Cautela de investidores derruba a bolsa mais uma vez (-2.09%)

Cautela de investidores derruba a bolsa mais uma vez (-2.09%)

MERCADO


Bolsa

O Ibovespa segue refletindo a desconfiança dos investidores na condução das contas do governo. A aprovação da PEC dos Precatórios ontem em primeiro turno na Câmara dos Deputados não trouxe alivio ao mercado, que enxerga um caminho ainda difícil para passar pelo Senado. Enquanto este nó não for destravado a bolsa deverá seguir pressionada, com o risco fiscal presente, e os próximos passos da PEC serão fundamentais para os mercados. Dessa forma, o Ibovespa segue pressionado e a quinta-feira marcou mais uma queda, 2,09% a 103.412 pontos. O giro financeiro foi de R$ 36,0 bilhões (R$ 26,3 bilhões à vista). A agenda econômica desta sexta-feira traz vendas a varejo de setembro na Europa e o payroll (variação na folha de pagamentos) nos Estados Unidos e a taxa de desemprego em outubro. A qualidade destes dados pode influenciar os mercados hoje junto com outros eventos no exterior e o andamento da pauta política doméstica.  As bolsas internacionais mostram predomínio de alta, mas com variação moderada neste fechamento de semana, mesmo comportamento sinalizado pelos índices futuros de Nova York.  As commodities mostram novamente, alta do petróleo e queda do minério de ferro, uma repetição da curva de sessões anteriores, após a cotações do Brent terem recuado nos últimos dias de faixa de US$ 86 para US$ 80 por barril. Os dados de estoques nos EUA e as decisões da Opep+ para a produção, têm influenciado esta variação. Na reunião da Opep+ de ontem, a Arábia Saudita e seus aliados rejeitaram o pedido do presidente dos EUA Joe Biden para impulsionar a produção, o que pode levar os EUA a utilizarem sua reserva estratégica. Com isso, os preços não devem recuar. A expectativa de um aumento da produção fica mais para frente.

Câmbio

A moeda americana voltou a subir, em dia de muitas articulações políticas em Brasília para levar em frente a PEC dos Precatórios, que não tem garantia de aprovação final no Senado.  Com isso, investidores aumentam a cautela em relação a posicionamento nos ativos de risco. O dólar fechou o dia cotado a R$ 5,6030 de R$ 5,5537 na quarta-feira (+0,89%).

Juros

O ambiente segue piorando e os ativos vão refletindo esta pressão. Ontem a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/23 fechou em 12,095%, de 12,106% na quarta-feira e para jan/27 a taxa encerrou em 12,19%, de 12,043%. As preocupações com o futuro da PEC dos Precatórios, aprovada ontem em primeiro turno na Câmara, não deram alivio ao mercado.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Bradesco (BBDC4)

Lucro líquido recorrente de R$ 6,8 bilhões no 3T21

O Bradesco registrou no 3T21 um lucro líquido recorrente de R$ 6,8 bilhões (ROAE de 18,6%) com alta de 7,1% em relação aos R$ 6,3 bilhões do 2T21 (ROAE de 17,6%), explicado pelo forte crescimento do resultado de seguros, crescimento da margem financeira com clientes, pela redução do custo do crédito, o bom incremento das receitas de serviços e aumento das despesas operacionais em linha com a inflação. No 9M21 o lucro líquido recorrente somou R$ 19,6 bilhões (ROAE de 18,3%), com alta de 55% em relação a igual período do ano anterior. Seguimos com recomendação de COMPRA para BBDC4 e Preço Justo de R$ 30,00/ação.

Destaques

Margem Financeira contribuiu para a formação do resultado. A margem financeira alcançou R$ 15,7 bilhões no 3T21, uma leve redução de 0,2% em relação ao trimestre anterior, refletindo o bom desempenho da margem com clientes que cresceu 4,3% em base trimestral, devido à melhora no mix de produtos, com destaque para a contribuição das carteiras de pessoas físicas (cartão de crédito, crédito pessoal e consignado) e do aumento no volume de operações. Além disto, a melhora do mix da carteira e dos spreads da originação, principalmente nas operações massificadas, contribuíram para o crescimento de 0,1 p.p. no spread médio trimestral, que atingiu 9,0%.

Margem Financeira com Mercado. A redução da margem financeira com mercado deveu-se ao impacto do aumento do CDI nas posições de ALM, parcialmente compensada pelo maior resultado de capital de giro próprio e pela maior quantidade de dias úteis/corridos no 3T21.

Guidance 2021

As projeções de crescimento para 2021 foram, em sua maioria, revisadas para cima.

