Ibovespa fecha perto da estabilidade aguardando a votação da PEC dos Precatórios aprovada na madrugada por 312 votos na Câmara dos Deputados

Ibovespa fecha perto da estabilidade aguardando a votação da PEC dos Precatórios aprovada na madrugada por 312 votos na Câmara dos Deputados

MERCADO


Bolsa

O Ibovespa passou o dia acompanhando a pauta do dia, com assuntos importantes em decisão, do lado doméstico e nos EUA. A B3 chegou a sustentar boa alta durante parte do dia, virou para negativo e no fechamento marcou pequena alta de 0,06% aos 105.616 pontos. O giro financeiro foi de R$ 42,3 bilhões (R$ 34,4 bilhões à vista). Nos EUA, após uma longa espera, o Fed anunciou que reduzirá a compra de ativos nos EUA em US$ 15 bilhões mensais nas aquisições de títulos a partir deste mês, mas manteve os juros inalterados. A alta de juros é assunto mais sensível e deverá ser avaliado conforme o comportamento da inflação no país. O Fed acredita que a inflação é transitória o que pode resultar em nenhuma surpresa nos juros.  Com isso, as bolsas de Nova York subiram mais uma vez, marcando novos recordes de Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq. O destaque da agenda econômica ficou para a votação da PEC dos Precatórios, decidida na madrugada com aprovação apertada de com 312 votos favoráveis, o que tira uma forte pressão sobre o governo neste momento. A agenda internacional de quinta-feira traz em destaque a decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE) e a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). Na Europa já saiu o PMI de outubro dentro das expectativas do mercado. No Brasil, destaque para a produção industrial de setembro, com previsão de queda e nos EUA, saem novos pedidos de desemprego e seguros desemprego.  As bolsas no exterior voltam a subir com ganhos nos principais mercados da Europa e alta também no fechamento da Ásia. Os futuros de NY seguem o mesmo rumo.  No mercado de commodities, o petróleo tem dia de recuperação nos preços, aguardando a decisão na reunião da Opep+ que acontece hoje na Áustria enquanto o minério de ferro segue em sentido oposto mais uma vez com os problemas no mercado chinês, de restrições e controle da produção siderúrgica.

Câmbio

A moeda americana encerrou ontem cotada a R$ 5,5537 com um ajuste mais forte de 2,31% em relação ao fechamento do dia anterior (R$ 5,6849), mas segue ainda bastante elevada. A expectativa de que a pauta doméstica finalmente destrave, sinaliza ânimo de investidores e renda variável.

Juros

As taxas de juros recuaram ontem, na volta do feriado. A do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/22 fechou em 8,38%, de 8,397% no ajuste anterior e para jan/27 a taxa foi de 12,534% para 12,04%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Itaú Unibanco (ITUB4)

Lucro líquido recorrente no 3T21 alcança R$ 6,8 bilhões (ROAE de 19,7%)

O Itaú Unibanco registrou no 3T21 um lucro líquido recorrente de R$ 6,78 bilhões (ROAE de 19,7%) com alta de 3,6% em relação ao lucro recorrente de R$ 6,54 bilhões do 2T21 (ROAE de 18,9%), principalmente explicado pelo crescimento de 4,7% da margem financeira com clientes, estabilidade das receitas de serviços (+0,8%) e alta de 2,1% das despesas não decorrentes de juros, em percentual abaixo da inflação no período. O custo do crédito subiu 11,5% alcançando R$ 5,2 bilhões no 3T21.

No 9M21 o lucro líquido recorrente cresceu 50,0% para R$ 19,72 bilhões (ROAE de 19,0%). Com base no resultado do 9M21 o banco manteve o seu guidance para 2021 que sinalizam maior crescimento da carteira de crédito com redução do custo de crédito. Seguimos com recomendação de COMPRA para ITUB4 e Preço Justo de R$ 32,00/ação.

Distribuição de JCP. Como já anunciado, o Conselho de Administração aprovou a distribuição de juros sobre capital próprio (JCP) complementar, no montante bruto de R$ 2,2 bilhões, equivalente a R$ 0,264551/ação, com base na posição acionária do dia 19.11.21, com as ações negociadas “ex-direito” a partir de 22.11.21. Este provento será pago até 30.04.2022. O retorno líquido estimado é de 0,9%.

