1º de dezembro de 2021, do empreendimento da concessão Janaúba, já com impacto positivo no resultado do 3T21. O projeto foi entregue com 5,5 meses de antecipação ao prazo limite exigido pela Aneel e uma eficiência no volume total de investimento em torno de 18% em relação ao Capex Aneel, passando então a adicionar o valor de R$ 213,6 milhões de RAP para a Taesa.

A Companhia mantém seu foco e atenção na entrega dos 5 empreendimentos em construção com uma RAP total de R$ 399,6 milhões (ciclo 2021-2022, considerando apenas a participação da Taesa).

Ao final de setembro de 2021, a dívida bruta da companhia era de R$ 6,8 bilhões, um aumento trimestral de 2,4%. O caixa terminou o trimestre em R$ 977,7 milhões, resultando em uma dívida líquida de R$ 5,85 bilhões (4,3x o EBITDA) e se compara a 4,6x no 2T21. Índice de disponibilidade foi de 99,92% e uma Parcela Variável (PV) de R$ 25,9 milhões no 9M21.


Oi (OIBR3 e OIBR4)

Prejuízo de R$ 4,81 bilhões no 3T21, queda de 86,5% em relação ao 3T20

Repetindo números ruins, a Oi apresentou prejuízo líquido consolidado de R$ 4,81 bilhões no 3T21, queda de 86,5% em relação ao também prejuízo realizado no 3T20 de R$ 2,58 bilhões.

Houve piora nas principais contas de resultado. A receita A receita líquida consolidada da foi de R$ 4,520 bilhões, 3,9% abaixo do apurado 3T20 (R$ 4,71 bilhões).

A receita líquida das operações brasileiras totalizou R$ 4,46 bilhões, queda de 4,0% em relação ao 3T20. A receita líquida das operações internacionais (África e Timor Leste) totalizou R$ 57 milhões, também com queda de 1,9% e as operações continuadas no Brasil totalizaram R$ 2,22 bilhões de receita liquida no trimestre, queda de 2,7% na comparação com o 3T20.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 1,398 bilhão entre julho e setembro, redução de 5,86% em rrelação ao 3T20 e o Ebitda de rotina foi de R$ 1,46 bilhão, em linha com o registrado um ano antes.

A ação OOIBR3  fechou ontem cotada a R$ 1,02 com queda de 52,6% no ano e a OIBR4 cotada a R$ 1,62 com desvalorização de 42,6% no ano.


Viia (VIIA3)

Prejuízo líquido de R$ 638 milhões no 3T21 e de R$ 326 milhões no acumulado do ano

A empresa veio com resultados abaixo das expectativas no 3T21, com queda na receita liquida, perda de margem bruta e aumento expressivo nas despesas operacionais, com destaque para as despesas com vendas, (maior peso sobre o total), com crescimento 51,9% no 3T21. No total do trimestre, as despesas operacionais cresceram 85,6%, passando de R$ 1,689 bilhão no 3T20 para R$ 3,14 bilhões no 3T21.

As despesas com vendas, gerais e administrativas operacionais ajustadas pelo efeito da provisão trabalhista apresentaram redução de 4,4% no 3T21 e totalizaram 22,7% da ROL no trimestre, 0,4p.p. maior em relação ao 3T20, em função de maior investimento para impulsionar as vendas digitais. O impacto no 3T21 e 9M21 relacionado ao ajuste nas provisões trabalhistas foi de R$ 887 milhões. Adicionalmente, destacamos R$ 8 milhões relacionados aos Créditos de IRCS sobre SELIC.

Com isso, o resultado líquido foi de um lucro de R$ 590 milhões no 3T20 para prejuízo líquido de R$ 638 milhões no 3T21. No acumulado de 9 meses, o resultado foi de um ganho de 668 milhões para um prejuízo líquido de R$ 326 milhões.

Resultado ajustado – A companhia mostra também um resultado ajustado com lucro líquido comparável para os ajustes não recorrentes, com saldo positivo de R$ 101 milhões (margem líquida de 1,4%), basicamente estável em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

No 3T21, o incentivo de subvenção totalizou R$ 62 milhões, sem impacto de períodos anteriores. No acumulado de nove meses, o montante do incentivo de subvenção totalizou R$ 403 milhões, dos quais R$ 203 milhões referem-se ao efeito de períodos anteriores a 2021.


Locaweb (LWSA3)

No 3T21, prejuízo líquido de R$ 3,7 milhões, acumulando R$ 8,7 milhões nos 9 meses

Os números ajustados pela empresa mostram lucro de R$ 2,56 milhões no 3T21 e R$ 58,3 milhões nos 9 meses do ano. Desde o primeiro trimestre de 2021, a Companhia passou a ajustar o Lucro Líquido com o valor presente dos Earnouts das aquisições.

Outras contas de resultado mostraram bom desempenho – A receita líquida do 3T21 somou de R$ 209,1 milhões crescimento de 65,7% vs 3T20. No acumulado de 9 meses o crescimento foi de 59,3% atingindo R$ 554,3 milhões.

Posição de Caixa Líquido de R$ 1.780,3 milhões

EBITDA Ajustado de R$ 33,6 milhões no 3T21

Bom crescimento na base de lojistas (+41,1% nos 9M21).

A ação LWSA3 encerrou ontem cotada a R$ 21,00 com valorização de 4,1% no ano.


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Bolsa fecha com ganho de 0,41%, descolando das bolsas do exterior

 

 

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