A carteira de crédito expandida cresceu 16,4% no 9M21, acima do intervalo esperado (entre 9% e 13%). A tendência é a de que a carteira cresça acima do topo do guidance que foi revisado para o intervalo entre 14,5% a 16,5%. A margem com clientes cresceu 4,7% no 9M21 na média do intervalo previsto, entre 2% a 6% do guidance e deve permanecer no centro do guidance para este ano.

As receitas de serviços registraram alta de 5,0% no 9M21 no teto do guidance de crescimento entre 1% e 5% com tendência de ficar acima topo do intervalo previsto neste ano, que foi revisto para (2% a 6%).

As despesas operacionais caíram 2,5% no 9M21 dentro do intervalo (entre -5% e -1%) e foram mantidas com expectativa de que permaneçam no piso. A PDD expandida somou R$ 10,8 bilhões no 9M21, dentro do intervalo previsto (entre R$ 14,0 e R$ 17,0 bilhões). A expectativa é de crescimento das receitas no ponto médio do guidance, cujo intervalo foi reduzido para (R$ 13,0 bilhões a R$ 16 bilhões).

O resultado de seguros, previdência e capitalização, apresentou queda de 19,5% no 9M21 e o novo guidance aponta para o intervalo entre 0% e -10%.


ENGIE Brasil Energia (EGIE3)

Lucro líquido de R$ 639 milhões no 3T21 (+30%)

ENGIE Brasil Energia (EBE) registrou no 3T21 um lucro líquido de R$ 639 milhões, com alta de 30,4% em relação ao lucro líquido de R$ 490 milhões do 3T20 refletindo o incremento de receita (+5,6%), o crescimento do EBITDA (+22,1%) e piora do resultado financeiro. Excluindo-se o efeito não recorrente com impacto positivo de R$ 34 milhões, o lucro líquido teria apresentado um aumento de 23,5% entre os trimestres em comparação (abaixo dos 30,4% registrados).

Em grandes números do 9M21 versus o 9M20: A receita líquida cresceu 15,1% para R$ 9,8 bilhões; o EBITDA ajustado foi de R$ 5,0 bilhões (+22,9%) e o lucro líquido registrou queda de 15,9% para R$ 1,5 bilhão.

O preço médio dos contratos de venda de energia, líquido dos tributos sobre a receita e das operações de trading, foi de R$ 217,52/MWh no 3T21, valor 11,5% superior ao registrado no 3T20.

A quantidade de energia vendida no 3T21, sem considerar as operações de trading, foi de 8.270 GWh (3.745 MW médios), volume 14,6% inferior ao comercializado no 3T20.

A Companhia registrou, no 3T21, o montante de R$ 372 milhões, decorrente da repactuação do risco hidrológico.

A receita operacional líquida no 3T21 somou R$ 3,4 bilhões, 5,6% acima do montante apurado no 3T20.

A Companhia registrou no 3T21 um efeito não recorrente de reversão de impairment no valor de R$ 51 milhões, decorrente de reavaliação do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda e da Usina de Cogeração Lages.

O EBITDA registrado no 3T21 foi de R$ 1,75 bilhão, com aumento de 22,1% em comparação ao 3T20.


Minerva (BEEF3)

Lucro Líquido de R$ 72,4 milhões no 3T21 (+24% vs 3T20)

A Minerva registrou no 3T21 um lucro líquido de R$ 72,4 milhões, com alta de 24% ante o 3T20, acumulando nos últimos 12 meses terminados em set/21 um lucro líquido de R$ 562,7 milhões (-31,9%).

O Conselho de Administração da companhia aprovou a distribuição de dividendos intercalares no montante total de R$ 200 milhões, correspondentes a R$ 0,3488435008 por ação ordinária. Terão direito os acionistas na data-base de 10 de novembro de 2021. As ações da companhia serão negociadas “ex-dividendos” a partir de 11 de novembro de 2021. O pagamento será realizado no dia 25 de novembro de 2021. O retorno é de 3,3%.

A Receita Líquida somou R$ 7,4 bilhões no 3T21, com crescimento de 43% versus 3T20 e de 17% versus 2T21. No LTM3T21 a Receita Líquida foi de R$25,2 bilhões (+36% na base anual).

O EBITDA do 3T21 foi recorde, atingindo R$ 648,1milhões, +17% se comparado ao 3T20 e com alta de 19% versus o trimestre anterior. No LTM3T21, o EBITDA totalizou R$ 2,3 bilhões, crescimento de 8% na base anual e alcançando o maior patamar para um período de 12 meses, com uma margem EBITDA de 9,1%;

A alavancagem permaneceu estável em 2,4x, refletindo a subscrição dos warrants do grupo controlador em outubro; mesmo considerando o pagamento de dividendos intercalares, a alavancagem líquida se mantém praticamente estável.