O Conselho aprovou também o pagamento de JCP, em substituição ao dividendo mensal de dezembro, no valor de R$ 0,01765 por ação, tendo como base de cálculo a posição acionária final registrada no dia 30.11.2021, com retorno líquido estimado de 0,06%.

A carteira de crédito ao final do 3T21 (em base ampliada) cresceu 13,6% em 12 meses alcançando R$ 962,3 bilhões (+6,6% no Brasil e 5,9% no consolidado – em base trimestral). A frente digital segue avançando de maneira relevante. No terceiro trimestre, 61% das contratações de produtos por pessoas físicas foram realizados digitalmente.

Margem financeira com clientes cresceu 4,7% no trimestre para R$ 17,6 bilhões e 13,1% em 12 meses por maior volume médio de crédito e maior quantidade de dias corridos no trimestre.  A redução dos spreads de crédito foi mais do que compensada pelo crescimento da margem de passivos no trimestre. Segundo o banco; “a redução de 3,2% na margem financeira com o mercado no trimestre ocorreu em função dos menores ganhos nos livros trading e banking no Brasil, parcialmente compensados por maiores ganhos de tesouraria das unidades da América Latina”.

O custo do crédito no 3T21 cresceu 11,5% em base trimestral para R$ 5,2 bilhões, por conta da maior despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa nos Negócios de Varejo no Brasil, devido ao crescimento da carteira de crédito e ao aumento nominal do atraso. Na América Latina, o aumento foi causado principalmente pela variação cambial no período.


Banco ABC Brasil (ABCB4)

Lucro líquido de R$ 151,5 milhões no 3T21 (+11,6% em base trimestral)

O Banco ABC Brasil registrou um lucro líquido de R$ 151,5 milhões no 3T21, representando um crescimento de 11,1% em relação ao trimestre anterior e de 106,1% em relação ao mesmo período de 2020. No resultado acumulado em 9 meses, destaque para o crescimento de 89,8% em relação ao mesmo período de 2020.

Temos recomendação de COMPRA para o ABC Brasil com Preço Justo de R$ 20,00/ação, equivalente a um potencial de alta de 26,7% frente à cotação de R$ 15,78/ação.

A Margem Financeira alcançou R$ 380,9 milhões no 3T21, com crescimento de 10,2% em relação ao trimestre anterior e de 26,2% em relação ao mesmo período de 2020. Destaque para a Margem Financeira com Clientes, que somou R$ 263,7 milhões no trimestre, impulsionada pelo melhor mix de produtos, incluindo derivativos e comercializadora de energia, bem como a maior representatividade do segmento Middle na carteira.

A Despesa de Provisão Ampliada do trimestre foi de R$ 47,7 milhões, com queda de 7,9% em relação ao trimestre anterior e de 45,5% em relação ao mesmo período de 2020, “consolidando a transição para uma fase no ciclo de crédito, com menores despesas de provisão”.

A Receita de Serviços alcançou R$ 97,0 milhões no trimestre, um crescimento de 33,6% em relação ao trimestre anterior, e R$ 241,1 milhões nos 9M21, impulsionada pelas receitas de Banco de Investimentos;

O Retorno Anualizado sobre o Patrimônio Líquido (ROAE) foi de 13,4% no trimestre, um aumento de 110 pontos base em relação ao trimestre anterior, e de 630 pontos base em relação ao mesmo período do ano passado, sendo o quinto trimestre de crescimento consecutivo.


XP Inc. (XPBR31)

Lucro líquido ajustado de R$ 1,04 bilhão no 3T21 (+82% vs o 3T20)

A XP registrou um lucro líquido ajustado de R$ 1,04 bilhão no 3T21, com expressivo crescimento 82% frente ao 3T20 e leve alta de 1% em base trimestral. Cotadas a R$ 187,42 por BDR (XPBR31) registram queda de 16,9% desde a entrada negociação na B3 (01.10.21). O Preço Justo de R$ 265,00/ação aponta para um potencial de valorização de 41,4%.

Destaques

As receitas líquidas avançaram 51% em 12 meses para R$ 3,17 bilhões. As receitas líquidas cresceram 50% para R$ 3,37 bilhões nesta base de comparação.

O EBITDA ajustado alcançou R$ 1,2 bilhão no 3T21, com aumento de 61% frente igual trimestre do ano anterior. A margem bruta foi para 71,8% no 3T21 e se compara a 66,4% no 3T20 e 70,5% no 2T21. A margem líquida ajustada subiu de 27,1%, no terceiro trimestre do ano passado, para 32,8% no 3T21.


AES Brasil (AESB3)

Lucro líquido de R$ 430,8 milhões no 3T21 acumulando R$ 551,3 milhões no 9M21

No 3T21 a AES Brasil registrou um lucro líquido de R$ 430,8 milhões, que se compara a R$ 51,1 milhões no 3T20 (-76,9%), explicado principalmente por menor geração operacional de caixa medida pelo EBITDA em função da redução margem hídrica, menor despesa financeira líquida em função da liquidação antecipada do GSF, e principalmente por tributo diferido no montante de R$ 535,9 milhões, decorrente do crédito fiscal de R$ 532,6 milhões reconhecidos no 3T21, em função da continuidade da reestruturação de sua subsidiária AES Brasil Operações.

A receita operacional líquida totalizou R$ 661,7 milhões no 3T21, representando um aumento de 29,9% ou R$ 152,3 milhões em comparação com o 3T20 (R$ 509,4 milhões). A margem operacional líquida da AES Brasil totalizou R$ 210,7 milhões no 3T21, representando uma redução de 45,8% ou R$ 177,8 milhões em comparação com o 3T20 (R$ 388,5 milhões).

A companhia registrou no 3T21 um EBITDA de R$ 92,1 milhões, 70,5% inferior quando comparado ao 3T20 (R$ 312,3 milhões) notadamente por conta da redução do Ebitda hídrico, reflexo dos maiores preços de energia no período, impactadas tanto pelo maior volume quanto preço médio de compra.

O resultado financeiro líquido no 3T21 foi negativo de R$ 108,6 milhões, com queda de 41,2% frente ao resultado de R$ 184,7 milhões negativos registrados no 3T20.

Ao final de setembro de 2021 a dívida líquida consolidada da companhia era de R$ 5,2 bilhões, 86% superior a setembro de 2020 (R$ 2,8 bilhões). As disponibilidades somavam R$ 730 milhões e o índice de alavancagem (Dívida Líquida/Ebitda ajustado) encerrou o 3T21 em 2,6x acima de 2,1x do 2T21.


Arezzo (ARZZ3)

Forte crescimento no lucro líquido ajustado do 3T21 com R$ 81,8 milhões e R$ 158,7 milhões no acumulado de 9 meses

A Arezzo registrou números expressivos no 3T21 e em 9 meses, em relação ao mesmo período do ano passado, (pandemia).

Os dados de vendas em volume mostraram forte crescimento no mercado interno com bom desempenho em todas suas marcas (calçados e bolsas). No exterior, destaque para o forte crescimento nas operações nos Estados Unidos.

As principais contas de resultado refletiram o bom desempenho com evolução na receita liquida e no Ebitda.

A receita líquida atingiu R$ 777.9 milhões aumento de 86,6% sobre o 3T20 e R$ 1,83 bilhão nos 9M21 (+95,5% sobre os 9M20.  No 3T21, o Ebitda somou R$ 125,1 milhões (+98,1% sobre o 3T20, somando R$ 274 milhões em 9 meses.

Ontem a ação ARZZ3 encerrou cotada a R$ 80,6 com alta de 17,8% no ano.


Marcopolo (POMO4)

Lucro líquido de R$ 107,1 milhões no 3T21 contra um prejuízo de R$ 57 milhões no 3T20

No 3T21, a receita líquida da companhia foi de R$ 757,6 milhões, recuo de 9,4% em relação ao obtido no mesmo período do ano anterior.  O Ebitda somou R$ 95,1 milhões de julho a setembro, revertendo resultado negativo de R$ 23,8 milhões no terceiro trimestre de 2020.

Nos 9 meses do ano, o resultado líquido foi de R$ 298 milhões. A empresa destaca alguns fatores que afetaram negativamente os resultados: a) ajustes no quadro de pessoal; b) menor receita de exportações; c) mix mais leve voltado a ônibus de menor valor agregado e; d) impacto das provisões trabalhistas.