Ao final de setembro de 2021 a dívida líquida da companhia era de R$ 5,6 bilhões. A alavancagem líquida, mensurada pela relação Dívida Líquida/EBITDA dos últimos doze meses, encerrou o 3T21 em 2,4x, estável ante o 2T21. Ao final do 3T21 a posição de caixa da companhia era de R$ 5,6 bilhões.


Eneva (ENEV3)

Lucro líquido de R$ 362,6 milhões (+552% s/ 3T20)

A Eneva registrou um lucro líquido de R$ 362,6 milhões no 3T21 com expressivo crescimento em relação ao lucro de R$ 55,6 milhões do 3T20 reflexo do forte incremento de receita e do resultado operacional.

A companhia reportou uma Receita líquida operacional de R$ 1,53 bilhão no 3T21 que se compara a receita de R$ 562 milhões no 3T20 (+172%) acima da estimativa do mercado. No 9M21 a receita cresceu 70% para R$ 3,4 bilhões.

O EBITDA ajustado somou R$ 572,7 milhões no 3T21 (+98,6%) com margem de 37,5%. No 9M21 o EBITDA alcançou R$ 1,4 bilhão.

Ao final de setembro de 2021 a dívida líquida era de R$ 5,9 bilhões (+23% em 12 meses) com alavancagem de 3,0x o EBITDA.

O Capex somou R$ 498,6 milhões no 3T21 (+22% em 12 meses).


JHSF (JHSF3)

Lucro líquido do 3T21 soma R$ 213,8 milhões (+23,1% sobre o 3T20)

No acumulado do ano, o lucro líquido da JHSF somou R$ 726,7 milhões contra R$ 449,7 milhões nos 9M20, aumento de 61,5%. O lucro por ação foi de R$ 1,05 com a ação cotada a R$ 5,36 no fechamento de ontem com queda de 27% no ano.  Os números do 3T21 mostraram um forte crescimento em relação ao mesmo período do ano passado, que teve o peso da pandemia, sobretudo no negócio de shopping centers. Mesmo assim, os resultados da companhia seguem consistentes.  No 3T21 A receita liquida somou R$ 476,3 milhões (+35%) com redução na margem bruta de 74,5% para 65,6% no comparativo trimestral. O EBITDA ajustado fechou o 3T21 em R$ 265,6 milhões (+17,2% sobre o 3T20). O lucro líquido subiu de R$ 173,7 milhões para R$ 213,8 milhões (+23,1%).  A grande parte do resultado segue constituída no segmento de incorporação.  Endividamento – No final do 3T21 a empresa possuía um caixa Líquido de R$ 197,1 milhões.

A JHSF3 está cotada abaixo do valor patrimonial (0,86x) e com múltiplo P/L baixo.


Tim (TIMS3)

Arremate do lote F07 para oferecer tecnologia 4G nos Estados do RJ, MG e ES

A TIM arrematou o lote F07 para oferecer tecnologia 4G nos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, dentro da faixa 2,3 GHz. A empresa saiu vencedora ao propor uma outorga de R$ 450 milhões, e ágio de 616,69%.

O setor promete grandes transformações na qualidade dos serviços de comunicações até meados de 2022.


Tegma (TGMA3)

Lucro líquido soma R$ 34,2 milhões no 3T21 e R$ 78,5 milhões em 9 meses

A companhia encerrou o 3T21 com receita liquida de R$ 231,4 milhões com queda de 20% em relação ao 3T20 e no acumulado do ano a receita foi de R$ 702,4 milhões, aumento de 0,5% sobre os 9M20. O lucro bruto foi mais pressionado, mas teve uma compensação com crédito de PIS e Cofins de R$ 17,7 milhões no 3T21. O resultado final foi também ajudado pela reversão de R$ 9,6 milhões de imposto de renda e contribuição social.

O ROIC do 3T21 foi de 20,4%, uma queda de 3,0 p.p comparado com o ROIC do 2T21. A queda do indicador reflete principalmente a dificuldade de produção da indústria automotiva ao longo dos 9M21 com a crise dos semicondutores e mais acentuadamente em um importante cliente da Tegma.

A despeito dos problemas do setor, a empresa mantém boa geração de caixa com o fluxo de caixa livre no 3T21 positivo em R$ 21,1 milhões (R$ 55,5 milhões positivos nos 9M21) e uma posição de caixa líquido em 30/09, de R$ 93,7 milhões.

Ontem a ação TGMA3 encerrou cotada a R$ 15,14 com queda de 42,4% no ano.


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