Pague Menos (PGMN3)

Lucro líquido ajustado do 3T21 soma R$ 35,6 milhões, queda de 11,4% em relação ao 3T20

A receita bruta cresceu 7,4% no 3T21/3T20, atingindo R$ 2,0 bilhões e em 9 meses foram R$ 5,99 bilhões (+11,9%). No 3T21, a empresa registrou lucro líquido ajustado de R$ 35,6 milhões e margem líquida de 1,7%, queda de 11,4% em relação 3T20.

Crescimento da rede de lojas – No 3T21 foram inauguradas 25 lojas, totalizando 32 no ano. O portfólio atingiu 1.126 pontos de venda distribuídos em 339 municípios, com 91,8% de lojas maduras. A projeção para este ano é de abertura de 80 lojas, com 48 lojas previstas para inauguração no quarto trimestre, e 120 aberturas para 2022.

Em setembro, o endividamento líquido da companhia era de R$ 451,3 milhões, crescendo 9,6% em relação ao trimestre imediatamente anterior, mantendo o indicador de dívida líquida / EBITDA estável.

A ação PGMN3 encerro ontem cotada a R$ 9,78 acumulando queda de 23,7% em 1 mês.  No ano a ação ainda segue positiva com alta de 8,4%.


Ultrapar (UGPA3)

No 3T21, lucro líquido consolidado de R$ 374,3 milhões acumulando R$ 493,4 milhões em 9 meses

O resultado acumulado até setembro ficou praticamente estável em relação aos 9M20, que atingiu R$ 496,2 milhões.

O EBITDA do 3T21 somou R$ 908,4 milhões contra R$ 921,9 milhões no 3T20, acumulando R$ 2,19 bilhões em 9 meses, (R$ 2,20 bilhões nos 9M20).

O fluxo de caixa das operações somou R$ 604 milhões no 3T21 e R$ 2,63 bilhões em 9 meses. Números inferiores aos respectivos períodos do ano anterior.


CSN Mineração (CMIN3)

Queda forte na receita líquida e no lucro líquido do 3T21. O resultado caiu 45,2% o lucro líquido do 3T21, mas cresceu no acumulado do ano

A forte redução do preço do minério com significativa reversão de provisão de receitas de períodos anteriores, além de maiores custos com frete reduziram significativamente o resultado da empresa no 3T21.

Em 30/09/2021, a CSN Mineração possuía um caixa líquido de R$ 7,18 bilhões, uma expansão de aproximadamente R$ 1,28 bilhão em relação ao trimestre anterior. O indicador de alavancagem medido pela relação Dívida Líquida/EBITDA foi de -0,57x.

A ação CMIN3 encerrou ontem cotada a R$ 5,21 (ajustada) e acumula queda de 36,1% desde sua abertura na B3 no dia 17/02/21 cotada a R$ 8,15.


CSN (CSNA3)

Lucro líquido de R$ 1,32 bilhão, aumento de 5,1% sobre o 3T20 mas com queda forte em relação ao 2T21 (-76%)

Números muito fracos da empresa no 3T21.  Segundo a empresa, a forte redução do preço do minério com significativa reversão de provisão de receitas de períodos anteriores, além de maiores custos com frete reduziram significativamente o resultado da mineração no 3T21.

A estratégia de priorizar margens resultou em queda no volume de vendas no 3T21 e gerou maior volume de cargas a caminho da China sem venda concluída, o que deve impactar positivamente os números do 4T21.

No 3T21, o volume de vendas de aço cai 23% no 3T21/3T20, em toneladas, com fraco desempenho no mercado interno e nas exportações. Em minério de ferro a queda foi de 11%.

A receita líquida do 3T21 somou R$ 10,2 bilhões (+ 18% sobre o 3T20) e o EBITDA ajustado cresceu 23% somando R$ 4,3 bilhões no 3T21.

A dívida líquida da companhia fechou setembro em R$ 14,8 bilhões com alavancagem de 0,64%.

No 3T21, o resultado financeiro foi negativo em R$ 943 milhões como resultado, principalmente, da desvalorização das ações da Usiminas que gerou uma perda sem efeito caixa de R$ 594 milhões.

A ação CSNA3 encerrou ontem cotada a R$ 22,08 com queda de 27,8% no ano.


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